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The Diary of an Ace

Mila Park defines herself as a cliché girl. She dreams of a Prince Charming, and his happy ending. She is 17 years old and about to complete high school, this dream seems more and more distant. Somehow everything always seems to go wrong for Mila, it's not that she doesn't fall in love, on the contrary she did with the same speed as she changed clothes. Everything was going well, at least in her mind, but in real life instead of a boyfriend Mila gained one more friend in a collection of failures. Until everything changes, two weeks after school starts Mila finally gets up the courage to go back to school, and just like all the stories Mila is a fan of, everything changes. In just one week the girl gets her first kiss, a date, and at the end of it all the same daydreaming Mila even gets a boyfriend! Everything was perfect, except for one thing, shouldn't a boyfriend be the person who makes your heart float? The phrase it's okay to be different has always been present in the life of the girl who realizes the hard way that it is harder than it seems to accept herself.

AkiraRenesha · LGBT+
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3 Chs

Os Porquês

Meu nome significa graciosa, ou amada. Comecei a gostar do meu nome quando descobri seu significado, antes disso eu odiava o nome Mila, as pessoas viviam pronunciando como Milli, Mil, até como Milar. Também havia vezes que pensavam que era abreviação de Ludmila, ou Camila.

É chato quando erram seu nome, principalmente colocando letras inexistentes.

MiLA, não MiLLI. Não tem 2 l tão pouco 1 i.

Como eu não sabia disfarçar a raiva quando erravam meu nome, comecei a deixar para lá, a vantagem é que agora eu tenho vários nomes.

A moça da padaria me chama de Milli, alguns professores me chamam de Ludmila, até meus amigos mais próximos me chamam de Milar, mesmo sendo mais fácil falar Mila.

Quando deu as sete da manhã e não desci, minha mãe bateu na porta avisando para eu tomar café e adiantar meu lado. Afinal era meu primeiro dia de aula.

Uma das minhas habilidades principais é a capacidade rápida de me arrumar, em menos de quinze minutos eu conseguiria tomar banho, pentear o cabelo, escovar os dentes, calçar os sapatos e minha roupa e tudo sem pressa. Na minha velocidade normal isso era o suficiente.

No meio da escada para encontrar minha mãe, eu corro de volta para meu quarto, em frente ao espelho encarei meu reflexo. Humana. Faço uma careta antes de sair.

— Finalmente a bonita acordou — minha mãe se chama Carla, ela é uma dona de casa de quarenta anos.

— Bom dia — coloco açúcar na xícara do meu café com leite. Apesar que o nome não faz jus, pois está mais para leite com café. Bebo o café, mas está amargo, encaro o pote de açúcar por um tempo, mas desisto entregando para minha mãe — bota para mim, eu nunca acerto, ou fica doce ou salgado.

— Amargo.

— O que?

— Você disse salgado, é amargo — minha mãe deu um suspiro enquanto colocava mais uma colher de açúcar.

Assim que termino de tomar café, despeço-me dela com um beijo e um eu te amo, fico parada um tempo na porta esperando a resposta, até que dou de caras com meu melhor amigo prestes a me chamar.

— Finalmente vai voltar para a escola? — Adam provoca.

— Shiu! Fala baixo — antes de fechar a porta, espiei minha mãe na cozinha lavando os pratos normalmente.

— Tem certeza que sua mãe não sabe que você não estava indo para a aula? — enquanto caminhamos Adam colocou os braços em meu ombro — sorte sua que os professores cagam se a gente vai ou não.

Adam é meu melhor amigo desde os cinco anos, nossas mães se conheceram quando minha mãe veio para Salvador com meu pai.

A relação das nossas mães era basicamente de vizinhas, diferente de Adam e eu que somos grudados ao menos na maior parte do tempo.

Temos um acordo não verbal de que não precisamos conversar toda semana para sermos amigos. A gente entende que isso é algo bem raro, então apreciamos, e aceitamos que as vezes os outros podem precisar ficar distante um tempo para retornar 99% carregado e a única coisa que você deve fazer enquanto espera é torcer para que seu amigo volte com um sorriso maior que o da sua última volta.

— Fiquei surpreso quando mandou uma mensagem ontem dizendo que voltaria para a escola hoje — ele diz assim que chegamos no portão da escola.

— Surpreso por que? Uma nerd como eu não iria ficar longe muito tempo — dou uma piscadela para ele — E também, quem vai encher teu saco se eu não estiver aqui?

Puxei Adam para o pátio da escola, o portão que dá acesso ao ensino médio estava abrindo, ele parou brutalmente, o clima pesou, e eu meio que comecei a antecipar suas falas antes dele falar.

— Sobre isso, Mil... não estamos na mesma sala. Não falei sobre isso por-

— Não brinca. Estou livre de você? — sorriu subindo as escadas rapidamente — e meu horóscopo dizendo que teria tempestade vindo, não podia estar mais errado.

Que merda eu estava dizendo?

Horóscopo?

Nem em signo eu acredito, não preciso ver Adam para saber que ele estava achando meu disfarce uma bela merda.

Dou um abraço rápido quando Adam chega na sala dele que é ao lado da minha, falo para ele entrar primeiro e quando Adam senta, eu viro na direção oposta a minha sala e entro em passos rápidos para o banheiro feminino.

Levanto o vaso rapidamente, e meu café da manhã sai todo pela minha boca. Dei descarga sem olhar para o vômito.

Não sai do banheiro, invés disso encostei na parede descendo para o chão. Comecei a contar de 1 até 10 em ordem decrescente, não adiantou, contei de 100 até 1, me embaralhei nos números a partir da casa dos 50.

Uma vez Adam me perguntou o motivo de eu não gostar da escola, não consegui responder a ele, não por não querer, só me faltou um motivo.

Eu não faço a mínima ideia do porque este lugar parece tão pequeno mesmo sendo maior que minha casa, do por que os barulhos dos alunos me incomodam, do por que o cheiro daqui é como merda e do por que a cada passo que dou, por menor que seja é tão desconfortável.

Mas de uma coisa eu sei, quando você não tem motivo, suas ações soam como drama talvez não para Adam, mas com certeza para os outros e como eu poderia culpá-los?

Nem eu entendo por que estou chorando agora.