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Capítulo 04 – Infância e adolescência (Parte 2)

"Viver é comer, dormir e arrumar brigas." (Natsu Dragneel, Fairy Tail)

[Universo 7 – Terra – Capital do Oeste – Ano 749]

[Ponto de Vista: Rachel]

A noite daquele dia chegou e a festa de aniversário foi um completo sucesso, só que eu percebi uma coisa estranha, após essa festa, eu acho que Leonardo desfez algum tipo de amarra auto imposta a si mesmo.

Porque já no dia seguinte a festa, junto com Bulma, que a partir daí se tornou uma visitante diária aqui em casa, ele começou a pesquisar sobre assuntos que crianças como eles não deveriam ter nenhum interesse. Como Ciências, Biologia, Robótica, Mecânica, Mecatrônica, entre outros.

E parece que as conquistas dos dois nesses campos não eram pequenas, pois para provar meu ponto, apenas alguns meses depois da sua festa de aniversário, ele me apresentou um grupo de veículos e robôs, construídos pelos dois, que fariam todas as tarefas da casa e ainda serviriam de locomoção ou guarda costas, caso nós saíssemos para o trabalho ou passear.

Naquele dia ele me apresentou a dois grupos: Os nomeados de 01 a 06 eram veículos aprimorados com algo chamado inteligência artificial, para facilitar nossa locomoção em diversas situações. E eles ainda poderiam ser colocados em cápsulas para armazenamento quando não precisarmos deles.

Os nomeados de 07 a 20 também tinhas a tal da inteligência artificial, mas eram apenas os protótipos humanoides e ainda iriam ganhar muitas melhorias, pois ele tinha acabado de começar o cultivo de pele artificial para colocar sobre suas formas metálicas, ele passou mais de meia hora falando sobre todas as suas funções, mas infelizmente minha mente vagou para o quanto ele parecia bonito falando sobre suas criações e eu não ouvi patavinas do assunto, não que eu conseguisse entender muito bem toda essa baboseira tecnológica que ele me explicou.

Mas eu me resolvi em algo.

Definitivamente não podemos deixar a organização saber sobre isso.

Pois o trabalho da vida do Dr. Gero, um dos cientistas mais renomados da organização é sobre robôs e androides, agora imagina o que eles iriam fazer se descobrissem que meu filho, de apenas quatro anos, montou um grupo de androides em apenas alguns meses com a "namoradinha" de infância?

Não que esse título auto imposto por ela, tenha me agradado. Na verdade, isso só prova que eu definitivamente preciso voltar a treinar.

◊◊◊◊◊◊

Aos cinco anos, depois que ele me viu treinando, Leo me pediu para inscrevê-lo em uma aula de artes marciais. Estranhei o pedido a princípio, pois ele não me pediu para ensina-lo, mas sim escreve-lo em uma academia de luta, não que eu fosse ensinar minhas técnicas de assassinato para ele, mas doeu não ser a primeira escolha do meu filho.

Então a contragosto levei ele a uma aula gratuita aqui perto de casa, em um conceituado dojo chamado Satan Castle, ao qual depois de apenas alguns minutos, ele disse que odiou.

Palavras dele: "Eu aprenderia mais, entregando leite correndo ou arando um campo com as próprias mãos, enquanto vestia um casco de tartaruga, do que nesse lugar."

Perguntei para ele de onde ele tirou essa analogia, somente para ver seus olhos sempre nublados, recuperarem a luz por alguns segundos e ele dizer: "Só apareceu repentinamente na minha cabeça". Ele até parecia aquelas pessoas que perdem a memória e repentinamente, recobram algumas lembranças quando se encontram em situações específicas.

Haha. Deixando isso de lado, o menino certamente tem uns pensamentos bem extremos na minha opinião. Quem seria doido o bastante para fazer esse tipo de treinamento? Considerei novamente a ideia de, eu mesma ensinar artes marciais para ele, mas o estilo que fui treinada é o de matar e eu não sou muito boa ensinando, então deixe o garoto crescer um pouco e vemos o que acontece.

Dito isso, ele começou a treinar sozinho em casa e pude ver que seus movimentos, que pareciam bem desajeitados no início, como se tentasse acostumar com um corpo diferente daquele que está acostumado a anos, com o passar dos meses, foram ganhando forma e continuaram a melhorar até se tornarem um pouco mais nítidos que os meus.

Por algum motivo eu acho que ele só me pediu para inscrevê-lo em uma academia, para não parecer tão estranho quando ele começasse a treinar em casa...

Com o passar dos meses o treinamento dele só aumentou de intensidade. E ele sempre mantinha uma estranha filosofia que apareceu novamente em sua cabeça. Palavras dele: "Treine bem, coma bem, aprenda bem, descanse bem, nunca esteja satisfeito com seu próprio poder e nunca deixe de quebrar seus próprios limites".

Não sei o que outras pessoas fariam com essas palavras, mas com toda a certeza, eu fui inspirada por elas, o que me levou a treinar com mais intensidade. Tanta, que até Leonardo ficou radiante em ajudar no meu treinamento.

Certo dia, ele perguntou qual era o meu regime de treinamento e depois que eu expliquei, o mesmo criou algumas roupas tecnologicamente superpesadas, que eram para eu usar no treinamento. E à medida que eu ia me acostumando com o peso delas, elas automaticamente aumentavam 10kg a mais.

Uma vez, eu até peguei ele resmungando que precisava amadurecer logo a tecnologia de aumento da gravidade, pois só lhe faltava os metais certos para o lugar aguentar o peso aumentado e não desmoronar sobre si.

Que gênio. Utilizar a gravidade atmosférica para pressionar o corpo e ajudar no treinamento é uma ideia revolucionária. As vezes me pergunto de onde ele tira essas epifanias repentinas que ele tem...

Eu chamo de epifania porque sempre que eu pergunto de onde ele tira essas ideias, ele diz que apareceram em sua mente. Vai entender a mente dos gênios...

Dois anos depois que comecei o treinamento com os aparatos dele, já estava até usando roupas que pesavam 100kg a peça. E já estava pelo menos 10x mais forte do que jamais fui em toda minha vida.

Ele até criou um tipo de tônico fortalecedor que ajuda a curar os ferimentos internos que o treinamento puxado deixa dentro do corpo, palavras dele: Não adianta nada ficarmos fortes se problemas persistirem em nossos corpos, então precisamos desse soro fortalecedor para evitar criar dificuldades em nossos próprios caminhos ao poder.

Mais uma vez, a ideia apareceu repentinamente em sua mente, e ele passou meses estudando bioengenharia para fabricar o soro pela primeira vez.

Naquele momento só apareceu um problema, quem iria testar o produto finalizado?

Ele mesmo se ofereceu como a cobaia, mas eu o fiz ver a luz, após uma surra bem dada.

Ele então me perguntou como iríamos testar e eu fiz o que sabia fazer de melhor. Dei um jeito, como mãe. Fui pelos becos e peguei "cobaias", dentre assaltantes, estupradores, viciados e pessoas que não tinham nada a perder.

Pessoas que fariam tudo, quando lhes fosse dado dinheiro.

E ainda bem que fiz isso. Pois os primeiros "ajudantes" vamos chamar assim, não tiveram finais muito felizes, por assim dizer. Não foi até seis meses depois, que o soro ficou pronto.

Leo então fez três doses, uma para mim com gosto de morangos, minha fruta preferida, uma para ele e outra para Bulma, todas com o mesmo gosto.

Perguntei o porquê de fazer uma para Bulma, pois ela nem fazer treinamento básico fazia, só pensava em estudar e criar coisas, mas ele disse que depois "daquilo" conseguiu convencê-la a pelo menos treinar para manter o corpo em forma e aprender a se proteger.

Bem, na realidade isso é meio o que basta, pois com todos esses androides que ele melhorou ao longo dos anos, só precisamos aprender a nos manter vivos, pois eles conseguem nos proteger de todos os problemas.

Alguns deles, especificamente os números 16 a 20 são meus parceiros de treino e até hoje não consegui vencê-los em uma luta. Imagine só.

Lembro-me até de um caso que aconteceu no ano passado, quando a organização ficou um pouco impaciente com meus resultados e eu já cansada dessa vida de espiã, resolvi deixá-los. Com toda a certeza os superiores ficaram lívidos com minha decisão. Eles até mandaram uma série de soldados para nossa casa e até mesmo assassinos para acabar com nossa família, mas os androides conseguiram resolvê-los sem muitos problemas.

Naquele dia com um sorriso sinistro no rosto e os olhos brilhando como nunca antes, Leo começou a murmurar: "Querem destruir novamente minha família? Não dessa vez..."

Aquilo foi um massacre.

Aquele dia ficou conhecido na cidade e no mundo como o dia vermelho. Rios de sangue correram na frente da nossa casa, explosões soaram por toda a cidade e até a polícia se envolveu tentando apaziguar a destruição. Só fomos inocentados de todos esses assassinatos, com o poder exercido pela Corporação Cápsula, que sempre foi uma grande patrocinadora da cidade. E como foi provado que fomos atacados primeiro, a polícia não poderia fazer nada conosco. Todos aprenderam naquele dia, que não deveriam mexer com a nossa família.

Depois de perder tantas forças nesse ataque, a organização recuou e me deixou em paz. Mas eu tenho certeza que eles estão preparando algum tipo de retaliação, que irá acontecer muito em breve, então estou me preparando para isso.

Bem, voltando.

Quando tomamos o soro, senti meu corpo ficar um pouco mais leve, todas as cicatrizes que eu tinha começaram a sumir e de alguma forma eu consegui sentir minhas células se enchendo de energia.

Foi então que comecei a suar. Só que não foi um suor normal, foi um suor de cor escura parecido com lama e a coisa mais fedorenta que eu já vi na minha vida. Fiquei chocada ao pensar que aquilo saiu do meu corpo.

E o mesmo aconteceu com os garotos, só que a quantidade de lama no corpo deles foi muito menor e menos malcheirosa. Entendi então que essa é a lendária limpeza total mencionada nas artes marciais, que meu mestre me falou antes de morrer.

Depois que todo o suor terminou e tomamos um banho para tirar todo o lodo, minha pele estava renovada. Olhando no espelho tenho quase certeza que fiquei pelo menos 10 anos mais jovem. Ah, se o George pudesse me ver naquela hora, tenho quase certeza que ele iria "cair para trás" e ficar "duro". Hihi...

Infelizmente ele foi levado ao céu por alguma divindade um pouco antes de Leo começar a pesquisar o soro, por excesso de trabalho. Isso na verdade, foi o estopim para a pesquisa dele e eu desistir da organização e me concentrar mais na família.

Após essa limpeza completa, meu treinamento ficou muito mais fácil. Tanto que tenho certeza que o general mais forte da organização, aquele com poderes psíquicos e um ótimo gosto para roupas, que me deu tanto trabalho para lutar no passado, eu conseguiria vencer com apenas um golpe.

◊◊◊◊◊◊

Leo nunca tinha me dados grandes problemas antes, a não ser aquela situação aos sete anos, na qual me vi tendo que obriga-lo a frequentar a escola. Ele reclamou muito no começo dizendo que não precisava e que as crianças além de Bulma eram burras, mas acabou indo no primeiro mês certinho, só que para meu desgosto já no segundo mês a professora me ligou perguntando se estava tudo bem com a saúde dele, pois já fazia um tempo que ele e sua melhor amiga Bulma, não apareciam na escola.

Eu fiquei chocada. Meu menininho estava se tornando um delinquente, com a ajuda daquela pequena megera.

Não que ele precisasse ir lá para aprender alguma coisa, mas o convívio com pessoas da sua idade é muito importante para o crescimento mental de alguém, então eu, é claro, pensando no bem estar mental do meu pequeno e não com um ciúme mesquinho por causa da proximidade crescente, do meu precioso filho com a filha da vizinha... fui obrigada a confrontá-lo quando ele chegou em casa naquele dia e tivemos uma conversa muito séria.

No meio da conversa, quando já havia passado vários minutos comigo gritando que ele não poderia faltar a aula e que ele deveria se afastar de Bulma, o garoto puxou um maço de papeis que acabou fechando a minha boca. Não sei como, mas ele conseguiu fazer várias provas de reclassificação escolar, que o permitiram terminar todos os anos do primário, secundário, colegial, 10 faculdades, 6 mestrados e 4 doutorados.

Eu já sabia sobre isso, mas definitivamente, meu filho é um tremendo gênio!

Com toda a certeza ele puxou isso da mamãe...

*Tosse*

Foi então que perguntei o que ele desejava fazer da vida e ouvi em alto e bom som: "Eu quero ser o primeiro cientista artista marcial". Ocupação muito estranha se você me perguntar, ele deveria se concentrar em um ou outro, mas quem sou eu para julgar o sonho do meu pequenino.

Olhei para meu filho que parecia decidido a viver como um "cientista artista marcial" e fiz uma proposta.

Eu posso deixar você ser esse tal de cientista artista marcial, você pode sair de casa e estudar/treinar onde quiser, mas para isso acontecer, você vai ter que vencer os androides 07 a 20 em uma luta. Enquanto você não os vencer, você terá que continuar frequentando a escola e vai ter certeza de trazer periodicamente um ou dois amigos diferentes da Bulma para brincar aqui em casa. Entendeu? (Rachel)

Agora eu o deixei sem opções de recusa. Mas considerando que nem eu, consigo vencer os androides a partir do 16, imagine ele, que depois da morte do pai, só ficou fazendo treinamento para deixar o corpo bem cuidado, além de estudar suas fórmulas e tecnologias durante esses anos.

Foi então que eu vi um olhar resoluto no rosto do meu filho.

Eu entendo mãe. A senhora não consegue mais disfarçar o ciúme da Bulma, não é? Pode ficar tranquila, eu vou continuar indo para a escola e serei o aluno melhor classificado em todas as séries até terminar. Mas em troca, a senhora pode pelo menos tentar se dar bem com ela? Ou aceita-la? Afinal ela é minha melhor amiga e parceira de pesquisa... (Leonardo)

Naquele momento eu corei com suas palavras, como ele conseguia ser tão observador mesmo sendo tão desligado da realidade? Mas ao mesmo tempo, meu peito se encheu de raiva, quem era esse broto de bambu para falar assim comigo?

Me levantei repentinamente do sofá no qual estávamos conversando e dei uma surra no garoto, ele precisava aprender ou lembrar do porquê, eu sempre fui a pessoa que usava calças nessa família...

Quarto caípulo da semana!! Pedraaaaaaaaa

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