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Capítulo 1.1 — Você foi humilhado!

Minha vida era um turbilhão, todos me lançavam olhares carregados de ódio e naquele cenário em que ressentimento e euforia atingiam seu ápice, meu corpo tremia de emoção. 

Caminhando em direção ao palco onde minha vingança teve seu começo, eles finalmente descobriram quem era o mais poderoso de todos.

À medida que me aproximava, os olhares se intensificavam. Ficava admirado com o silêncio que pairava, interrompido apenas por sussurros entre eles. No entanto, naquele dia, eu triunfaria e finalmente daria início à minha vingança contra uma determinada pessoa.

Aproximando-me, notei um sorriso no rosto do locutor. Não era um sorriso direcionado a mim, mas sim um sinal de sua satisfação por estar prestes a testemunhar minha iminente derrota.

Era evidente que todos ali presentes ansiavam por esse desfecho, e eu sabia que, ao supostamente falhar, um daqueles guardas poderia muito bem tentar pôr um fim à minha vida.

— Hoje é o dia da grande final do torneio dos lutadores, o momento crucial em que será determinado o verdadeiro detentor do título de "O mais forte de Mangolândia!"

Esse sujeito com sua voz insuportável, espalhando ressentimento e euforia. Sua presença me deixava extremamente irritado.

— Do lado direito surge o orgulho indiscutível da nossa cidade, um jovem prodígio com um dom único para explosões espetaculares, e não esqueçamos que ele é o herdeiro do líder da cidade, Max!

A multidão explodiu em uma cacofonia de aplausos:

— Max! Max! Max! Max! Max!

— No outro extremo, surge uma criatura com uma aura horrenda, os seus dentes afiados incutindo medo em todos os que se atrevem a cruzar o seu caminho, a sua pele escura e imunda servindo como um emblema sinistro. Diz-se que é descendente direto do próprio abismo, e seu nome é sussurrado com um arrepio na espinha: Izumi.

Existiram momentos na vida em que pudemos passar de um estado emocional para outro em um instante. Era como quando se comia algo que se pensava ser doce, mas, na verdade, era azedo, e você acabava cuspindo.

Assim estava a plateia. A empolgação se transformou em ressentimento, toda essa energia negativa estava voltada para mim, era algo que eu conseguia sentir.

— Rua! Rua! Rua!

— Aberração!

— Max. Acaba com ele!

— Aqui não é o seu lugar, demônio.

— Morra logo, monstro!

— Max vai te matar!! Hahaha!

— Hoje vai ser o seu último suspiro! Aborto miserável!

Gritavam, porém, não tinham como agir, pois sabiam que eu era forte e me temiam. Em um local onde todos nutriam ódio por mim. Isso não me afetava, pois essa rejeição apenas me enchia de mais determinação.

— Desculpe, Izumi, mas sairei vitorioso. Os espectadores estão ao meu lado. — disse o lutador Max, com um olhar convincente de sua iminente vitória.

— É o que você pensa? Quem irá enfrentar os destemidos sou eu! — exclamei com frieza.

Esses indivíduos eram humanos dotados de poderes demoníacos. Um dos alvos da minha vingança. Com essa força, exterminarei cada um desses demônios.

— Veremos — disse Max, enquanto se posicionava para a batalha.

— Não vai durar cinco minutos! — falei, exibindo os cinco dedos da mão.

— Claro. Você perderá em menos tempo! — respondeu ele.

Max sempre exibiu uma confiança inabalável em suas habilidades, mas isso era de se esperar de alguém que fora constantemente elogiado desde o nascimento. Ao contrário de mim, que era tratado como um objeto defeituoso destinado a ser descartado sem conserto. 

Eu nutria um verdadeiro ódio por ele.

Ao observar suas vestimentas, era evidente o quão opostos éramos. Cor de pele amarelada que simbolizava a luz da esperança, com uma camisa de manga curta e bermuda branca, como um verdadeiro anjo. 

No entanto, sua capa dourada ampliava ainda mais sua notoriedade, indicando que ele era o protetor de todos. 

Eu mal podia esperar para ver esse herói manchado de preto.

— Que a luta comece!

Max não hesitou, avançou em minha direção sem aparentemente ter um plano claro e desferiu um soco com a mão esquerda.

— Você deteve minha técnica? — Ele demonstrou surpresa ao perceber que eu havia detido seu ataque.

"O que há de tão surpreendente nisso?"

Eu sabia que Max era poderoso, mas talvez eu o tenha superestimado. Agarrei seu punho com minha mão direita e respondi com um golpe esquerdo.

— Foi por pouco. — incrivelmente, ele escapou do meu contra-ataque. — Não imaginava que pudesse conter meu soco dinamite.

— Como você o chama? Que fraco! — retruquei.

— Isso não é nem metade do meu poder!

As palavras dele me deixaram inquieto e eu estava ansioso para terminar isso o mais rápido possível. Não o utilizaria aqui, mas tinha certeza de que venceria facilmente.

— Vou te mostrar o que é verdadeiro poder. Speed Iz!

Meu Speed Iz aumentava minha velocidade a um ponto em que me tornava quase invisível para os olhos de pessoas comuns. Meu corpo irradiava um brilho sombrio, intensificado pelo fato de minha pele ser totalmente negra, o que conferia um aspecto ainda mais sinistro à minha aparência. 

No momento em que me movi, desferi uma série de ataques rápidos.

— Arrrggggghhhhh!!! — Ele caiu no chão, contorcendo-se de dor.

— O que houve? Não consegue acompanhar? É tão fraco assim? — Com um sorriso no rosto, provoquei.

— Claro que posso!… Só não esperava por tanta agilidade, mas isso não funcionará de novo — disse, erguendo-se ao mesmo tempo.

Max estava confiante de que podia rastrear meus movimentos, porém, eu não me abalei e continuei atacando.

— E aí? Não conseguiu e acabou beijando o chão novamente?

— Isso não pode estar acontecendo. Eu não consigo reagir à sua mobilidade. Será que vou perder aqui? — No chão, Max murmurou e lamentou.

Max continuou se levantando várias vezes, caindo diante dos meus golpes de várias maneiras. O desfecho era inevitável, mas ele se mantinha persistente. Isso era incrivelmente irritante, e mesmo que sua derrota fosse inescapável, aqueles olhos que não se rendiam me incomodavam profundamente.

— Max… Max não perca!!!

— Sim! Aguente firme Max! Você consegue!

— Max!!! Vença por nós!

A plateia estava em choque, e vê-los atônitos me impulsionava ainda mais para continuar golpeando a sua esperança. Era um sentimento tão eletrizante que eu não conseguia conter meu sorriso. Eu podia quase ouvir o que eles estavam pensando.

"Olhe para ele, olhe para esse sorriso, ele é um verdadeiro demônio."

Eu estava ciente de que minha aparência um tanto peculiar poderia inspirar temor, mas era o meu sorriso, mostrando meus dentes serrilhados, que realmente causava pavor.

— Aaaarrrrrrggggghhhhhh! — Max se esforçava para se levantar.

— Isso Max! Levanta e Mate essa aberração da humanidade!

— Vamos lá Max!!

— Max! Max! Max! Max! Max!

— Bastante persistente. Sua derrota é evidente aos meus olhos! — provoquei.

— O que aconteceu? Cansou de bater! — mostrando um sorriso sarcástico. Ele caiu e desmaiou.

— Max! O que aconteceu?! Levanta de novo! Max!!!

— Por favor, Max!!!

— Um, dois, três.

— Levanta Max. Isso não pode acabar assim!

— Quatro, cinco…

— Max! Confiamos essa missão a você!

— Mate esse monstro por nós. Max!!

— Seis, sete, oito.

— Não Max!!! Vamos! Mais uma vez Max!!

— Levanta Max! Levanta! Levanta! Levanta! Levanta!

— Nove…

— Max!!! Acreditamos em você!!!!

— Max! Max! Max! Max! Max!

— De-de-dez.

Quando a contagem acabou, pude sentir a agonia e o desespero da plateia. Eles realmente acreditavam que eu perderia? Que ingênuos.

"Morrerão junto com a esperança de vocês aos meus pés!" Observando-os, sorri e pensei.

— O vencedor… O vencedor da final é... o Izumi! — Anunciou o locutor com uma voz desanimada.

— No final, você foi humilhado por mim! — direcionei meu olhar para baixo, olhando para Max com desdém enquanto falava.