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capitulo 4 o começo parte 4

No centro do quarto, havia um sofá azul forte. O sofá era confortável e tinha almofadas coloridas.

No teto, havia um ventilador com uma lâmpada embutida. O ventilador ajudava a refrescar o quarto nos dias quentes.

Um pouco à esquerda do sofá, havia uma porta de madeira. A porta era a entrada do banheiro

Ele não possuía geladeira ou fogão, pois sempre almoçava fora com os amigos. Em sua casa, havia apenas o essencial para a sobrevivência.

Não que precisasse de um aparelho de realidade virtual para isso.

Victor trocou de roupa rapidamente e se deitou na cama.

Em suas mãos, segurava o celular.

Ele digitou a senha e abriu o WhatsApp.

Sua lista de contatos não era extensa. Os contatos fixados eram Lily, Carlos e a mãe.

Ao lado de cada um dos três chats, havia um pequeno balão verde com números diferentes.

Ele começou pelo chat de Lily, que tinha um total de seis mensagens.

Ao abrir o chat, uma coisa chamou sua atenção. Cinco das mensagens haviam sido apagadas para todos.

Restava apenas "cheguei, Vic". Que não havia sido apagado para todos.

Sem se importar com isso, ele respondeu.

"Também acabei de chegar. Estou um pouco cansado, então, se você me mandar mensagens e eu não te responder, já sabe o motivo :)"

Sem hesitar, ele respondeu a mesma coisa para seu outro amigo e abriu o chat da mãe.

Além de vídeos religiosos e convites para lives de oração no YouTube, ela também enviava áudios.

A maioria passando dos um minuto.

— Se não fosse a opção de reprodução acelerada, eu estava perdido, resmungou ele, lembrando-se das versões antigas do WhatsApp que não possuíam esse recurso incrível.

Esquecendo isso, ele ouviu o áudio.

"Victor, já almoçou?, Consultei o Google e ele me disse que hoje fará trinta e cinco graus, então lembre-se de beber bastante água."

Por causa desses tipos de áudios que ele nunca mais ouviu nada relacionado ao tempo.

Mesmo morando sozinha, sua mãe não deixou de mandar mensagens.

Ela era a meteorologista exclusiva só dele. Se o tempo ficasse nublado ou ensolarado, ela mandava um áudio.

Nele, ela dizia se ia chover ou fazer sol, qual o dia da semana e, às vezes, a previsão da semana inteira.

Ele ouviu todos os áudios na velocidade acelerada e respondeu.

Sim, acabei de chegar em casa e já almocei. Não precisa se preocupar. Amanhã te mando uma mensagem.

Após isso, Victor deitou o celular no chão e, lentamente, seus olhos foram fechando.

∆∆∆∆

Os raios de sol que penetravam através do vidro da janela cada vez mais ficavam mais irritantes ao ponto de suspirar desejando mais alguns minutos de descanso.

No entanto, isso não foi possível e seus olhos se abriram.

Ele olhou para seu relógio para verificar o horário.

06:10.

— Ainda tenho uma hora. Bom, vou me organizar. Tenho muita coisa para fazer.

Ainda sonolento, ele pegou o celular para ver as mensagens no WhatsApp. Como esperado, havia mensagens das três pessoas com quem ele conversava diariamente.

No entanto, ele não respondeu e foi fazer seus afazeres. Em um instante, ele já estava usando o terno quase idêntico ao do dia anterior.

A única diferença era a gravata borboleta. Ela não era mais branca, mas sim preta e semi-slim.

06:40.

—Só se passaram trinta minutos. Realmente, os homens se arrumam mais rápido que as mulheres. Murmurou ele, percebendo que tinha mais alguns minutos livre.

Sem perder tempo, ele pegou sua pasta e calçou os mesmos sapatos.

Como era sábado, não via necessidade de usar outro par.

Com tudo pronto e organizado, saiu do prédio e começou a caminhar até o ponto.

O ônibus passava entre 6h45 e 6h50, rigorosamente no horário.

Esse homem era pontual não porque gostava do trabalho, mas para sair daquele bairro o mais rápido possível.

Aos poucos, todos começaram a perceber seu horário e passaram a esperar no ponto de ônibus a partir das 6h40.

O mesmo que Victor estava fazendo.

Devido a isso, a multidão que pegava esse ônibus era enorme.

Ele se sentia aflito com isso, mas não tinha o que fazer. Já pensou em ir a pé, mas só de pensar no longo caminho logo desistiu.

∆∆∆∆

Ele já estava caminhando para o segundo ponto de ônibus quando avistou seus dois melhores amigos conversando.

Carlos estava usando o paletó sobre o ombro, de forma desleixada. Qualquer pessoa que olhasse para ele pensaria que ele era de uma gangue.

Já Lily, vestida com o mesmo estilo de roupa do dia anterior, era o centro das atenções. Todos que estavam esperando o ônibus queriam olhar para ela, mas a presença de seu amigo não os deixava.

Ela era o ímã e Carlos era a barreira que separava os dois.

Sem demora, Victor chegou perto dos dois.

Ele já sabia que o assunto era sobre o jogo, pois naquele dia seria lançado o grande jogo Legends of the Virtual Realms.

— O nome "Legends of the Virtual Realms" é um pouco estranho, já que o jogo é para todas as plataformas. Não faz sentido, murmurou ele pensando no nome do jogo.

Lily, notando que ele estava bem perto dela e do seu outro amigo, terminou a conversa e com um sorriso que poderia encantar qualquer pessoa, disse.

— B-bom dia, Vic.

— Bom dia, Lily. Você dormiu bem? Perguntou Victor, olhando para ela.

— Bom dia, Carlos!, continuou ele.

Quando estava prestes a falar, Carlos se adiantou e disse, com as sobrancelhas franzidas.

— Não vai perguntar se eu dormi bem?

— Você dormiu? Perguntou dele esperando a resposta mais óbvio.

Hahaha! Carlos gargalhou de forma histérica, passando o braço pelo pescoço dele e puxando-o para perto.

Todos que estavam presentes acreditaram que o pobre cuidado tentou flertar com a mulher do mafioso.

Isso durou apenas alguns segundos e, quando Carlos o soltou, sua aparência estava desarrumada.

Seu terno, antes impecável, agora estava amassado; seu cabelo, antes arrumado, agora estava bagunçado; e seus óculos, antes alinhados, agora estavam tortos.

— Sabe quanto tempo eu fico me arrumando no espelho? Perguntou Victor com um tom sério.

Lily olhou para ele com um olhar um tanto pensativo e disse.

— Espelho? Eu nunca vi nenhum espelho em sua casa, para falar a verdade, Vic.

Com os olhos de falcão, Victor fixou-lhe o olhar, como se quisesse engoli-la.

Não só Carlos, mas também ela estava debochando dele.

Ele olhou para o horizonte e começou a se ajeitar, mas também não falou mais nada.

— Não fique assim, Vic. Você sabe que ela não falou por mal, disse Carlos, sabendo que era puro drama do seu amigo.

Mas não Lily, para ela aquele olhar foi uma mensagem do tipo "nunca mais fale comigo pelo resto da sua vida".

Os minutos foram passando e o ônibus chegou, todos entraram, os três rapidamente sentaram no fundo do veículo, mas dessa vez ninguém estava dizendo nada.

O silêncio no fundo do veículo tomou conta.

Carlos apenas fechou os olhos enquanto sua pasta estava em seu colo.

Victor fez o mesmo que ele e Lily só estava com o olhar para frente.

Ficar sem conversar para ela era a pior coisa.

∆∆∆∆

Os três chegaram nos seus destinos e estavam caminhando lentamente.

Ele verificou o horário pela última vez.

07:30.

As ruas estavam repletas de diversos veículos e era praticamente impossível conversar ali devido aos ruídos das buzinas.

— Vocês estão ansiosos para jogar?, perguntou Victor, a fim de quebrar o silêncio que os cercava.

Olhando para ele com os olhos brilhando só de pensar em jogar o tão esperado Legends of the Virtual Realms.

Rapidamente sua amiga o respondeu sem hesitar, com uma voz cheia de alegria.

—Sim, sim, quase não consegui pegar no sono assistindo ao trailer do jogo. Ainda estou com energia para assistir de novo

Carlos acenou com a cabeça em resposta e depois disse.

— Falei para minha mulher que faria horas extras hoje para ganhar um dinheiro extra. No começo, ela achou estranho, pois eu nunca havia feito horas extras.

—Vocês sabem que eu sou o homem da casa e tenho autoridade sobre aquele lugar.

Ouvindo isso, seus dois melhores amigos sabiam que a mulher dele certamente não aprovava.

Ela não era intolerante em relação a jogos ou amizade dele com Victor e Lily.

Só que com esses dois o lado infantil de Carlos se soltava e ele fazia tudo que não devia, além de comprar jogos um atrás do outro e acabar não jogando nenhum.

Ou indo para filas esperar lançamentos de jogos que eram frequentados apenas por adolescentes que gostam de animes e que sonham em ir para outro mundo para ter seu próprio harém de mulheres com aparência de jovens, mas a idade de adultas.

—Oh! Ela deve estar em algum lugar agora, te vigiando. Quem disse isso foi Lily, olhando para todos os lados tentando achar a mulher dele.

— Que horas o lançamento vai acontecer? Perguntou Victor, trocando de assunto

Os dois ao mesmo tempo olhando para ele um tanto pensativos, Carlos colocou a mão no bolso e após alguns instantes a retirou, revelando seu celular.

O som da tela sendo desbloqueada chegou aos ouvidos de Victor.

Quase que imediatamente seu melhor amigo virou a tela do aparelho em sua direção.

"Eu não o vi mexendo em nenhum botão, ou na tela… será que?".

Achando que isso era inacreditável, ele continuou mergulhado em seus pensamentos.

"Ele... ele estava no site do jogo esse tempo todo? Esse cara não tem uma mulher?", perguntou-se Victor, olhando para o rosto de Carlos, que estava com um largo sorriso.

Esquecendo-se desses pensamentos, pois estava ansioso para ver o que seu amigo queria mostrar, ele voltou sua atenção para o celular.

De fundo, havia vários planetas, uns iguais à Terra e outros muito diferentes.

Os planetas iguais à Terra eram verdes e azulados, com oceanos e continentes. Os outros planetas eram de cores e formas variadas. Alguns eram vermelhos e alaranjados com crateras e vulcões. Outros eram azuis e verdes, com faixas de nuvens. Havia também planetas rochosos, gelados e gasosos.

O cronômetro era feito de metal brilhante e tinha quatro faces, cada uma com um número. Os números eram vermelhos e brilhantes, e o cronômetro emitia um leve brilho.

Nas quatro bordas do cronômetro, saiam chamas como se fossem reais.

As chamas eram altas e coloridas, e emitiam um calor intenso. Elas pareciam estar vivas, e dançavam ao redor do cronômetro.

O tempo no cronômetro era 05:10:1…

Os números do cronômetro estavam piscando, e o tempo parecia estar passando rapidamente.

— Vamos estar no trabalho quando as lojas começarem a vender o jogo. A fila para comprar vai estar enorme também, disse ele, olhando para o celular.

Apenas imaginar diversas pessoas aglomeradas no mesmo lugar por horas o fazia passar mal.

Hahahahahah!", com uma gargalhada demoníaca que fez todos do ponto de ônibus olharem para ela, Lily disse, com uma pose de fodona.

— Pessoas normais pegariam filas para comprar o jogo, mas nós não", com uma pausa dramática, ela continuou.

— Minha mãe conseguiu comprar… conseguiu convencer o dono da loja a nos vender antes de todo mundo.

— Vamos pular toda a parte chata e ir direto para a porradaria."

Todo seu charme foi trocado por uma excitação momentânea.

Ela levantou os braços e desferiu dois golpes no ar.

Mas, aquilo era algo comum entre os três, mas as pessoas que estavam ali assistindo ficaram completamente confusas.

Era como se uma criança estivesse fantasiada de uma mulher adulta.

— Foi só coisa da minha cabeça, ou você ia falar "comprar"? Sua mãe comprou o funcionário? Perguntou Victor, um pouco desconfiado.

Carlos ergueu a cabeça ligeiramente, relembrando as últimas palavras da sua amiga.

— É verdade, o Vic tem razão. Sua mãe realmente fez isso. Ele disse com um tom de curiosidade, enquanto olhava para Lily, que tentava ao máximo disfarçar.

— E-e, bom, eu fiz isso por vocês! E ainda estão me julgando? Perguntou ela, tentando virar o jogo contra os dois.

Não querendo perder esse combate contra a fanática por jogos, Victor disse, enquanto colocava o dedo indicador no centro dos óculos iguais aos de personagens de animes.

— A única pessoa que realmente quer jogar esse jogo aqui é você. Eu posso esperar três ou quatro anos para isso e não pegaria nenhuma fila.

A pobre mulher com o coração de pedra derreteu ao ouvir isso, ela não estava esperando uma resposta daquele nível.

Quando estava prestes a falar mal para ele, o ônibus chegou quebrando assim qualquer possibilidade dela xingá-lo.

∆∆∆∆

Após uma manhã maçante que fazia até a pessoa mais paciente sucumbir ao tédio.

Isso só se aplicou para pessoas como Victor e Carlos, para pessoas iguais a Lily parecia que o inferno se abriu e seus subordinados estavam prestes a sair.

A falta real de compromisso com o trabalho nos dias de semanas acarretou toda aquela agitação.

Agora querendo não deixar trabalho acumulando poeira na mesa de trabalho ou pior ainda ser cobrado pelo Bill que não aceita trabalhadores preguiçosos,

Não era atoa que chamavam o sábado de a hora do rush,

Victor ergueu os braços querendo verificar o horário.

13:15.

Todos se retiravam pela porta principal da empresa, pois era sábado e não precisavam trabalhar até as 6:30, que era o horário normal.

Eram os últimos da fila para passar pela porta giratória.

A aglomeração que se formava na sala de recepção estava deixando Victor muito desconfortável, havia uma clara expressão de incômodo em seu rosto.

Indicava que ele estava quase no seu limite.

Percebendo isso e querendo ajudar seu amigo, Lily se aproximou dele, que por sua vez a olhou com um sorriso no rosto.