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PANDEMÔNIO

AndreLaro · Fantasy
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3 Chs

2 - Brilho Tóxico

Quando acordou, Áluz estava coberto de glitter por todo o corpo. A cinza do incêndio próximo causado pelo terremoto tinha o brilho e semelhança de glitter.

Tudo ao redor recendia, formando uma imagem bonita, porém extremamente fatal.

Estava tonto, tossia.

Não bastassem os sintomas, sua pele coçava causando irritações em algumas regiões do corpo. Seu instinto fez com que ele corresse até o rio, na tentativa de se livrar daquela pigmentação irritante.

Todos estavam espalhados e desmaiados pelo chão, era uma cena devastadora.

O rio parecia limpo, mas haviam alguns peixes boiando, também coloridos com a cinza brilhante.

Teve medo de entrar na água, mas como era a única opção, mergulhou e pode sentir que havia algo errado com a água. O gosto que sentiu na boca fez o estômago embrulhar e sentiu mais mal do que estava sentindo.

Viu uma senhora que vinha apressada com uma sacola em sua direção.

- O que está fazendo aqui? Vamos, precisamos fugir, não há mais ninguém por perto, esta região está na zona vermelha de perigo. - A senhora disse e continuou seu passo apressado.

De repente parou, olhou para ele e voltou. O pegou pelo braço e fez com que Áluz a seguisse.

- Eu preciso voltar, meus amigos estão em perigo. - Ele tentou se soltar.

- Mandaremos ajuda, primeiro precisamos nos salvar. - A senhora estava também passando mal, mas parecia mais forte que ele.

Na sacola estavam todos os seus pertences após ter perdido tudo com a catástrofe.

- Você sabe que a usina estava produzindo arma biológica? - Ela perguntou.

- Eu não sei de nada senhora. - Ele estava confuso.

- Esse material se espalhou pelo ar e está matando tudo ao redor.

Ela retirou uma máscara de pano, parecia ter sido confeccionada por ela mesma.

- Coloque isso. - Disse entregando uma máscara pra ele enquanto também colocava uma.

- O que está acontecendo. - Ele disse sentindo o mundo girar.

- Estamos quase chegando. Toma, coloca essa folha dentro da máscara. - Ela entregou a ele uma folha verde, não muito grande, mas muito potente.

Uma folha que tinha um poder incrível de armazenar oxigênio, ela liberava uma substância que filtrava material radioativo da intoxicação. Ela tinha essa árvore plantada desde quando começaram a construir a usina.

Conselho de uma velha senhora e amiga que manipulava um oráculo muito antigo anterior ao tarot, e que hoje em dia já não estava mais em uso. Já havia morrido a muitos anos, mas havia aconselhado a senhora que plantasse o pé de anti-ácidico.

No momento da explosão, a senhora só não ficou debaixo da casa, presa nos escombros, porque estava justamente debaixo da árvore, colhendo as famosas folhas sagradas.

Era a senhorita Hanna, que insistiu em permanecer em sua pequena casa mesmo após a construção da usina, que fez com que todas as paredes ficassem rachadas, deixando toda a casa comprometida.

Com a passagem do terremoto, não teve saída. A casa e 80% da cidade realmente foi ao chão e a única coisa que sobrou no quintal dela, foi a árvore, mas mesmo assim ela só conseguiu pegar algumas centenas de folhas porque após a explosão a própria árvore sugou muita fuligem tóxica morrendo em menos de uma hora.

Quando finalmente conseguiram chegar em uma zona segura, foram impedidos de entrar.

Estavam brilhando muito, e era um brilho tóxico...

Ele é a senhora ficaram um tempo fingindo não entender, mas entenderam.

Uma mulher vestida com enormes roupas a semelhança de um astronauta, aproximou se e indicou que haviam pessoas na mesma situação que eles em um abrigo subterrânea, e que deviam ir pra lá.

Assim o fizeram.

Iam apressados, e amedrontados quando encontrou um adolescente semi nu correndo e ainda mais assustado.

- Para onde vai menino. - Perguntou a senhora vendo que ele brilhava.

- Estou fugindo, e se fosse vocês fugia também. - O menino tinha ematomas e sinais de violência pelo corpo.

- Fugindo de quê? Vamos para o abrigo, sabemos onde tem um. - Disse Áluz tentando consolar o menino.

- Não, não é verdade. Também me disseram, mas quando cheguei lá, todos estavam mortos. É um centro de exterminação de brilho tóxico, venham vamos encontrar outro lugar! - O menino começou a correr.

A senhora ficou totalmente arrasada, pois estava caminhando para a morte.

Áluz tinha lágrimas nos olhos.

Tudo ao redor brilhava, tudo era tão psicodélico e fascinante.

Infelizmente, nem tudo que reluz é ouro.