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Capítulo 35 - Filho do Rei Infernal

Após ser escolhido por Sensō, Liu teve dois longos e duros anos logo em seguida. Mesmo que na época, eles não tenham tido um bom começo, não demorou muito para se entenderem. Atualmente, entre todos os Deuses, Sensō era o sexto mais forte e cruel, mas durante os dois anos de treinamento, Liu o conheceu de outra forma.

— Quer dizer que seu pai é o Rei Infernal? — perguntava enquanto olhava para o céu e observava as luzes verdes brilhantes que preenchia todo o espaço estrelado.

— É, infelizmente ou, felizmente. Não sei se é bom ou ruim — respondia Liu, deitado ao lado dele e observando também as luzes.

O morro preenchido por grama e flores onde estavam, era o local de descanso deles após passarem o dia treinando e em missões pelo universo.

— Você é filho de um imperador! E mesmo assim não sabe se é bom ou ruim? — perguntava sorrindo.

— É… por aí mesmo.

Liu abria um sorriso também, de alguma forma, todo o tempo passado com Sensō, fez com que ele se libertasse mais e aprendesse a ser alguém melhor do que antes.

— Filho do Rei Infernal é… quem diria que eu seria mestre do filho de um dos imperadores.

Ao virar seu rosto para ele, Liu percebe que ele estava sorrindo mais que o costume, ele parecia estar realmente feliz por conta disso.

— Essas marcas no seu rosto, essa queimadura. Foi causada por ele?

— S-sim… — tocando seu rosto, Liu percebe que não estava usando mais as bandagens que cobriam suas marcas.

— Tudo bem, não precisa ter vergonha de mostrar isso. Quando vi pela primeira vez, a 2 anos. Eu imaginei que fosse algo causado por perca de controle de suas chamas.

— Nunca tivemos uma relação de Pai e Filho muito boa. Quando eu resolvi sair do Reino e viver uma vida em algum universo, ele não aceitou de forma alguma, e eu tive que ir contra ele. O resultado foi isso, um rosto queimado e para sempre marcado.

Sensō observa que tudo aquilo era muito delicado de se falar, e constatava nos olhos dele que foi algo muito difícil para sua vida. Lembrando de sua origem, ele encontra palavras para ajudar a confortar seu aluno.

— Eu também sou filho de um imperador — aquela fala que quebrou o clima tenso e deixou mais do que antes, passava pelos ouvidos de Liu e sua cabeça não conseguia gerar nenhuma palavra — Imaginei que essa séria sua reação. É incomum esse tipo de coisa, somos uma espécie rara e sagrada, por isso nos mantemos em segredo de todos.

Liu entendia o que ele dizia, realmente eles eram diferentes dos outros. Imperadores estão acima dos Deuses, imperadores são os pilares de toda a vida na galáxia, e muitos reinos e imperadores ainda eram desconhecidos, apenas seres de alto nível são capazes de entrar nos reinos.

— Você sabe porquê nem todos podem acessar os reinos? — Pergunta Sensō, se levantando e ficando sentado no chão.

— Porque os reinos são diferentes dos planetas?

— Mais ou menos isso — Faz uma pausa e respira fundo — Os reinos são dimensões fora da nossa realidade. Não existe forma de entrar neles sem ser pelos portais de entrada, e nem todos conseguem encontrar os portais, apenas pessoas que estão na camada Lorde são capazes de sentir a energia que emana dos portais.

Ficando de pé e colocando sua mão direita sem seu cabelo, ele se vira para Liu e continua.

— Os humanos e as outras raças, 98% deles não conhecem ou sabem de fato como são os reinos. Única coisa que sabem são o que os livros antigos contam, por isso nós, filhos de imperadores, devemos nos manter em segredo. Somos algo que se os humanos souberem, tentarão obter para seja lá qual for seus planos.

— Então… por isso ele não quis me deixar sair de lá? — Liu pergunta com um olhar mais humano, sem ser aquele olhar de ódio e raiva que ele sempre tinha.

— Sinceramente? Não posso confirmar isso, eu sei que meu pai quis me manter seguro, e esse foi o motivo. Já o seu, eu não sei dizer.

O vento frio e leve da noite começa a percorrer o local e a balançar seus cabelos e roupas levemente. Liu pensa agora que seu pai só quisesse o manter seguro, mesmo que fosse uma forma grossa e horrível. Talvez ele só quisesse proteger seu filho.

— Tenho um irmãozinho — Liu ergue sua cabeça e olha para seu rosto — Ele tem sua idade — Falava com um sorriso — Ele é muito forte também, igualzinho ao nosso pai.

— Igualzinho?

— Sim! Idêntico. Talvez seja o próximo Rei demônio, o novo imperador demoníaco — Sensō não parava de sorrir, era nítido que ele tinha orgulho de seu irmão e do que ele fosse tornar — Espero que possa conhecê-lo um dia, você e Kaze se dariam bem, são bem-parecidos também. E se você não estivesse treinando para se tornar um Deus no futuro, poderia fazer do grupo dele.

— Grupo? Tipo uma equipe? — Pergunta Liu, se levantando e ficando ao seu lado, observando os rastros velozes que passavam no céu.

— Tipo isso, já ouviu falar — Fazendo uma pausa rápida, ele sorrir e volta a falar enquanto olha fixamente para uma das (milhares) de estrelas no céu — Dos Nozomus?