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a montanha encantada { concluded }

Durante mais uma temporada de férias na fazenda do Padrinho, as crianças Vera, Lúcia, Cecília, Quico e Oscar se envolvem uma aventura cheia de fantasia e mistério. Eles ficam curiosos sobre uma estranha luz que aparece no cume de uma montanha, que eles chamam de Montanha Encantada, próxima da fazenda, e decidem descobrir o que é. Com a autorização do Padrinho os cincos correm para uma excursão até a montanha. Durante o percurso eles ouvem uma música misteriosa que faz com que fiquem ainda mais curiosos. Ao chegar no topo da montanha eles acidentalmente caem em um buraco que os leva para um mundo desconhecido. Eles avistam uma casa onde moram alguns anões e depois descobrem que na verdade era uma cidade de anões. Neste local tudo é feito de ouro e rubi, inclusive as roupas. Ali eles descobrem o mistério da luz da Montanha Encantada.

9julio9 · Book&Literature
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18 Chs

ELES QUEREM VOLTAR ALGUM DIA

Quico foi o primeiro a falar:

— Mamãe, descobrimos uma cidade maravilhosa, a cidade mais rica do mundo...

— O quê? — Madrinha perguntou, admirada. — Onde fica essa cidade?

— Dentro da montanha encantada...

Cecília disse:

— Madrinha, aquela montanha é mesmo encantada. Lá vivem anões desde o tempo de Mem de Sá.

— Anões portugueses — confirmou Oscar. — Vieram para dançar no Rio de Janeiro e nunca mais voltaram para Portugal.

Eduardo e Henrique ouviam da ponta da mesa, um pouco tristonhos, pois não haviam conhecido a cidade extraordinária. Eufrosina veio da cozinha e ficou na porta da sala escutando. Bento já tinha contado alguma coisa e ela estava curiosa por saber o resto. Perguntou com a mão na cintura:

— Será verdade o que o Bento me contou? Os meninos estiveram mesmo lá?

Lúcia levantou-se para falar melhor:

— É tudo verdade, Eufrosina. As ruas são calçadas de ouro. Ouro puro.

— Lajes de ouro — confirmou Quico.

Eufrosina benzeu-se:

— Cruz-credo! Que riqueza!

Cecília falou:

— É a cidade mais rica do mundo! As casas têm janelas emolduradas de safiras!

Outro disse:

— E portas cravejadas de esmeraldas!

Oscar continuou:

— A coroa do príncipe é de brilhantes, é deste tamanho...

— Que cidade tão rica! — interrompeu Madrinha.

Oscar falou:

— Mas lá não entra nunca o sol...

Nem há passarinhos...

— Nem flores...

— Nem música...

— Nem livros...

— Oh! — falou Madrinha. — Então é uma cidade muito pobre; sem beleza alguma.

— Como não, Madrinha? Há belezas como não temos aqui. Vestidos cor do céu, cor de sonho, cor do arco-íris, tudo enfeitado de ouro puro.

Madrinha continuou:

Mas para vivermos felizes precisamos de outras belezas, não dessas. O que adianta termos vestidos cor de sonho enfeitados de ouro puro se não sabemos ler? Se não temos flores para enfeitar nossas casas, nem vemos pássaros enfeitando o céu? Se não temos música para encantar nossos ouvidos, nem sol para nos aquecer? Coitados! O que lhes adianta a riqueza? Para que servem tanto ouro e tantas pedras preciosas?

As crianças confirmaram:

— É verdade. Madrinha tem razão; no entanto eles têm xícaras de ouro, pratos de ouro, garfos de ouro...

Padrinho também falou:

— Mas não têm a natureza para admirar, não têm livros para ler... Não têm música para ouvir...

Foram deitar-se tarde naquele dia e ainda impressionados com a grande aventura.

No dia seguinte acordaram cedo e foram olhar o alto da montanha; nada viram. Todos os dias a vigiavam como se a montanha lhes pertencesse. Pediram licença ao Padrinho para voltar algum dia; queriam fazer uma segunda visita aos príncipes e levar os presentes que haviam prometido.

Padrinho consentiu e disse que talvez nas férias seguintes organizasse nova excursão à montanha encantada. Cada um deles levaria um presente a Filó e ao príncipe. As crianças ansiavam para chegarem novamente as férias do próximo ano.