webnovel

Caçadores Da Lua

"Eu entendo que ainda não tenho experiência. Eu sou apenas um companheiro de equipe incapaz que não conseguiu ir até o fim com meus camaradas. No entanto, a lealdade que foi gravada no meu coração, pelo menos isso eu posso garantir que é genuíno. É a minha verdade depois de tudo..." Em um futuro alternativo do seu: "21/12/2012" a data de um evento que abalou todo o planeta terra. Nesse dia, criaturas mitológicas, que até então só existiam em livros e filmes fictícios desceram de portais mágicos nos céus do nosso 'pacifico' planeta. Contra essas criaturas, várias guerras foram travadas, depois de 10 longos anos, bilhões de humanos foram mortos no processo, restando uma população de um pouco menos de 50 mil vivos. 50 anos se passaram desde aquele evento que hoje chamamos de "A invasão". Nesses anos todos muitos países caíram com as inúmeras guerras, um dos poucos que não se renderam foi o japão, onde vive a nossa protagonista com sangue europeu, ela sonha em fazer parte da maior força existente entre os humanos, "os caçadores da lua", eles são os únicos que podem salvar nosso lar. Seu maior sonho é trazer o fim da guerra dos humanos contra os monstros, para que as crianças possam viver num mundo em que sangue não precise ser derramado para que as coisas sejam resolvidas.

Donoghan · Fantasy
Not enough ratings
25 Chs

#22 - O trem do meio-dia

Duas semanas se passaram desde os últimos eventos. Sanae e Rika estão na cama de hospital desde então, inconscientes desde aquele dia. Segundo especialistas, estudos revelavam que, em meio a batalha, Sanae ativou sem querer o seu "Moon Light" e ajudou bastante na batalha contra leviathan, mas, como dito anteriotmente, ela ativou "sem querer", por apenas aquele momento, exclusivamente aquele momento ela o ativou. Esse poder exige do usuário um bom preparo físico e mental, e com certeza Sanae não estava preparada para usar todo esse poder, o "Moon Light" exigiu muito dela e a deixou exausta ao ponto de ficar inconsciente por duas semanas e ainda não ter acordado. Já Rika estava em um estado ainda pior; ela excedeu seus limites, mesmo depois de ter caído, ela ainda resistia com todas as suas forças, impedindo que seu corpo fosse esmagado pelo peso do Leviathan, desde então, ela está inconsciente e muito ferida, com alguns ossos danificados, mas nada pra se preocupar.

Dizem que usuários certos de magia dariam um jeito nelas sem precisar de muito, e Eleanor fez questão de pagar por todos o tratamento da melhora de Rika, sem pedir nada em troca.

Já Emília havia sido atingida no ombro e quebrado todas as barreiras da exaustão, elevando o seu corpo a outro patamar, porém, isso lhe custou a perda de voz temporariamente, a coitada literalmente não conseguia falar, nem mesmo empunhar direito sua espada. Mas, depois de um breve tratamento utilizando principalmente elixires e magia de cura, ela em poucas horas já havia se recuperado quase que 100%.

Emília fazia questão de se manter firme, pois ela acreditava que estaria aceitando ser fraca, que seus ferimentos nem se comparavam com os de suas companheiras.

A mesma havia passado o seu cotidiano de duas semanas seguidas ao lado da maca delas, suas parceiras de equipe, na esperança de que elas acordassem enquanto ela estivesse presente, mas nada ocorreu e as mesmas não acordaram. Até que chegou o dia em que Eleanor bateu na porta do quarto de hospital onde Emília estava a vários dias se recusando a sair, o quarto de suas companheiras, Eleanor chegou no quarto sugerindo que seria melhor para as quatro que completassem o quanto antes a missão de escolta, como Emília já podia se mover, então ela não tinha desculpas para não cumprir a sua missão que lhe foi designada, porém, para ela foi bem difícil aceitar que deveria deixar suas companheiras sozinhas. Como dito, inicialmente ela negou bastante, até a última gota de suor, afinal, ela queria muito estar ao lado de Sanae e Rika quando elas acordassem, mas os médicos lhe garantiram que não permitiriam que soldados como elas duas ficassem debilitadas, e que com o poder de luta delas, um grande futuro pintado com os seus nomes era o esperado, por isso eles juraram para Emília que eles iriam fazer de tudo, utilizar até o último recurso médicos, até a última gota de magia para deixá-las em perfeito estado, mas, pra isso acontecer, Emília teria que partir e fazer o que tinha que ser feito, cumprir a sua missão.

Então, depois de tudo isso, Emília confiou suas companheiras aos médicos, e as deixou sob os seus cuidados, e foi até a estação de trem, onde Eleanor a esperava.

[Eleanor: Ei, você tá bem?]

[Emília: Huh? Ah, eu acho que tô bem sim… Só que eu não queria deixá-las aqui sozinhas.]

[Eleanor: Vai ficar tudo bem, tenho certeza de que aqueles médicos as deixarão elas nos seus 100% rapidinho. Mas e ai, está certa de que quer vir comigo? Eu posso esperar mais alguns dias, se precisar.]

[Emília: Não, não podemos. Se não formos o quanto antes, a senhorita Ockman vai me matar, então precisamos ir… Agora.]

[Eleanor: Hum…]

Enquanto Eleanor juntava suas malas encostadas ao lado de uma cadeira de madeira em frente a ferrovia do trem que elas teriam que em breve embarcar, Emília ficava constantemente encarando o horizonte da sua retaguarda, olhando a direção onde fica o hospital onde Emília deixou suas amigas. Emília planejava completar o mais rápido possível essa missão e voltar para o norte, para que suas amigas acordassem e ela estivesse ao lado delas quando elas acordarem, ela não queria que suas companheiras acordassem e vissem que ninguém as esperava no mundo real.

Emília só sabia pensar no quão triste seria se ela não estivesse lá com elas.

[Emília: Estou pronta. Vamos?]

[Eleanor: Certo.]

Assim que a locomotiva parou na estação, Emilia notou varias pessoas aparecerem - algumas pessoas calmas e outras felizes, famílias unidas e alegres embarcando no trem, ela até mesmo conseguiu ouvir uma voz, a voz de uma criança animada para entrar no trem. Ao ver que a maioria das pessoas já haviam embarcado no trem e teoricamente escolhido seus assentos, ambas as duas enfim embarcaram no trem. Era uma locomotiva antiga, porém, um tanto preservada para a época atual, manter esse meio de transporte ativo por tantos anos em meio ao estado em que estava o planeta, era uma conquista mundial. Por fora a locomotiva era radiante e bela, preto e vermelho eram as cores de destaque, toda detalhada e perfeita, como se tivesse sido tirada literalmente do século passado e jogada na nossa época. - Eleanor se sentou, e Emília se sentou na cadeira de frente pra Eleanor, com uma mesa na frente das mesmas, as separando.

[Emília: Podemos conversar?]

[Eleanor: É claro. Essa viagem será bem longa e, aposto que você tem muito o que falar, estou certa?]

[Emília: Você não está errada, eu tenho muito o que perguntar, e só você pode me responder.]

[Eleanor: Responderei qualquer coisa, ou o que tiver ao meu alcance, porém, só responderei se você me prometer que você irar me responder uma única pergunta com sinceridade no final disso tudo, certo?]

[Emília: Certo…]

Por um instante Emília permaneceu inquieta, enquanto Eleanor ria sem parar, foi quando um garçom passou por elas e pediu para que as mesmas fizessem um pedido. Eleanor pensou várias vezes no que iria comer, mas no fim ela escolheu um simples hambúrguer, Emília aproveitou e fez o mesmo pedido que Eleanor.

[Eleanor: Ah, muito bem, pode começar com a chuva de perguntas, pequena Emília.]

[Emília: <Você é menor do que eu…> sobre a sua missão, sabe, ela era bastante suspeita…]

[Eleanor: Huh? Ah, a minha missão de infiltração no palácio, você diz? Se aproxima mais, eu te conto em detalhes. Hehe!]

Ela fez um sinal com o dedo indicador insinuando para que Emília se aproximasse um pouco mais do seu rosto.

[Emília:…]

[Eleanor: À alguns meses atrás, uma dupla de Detetive locais foi enviada para investigar o que se passava no interior do palácio dos políticos. Eles foram porque por algum motivo político nós, os caçadores, não temos autorização de nós intrometer em qualquer assunto discutido alí. Porém, isso não vale para os nossos irmãos Detetives que, pro azar dos políticos, tem livre acesso a tudo e uma parceria sigilosa com a organização dos caçadores. Eles eram a nossa carta na manga. - ao se infiltrarem, nossos espiões descobriram sobre a suposta existência de uma criatura que estaria sendo criada biologicamente numa espécie de laboratório secreto no subsolo do palácio. Após confirmar a existência de uma possível monstruosidade viva dentro das muralhas, me foi designada a missão de infiltração…]

Ela fez uma breve pausa.

[Emília: Huh, sensei, você está bem?]

[Eleanor: Hum? Ah, sim… É que, quando analisei todas as possíveis formas de obter a confiança do governo, conclui que para isso eu teria que fazer algo extremo, como destruir a base norte, o meu segundo lar.

[Emilia: Sei… Ei, falando nisso, a Base Norte, o que será dos caçadores sem ela?]

[Eleanore: Está tudo bem, ta tudo bem! Nós já queríamos destruir essa base já havia um tempo. Inclusive, a nossa base provisória é uma base subterrânea, cuja está escondida na floresta. E eu só estava um pouco triste porque não estava psicologicamente preparada para me despedir da minha casa, mas o que foi feito, está feito.]

[Emília: O que?!! Quando você planejava me contar isso?!]

[Eleanore: Ow! Fale mais baixo, estamos num ambiente chique, sei que pode ser um lugar que você não está adequadamente preparada para estar, mas por favor, se comporte.]

[Emília: Eu sei disso, Arff! Mas você ainda não me contou porque não me disse nada sobre o porquê da destruição intencional da base…]

[Eleanor: Ai, ai… Ok! Eu sinto muito. Me desculpe, mas eu não vi-a a necessidade de conversar sobre isso com você em nenhum momento, afinal, na maioria das vezes os caçadores de outras regiões não visitam outras bases, a menos que seja urgente.]

[Emília: Entendo… E quanto a esses Detetives que você citou antes, eles devem ser bem corajosos, não?]

[Eleanor: Bastante. O arsenal de armas deles é de porte baixo, mas em compensação são corajosos e destemidos, verdadeiros patriotas, devotos a entregar de bom grado seus corações pelo bem da nação. Porém, eles possuem um ponto fraco, que é a inaptidão a magia da 『Jóia dos vitoriosos』. Sem ela, eles são alvos fáceis de qualquer inimigo.]

[Emília: É isso! Eu também queria saber sobre isso! Sabe, por que nós Caçadores somos mais fortes do que pessoas normais?]

[Eleanor: Eh… Hum! Em parte é pelo contrato mágico da habilidade dominante do corpo como você fez na época do seu treinamento - em outra, é pelo poder da 『Jóia dos vitoriosos』, ela te da um poder absurdo, aumentado todos os seus atributos de combate, e quanto mais compatível a Jóia for com o portador, mais fortes ambos serão, Jóia e humano, juntos. Separados é uma coisa insignificante, mas juntos… Enfim, é como se fosse o contrato de um casamento, você vai depender dela, e ela vai depender de você.]

[Emília: Você ta dizendo que, por causa dessa tal Jóia, nossas armas estão vivas?]

[Eleanor: Exato— ou pelo menos é nisso em que acredito. Na teoria seria apenas uma espada forjada com um material incomum, mas, a partir do momento em que a arma é fundida com a 『Jóia dos vitoriosos』, a arma passaria a estar viva. ]

[Emília: …Oh! Ei, e o que seria na verdade essa Jóia Mágica que você tem tanto citado? Eu tenho uma?]

[Eleanor: Você é bastante tonga mesmo! A jóia faz da sua arma VIVA! Como eu já havia dito, huh!]

[Emília: Ai, calma… Não precisa ser tão rude.]

[Eleanor: Ah… Paciência. Pois bem, respondendo a sua segunda pergunta: sim, sua arma também possui uma Jóia, e ela esta coberta por faixas no cabo de suas espadas.]

[Emília: Sério???]

Emília rapidamente tirou suas espadas da bainha e as jogos em cima da mesa, então começou a remover as faixas brancas que cobriam o cabo da espada, pra descobrir que sim, lá estava a sua 『Jóia dos vitoriosos』. Ela brilhava com uma cor marcante, vermelho rubi, e emanava uma forte quantidade de poder mágico.

[Emília: Isso é… Magnífico…]

Enquanto Emília admirava a jóia cravada no cabo de sua espada, Eleanor só observava a tamanha ingenuidade de Emília em não saber sobre a Jóia.

[Eleanor: Curiosidade: Você pode morrer tentando, mas jamais sua espada será quebrada, pois o material para fazer nossas armas é o mais resistente do nosso planeta, não existe nada mais resistente do que nossas armas.]

Emília ficou pensativa, com a mão sobre o queixo enquanto olhava pra baixo de maneira confusa.

[Emília: Humm… Oh, Eleanor, você poderia me falar mais sobre o『Moon Light』?]

[Eleanor: É claro! Sobre o que você quer saber em específico?]

Por alguns segundos Emília ficou encarando Eleanor com uma expressão sem graça e um pouco relutante em abrir a boca para dizer uma palavra. Então--

[Emilia: Como faço para liberar meu "Moon Light"?]

Sem medir suas palavras, Eleanor sentiu uma enorme pressão de desgosto cair sobre os seus ombros, a deixando um pouco enfurecida com Emília.

[Eleanor: Emília…! <O que essa idiota tem na cabeça?!!> - Eu já não havia te dito antes, não?! Guh… Ah, <Respire…> - Infelizmente, isso eu não posso responder, e você sabe muito bem disso. Apenas poucos podem responder a essa pergunta, se você quiser descobrir a resposta, precisará descobrir por conta própria. Huh!]

[Emilia: Aaaaaahhh, Eleanor...!]

[Eleanor: Não sou eu quem faz as regras, eu apenas as sigo.]

Emília estava definitivamente amuada, um pouco brava por não conseguir arrancar nenhuma "informação fácil" da boca de Eleanor, isso tudo porque ela estava com--

[Emília: Eu também queria despertar o meu Moon Light… E nem para a Sanae estar aqui para me ensinar já que ela despertou! Arf!]

Inveja.

[Eleanor: Se você tentasse arrancar alguma informação daquela coitada, eu vou te matar.]

Ao ser contrariada, Emília se viu cercada por argumentos que surgiam em sua mente para ela aprender o quanto antes o Moon Light, porém, rapidamente seus argumentos nos seus pensamentos eram rebatidos por uma única frase todas as vezes: "Você não pode."

[Emília: <por agora, irei desconversar o assunto anterior…> - a propósito, a algum tempo eu estava me perguntando se existe uma autoridade acima dos caçadores…]

[Eleanor: Eeeh? Você ainda não notou isso? Ta meio que óbvio que a autoridade em acima dos caçadores é o governo. As pessoas envolvidas nesse ramo podem ser mesquinhos e negligentes com a nossa organização, no entanto, eles também são humanos, por isso eles não podem viver sem a gente, somos os seus trunfos, seus odiosos trunfos.]

[Emília: E quanto a aquele assunto de que não podemos interferir em assuntos políticos?]

[Eleanor: Ah, isso… Bem, a alguns anos foi criado um tratado que impedia que os Caçadores se intrometessem em assuntos políticos, em troca eles nos dariam o livre arbítrio para fazermos o que bem entendermos. E, como você já deve ter notado muito bem, temos um forte laço com a Organização de detetives, qualquer dia visite a academia deles, é um lugar bem… Atrativo? Tem pessoas legais lá! Hehe…]

[Emília: Se você ta dizendo, então eu pensarei em fazer isso. - <parece que estamos a horas nesse trem…>- Ah, a propósito, por que você foi convocada para ir até a base sul?]

[Eleanor: Não faço a mínima ideia, mas mesmo que eu soubesse, provavelmente eu não poderia te contar.]

[Emília: Faz sentido, faz sentido!… Mal vejo a hora de me tornar uma caçadora conhecida pelo japão inteiro, assim poderei fazer missões de alto rank, com isso poderei salvar milhares de vidas ao mesmo tempo…]

[Eleanor: Hum?]

[Emília: Eh? Uh, não é nada! Haha! Eu só estava pensando alto…]

[Eleanor: Ok… - <você de fato possui um coração enorme, Emília… Um coração preenchido por um enorme senso de justiça e pureza. Isso é lindo…>]

Eleanor se levantou por um instante da sua cadeira em fez um carinho na cabeça de Emília, bagunçando um pouco o cabelo da mesma.

[Emília: Ai, ai! Ta bagunçando meu cabelo!]

[Eleanor: Hahahaha!!]

[Emília: Você parece um velho bêbado quando rir…]

Eleanor continuou com um sorriso no rosto, enquanto Emília parecia um pouco perdida nas nuvens.

[Emília: Ei… Voltando ao assunto do Moon Light, eu queria saber—]

[Eleanor: eu já disse que não vou te ensinar a como dominar, sua testuda.]

[Emília: Não é isso, é que— O que?!!! Eu não sou "Testuda"!! - eu… Eu só queria saber quais são os tipos de "Moon Lights" existem… Tipo, quais os elementos e suas variantes…]

[Eleanor: Hum… … Ok. Acho que não há problema em falar sobre isso, eu suponho.]

O garçom que havia sumido reapareceu com os pedidos de Emília e Eleanor em mãos. Eleanor tirou do seu bolso algo em torno de 1000 ienes e entregou para o garçom, e diz: "fique com o troco" - o garçom agradece formalmente e se retira um pouco chateado enquanto olhava para o dinheiro na palma da sua mão, porque havia sobrado apenas 100 ienes de troco.

[Garçom: Mão de vaca…]

O garçom sussurrou.

[Eleanor: Bem, comecemos. Existem ao todo 6 tipos de "Moon Lights", e esses são: Fogo, Água, Terra e Vento.]

[Emília: Espere, se os elementos são apenas esses, então como a Sanae adquiriu o estilo Raio?]

Eleanor: "Sanae"?… Ah, sua amiga! Sim, sim, existe uma explicação lógica pra isso e é bem simples de explicar.

Ela sorriu pra Emília.

Eleanor: "Os elementos não se limitam as 4 básicas, se você for um gênio, você pode dominar suas variantes." - quem disse isso não fui eu, foi o primeiro dominador da variante da história, o velho Esumi Eichii, ele dominou a variante de Água, o Vapor. Sua amiga possui uma variante do fogo, Raio.

[Emília: Uau… Então ela de fato é um gênio da nova geração. Eu realmente estou muito orgulhosa.]

Poderia até estar com ciúmes, mas ela não estava mentindo sobre o que havia acabado de falar, ela estava realmente feliz pela incrível conquista que sua amiga havia conseguido.

[Emília: Ela é mais do que merecedora de todo esse poder. É só que… Eu queria também ser forte…]

[Eleanor: Você um dia será incrivelmente forte, pode não ser o suficiente para realizar todos os seus sonhos, mas vai ser capaz de proteger quem ama em qualquer situação.]

[Emília: Obrigada… Ei, quais são as outras variantes que existem?]

[Eleanor: Fora Raio que é uma variante de Fogo, o fogo também possui as variantes…]

Resumindo tudo:

Fogo: Lava, chama azul e raio;

Vento: Espacial;

Água: Gelo, Cura (Secundária) e Madeira;

Terra: Areia e Metal;

Emília: Poderia me contar mais sobre a Cura? <se eu aprender essa técnica, eu serei imbatível…>

Eleanor: A Cura só pode ser utilizada por usuários de feitiçarias, os feiticeiros. Eles usam como arma suas varinhas banhadas em magia - ou cajado, dependendo do nível do feiticeiro. Ou seja, você não poderia utilizar essa técnica porque você é uma combatente de corpo-a-corpo, diferente dos feiticeiros que estão sempre distantes.

Emília: Hum… Eu nunca vi um feiticeiro.

Eleanor: Existem poucos no mundo todo, a estimativa é que exista no mínimo 50.

Emília: Ok, mas você ainda não me falou porque a Cura tem a palavra "secundária" no nome.

Ela se virou e começou a encarar a vista através da janela.

Eleanor: Ai, ai… Você é mesmo impaciente, não é? A magia de cura da água é chamada de secundária porque, originalmente, ela é baseada na magia de cura da 『Luz』 que, segundo historiadores, só é utilizada pela Deusa da Lua.

Emília: Hum… <"Deusa da Lua"… Eu nunca a vi, mas quem já a viu pessoalmente diz que ela emanava uma aura extremamente pacífica e doce. - queria conhecê-la…> Sobre a "deusa da lua", onde ela se esconde?

Eleanor: Ninguém tem essa resposta.

Emília: Ah— ei, poderia me responder porque todas (se não a maioria) as suas técnicas são focadas na defesa?

Eleanor: Sou uma Caçadora equilibrada, posso tanto usar técnicas defensivas, quanto ofensivas.

Emília: E por que não usa técnicas ofensivas?

Eleanor: PORQUE. EU. NÃO. QUERO.

Sua voz engrossou de maneira amedrontadora, bufando um pouco, ela falava com pausas. Emília engoliu o seco e falou:

Emília: Erm… Gulp! Mas de qualquer maneira, tem um assunto que eu vinha querendo discutir com você já tem um tempo.

Eleanor: E o que seria?

Emília: Eu queria saber se você se lembra do tempo do meu treinamento, mais especificamente a parte em que nós duas "lutamos".

Eleanor: Oh sim, é claro que eu me lembro. O quê que tem?

Emília: Como eu… Te venci… …?

Eleanor: ...Huh?

Ela parecia distraída com alguma coisa enquanto tomava seu café, porém, ela conseguiu ouvir cada uma das palavras que sairam da boca de Emília naquele instante.

Eleanor: Oh, oh! Esse café ta realmente quente. - mas, respondendo a sua pergunta: Eu não sei.

Emília: O quê… …?

Eleanor: As minhas lembranças desse dia em específico são bem vagas, lembro de mínimos detalhes, como ver claramente com um semblante de alguém confiante de suas escolhas. Você havia mudado, não parecia ser você, deixando de ser uma medrosa fresca, para uma pessoa confiante sobre suas ações futuras em relação a nossa luta.

Emília: Isso é sério?

Eleanor: Hmmmm… …sim! Naquele dia você realmente me surpreendeu, foi a primeira vez que um simples e 'comum' novato, mesmo que por alguns segundos, conseguiu bater de frente comigo. Eu lembro de que assim que te vi, eu senti uma vontade enorme de te parar(derrotar), um sentimento que sempre ativa quando estou em perigo, por isso precisei imobilizá-la o mais rápido possível, se eu fosse um pouco mais lenta, talvez a nossa luta tivesse durado por dias. Você surpreendente, jovem Emília! Ehehe!

Ela sorriu, fazendo Emília ficar um pouco corada.

Emília: Erm… Obrigada. <Eu estou acobertando uma mentira terrível, aquilo claramente não era eu… Se a Eleanor descobrir toda essa farsa, talvez.ela fique bastante chateada comigo… Mas eu não sei o que fazer! E ainda tem aquele 'ser' que se alto-declarava um anjo.

Emília estava com forte pensamento de medo, apreensão e culpa. Ela queria de coração contar toda a verdade para Eleanor, mas ela não fazia ideia de como faria isso, nem de quando.

Eleanor: Certo, certo! Parece que agora é a minha vez, não?

Emília: Eu realmente não tenho nada a esconder.

Eleanor: Veremos.

Um sorriso confiante e assustador cresceu nela, deixando a Emília um tanto apavorada, mas não o suficiente para fazê-la olhar para aquele ha.búrguer bem na sua frente e recusar. Ela pegou na mão o sanduíche e imediatamente ela começou a comer igual um animal. Eleanor só observava a amiga devorando o hambúrguer, a mesma novamente desviou o olhar de Emília e voltou a encarar a paisagem afora do trem através da janela.

Foi então que Eleanor trocou um olhar de relance, com os olhos meio serrados enquanto encarava Emilia, então disse:

Eleanor: Você… Ama o Merlin?

Emília arregalou os olhos de surpresa com a pergunta. O hambúrguer que ela tava comendo até agora, ela botou pra fora, cuspindo tudo pela janela.

Emilia: O quê?! C-claro que não... Ele... Mmmm… Isso! - Ele já tem a Ockman, ele não precisa de mim...! É… Ele não precisa…

Eleanore: Ara, Ara... É impressão minha ou você ficou vermelha? Hahah!

Emilia: Não seja boba!!!

Enquanto Eleanore ria constantemente e Emília chorava de vergonha, ouve-se uma voz doce e amigável.

[???: Moça! Moça!]

Isso chamou a atenção, pois a voz parecia tá lhe chamando. - a voz vinha do seu lado, por onde as pessoas andavam para encontrar seus assentos. A pessoa que lhe chamava estava cutucando seu ombro para chamar ainda mais a sua atenção.

[Emília: Huh?]

Emília se virou pro lado, olhando para cima, na altura de um adulto, porém, ela não viu nada.

[???: Moça!]

A voz lhe chamou mais uma vez, dessa vez ela inclinou seu olhar para um pouco mais para baixo de onde ela tava olhando anteriormente.

[Emília: Woah! Olá, garotinha. Está perdida?]

Era apenas uma criança, uma menina. Deveria ter no mínimo uns 4 anos. Era pequena e fofa, com uma voz doce que fazia Emília ter vontade de apertar suas bochechas, com uma feição natural do povo japonês. Apesar de tudo isso, a garota estava um tanto mal vestida, e fedia um pouco. A garotinha também usava uma tiara com orelhas de gato.

[Garotinha: Não… Mamãe não parava de conversar com o moço-maquinista. Ela tava chorando enquanto implorava por alguma coisa…]

[Eleanor: Hm…]

[Emília: Erm… Ela precisa da minha ajuda para alguma coisa?]

A garotinha ficou olhando para o chão enquanto tentava lembrar do que deveria dizer. Ela coçou a cabeça e respondeu:

[Garotinha: Ela pediu para eu me esconder e para que não deixasse ninguém me ver.]

[Emília: Ah… Para aonde vocês estavam indo?]

[Garotinha: Pra casa da minha titia Shizue. Minha mamãe disse que nossas vidas iriam melhorar assim que chegássemos.]

Tanto Eleanor, tanto Emília já haviam notado o que estava acontecendo alí. A mãe e a garotinha haviam entrado escondidas no trem, como não tinham como pagar, a Mãe pediu para que a criança se escondesse, para que ao menos ela chegue segura ao destino.

[Emília: Eh… Certo.]

Emília se levantou e ficou de pé na frente da garotinha, então se agachou e olhou nos olhos da criança.

[Emília: Vai ficar tudo bem. Sua mãe ta passando por problemas financeiros, mas logo tudo vai mudar, eu sei que vai mudar.]

Ela sorriu de maneira confiante e alegre, enchendo o coração da criança de esperança.

[Garotinha: V-você promete… …?]

Emília abriu um enorme sorriso e disse para transmitir toda sua confiança:

[Emília: Eu prometo!]

Um tímido sorriso cresceu nos lábios da pobre criança.

[Garotinha: Oh! Moça, a senhora não é japonesa?]

[Emília: Hum, da pra se dizer que não. A maioria dos meus genes pertencem a minha linhagem européia.]

[Garotinha: Ah, hum… Seu cabelo…]

[Emília: Hã? O que tem meu cabelo? <ta feio?>]

[Garotinha: Ele é lindo…]

Emília ficou corada com a resposta da garotinha, e um pouco feliz por já fazer tempo que alguém não elogiava sua aparência.

[Emília: Ah… Hahahah! Obrigada!]

Foi então que Eleanor levantou da cadeira e caminhou friamente em direção a criança. Ao chegar diante dela, ela inclinou a visão para baixo e entregou dinheiro na mão da menina.

[Eleanor: Vá procurar sua mãe, agora. Dê esse dinheiro ao maquinista e diga que foi Eleanor Hartmann que mandou. Agora vá, e nunca mais deixe sua mãe sozinha.]

[Garotinha: Mui- muito obrigada, Hartmann-san!]

Eleanor virou o olhar de uma maneira que ela queria fazer parecer que ela não se importava com o que se passava com a criança, mas na verdade a inocência e ingenuidade da criança tocou seu coração de uma maneira que nem mesmo ela conseguia calcular, mesmo assim ela fazia questão de querer fazer parecer que ela não se importava com tudo.

Um verdadeiro caso de uma típica Tsundere.

A garotinha já havia se despedido, e tava partindo em direção a área de embarque, onde ela acreditava onde sua mãe ainda estivesse, foi quando—

[Emília: Espere! Qual seu nome?]

Eleanor olhou para Emília com um olhar desconfiado. A garota olhou para trás e respondeu:

[Sumire: É Sakurano Sumire, mas meus amigos me chamam de Sumi-chan! Hehe!]

A menina novamente se despede com um sorriso e parte. Emília retorna para o seu assento.

[Emília: Ai, ai, essas crianças… Fofa, não acha?]

[Eleanor: Mmmmm… Sua lolicon!]

[Emília: O quê?!! - Ei, não é o que você tá pensando!!!]

Enquanto Emília fazia de tudo para se explicar a Eleanor, alguém ou alguma coisa estava dos trilhos da locomotiva que nossas heroínas haviam pegado. Aquela pessoa estava encapuzada, usando uma máscara e um longo ponche escuro, todo de preto, esse alguém criou um arco mágico apenas estendendo a mão - o arco brilhava a um tom verde florescente. A pessoa encapuzada atira em direção ao trem, assim que a flecha entra em contato com o mesmo, um enorme feixe de luz cobre o trem inteiro, o destruindo completamente, matando todos lá dentro, deixando apenas a carcaça do trem ainda nos trilhos.

Contínua...