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Caçadores Da Lua

"Eu entendo que ainda não tenho experiência. Eu sou apenas um companheiro de equipe incapaz que não conseguiu ir até o fim com meus camaradas. No entanto, a lealdade que foi gravada no meu coração, pelo menos isso eu posso garantir que é genuíno. É a minha verdade depois de tudo..." Em um futuro alternativo do seu: "21/12/2012" a data de um evento que abalou todo o planeta terra. Nesse dia, criaturas mitológicas, que até então só existiam em livros e filmes fictícios desceram de portais mágicos nos céus do nosso 'pacifico' planeta. Contra essas criaturas, várias guerras foram travadas, depois de 10 longos anos, bilhões de humanos foram mortos no processo, restando uma população de um pouco menos de 50 mil vivos. 50 anos se passaram desde aquele evento que hoje chamamos de "A invasão". Nesses anos todos muitos países caíram com as inúmeras guerras, um dos poucos que não se renderam foi o japão, onde vive a nossa protagonista com sangue europeu, ela sonha em fazer parte da maior força existente entre os humanos, "os caçadores da lua", eles são os únicos que podem salvar nosso lar. Seu maior sonho é trazer o fim da guerra dos humanos contra os monstros, para que as crianças possam viver num mundo em que sangue não precise ser derramado para que as coisas sejam resolvidas.

Donoghan · Fantasy
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25 Chs

#23 - O outro lado

Bem ao norte da china vivia uma linda jovem das orelhas grandes e pontudas, cabelos prateados e pele morena, do corpo magro e esbelto; uma verdadeira modelo quando o assunto é beleza.

Seu nome é Maidel Dorinshyl, ela é uma 『Dark Elf』, tendo apenas 98 anos (consideravelmente jovem entre os elfos, o que valeria pelos 18 anos na idade humana). Entre os Elfos Negros, ela é aquela espécie que é considerada da realeza, ou foi o que sua mãe lhe disse antes de morrer quando ela ainda tinha apenas 38 anos. Depois que cresceu, ela entendeu melhor que nem tudo é um mar de rosas.

"—?"

[???: Mana, você ta pronta?]

[Maidel: Hum? Ah, tô sim. Só me dê um minuto.]

"—?"

Sua linhagem familiar é dividida entre duas famílias principais; a família Dorinshyl Superior e a Inferior, para a infelicidade de Maidel, a mesma nasceu como uma da família Inferior e cresceu carregando esse fardo. A família inferior só existe para servir cegamente a família superior, os mesmos eram tratados e considerados como escravos submissos a aquela família repugnante, com a desculpa de que deveria haver uma hierarquia prevalecente, para que a família continuasse sendo uma das famílias mais temidas do continente. - uma prova disso era que todos os Inferiores eram obrigados a ir em guerras a mando deles, servindo como suas espadas vivas.

Certa vez, um Elfo Superior se relacionou as escondidas com uma Elfa Inferior, e tiveram um mini-elfo como prova de seu amor um pelo outro, porém, quando um certo Elfo Inferior soube sobre esse caso e descobriu quem eram os envolvidos, o mesmo entregou os nomes dos mesmos para que todos da Superior soubesse, o que ocasionou na punição com morte da Elfa, deixando apenas o Elfo superior vivo. - O bebê que a mãe abandonou para trás e que o pai foi forçado a fingir que nunca existisse, era a própria Maidel.

"—?"

[Maidel: Ei, Maaenel! Você poderia, por favor, fazer uma lista de quem vai comigo?]

[Maaenel: Isso seria o mínimo que eu poderia fazer agora, maninha.]

[Maidel: Hehe, obrigada! ]

"—?"

Já na flor da idade, acabando de entrar na adolescência, Maidel foi enviada para a sua primeira guerra entre famílias rivais; a família Dorinshyl e a família Oberhelm; em sua primeira experiência real de combate, ela teve que ser obrigada a assistir seu pai ser morto por um Troll. - sim, um Troll. Provavelmente os Oberhelm firmaram um contrato de paz com alguma família de Trolls.

Maidel se culpa amargamente pela morte do seu querido pai que, mesmo sendo da Família superior, o mesmo se sentiu na obrigação de proteger sua amada filha, a qual ele se negou a esquecer que existisse por durante todas essas décadas que ficou longe. Ele até tentou se aproximar algumas vezes de Maidel, mas ela era egoísta de mais para perceber que ele queria o bem dela, apesar de tudo. - E é por isso que ela tanto se arrepende, porque ela não pôde perdoar e nem pedir perdão ao seu pai, só foi perceber tudo no dia da morte dele.

Ver seu pai ser esmagado com uma enorme clava despertou um ódio imensurável em seu coração, o ódio foi tanto que a adrenalina a possibilitou aniquilar o Troll com muito esforço, ao ver o troll sendo derrotado, todos os Oberhelm pediram rendição e partiram.

"—?"

[Maidel: Ah, hum… …onde foi que eu deixei? Estava por aqui…]

"Toc, toc!"

[Maidel: hum, entre!]

[???: Senhora Dorinshyl, o mestre Maaenel mandou avisar que está tudo pronto, e também mandou lhe entregar isso.]

Um papel com nomes listados em ordem alfabética.

[Maidel: Ah, a lista com os nomes dos candidatos a exploração. Muito obrigada, Aneth!]

[Aneth: Eu que agradeço. É uma honra servir a senhora, mestra.]

[Maidel: Ai, ai, ai… Já avisei para você parar de me chamar de mestra…]

[Aneth: Pararei imediatamente...]

[Maidel: Você sempre diz isso…]

"—?"

Ao ser declarada a vitória contra os Oberhelm, a família Inferior inteira planejou um enorme golpe de estado, com a intenção de remover do trono todos os Superiores. Ao ter concluído o plano, a informação de que a família Inferior estava planejando fazer um golpe de estado simplesmente vazou, a família Superior ficou sabendo, e se prepararam antecipadamente para o ataque.

E, ao invés dos Inferiores fazerem a surpresa, eles é quem foram surpreendidos no fim das contas. Sendo pegados no pulo da cerca, prontos para partirem para o ataque, sendo cercados por centenas de Elfos da família superior e aliados de outras espécies, como: Trolls e Ogros.

Mataremos juntos, mataremos juntos, iremos matar todos eles juntos.

Matar, matar, continuaremos a matá-los da pior forma.

Mataremos juntos, mataremos juntos, até não sobrar mais nenhum.

Mataremos juntos, mataremos juntos, mataremos juntos até que o fim seja glorioso.

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando, Matando, Matando, Matando,

Matando-os juntos, Matando-os juntos,

Matando-os juntos, Matando-os juntos,

Matando-os juntos, matando-os juntos, e mesmo depois de mortos, a vingança por todos esses anos de dor e sofrimento ainda parecia incompleta...

A batalha havia sido longa e sangrenta, muitas pessoas que Maidel conhecia e guardava no coração, se foram para nunca mais voltar, restando apenas lembranças.

"—?"

[Maidel: —? Eu… Eu te achei!]

[Aneth: O que a senhora achou, mestra?]

[Maidel: Eh— Hum, veja!]

"—?"

Maidel tinha um amigo na família Superior, tinha mais ou menos a idade da mesma, ele sempre fazia questão de pelo menos 2 vezes na semana visitar Maidel para lhe dar comida de verdade - esse amigo achava injusto dar a uma "criança" uma gororoba nojenta e fedida para a família dos inferiores se alimentarem, a mesma mais parecia fezes de cavalo.

Durante a batalha pelo trono dos Dorinshyl, Maidel teve que enfrentá-lo para que não desconfiassem da relação entre eles. Ele lhe pediu para ir com tudo, para que não pegasse leve, pois ele já havia matado algumas dezenas de membros da minha família, apesar de gostar bastante dele, ela partiu pra cima do mesmo dando tudo o que podia, pra nos fim ela prevalecer de pé.

Ela não tinha tempo, naquele momento a batalha ainda continuava contra os outros membros da família, antes que Maidel pudesse partir para outro combate, seu amigo e parente puxou-a pelo vestido, enquanto ele estava no chão, banhado em sangue.

"Por algum motivo… Eu sempre quis te ajudar. Eu sempre vivi uma vida infeliz com… Ah, a minha esposa… Mas, desde que eu te conheci, eu enxergava felicidade… Vida e amor. Eu sinto muito por não ter que eu te…" - essa foram suas últimas palavras, aos poucos ele foi perdendo o fôlego e força para se manter vivo.

Seu nome era Tarron Dorinshyl, ele tinha uma família composta por dois filhos homens e a sua infeliz esposa, Aurae da família Waelvor - o casamento deles dois foi um acordo entre famílias, um casamento de favores e sem amor envolvido.

"—?"

[Aneth: Um laço? Porque um laço é tão importante assim para a mestra?]

[Maidel: Exatamente. Um laço.]

[Aneth: Desculpe a intromissão, mas isso por acaso seria um presente de algum pretendente?]

[Maidel: Hum… É, talvez… Ele era um bom homem. Por isso guardo esse laço em meu coração, vai pendurado em meu arco em todo quanto é canto que vou, como prova de que não irei me esquecer de toda a bondade daquela pessoa.]

"—?"

Após ela ter assistido Tarron dar seu último suspiro, Maidel lamentou a morte dele e se despediu com um beijo na testa do falecido amigo, então partiu para progressão da batalha, que não havia parado.

Depois de quase 7 horas de uma batalha sangrenta, a maioria dos homens de Maidel estavam exaustos e com fome, com sede e machucados, sem mana e fôlego. Até aquele ponto, centenas já haviam partido desse plano espiritual para uma nova vida em Alfhein. Apesar de tudo isso, Maidel estava cega, cega de ódio. Toda vez que ela olhava para as suas mãos, ela vi-a sangue, era tanto sangue que ela já não sabia mais dizer se o sangue era dela ou de alguém que ela matou. E isso a irritava bastante, então, mesmo sem um exército, Maidel juntou seu arco e facas, e marchou para o contra-ataque contra seus superiores. Ela estava insana, imparável e incontrolável; um verdadeiro demônio em meio ao campo de batalha. Mesmo quando estava prestes a se morrer de exaustão, seus aliados apareceram lhe dando cobertura e a curando com magia, impulsionando numa liberação de poder enorme.

Algo imensuravelmente poderoso.

Ao fim da longa e sofrida batalha, a vitória foi dada aos considerados por tudo e todos como cães de guarda, elfos sem sentimentos ou vontade própria. - eles haviam ganhado a guerra por conta da experiência em guerras.

Os fracos venceram os fortes. Porém, esse ainda era o começo de tudo.

"—?"

[Maidel: Acho que isso é tudo. Vamos.]

[Aneth: Sim, Mestra.]

[Maidel: Já avisei para você parar com isso.]

[Aneth: Essa será a última vez.]

Ela disse isso num tom calmo, mas ainda deixando um tom de desconfiança.

[Maidel: Sei…]

"—?"

A guerra custou a perda de várias vidas, não só durante a batalha, mas também depois do seu fim. Toda a comida havia sumido, fazendo todos saírem a procura da comida pelo castelo real, e foi descoberto através de anotações que a comida havia sido completamente queimada, pulverizada da terra, como uma forma de fazer os membros da família inferior sofrer após vencerem a batalha - e sim, os superiores já suspeitavam que iriam perder, mesmo assim, a maldade no coração deles falou mais alto.

Muitos morreram de fome, principalmente os mais novos.

Como principal herdeira ao trono e sucessora por direito por conter forte laço sanguíneo com os Superiores, Maidel foi nomeada Rainha e chefe de Família do clã familiar Dorinshyl. A nova rainha ordenou que organizassem um grupo de guerreiros especializado em exploração para fora do país em busca de parceria com outros clãs familiares de algum país vizinho. Entretanto, a nova rainha Maidel se recusava a ficar sentada e esperar por notícias, então decidiu ir junto como vice-comandante do grupo, deixando a liderança do Família ao seu meio-irmão mais novo Maaenel, fruto de um casamento forçado entre o pai de Maidel e uma Elfa de outra família, os Filiadir.

Maaenel já havia dito que não queria tal responsabilidade sobre suas costas ainda tão jovem, só que ele não contava com a persuasão enorme de Maidel em convencer as pessoas com seu charme e carisma. No fim das contas, ele acabou aceitando ser lider honorário da família, até sua irmã voltar.

[Maidel: Maninho! Ei, aqui!]

Ao longe, a frente de um pequeno grupo de pessoas, Maaenel se encontrava. Maidel se aproximou e abraçou o mesmo.

[Maidel: Tô tão feliz que você aceitou a minha proposta. Só espero que você cuide bem do nosso lar, maninho, as próximas gerações precisam ter uma boa vida, por isso estou partindo.]

Ele parecia feliz, com um sorriso tímido estampado em seu rosto, porém, ao mesmo tempo havia um semblante de tristeza em seu rosto.

[Maaenel: Eu só queria que você não se arriscasse tanto. Eu tenho certeza de que nossos soldados sozinhos podem formar um acordo sem a sua presença, além de que deve ser bastante perigoso…]

[Maidel: Vai ficar tudo bem, eu sei me virar. Espero que você e Aneth cuidem bem do reino na minha ausência.]

Apesar de Maaenel ser consideravelmente jovem entre todos na família, ele era bastante inteligente, porém, covarde e medroso, por isso ele precisaria da ajuda e o auxílio de Aneth, a antiga Conselheira do falecido Rei. A morte de Aneth foi poupada por Maidel, ela concluiu que Aneth estava nada mais, nada menos que, seguindo ordens, servindo cegamente ao rei tirano. - A toda via, ao poupar sua vida, Aneth decidiu seguir pelo resto de sua vida sua nova rainha, ela era jovem, poucos anos mais velha que Maidel, porém, muito mais madura e destemida.

[Maidel: Conto com você.]

[Maaenel: Se cuida…]

Apesar de querer ajudar Maidel, Maaenel não tinha coragem de ultrapassar as fronteiras, ele tinha medo do mundo afora. Seu mundo desmoronou quando soube que seus pais morreram na guerra, ao saber que quem tinha os matado foi a sua meia-irmã (que até então ele nunca tinha visto) ele mergulhou em ódio, e estaria determinado a matá-la com suas próprias mãos.

Porém—

Teve um dia que ele estava prestes a conhecer pessoalmente a assassina de seu pai, foi quando ele a viu num quarto mal iluminado, cheirando o uniforme de guerra do seu falecido pai, a pessoa estava tremendo e chorando, clamando por perdão. Maaenel tentou recuar, mas acabou fazendo um barulho, o que tomou completamente a atenção da pessoa com o uniforme em mãos, e a pessoa era Maidel.

Assim que Maaenel a viu pela primeira vez, seu coração acelerou e seu corpo ficou mais quente, um pouco trêmulo e um pouco nervoso. Ele não sabia nem o que falar.

"—?"

Maaenel: "Maidel… É você?"

Maidel: "Sou… Ei, você por acaso não seria o…"

"—?"

Ele não a deixou completar o que estava prestes a dizer, o mesmo saiu correndo dalí e se escondeu, não foi visto por ninguém por um dia inteiro, foi quando a própria Maidel o achou no alto de uma das torres do castelo, encolhido em seu canto. Ela se aproximou e abraçou ele bem forte, fazendo carinho no cabelo dele, enquanto pedia perdão por tudo.

Maaenel havia se apaixonado pela sua própria meia-irmã, ou melhor, foi amor a primeira vista, ele só não havia notado isso antes.

[Maidel: Adeus!! Adeus!!]

Ela alertava com um tom bem alto e ao longe para que todos a pudessem ouvir, enquanto partia rumo a fronteira do pais.

[Maaenel: Adeus…]

Ainda cabisbaixo.

A viagem poderia levar algum tempo para ser concluída, várias semanas ou meses dependendo do trajeto que o grupo de Maidel escolhesse seguir, por isso toda a preocupação de Maaenel, ninguém sabia quando eles voltariam ou se voltariam.

Para manter o povo alimentado, eles teriam que se alimentar dos mantimentos que eles vinham armazenando nos estábulos todo esse tempo. - apesar de parecer muito, o número de elfos com fome era enorme, por isso Maidel precisava firmar um apoio com grandes famílias de outras regiões do mundo humano. Apesar de que ela e todo o seu esquadrão estarem indo a cavalo, eles ainda iriam que literalmente atravessar o país, e entrar num dos países vizinhos não vai ser uma tarefa fácil.

Porém, não custava nada tentar…

[Maidel: Logo estarei de volta.]

4 meses se passaram desde que foi dado início a viagem, Maidel estava apenas seguindo ordens do comandante do grupo, também estava incluído no grupo um elfo que prometeu pedir a mão de Maidel em casamento quando tudo isso acabasse, quando a missão de um acordo de paz for um sucesso.

Foi quando, subitamente todos eles se depararam com um enorme muro feito de concreto.

O líder do esquadrão, Mindartis, ordenou para que todos os elfos ali presentes atravessassem junto a ele o Muro. - ele concluiu quer levaria muito tempo para rodear todo o muro, talvez até mesmo dias, crianças estavam morrendo de fome nas terras reais dos Dorinshyls, e permitir que vidas fossem tiradas em vão por conta do tempo estava fora de cogitação.

Todo o esquadrão concordou sem objeções em seguir a ordem quase suicida do líder de esquadrão.

Apesar de terem avistado o muro, ou melhor dizendo, a muralha, eles estavam bastante distantes daquele amontoado de concreto, cerca de 5 quilômetros de distância. Então começaram a seguir em direção ao grande muro, chegando perto, todos avistam o que pareciam ser Humanos acima dos muros fazendo a guarda da muralha.

[???: E se nós simplesmente pedíssemos para entrar pelo portão da frente?]

[Líder do esquadrão: Não se faça de idiota numa hora dessas, Quarion. Você sabe muito bem que quanto menos contato com os humanos, melhor.]

[Quarion: Isso é um saco.]

Humanos eram considerados para os elfos como uma espécie-não-mágica, virgens quando o assunto se tratava de experiência com a magia pura de

Iggdrasill, e não uma magia fundida com ciência.

[Maidel: <Já faz mais de meio século que estou morando nesse planeta, mas essa é a primeira vez que vejo humanos assim, tão de perto.> - Eles parecem ser tão fracos…]

O líder do esquadrão parecia estar frustado, então disse:

Líder do esquadrão: Teremos que matá-los. Saquem seus arcos, daremos a eles uma morte indolor.

Para passar pelo muro sem serem vistos, eles teriam que neutralizar os humanos de vigia, então todos sacaram seus arcos e flechas, miraram e atiram, os acertando em cheio, sem querer tivessem uma sequer chance de reação. Eles caem pro outro lado do muro, o lugar onde eles, os elfos, queriam invadir.

[Líder do esquadrão: Certo… Agora, subam nas árvores. Iremos ultrapassar essa pilha de concreto de uma vez.]

Os mesmos escalaram as árvores usando pequenas adagas de ferro, até que com bastante facilidade eles conseguiram subir as árvores. Todos estavam em cima de um galho resistente o suficiente pada aguentar eles em cima enquanto fazia o resto das tarefas, como: amarrar uma corda na flecha e amarrar a outra ponta da corda na árvore em que eles todos estavam em pé.

Feito isso, ao mirar e atirar contra a muralha e cravar na mesma, todos os elfos, incluindo Maidel, atravessaram o caminho por cima da corda, como o "caminho da corda bamba".

Uma vez em cima do muro, eles se deparam com um rio de árvores cobrindo grande parte do horizonte, porém, o lugar definitivamente não parecia estar abandonado, e sim, bastante conservado. Eles precisavam ser rápidos, eles não podiam abusar ainda mais da sorte, sabendo disso, o líder do esquadrão ordenou que todos descessem e o seguissem.

O objetivo agora era achar os esgotos e acessá-la.

Todos descem de cima do muro um de cada vez, para não causar ainda mais problemas pro lado dos Elfos. Assim que atingem o chão, o líder do esquadrão notou que todos alí pareciam exaustos, incluindo até mesmo Maidel que estava ofegante, então ele ordenou para que todos fizessem uma pequena pausa de 1 hora para que assim dê tempo para que todos se alimentem e descansem, para se fortalecerem e não desmaiar no meio da viagem.

Todos carregavam consigo uma bolsa de couro imbuída em magia de proteção Élfica. Dentro havia algo, com um aroma delicioso, um alimento típico da cultura tradicional élfica, "Lembas". É como um bolo para longas viagens, embalado em folhas de árvores que crescem ao redor de Yggdrasill. Maidel se lembrou que foi seu próprio meio-irmão que tinha feito esse bolo especialmente para ela comer durante a viagem, que ela vinha conservando até esse momento para comemorar a vitória de ter chegado até alí. Ela pegou o bolo e subiu uma alta montanha não muito distante dalí, para poder comer a "Lemba" sobre a luz da lua.

Já em cima da montanha, Maidel pôde contemplar de longe toda a beleza do mundo humano. Haviam vários edifícios e alguns arranha-céus, várias luzes de diversas cores iluminando tudo onde o olho poderia alcançar.

[Maidel: Ah… <Seria muito mais fácil se sentássemos na mesma mesa para conversar> mas parece ser impossível, aparentemente.]

Maidel voltou a encarar com um olhar de fome a "Lemba" em sua mão, foi quando ela ia dar a primeira mordida no bolo que o céu iluminou naquela noite estrelada.

"Doooooom!!!"

Como um raio indo de baixo para cima cortando as nuvens no céu.

Por um breve momento Maidel sentiu como se tivesse sido adormecida, como se estivesse hipnotizada, pois ela não tinha mais controle do próprio corpo, tudo o que sentia era um forte desejo de querer seguir a luz, mesmo que no fundo aquele desejo não fosse real. Porém, rapidamente ela retomou a posse do próprio corpo e ficou sem saber o que tinha acontecido com ela, não sabia o do porque de ter entrado em transe, só que ainda consciente.

Preocupada, Maidel começou a correr em direção onde estava o acampamento do seu grupo, porém, ela ainda estava confusa e não se lembrava do caminho de volta, então começou a vagar pela floresta até se deparar com outro penhasco, a mesma quase escorrega e cai. Mas, pra sua sorte(ou azar), do alto daquele penhasco ela tinha uma visão exata de onde se encontrava o acampamento visto de cima.

Maidel carregava nas costas uma mochila, e dela, ela tirou um binóculos portátil que ela ganhou de presente do seu pai quando ela fez 50 anos. Ela apontou para a direção do acampamento e olhou, só que nada viu, seus companheiros já não estavam mais lá, haviam sumido. Ela ficou ainda mais preocupada só de pensar na possibilidade de que eles haviam a abandonado. Apesar de serem tudo do mesmo povo, Maidel ainda era bastante desconfiada, mesmo com quem compartilhava seu próprio laço de sangue.

Vasculhando de longe os lugares com seu binóculos, ela enfim avista alguém, uma garota humana, usando um um sobretudo azul com um cachecol preto no pescoço, com um longo cabelo loiro claro, e com uma espada em mãos banhada em sangue que escorria até a ponta. A garota estava imóvel enquanto olhava para o chão, com suas vestes sujas de sangue, no entanto, aquele sangue não era dela, mas sim dos corpos dos companheiros de Maidel, todos estavam em volta daquela garota, todos mortos, alguns desmembrados, outros desfigurados. Ver aquela cena despertou um ódio tremendo de Maidel por aquela garota, tudo o que ela queria naquele momento era fazer aquela garota pagar por tudo, ser estraçalhada, ser feita em mil pedaços pelas suas próprias mãos. Entretanto, Maidel estava ciente de que se aquela garota derrotou todos aqueles elfos, soldados da elite dos Dorinshyl, então ela, aquela garota, poderia facilmente derrotar facilmente a pobre Maidel.

Maidel: <Se nem os melhores entre os melhores foram capazes, que chance eu teria?> -

Foi o que ela concluiu ao analisar toda a situação - ela se deitou na grama e tampou a boca para não vomitar, e, para se distrair, ela começou a bolar um plano para derrotar aquela assassina.

Maidel: Ela pode até estar machucada, só que eu não consigo ter certeza disso estando tão longe... Ah...

Ela se levantou e começou a seguir o caminho oposto ao da garota que assassinou os seus homens.

Maidel: Ela é perigosa... E habilidosa o bastante para dizimar um esquadrão de soldados de Elite do reino, tendo acabado de matar a sangue frio todos eles, e ainda assim, no fim, permanecer de pé, viva. Não só é habilidosa, ela é uma sobrevivente. Por isso, eu preciso pensar com calma.

Ela então pegou seu arco acoplado em sua mochila e o encarou.

Maidel: Sim... É isso que eu vou fazer.

Ela havia acabado de planejar todos os mínimos detalhes do seu plano de vingança.

E plano era: Para evitar que ela bote sua vida em risco e para evitar um futuro combate corpo a corpo, Maidel precisava de uma nova arma, uma capaz de dizimar exércitos para exterminar aquela assassina sem chance de reação. - Com esse novo objetivo em mente, ela mordeu com força seus lábios e continuou sua jornada em busca de outras famílias Élficas para que a ajudassem nessa batalha.

Ela então decidiu sozinha que seria melhor para ela continuar seguindo em frente, adentro daquela cidade-fortaleza para encontrar os esgotos.

Já dentro de um enorme complexo de casas e tendas de comida, ela se espantava cada vez mais com o mundo humano dentro dos muros. Uma civilização relativamente organizada, mesmo cercada de caos e guerras constantes. Para evitar transtorno e confusão por conta de sua aparência Élfica, ela cobriu sua orelha com seu capuz, já que o seu cabelo prateado é considerado algo diferente para toda a comunidade humana, e poderia causar estranheza.

Passando por uma rua cercada por tendas e mais tendas com frutas e carnes a venda, foi então que algo tomou a sua atenção, uma espécie de carne a brasa, tanto o cheiro quanto o a aparência pareciam ser bastante deliciosas, ela não conseguia parar de encarar a carne com um olhar genuíno de desejo para devorar aquilo. A mulher responsável pelas carnes notou Maidel e aquele olhar apaixonado pela comida tocou o coração dela, ela se aproximou e deu um espeto de carne para ela.

[Dona da tenda: Shhh! Bom aproveito.]

Apesar de estar com um forte desejo de comer aquele espetinho, ela não se atreveria nem em mil anos a roubar aquela comida que, claramente serviria para alimentar pessoas com mais fome do que ela.

[Maidel: O-obrigada! E... Err... Obrigada pela refeição!]

Ela arrancou no dente um pedaço de carne no espeto e engoliu direto. A primeiro momento a mesma não sentiu nada, foi quando uma onda de choque se espalhou pelo seu corpo e ela pode sentir o verdadeiro gosto da comida humana.

[Maidel: Gyaaaaaaaah!!]

Ela não conseguia expressar em palavras o que estava sentindo, só que o gosto era tão bom que chegava a ser penetrante, cativando rapidamente o seu coração.

Já tendo engolido o primeiro pedaço, ela não perdeu tempo e botou logo tudo de uma vez pra dentro, menos o espeto.

Maidel: Fuh... …Ah!

Ela se aproximou da moça dona da tenda e segurou firmemente suas mãos enquanto a olhava nós olhos.

Maidel: Muito, muito obrigada mesmo! A senhora é um anjo vindo dos céus! Obrigada, obrigada!

Um bom tempo se passou, e ela enfim encontrou a entrada para os esgotos. A mesma traçou os caminhos conforme eram ensinados em seu mapa, até encontrar a saída daquele lugar escuro e fedorento. Já no fim do esgoto, ela encontra um rio poluído, o qual os degetos humanos eram despejados sem pensar nas consequências futuras. Ela seguiu adiante. Depois de um dia inteiro seguindo um caminho reto, enfim ela achou uma vila que emanava uma aura mágica, uma vila Élfica, a vila da família Agrivar. A família Dorinshyl nunca chegou trocar idéias com essa vila, mas eles estavam cientes de sua existência, e eram exatamente eles quem Maidel e seu grupo estavam procurando.

Assim que Maidel botou os pés naquele território, todos os habitantes daquela vila encararam Maidel com uma expressão de medo, surpresa e apreensão. Eles olhavam e apontavam para ela, e cochichavam algo uns para os outros, como se nunca tivessem visto um desconhecido passar por aquele portão à muitos anos.

Eis que o chefe da vila surge de dentro de uma casa, a mais chamativa de todas ao seu redor. Ele andou calmamente e confiante em direção a Maidel, diferente dos outros habitantes que estavam todos desconfiados de que ela poderia ser uma terrorista ou um Caçador. Quando o chefe da vila chegou relativamente perto dela, ela então tirou seu capuz, revelando ser uma elfa, e pelos cabelos prateados e pele meio escura, ele rapidamente deduziu que se tratava de uma elfa da família Dorinshyl.

Maidel foi de joelhos ao chão e contou tudo. Tudo o que aconteceu em sua vida, desde a ruptura e a guerra dentro da família até o massacre que q garota dos cabelos loiros fez ser possível com seus familiares.

O chefe da vila, que estava acompanhado por dois dois homens enormes fazendo a sua guarda, disse que se emocionou com a sua história, e que queria ajudar, desde que ela os ajudasse com recursos para sobrevivência dele e de seu povo, que estavam sofrendo pela seca do rio mais próximo. Ele também disse que, apesar de serem humildes, eles tinham uma arma poderosa o bastante para destruir exércitos com um único ataque dependendo do usuário.

[Chefe da vila: Essa arma também já serviu para conquistarmos o nosso território de outras criaturas mágicas do tipo migratórias. Porém, ninguém encosta nela já faz muitos anos.]

[Maidel: Isso vai me ajudar bastante. Prometo proporcionar a vocês, da vila Ulondarr, o melhor tratamento possível no meu reino.]

Ele a guiou até onde estava guardada a tal arma obliteradora de exércitos, e o lugar onde a arma estava era numa espécie de igreja em ruínas, suas paredes estavam podres e rachando aos poucos com o passar dos anos, caindo aos pedaços, coberta por musgo e invadida pela mãe-natureza. Bem mais ao fundo do lugar existia uma espécie de monumento, um símbolo religioso antigo, como um homem, humano, pregado numa cruz, usando uma coroa.

[Maidel: Para que deus servia para adorar neste lugar, senhor chefe-da-vila?]

[Chefe da vila: Hum... De acordo com alguns livros que estavam escondidos nesse lugar e nas casas aos arredores, servia para adorar a um deus que supostamente criou o universo dos humanos. A propósito, o tal deus, é aquele naquela cruz.]

Ele aponta para a cruz que Maidel já havia visto e fica um pouco surpresa.

[Maidel: Eh—? Criador de um universo? Um homem magro e fraco, como ele poderia criar um universo inteiro?]

[Chefe da vila: Eu não sei lhe informar, pois não li por inteiro o livro que esse deus é citado, tudo o que leio são as escrituras antigas do meu povo. Se você quiser, eu posso te dar um livro desse deus.]

[Maidel: Acho que vou aceitar…]

Ela pegou e guardou o livro no bolso.

Mas adiante, ao fundo da igreja, existia uma espécie de palco, e acima desse "palco", tinha uma mesa, e acima dessa mesa estava aquela arma que Maidel procurava.

[Chefe da vila: "O arco do deus da caça, Uller"]

Esse era o nome do arco.

[Maidel: Uller... …]

Ela disse isso um pouco avoada enquanto se aproximava lentamente do altar que estava a arma. Mesmo de longe Maidel conseguia sentir a Aura poderosa que aquela arma emanava, era uma magia extrema e colossal, diferente de tudo que ela viu até hoje, tanto no mundo humano, quanto no mundo mágico.

A cada passo que ela dava em direção ao arco, mais a onda de poder que transbordava do arco aumentava - eram tantas emoções ao mesmo tempo que ela sentiu: Emoção, medo e apreensão. Maidel já havia botando na cabeça de que seria com aquela arma que ela iria matar o demônio que assassinou todo o seu grupo.

Ela teria que fazer isso, para que mais nenhum elfo precisasse morrer em vão, entretanto, Maidel estava errada. Um elfo teria que morrer naquele dia.

Foi então que vários elfos armados com arcos e flechas surgem de várias direções da igreja, todos apontando para Maidel. Ela olhou para trás e percebeu o Chefe-da-vila olhando para ela com um olhar triste.

[Maidel: O que isso significa…?]

Ele suspirou então olhou nos olhos dela, sem nem hesitar.

[Chefe da vila: É realmente uma pena que isso esteja acontecendo, Princesa— Ah, ou melhor dizendo: Rainha.

[Maidel: Eu ordeno que abaixem as armas...!]

[Chefe da vila: Eu não posso permitir que você viva, majestade. Eu realmente sinto muito, mas seu curto reinado acaba aqui.]

[Maidel: Acalme-se... Podemos resolver isso civilizadamente, como adultos!]

[Chefe da vila: Não. Infelizmente, não há como resolver isso com apenas conversa. À alguns meses atrás, o rei elfo Negro, Variel Tassarion, invadiu a nossa vila com um exército imbatível, matando dezenas e dezenas do nosso povo sem piedade. Foi então que ele deu a ordem que parassem de matar, e caminhou até mim. Ele disse que mataria mais se quisesse, a menos se nós levasse a cabeça do pai da família Dorinshyl nas mãos dele.]

[Maidel: Olha, eu já expliquei isso, o pai da família Dorinshyl está morto e—]

[Chefe da vila: Ele também deixou claro que queria morto o líder da família, e, como principal sucessora do cargo chefe da família, para destabilizar a vida do seu povo. Poderíamos até fazer uma procura pelo corpo do seu querido papai e só, porém, quem diria que justo o chefe dos Dorinshyl bateria na nossa porta, não é? Qual era a probabilidade disso acontecer justo agora? Você entregou a sua cabeça de bandeja pra gente, senhorita Maidel.]

Ele estava com um olhar frio e determinado, porém, algo lá no fundo dizia para Maidel que aquele senhor sofria em ter que fazer isso, mantendo uma postura de chefe para manter as aparências e o conforto psicológico do resto de todos os habitantes da vila.

[Maidel: Por favor, me escute... Eu sei que você não teria coragem para sujar suas mãos assim. Eu sei que você não venderia sua alma para algo tão sujo... Então, por favor, peça para seus homens abaixarem os arcos.]

Ele se afastou um pouco e olhou para ela com um olhar de relance.

[Chefe da vila: Prometo que sua morte será indolor, rainha Maidel. As flechas são abençoadas com magia de fogo de 4º grau, elas, as flechas, iram penetrar o seu corpo e a queimaram de dentro para fora, até que seu corpo vire cinzas.]

Maidel rangeu os dentes, e pensou em todas as possibilidades de escapatória possíveis, e ela só vi-a uma única saída dessa enrascada que ela havia se metido. Uma alternativa que ela vinha evitando todo esse tempo.

[Maidel: Filho da puta...!] <Não acredito que terei que fazer isso...>

À muito tempo atrás, o pai de Maidel lhe enviou uma carta, junto a carta, um livro. Nesse livro contava tudo sobre a árvore genealógica da sua família, toda a família, e em meio as instruções, existia uma página que falava especialmente sobre um poder oculto que somente a família principal poderia obter, um poder colossal de poderoso que, dependendo do usuário, poderia trazer a vitória numa guerra, ou pelo menos deixar numa vantagem avassaladora perante o inimigo, e essa habilidade era de:「O contrato demoníaco」

O "contrato demoníaco" nada mais é do que um contrato de troca com um demônio especial, Vassago é o nome, esse demônio, apesar de ser considerado bondoso, ainda segue regras demoníacos da lei da troca, ou seja, ele vai querer algo importante para mim para que o contrato seja assinado. A maioria dos demônios (isso se existir mais que ele), fazem contratos envolvendo as almas de seus contratante, o matando assim que o trabalho for feito, entretanto, Vassago, como dito antes, é consideravelmente bondoso, e não mal por natureza, então ele alivia no peso do contrato. A consequência da assinatura do contrato é a perda completa da visão de um dos olhos, fazendo o contratante ficar completamente cego de um dos olhos.

Outro detalhe que vale ressaltar: A natureza dos poderes desse demônio mexe com a possibilidade de falar o que aconteceu e o que estar por vir. Ele também, supostamente, consegue ter a presciência do futuro, de coisas ocultas, e eventos ignotos do passado, sendo assim, considerado um demônio temporal. Um dos melhores, se não o melhor a mexer com esse tipo de poder.

[Maidel: Contrato Demoníaco - Vassago]

Seus olhos olhos começaram a brilhar—

Foi então que, de um instante para o outro, Maidel, ou pelo menos a consciência dela, foi transplantada em um outro universo, o chamado "Vazio de Vassago".

"—?"

[???: Ara, ara! Parece que o rei finalmente morreu. Que tristeza, estou realmente aos prantos. E pelo que parece, botaram a filha mestiça dele no trono. Isso tá ficando cada vez mais interessante!~]

Um homem vestido de negro, em meio um vasto e infinito espaço branco. Estatura corporal magra e os cabelos pretos, e os olhos rubi. Era ele na frente de Maidel, o bondoso Vassago.

[Vassago: Seja bem vinda ao Vazio, vossa majestade. Líder dos Dorinshyls. Sinta-se em casa. Heheheh...]

[Maidel: Bom dia, Vassago.]

Apesar de ser a primeira vez que vê Vassago bem na sua frente, ela manteve a compostura, pois, diz a lenda que, se você retribuir a bondade dele a altura do que ele espera, e que não tenha medo de sua aparência, ele atenderá qualquer pedido que esteja ao alcance dele.

[Vassago: Oaw! Então é dia lá fora? Eu não sabia...]

[Maidel: Tudo é bastante escuro... Chega a ser triste.]

[Vassago: Compreendo perfeitamente, por isso fui expulso para o Vazio, eu já não suportava mais viver confinado "naquele lugar".]

Vassago notou que Maidel estava um pouco sem jeito por estar conversando com ele pela primeira vez, então ele novamente tomou a dianteira.

[Vassago: Por favor, sente-se no chão. Aqui no Vazio não temos cadeiras, nem queira imaginar como estão doloridas as minhas costas.]

[Maidel: Ah— eh... É que eu não planejo ficar aqui por muito tempo, só queria poder fazer logo O contrato. É que, sabe—]

Ele a interrompe.

[Vassago: Sim, sim, sim! Eu já entendi. Eu também já sei o que se passa no mundo exterior, só que, sabe, já faz centenas de anos que não recebo visitas, achei que pudesse conversar mais um pouco.]

[Maidel: Hum... Mas não existe uma maneira que me faça voltar aqui sem que eu perca um olho, e como já vou estar abrindo mão de um, voltar aqui de novo vai me deixar completamente cega.]

[Vassago: Você sabe mesmo quando permear com palavras rápidas, rainha. Muito bem, que tal assim, faremos um segundo contrato. Porém, ao invés de você me dar a sua visão, você me dará o seu tempo, e usará esse tempo para conversar comigo. O que acha?]

[Maidel: Hum...]

"—?"

De volta ao mundo real, uma escritura mágica aparece de baixo de Maidel, porém, com desenhos estranhos, algo que mais lembrava um relógio, que girava ao contrário. Esse campo mágico transmitiu por alguns segundos uma forte ventania, que fazia os de mais por perto sentirem calafrios, mas esse sentimento durou pouco, pois, antes que eles pudessem notar, o tempo foi completamente congelado, ou melhor dizendo, desacelerado. O tempo ficou devagar, extremamente devagar, permitindo que o usuário pudesse ter o tempo que for para pensar em algo para vencer.

Essa magia é tão poderosa que não só afetava as pessoas por perto, mas todos os tipos de espécies vivas eram afetadas por essa magia num raio de 100 metros.

A habilidade poderia ser ativada tanto por pensamento, quanto por fala.

[Maidel: Relógio das sombras - o ponteiro!]

Quando o Chefe da vila e os seus homens se deram conta, rapidamente a marca mágica no chão sumiu, e no lugar, surgiu uma enorme parede de fumaça, cobrindo tudo, impedindo que ele visse se Maidel ainda estivesse alí.

[Chefe da vila: Fiquem atentos, e não deixem que— argh!]

Subitamente ele sentiu algo perfurar o seu pescoço, porém, não ao ponto de mata-lo. Esse algo pontudo na verdade era uma faca empunhada por uma pessoa que surgiu pelas suas costas sem que eles notasse, e essa pessoa era:

[Maidel: Você definitivamente não deve estar nada feliz em me ver, estou certa?]

[Chefe da vila: Heh?!!… Ugh, como você—]

Maidel pressionou um pouco mais fundo a faca sobre o pescoço dele, fazendo começar a escorrer sangue da ferida que ela havia acabado de abrir.

[Maidel: Eu acho que... Esqueci de contar como os membros da família inferior conseguiram vencer a família superior, que por natureza é abençoada pelos deuses. Basicamente: Nós não fomos para a guerra despreparados.]

Por alguns segundos ela ficou em silêncio, e analisando a situação, então ela voltou.

[Maidel: Por anos nós cuidamos de pássaros como animais de estimação, convencemos aos superiores de que os pássaros eram amigos, e de quem mal nenhum poderia acontecer com eles. Porém, claramente estávamos enganando eles. Os pássaros na verdade eram treinados para ter um trabalho especial na guerra, carregar e transportar uma bomba nas suas patas, pra jogar no inimigo para explodí-lo, ou pelo menos deixar o mesmo completamente inválido. Essas bombas e os pássaros foram os responsáveis pela morte de quase metade de todos os membros da família real principal. Depois de usar as bombas e destruir a metade daquele exército, eles tentaram recuar, mas já era tarde de mais, pois já havíamos declarado o contra-ataque.]

Ela instantaneamente mudou de expressão para algo realmente frio.

[Maidel: Podemos até não ser a família mais forte dentre os elfos, poderíamos até ser a pior de todas, mas nada vai tomar as nossas conquistas e do nosso poder de ataque. Pode nos chamar do que quiser, mas é assim que a guerra é, não existe "O justo".]

[Chefe da vila: Mas que porra você tá—]

Ela calou a boca dele usando a própria mão dela.

Maidel: E, antes que eu entrasse na sua vila, eu usei uma magia de invocação para invocar centenas de pássaros. Vocês não chegaram a vê-los pois os fiz subirem acima das nuvens para poderem jogar as bombas, e o lugar selecionado por mim para que as bombas acertem foi essa igreja. Não só isso, como eu também carreguei algumas bombas comigo e secretamente sem que vocês percebessem eu espalhei por cantos aleatórios da vila. Se eu quiser, eu poderia até mesmo acioná-las usando somente a minha mente. Você finalmente entendeu que o jogo virou, não é mesmo?

Chefe da vila: V-você está blefando!! E-ei, vocês aí!! Atirem agora, mesmo que isso me mate!!!

Sua voz estava trêmula e falha, mas foi o suficiente para chamar a atenção de seus soldados.

Maidel: Ah... Resposta errada.

Maidel então deu um chute na costela do chefe da vila e se jogou para trás, com um salto mortal ao contrário. Quando ela pegou um apoio no chão, ela enfim acionou as bombas na igreja entrelaçando suas mãos e encarando o lugar. Por uma fração de segundos ela pôde ver a expressão de desespero do chefe da vila enquanto vi-a toda a sua vida passar diante dos seus olhos.

"Ka-boooom!!!"

Ela ouviu gritos de dor e desespero, choros e etc. Porém, isso parou (ou quase) quando a igreja já havia explodido por inteira. Vários pedaços da igreja voaram e se espalharam por vários pontos da vila, quebrando casas e cabanas, e entre outros estabelecimentos. Quem estava por perto da igreja, infelizmente, morreu ou ficou gravemente ferido, e mesmo quem estava longe foi afetado, mas a maioria dos cidadãos tiveram ferimentos leves. A explosão não acabou afetando seriamente a Maidel, por mais que ela estivesse por perto, ela antes de tudo ativou uma aura mágica de defesa básica para absorver os danos, mesmo ela tendo sido arremessada para longe, ela sobreviveu.

[Maidel: Ai, ai, ai... Mas que droga, minhas costas doem!!~]

Ela se levanta e percebe estar em cima de um telhado de uma cabana do vilarejo, dando a entender que ela foi sim arremessada até lá e que o escudo mágico de defesa absorveu todo o dano da queda. Assim que ela levantou, a mesma se viu diante de várias pessoas com medo. Alguns choravam pois perderam parentes queridos com ocorrido, outros sentiam raiva. Tudo por ter visto o que Maidel havia acabado de fazer, a fazendo parecer a vilã da história.

Ela então guardou suas armas e botou-se de pé diante daquelas pessoas assustadas, e disse:

[Maidel: A partir de hoje, todos vocês viveram sobre a proteção do meu reino, sob os cuidados da família Dorinshyl. Daremos para cada família que aqui se encontra um lar para viver confortável. Porém, em troca, clamamos pela sua cooperação nessa batalha injusta contra a família Tassarion e a falta de comida no meu reino. É assim que ira funcionar, uma mão lava a outra.]

Por um momento todos permaneceram em silêncio.

[???: E nós temos escolha?] - disse um cidadão aleatório no meio da multidão.

[Maidel: É claro que tem. Vocês podem escolher ficar e serem mortos por Variel e seu exército ou morrerem de causas naturais, por falta de água potável.]

Eles estavam com medo, e, apesar de estarem bastante reciosos sobre o que os esperava caso aceitassem o acordo com Maidel, eles aceitaram, pois perceberam que não tinham outra escolha e que essa era a única chance de vitória contra a família Tassarion, a qual elas haviam sofrendo nas mãos deles à séculos, bem antes deles virem pra terra. A partir daquele dia em diante a família Dorinshyl e a família Agrivar trabalhariam juntas em comunhão.

Após ter feito um acordo provisório, eles a levaram até uma cabana e a entregaram um antigo artefato, ou melhor, uma ferramenta mágica de viagem tridimensional. A ferramenta era capaz de teleportar tudo o que era imaginável, porém, eles nunca chegaram a usá-la porque eles não eram compatíveis, apenas elfos das famílias reais poderiam usar, ou seja, Maidel era compatível.

Segundo eles mesmos, tal objeto foi furtado de uma coleção de um sacerdote do rei elfo Variel Tassarion, à muito tempo atrás.

Maidel pegou o objeto e imediatamente soube o que tinha que fazer, pois, de alguma forma, o objeto lhe dava as informações diretamente no seu cérebro. Feito isso, Maidel põe em prática o poder do objeto e teleporta todos alí para o reino da família Dorinshyl, em Hardolith. Chegando lá, todos são recepcionados por uma outra multidão de pessoas que aguardavam ansiosamente pela volta da rainha. Ela, Maidel, explicou tudo o que havia acontecido até então, do começo ao fim, do massacre até o acordo de paz.

[Maidel: Irmão!] - ela correu pro abraço de seu meio-irmão e ele retribui o abraço.

Ela olhou pra ele disse as seguintes palavras:

[Maidel: Eu... Preciso que você faça uma última coisa pra mim.]

Ele aceitou antes mesmo que ela pudesse explicar sobre o que se tratava.

[Maidel: Maninho, você tem... Não, você precisa cuidar do reino na minha ausência, só mais uma vez.]

[Maaenel: M-mas, irmã— ah, mas, porque?! Você já não conseguiu o que queria? Os Agrivar são excelentes manipuladores de magia de comida, nem precisamos mais caçar. Isso já não basta?]

[Maidel: Não. E não é disso que se trata. Pode ser por algo pessoal meu, mas também é pela honra dos meus companheiros que foram brutalmente mortos por um demônio! Eu preciso libertar suas almas para que possam viver felizes em Alfhéim, e pra isso, eu preciso matar aquele demônio dos cabelos loiros!]

Ele começou a se sentir mal por tentar impedir Maidel de continuar seu plano de justiça (ou vingança…) e a deixou partir.

[Maidel: Eu volto logo...]

2 dias se passaram desde então.

Para evitar fazer todo aquele percurso até a cidade-fortaleza dos humanos, onde o demônio loiro supostamente ainda se localizava, Maidel usou sua ferramenta de viagem tridimensional para se locomover do seu reino até a cidade-fortaleza. Durante esses 2 dias Maidel investigou incansavelmente a localização exata da assassina de seus companheiros, porém, ela precisava ser cautelosa, para não levantar suspeitas, pois em todo lugar que ela ia, havia pelo menos um ou dois humanos.

Depois de tanto tempo procurando, ela já havia perdido a esperança. Foi quando ela tinha ido comer num pequeno restaurante que ela ouviu uma conversa entre dois médicos e eles estavam falando sobre uma paciente que ajudou na batalha contra um monstro que invadiu a cidade e um grupo de elfos. Imediatamente ela soube de quem se tratava.

[Maidel: Ah— e-ei! Por favor, vocês poderiam me dar mais informações sobre essa pessoa?]

[Médico: Hum...?]

Para evitar suspeitas maiores, ela deu a desculpa de que ela se sentia grata a aquela garota por ter salvo a vida dela, e que ela queria agradecer pessoalmente. Então, sem saber que ela era uma elfa infiltrada, eles deram a localização exata de onde ela se encontrava internada ou em repouso.

E ela foi até lá, mas não chegou a entrar no quarto dela, tudo o que ela fez foi ficar escutando a conversa do demônio e uma outra mulher de cabelo preto com mechas roxas. E elas comentavam bastante sobre uma viagem de trem em 2 dias, então, Maidel para evitar novamente congestionamento e tumulto, ocasionando num provável ataque suicida, ela optou por uma outra invertida, uma mais cautelosa e segura.

Então ela saiu a procura do trem, e saiu perguntando para pessoas bem "específicas" o que era um trem. Eles riam da cara de Maidel pela falta de informação dela, continuavam rindo e iam embora sem dizer mais nada. Só que, um certo humano com uma aparência envelhecida lhe disse tudo o que sabia o que era um trem e lhe guiou até onde o "trem" estava. O trem para ela era mais um amontoado de metal com rodas com um interior "oco". Para ela, segundo o homem que a guiou até alí, o trem é um meio de transporte, usado para levar e trazer humanos de um lado do país para o outro a longo prazo.

Maidel se sentia bastante agradecia pelas informações que havia acabado de conseguir, ela olhou para o velhinho que lhe a jurou, apertou sua mão e disse:

[Maidel: Muito, muito obrigada!! O senhor é um homem muito sábio, o mais sábio em toda essa cidade! Julgando pelo quão sabido que o senhor é, deve ter vivido bastante aventuras memoráveis nesses seus... Erm… O senhor tem mais de mil anos, não é? Se não, é 2 mil.]

Apesar de ter conversado bastante com vários humanos que não conseguiam ver sua aparência e suas vestes porque ela usava um enorme ponche Verde escuro com capuz, ela ainda era bastante desinformada em relação aos humanos, sobre como eles funcionavam, e do quão diferentes os elfos eram de um humano normal.

[Velhinho: Huh? Eu... Eu tenho um cachorro, o nome dele é Bruno...]

[Maidel: Bruno?]

"Pic..."

Ela sentiu um pingo de chuva cair em sua cabeça e escorrer sobre o seu rosto. O velhinho olhou para a mão dele e a estendeu para Maidel, na mão dele tinha um guarda-chuva e ele estava dando a ela.

[Velhinho: Eu tenho esse guarda-chuva. Pegue, antes que você se molhe ainda mais.]

[Maidel: Hã...?]

Por um momento Maidel não entendeu porque ele fez aquilo, entregar seu guarda-chuva a ela, mas logo ela deu uma breve risada e abraçou o velhinho como agradecimento.

Depois disso, Maidel se despediu, saiu escondida da cidade e seguiu o caminho dos trilhos que seguia a floresta. Ela demorou apenas algumas horas para planejar a sua emboscada mortal. Ela então esperou sentada, porém, atenta, durante dois dias aguardando a passagem do trem daquele demônio.

Era de manhã bem cedo, quando ela ouviu ao longe o som de uma máquina se aproximando e os trilhos tremendo. Ela pegou o seu arco e flecha, sente novamente o peso do arco em suas mãos e a magia fluir pelo seu corpo. Ela andou em direção aos trilhos, assim que ela vê o trem, ela apontou e mirou para onde o trem estava vindo.

[Maidel: <ok, admito… Estou nervosa. Isso vai decidir a minha vitória!]

Ela não sabia o quanto de poder o arco e flecha novos poderiam passar contra o trem, sem contar que ela só tinha uma única flecha daquele tipo em mãos.

O trem enfim aparece longe no horizonte em alta velocidade, ela atirou em direção ao trem, então, uma enorme onda de poder mágico destrutivo cobriu completamente o trem, sugando toda a vida dentro e queimando tudo e depois desaparece, deixando apenas a carcaça do trem vindo em sua direção com uma velocidade reduzida.

O que também acompanhava o trem eram as cinzas das pessoas que Maidel matou.

Maidel não estava totalmente ciente do que havia acabado de fazer, de quantas pessoas ela matou, de quantos inocentes morreram por puro ódio dela, mas ela sabia que era o necessário para matar o demônio.

Só que—

[Maidel: Droga... Ainda não acabou.]

Ela sentia uma forte presença ainda viva em meio as cinzas, fumaças e destroços do ataque. E aquela presença era algo fora do comum, algo forte, uma presença assassina.

Continua…