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Capítulo 33 - Reunião

Após 1 mês ter se passado, 80% da área da academia já havia sido restaurada e as únicas partes que faltavam era o estádio e o terreno atrás dele.

Toda a estrutura central da academia já estava restaurada e assim as aulas voltaram ao normal, pelo menos para os alunos que continuaram na academia.

Antes da invasão, a academia contava com cerca de 2.500 mil alunos no total, divididos em 8 turmas. 1A ao 1C, 2A ao 2C e 3A e 3B. Quando foi dito que haveria tal invasão, foi dado a escolha e decisão para os alunos, se iriam continuar ou iriam deixar a academia.

De 2.500 mil alunos, 500 saíram e apenas 2.000 mil continuaram. Dos que continuaram, 679 foram mortos no incidente, deixando 994 restantes na academia. Após todos serem curados e tratados por Feyrit, 200 alunos largaram a academia.

A maior e mais renomada academia escolar agora havia menos de mil alunos em suas instalações. Toda a invasão gerou conflitos entre as maiores famílias, fazendo com que boa parte delas deixassem a B&R. Íris estava focando em reconstruir tudo para poder voltar tudo ao normal para os alunos restantes.

— Sei que tem sido dias difíceis para todos vocês. E tanto eu, como os outros professores, admiramos cada um de vocês que continuam aqui firmes e fortes. Trabalhando para superar tudo o que aconteceu e continuar o caminho que a vida tem para vocês.

Glory era a única professora que estava mentalmente bem após tudo que aconteceu. Ela tentava animar e fazer todos seus alunos ficarem confortáveis e seguirem em frente.

— Antes de nossa aula acabar, quero avisar a todos aqui que no último tempo haverá alguns avisos da diretora. Então peço que todos vão para o auditório.

Em alguns minutos o sinal toca e com ele vem o fim da aula, trazendo o intervalo que todos amam. A grande maioria dos alunos das turmas 1 e 2 ficam nas salas onde será a próxima aula ou nos dormitórios. Muitos deixaram de ficar nos campos na entrada da academia, as memórias e imagens daquele dia vinham em suas cabeças só de olharem para eles.

Saya, Heyzel e Igros iam diariamente para as salas espirituais, com uma rotina intensa de treinos e mais treinos. Ambos estavam cobertos de machucados leves e arranhões.

Kazuki que antes apenas olhava e advertia eles, agora treinava junto. Mesmo que ele passe a imagem de que está bem e superou o que aconteceu, todos sabem que aquilo ainda martela sua mente. Não é fácil ter uma experiência de quase morte, ainda mais ao ter daquela forma brutal.

Rapidamente o tempo se passa e logo chega o último tempo. Todos os alunos se reúnem no auditório, e pela primeira vez, as turmas 3A e 3B se juntam as demais turmas.

Em poucos minutos todos os alunos já estavam reunidos e aguardavam Íris chegar e dar os avisos. Os professores estavam no palco, todos lado a lado. A maior parte do auditório era escuro, apenas poucos pontinhos de luz circulavam entre as escadas e as fileiras de poltronas onde os alunos estavam.

O clima era levemente frio e o ar agradável. Enquanto não começava os avisos, boa parte dos alunos conversavam entre si e outros debatiam assuntos além da academia.

— Ei, Saya — Chamava Heyzel, cutucando seu ombro.

— Oi? — Respondia, sem olhar para ele.

— Sabe, não querendo fazer você se lembrar de tudo o que aconteceu, mas… quando nos encontramos novamente, a direção que você veio, eu havia visto algo no ar. Não sei bem, pareciam lanças gigantes, não sei bem.

— Ah! sim. Era um ataque que eu fiz — responde secamente, olhando fixamente para o palco.

Desde o dia em que Harry deixou a academia e a todos, Saya havia se fechado e ficado mais calada e fria. Ninguém ali sabia ou imaginava o quão difícil deve ser para ela, perder alguém tão importante em sua vida, com tantos momentos felizes juntos.

— Atenção — uma voz interrompia a todos — Ótimo, vejo que todos já estão aqui então podemos começar.

Íris tomava a atenção de todos ali e logo começa a falar o que tinha. Enquanto cada aluno olhava atentamente para ela, sem distrações ou conversinhas. Todos prestavam atenção.

— Venho por meio desse momento informar a todos que estamos entrando no nosso período de férias — por um breve momento ela faz uma pausa, tirando o microfone do suporte e o segurando em sua mão enquanto caminha pelo palco — Como todos sabem, passamos por um momento bem difícil e delicado. Mas isso nos fará mais fortes e mais determinados. Nossa academia ainda não está 100% reconstruída e eu, juntamente de alguns professores, terminaremos tudo nesse período de 2 meses de férias.

Vários colóquios começavam a se espalhar pelo auditório. Não era comum ter 2 meses de férias, sempre foi apenas 1, então todos estavam confusos e dialogavam entre si.

— Uuoh. Dois meses? Vai ser um belo descanso — Heyzel fala totalmente animado, alongando seus braços para cima e sorrindo.

— Não sei vocês, mas eu não faço a mínima ideia do que fazer… - Igros falava com a voz meio tensa, olhando para o teto.

— Eu vou voltar para minha casa e descansar bastante — respondia Heyzel, com suas mãos cruzadas e apoiando sua cabeça nelas.

Saya se mantinha quieta até que se levanta e começa a sair do auditório. Igros a olhava ir embora e pensava se devia fazer algo ou só deixar ela ir mesmo.

— Deixe-a ir, ela precisa de um espaço apenas para si mesma.

Ambos continuam lá e Íris continua dando mais alguns avisos. Dentre eles, é dito que um dia antes da volta as aulas, será feito uma reunião entre pais e professores, para informarem a situação de cada aluno aos seus pais e verem se precisam mudar algo em relação aos estudos.

Com tudo dito. Íris encerra aquele dia e avisa que no dia seguinte já começa as férias. Todos os alunos saem e vão direto para seus dormitórios. Alguns arrumam logo as malas e suas coisas para poderem voltar, já outros vão para as salas espirituais.

Kazuki estava na sala de Íris, juntamente dela. Ambos olhavam para o céu estrela através da enorme janela que havia na sala. Era possível ver pequenos rastros passando bem rápido. O céu estava repleto de estrelas brilhantes, que iluminavam aquela noite, fazendo cada lugar ficar claro.

— Tem sido bastante difícil esses últimos dias — Íris se encostava de costa na janela, segurando uma taça de vinho em sua mão direita e tocando a ponta de seus cabelos com a esquerda.

— Sim, tem realmente sido muito difícil mesmo.

Kazuki apenas respondia normalmente, olhando atentamente para o céu e com sua taça na altura de seu abdômen.

— O que fará nesses 2 meses? Tirando às vezes que irá me ajudar com as coisas aqui.

— Sinceramente? — Pergunta ele.

Íris apenas confirma com o balançar positivo de sua cabeça.

— Eu gostaria de ver minha esposa e meu filho. Mas sinto que ainda não posso ter isso de volta.

Dando um belo gole no vinho, ele se vira de costas e fica da mesma forma como ela estava. Encostando sua cabeça no vidro, ele olhava para o teto e questiona ela.

— Eu fiz certo?

— Não sou capaz de lhe dizer se fez ou não — Respondia sorrindo de canto.

— Imaginei — retribuía o sorriso dela.

— Mas — ela voltava a falar — Você achou um motivo bom o bastante para fazer, né? Então eu diria que se você conseguiu fazer tal coisa, mesmo sabendo das consequências, então sim! Você fez o certo.

De alguma forma as palavras dela soavam tranquilas e faziam com que ele se sentisse bem com suas decisões. Mesmo que soubesse que estaria cometendo traição, ele ainda fez, mas por quê?

— Você leva jeito com as palavras — elogiava ela enquanto tomava mais um gole.

— Ouço muito isso — retrucava sorrindo.