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ADRENALINE POWER PARAPENTE TEMPORADA 1 (ANTES DE RODRIGO)

uma garota sai de casa para morar na cidade porque está decidida a nao aceitar o casamento arrumado por seu pai e entao ela passa a morar na cidade mais proxima e agora tem que fazer de tudo para viver com seu filho e sozinha depois do marido que arrumou ter sido transferido para longe.

Es608121 · Realistic
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25 Chs

noite cálida e outonal

O silêncio da noite envolvia a fazenda, apenas interrompido pelo sutil sussurro das folhas ao vento. Alexandre, inquieto em seu quarto, sentiu uma estranha sensação no ar, algo que não conseguia definir. Era como se o peso de algo indefinido pairasse sobre ele.

Incapaz de ignorar essa sensação, Alexandre levantou-se da cama, deixando-se guiar pelo instinto até o quarto de Sebastião. Bateu levemente na porta, esperando uma resposta.

"Sebastião, posso entrar?", perguntou com suavidade, desejando oferecer algum conforto ao amigo.

A voz suave de Sebastião respondeu do outro lado da porta, "Claro, entre."

Alexandre adentrou o quarto, encontrando Sebastião sentado na beira da cama, perdido em seus próprios pensamentos. A expressão preocupada do amigo não passou despercebida.

"Eu não sei explicar, mas algo parece fora do lugar esta noite. Algo incomum", compartilhou Alexandre, tentando encontrar palavras para expressar o que sentia.

Sebastião olhou para ele, seus olhos refletindo uma mistura de tristeza e preocupação. "Eu também tenho sentido algo estranho ultimamente, como se algo estivesse para acontecer, mas não sei exatamente o quê."

Os dois amigos trocaram olhares significativos, entendendo a inquietação um do outro.

"Sei que as coisas têm sido difíceis para nós três", começou Alexandre, escolhendo suas palavras com cuidado, "mas estou disposto a fazer de tudo para podermos encontrar um caminho para a felicidade juntos. Quero que saiba que estou aqui para você, para todos nós."

Sebastião assentiu, emocionado pela sinceridade nas palavras de Alexandre. "Eu sei que podemos superar isso juntos. Você é como um irmão para mim, e não quero que nada nos separe."

Alexandre se aproximou e abraçou Sebastião, transmitindo seu apoio e determinação em proteger o que restava de sua família. Era um gesto de solidariedade, um compromisso de cuidado mútuo.

Juntos, eles permaneceram por um momento, compartilhando silenciosamente o conforto e a determinação de enfrentar o futuro incerto, mas unidos pela força da amizade e do apoio mútuo.

O vento suave balançava as folhas das árvores, criando uma melodia suave na fazenda. Petronio, determinado e firme em sua decisão, procurou por sua mãe, dona Elisa, para ter uma conversa séria sobre o futuro da propriedade e de seus moradores.

Encontrou-a sentada no alpendre, contemplando a vastidão dos campos que se estendiam à sua frente. Com passos decididos, aproximou-se dela, o coração pesado com o peso das palavras que precisava compartilhar.

"Mãe, posso falar com a senhora?", perguntou Petronio, buscando um olhar de aprovação para iniciar a conversa.

Dona Elisa assentiu, percebendo a seriedade no semblante do filho. "Claro, meu filho. O que está te preocupando?"

Petronio respirou fundo, buscando as melhores palavras para expressar seus sentimentos. "Mãe, tenho refletido muito sobre o que está acontecendo na fazenda. Percebi que algumas mudanças podem estar por vir, mas quero que saiba que minha presença aqui não será motivo para que ninguém seja despejado."

Dona Elisa franziu levemente a testa, olhando para Petronio com curiosidade e um pouco de preocupação. "Mas, filho, como assim? Você é parte importante deste lugar, todos sabem disso. Por que diz isso?"

Petronio respirou fundo, escolhendo cada palavra com cuidado. "Mãe, independente do que aconteça comigo, eu sei que a fazenda é o lar de muitos. Eu não quero que ninguém se sinta ameaçado ou inseguro por minha causa. Minha vida não vai mudar o que esta fazenda significa para todos nós."

Dona Elisa olhou profundamente nos olhos do filho, compreendendo a nobreza de suas intenções. Uma mistura de orgulho e preocupação preenchia seu coração maternal.

"Você sempre foi um filho dedicado e justo, Petronio. Mas não quero que sacrifique seu próprio futuro por nós", respondeu ela, com um misto de emoções.

Petronio apertou levemente os ombros da mãe, transmitindo seu compromisso. "Não se preocupe, mãe. Eu encontrarei meu caminho, mas é importante para mim que ninguém seja afetado injustamente. Todos merecem um lar seguro e estável aqui na fazenda."

O silêncio preencheu o espaço entre mãe e filho, carregado de compreensão e afeto. Dona Mirtes abraçou seu filho, sentindo-se orgulhosa da compaixão e da determinação que ele demonstrava em proteger a comunidade que tanto amavam.

O Senhor Herculano sentiu uma inquietação crescente desde que o novo vizinho, um homem reservado de semblante sério, havia se mudado para a propriedade vizinha. Decidiu então ir pessoalmente conhecer o recém-chegado, buscando compreender mais sobre suas intenções na região.

Caminhou até a propriedade vizinha, o coração pulsando forte enquanto se aproximava da casa do novo morador. Após um breve momento, foi recebido com uma expressão surpresa quando o homem abriu a porta.

"Boa tarde, senhor... Perdão pela visita inesperada. Sou Herculano, moro na fazenda ao lado. Gostaria de me apresentar e conhecer melhor nosso novo vizinho", disse o Senhor Herculano, mantendo-se cordial.

O homem pareceu surpreso ao ouvir o nome, seu semblante demonstrando um misto de emoções. "Herculano... Sou Joaquim. Entre, por favor."

Ao adentrar a casa, o Senhor Herculano notou uma fotografia antiga em destaque na sala. Seus olhos se fixaram na imagem por um instante, reconhecendo imediatamente a pessoa retratada.

"Esse é...!", ele começou, surpreso.

Joaquim assentiu, completando a frase do senhor. "Sim, essa é minha irmã, Mirtes."

A revelação caiu como um peso no coração do Senhor Herculano. A surpresa e o entendimento se misturavam em sua mente. "Então você é irmão de Mirtes..."

Joaquim suspirou, pesaroso. "Sim, estou aqui para tentar evitar que ela tome uma decisão que pode prejudicar a todos nós."

O Senhor Herculano ficou intrigado, querendo compreender melhor o que estava acontecendo. "O que exatamente está acontecendo, Joaquim? Por favor, me explique."

Joaquim compartilhou as preocupações e os receios, revelando detalhes sobre os planos de Mirtes que poderiam afetar a comunidade. Ele expressou a esperança de que sua presença pudesse dissuadi-la de tomar medidas drásticas.

O Senhor Herculano ouvia atentamente, absorvendo cada palavra com preocupação crescente. As peças começavam a se encaixar, e ele compreendia a importância de intervir para evitar possíveis conflitos.

"Compreendo sua preocupação, Joaquim. Vou fazer o possível para ajudar e garantir que as coisas não saiam do controle", prometeu o Senhor Herculano, sentindo a responsabilidade de agir para preservar a harmonia na região.

Joaquim assentiu, agradecendo pela compreensão e apoio do vizinho. O Senhor Herculano saiu da casa com um peso no coração, mas determinado a encontrar uma solução que evitasse qualquer conflito iminente e protegesse a comunidade que tanto estimava.

O sol já declinava no horizonte quando o carro de Dona Idalina e Margarida retornou à fazenda vindo de Aimorés, onde haviam passado alguns dias na casa de Margarida. A estrada de terra se estendia à frente, pontuada por árvores que balançavam suavemente ao sopro do vento.

Ao chegarem à entrada da propriedade, o carro reduziu a velocidade e seguiu por um caminho ladeado por campos verdejantes. Dona Idalina sorriu ao avistar a familiaridade da fazenda, enquanto Margarida observava, nostálgica, as paisagens conhecidas que se descortinavam diante delas.

O carro parou em frente à casa, e Dona Idalina desceu primeiro, esticando os braços para o céu enquanto absorvia a energia do ambiente familiar. Margarida a acompanhou, um sentimento de pertencimento acolhendo seu coração.

"Ah, que saudade eu estava daqui!", exclamou Dona Idalina, olhando ao redor com carinho.

Margarida assentiu, sentindo um calor reconfortante ao regressar à fazenda. "É bom estar de volta."

Juntas, caminharam em direção à entrada da casa, respirando o ar fresco da tarde. Os pássaros cantavam melodias tranquilas, saudando-as com sua serenata característica.

Ao cruzarem o limiar da porta, foram recebidas pelos familiares e pelos empregados da fazenda, que as aguardavam com sorrisos calorosos e palavras de boas-vindas.

"Como foi a viagem, Dona Idalina? Margarida, como está sua irmã?", perguntou um dos empregados, ansioso por saber das novidades.

Dona Idalina e Margarida compartilharam um olhar cúmplice, expressando a alegria de terem passado bons momentos em Aimorés. "Foi uma visita maravilhosa. Margarida está bem, agradecida pela hospitalidade da sua irmã", respondeu Dona Idalina, transmitindo tranquilidade e satisfação.

Enquanto se acomodavam, o entardecer mergulhava a fazenda em tons dourados e alaranjados. Dona Idalina e Margarida sentiram-se em casa, cercadas pelo aconchego daquele lugar que sempre souberam chamar de lar.

O sol mergulhava no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e violeta, enquanto Francisco e Saulo retornavam do passeio pela roça. Eles caminharam pelo caminho familiar até chegarem à margem do rio que serpenteava próximo ao barraco.

"Esse rio aqui é meu lugar favorito para um mergulho, Saulo. Vamos tomar um banho para refrescar", disse Francisco, sorrindo enquanto descalçava as botas e arregaçava as calças.

Saulo assentiu animado, pronto para desfrutar da água refrescante. Juntos, eles seguiram pela margem do rio até encontrarem um ponto tranquilo, onde a água cristalina convidava para um mergulho revigorante.

Com um sorriso largo no rosto, Francisco mergulhou na água, sentindo o frescor envolver seu corpo. As risadas alegres ecoavam à medida que ele nadava, aproveitando cada momento daquele banho no rio.

Saulo o seguiu, mergulhando na água com entusiasmo, sentindo o alívio do calor enquanto nadava ao lado de Francisco. A água fluía suavemente ao redor deles, refletindo os últimos raios do sol que se despedia.

Os dois amigos brincavam na água, compartilhando histórias e aproveitando a liberdade daquele momento. A correnteza os levava suavemente rio abaixo, e eles se deixaram levar, desfrutando da calmaria e da serenidade do ambiente.

O som suave da água correndo e o crepitar das folhas ao vento criavam uma trilha sonora relaxante. A atmosfera tranquila do entardecer preenchia o ar, enquanto Francisco e Saulo flutuavam, livres de preocupações, desfrutando da simplicidade e beleza daquele momento no rio.

À medida que o sol se despediu no horizonte e o céu ganhava tons mais profundos, Francisco e Saulo saíram da água, sentindo-se revigorados e em paz após o refrescante banho. Com sorrisos tranquilos, vestiram suas roupas secas e caminharam de volta ao barraco, gratos pela harmonia e amizade partilhadas naquele rio sereno.

Mauro Augusto e Cícero caminhavam lado a lado pela estrada de terra que conduzia à fazenda. O silêncio entre eles era preenchido apenas pelo som suave dos passos na terra e pela brisa fresca que soprava.

Após um tempo, Mauro parou por um instante, olhando para o horizonte. Cícero, percebendo a pausa, também parou ao seu lado, observando a mesma paisagem.

"É um dia bonito, não acha?", disse Mauro, rompendo o silêncio com simplicidade.

Cícero concordou, olhando para o céu azul salpicado de nuvens brancas. "Sim, é um dia esplêndido."

Um breve momento de calma envolveu os dois homens, um momento de tranquilidade compartilhada entre eles.

Sem dizer uma palavra, Mauro se aproximou de Cícero e o abraçou de forma suave, mas significativa. Foi um gesto espontâneo, carregado de entendimento e solidariedade.

Cícero, surpreso inicialmente, retribuiu o abraço, sentindo uma emoção sincera naquele gesto. Era como se um elo de compreensão tivesse se formado entre eles naquele instante, um gesto que transcendeu as diferenças e desentendimentos do passado.

Eles se abraçaram por um momento, sem pressa, como se o tempo tivesse desacelerado ao redor, permitindo-lhes desfrutar daquele breve instante de conexão.

Quando finalmente se afastaram, trocaram um olhar que expressava uma nova compreensão mútua. Era como se aquele abraço tivesse estreitado laços invisíveis, criando uma ponte de entendimento entre os dois.

"Obrigado, Mauro", murmurou Cícero, com um leve sorriso nos lábios.

Mauro assentiu, sem precisar de mais palavras para expressar o sentimento compartilhado naquele momento especial.

Juntos, eles retomaram a caminhada em direção à fazenda, não como estranhos, mas como homens que, mesmo com diferenças, haviam encontrado um momento de compreensão e aceitação mútuas.