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Shinobi History

Há três meses, o assassinato de Asuka Kyosuke, ex-senhor feudal de Utakata, ocorreu, deixando um líder respeitado e admirado para trás. Poucas informações sobre sua morte foram reveladas, exceto a ligação com o clã Senju, liderado por Ichijo. Os membros do clã Senju desertaram, enquanto os Hyuga foram exilados por não se envolverem no conflito. No leito de morte, Kyosuke nomeou seu aprendiz, Uchiha Ryuzaki, como seu sucessor, embora a cerimônia formal de passagem de título esteja atrasada devido à guerra fria iminente. Com a ameaça de batalha, os três senhores feudais nas terras divididas se preparam para o confronto, recrutando aliados e treinando novos aprendizes. Enquanto isso, Hideo Miyazaki, um jovem problemático, é arrastado para essa guerra entre as poderosas alianças shinobis após a morte do líder da província. Sua jornada promete ser repleta de desafios e reviravoltas em meio ao cenário de conflito e tensão. OBS.: Todos os créditos são devidos a Masashi Kishimoto e ao meu amigo Wallace, também conhecido como Handa. O universo utiliza, de certa forma, as mecânicas de "magia" presentes no mundo de Naruto. Bijuus, jutsus e até mesmo os clãs famosos da obra de Kishimoto serão incorporados, porém todos os personagens e a ambientação do mundo são distintos.

Grimsbane · Anime & Comics
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Capítulo 2, Alistamento

Hideo estava parado diante da majestosa Fortaleza Murakumo. Nunca imaginou que colocaria os pés ali, exceto talvez para fazer uma entrega a pedido de seu pai. Mas para se alistar?!

O espaço originalmente era um templo religioso. As circunstâncias haviam se tornado tão extremas que transformaram aquele espaço sagrado em uma área militar.

'Mamãe costumava ir lá rezar aqui' – ele inspirou e expirou profundamente, como se lhe faltasse o ar.

Os portões estavam abertos, com dois guardas carregando lanças postos à entrada. Hideo engoliu em seco, reconhecendo um deles.

"Parado. Apresente-se e diga suas razões para visitar a Fortaleza" – O guarda que o rapaz conhecia franziu a testa e encarou Hideo com um profundo desdém.

"Espero que não tenha vindo aprontar nenhuma das suas gracinhas." – o guarda adicionou, deixando claro que tinha o reconhecido.

"Tanaka-kun, há quanto tempo." – Hideo falou em um tom amigável.

Kazuki Tanaka, provavelmente a pessoa que mais odiava Hideo em todo o vilarejo e o filho do homem que tinha envenenado em um descuido. Ele era um rapaz alto e de corpo saudável. Seu cabelo era escuro e tinha um rosto nada chamativo, salvo por uma pinta em sua testa.

'Eu sei que eu vacilei legal, mas eu também busquei eu mesmo as ervas para curar o pai dele. Tanaka-san não ficou sequer dois dias na cama!!'

"Como vai-"

"Miyazaki... fale logo enquanto tenho paciência" – Kazuki cortou sua fala com rispidez.

"A tirania de Ryuzaki Uchiha não pode continuar. Eu vim me alistar e oferecer minha vida para Ichijo-sama, o General de Mogami!" – Hideo batia no peito e proferia com a exalando paixão e coragem. Provavelmente enganaria qualquer um que não o conhecesse.

"Inspirador." – sarcasmo evidente nas palavras de Kazuki. "Então foi seu pai, de novo?"

Hideo, ainda em posição ereta, digna de um militar, apenas assentia com a cabeça.

O guarda o encarava em silêncio. Hideo não sabia o que estava na cabeça dele, mas a chance de Kazuki estar planejando assassiná-lo em segredo eram maiores do que zero, ao menos.

"Seu pai é um bom homem." – ele proferia em voz alta, porém não para Hideo. Era mais como se ele estivesse tentando achar justificativas para não enfiar a lança e finalizar o mandrião a sua frente.

Ele suspirava, saindo de frente do portão. Estava indicando que o rapaz poderia passar.

"Amadureça ou morra logo, qualquer um dos dois!"

Hideo não sabia o que estava na cabeça do pequeno Tanaka, mas ele iria esperar ele mudar de ideia. Ele apressou os passos, atravessando a entrada e chegando a um belo jardim.

Hideo parava por um momento, sentindo uma aura de serenidade e melancolia. Ele via as figuras de deuses escupidos em madeira antiga, suas feições desgastadas, mas ainda assim emanando uma beleza atemporal.

A vegetação, outrora meticulosamente cuidada, agora crescia de forma desordenada em alguns pontos, com o mato selvagem envolvendo as esculturas. Entre as folhas, flores solitárias desabrochavam timidamente, como lembranças da antiga glória do templo que Hideo costumava visitar com sua mãe.

Hideo seguiu por uma estreita trilha de pedras que o levou ao majestoso templo. Ao adentrar o saguão interno, foi recebido por uma inundação de luz natural que fluía através das janelas nas paredes, iluminando o espaço com uma aura sagrada.

Ao fundo da sala, uma mulher de cabelos escuros aguardava serenamente atrás de um balcão.

Era uma moça de beleza singular. Seus cabelos escuros como a noite caíam suavemente sobre seus ombros, contrastando com a pele pálida e os traços delicados do rosto.

Seu nariz e orelhas pequenos e delicados conferiam um toque de suavidade à sua expressão rígida e antipática.

'Seus olhos... Ah! Seus olhos são as coisas mais lin-'

"EI! EI! Senhor, está passando mal?" – ela estalava os dedos em frente ao rosto de Hideo, tirando-o daquele transe. Aparentemente, ele havia caminhado até ela sem perceber e, provavelmente, a encarado igual a um maníaco.

"Vim me alistar." – ele falava, corrigindo sua postura.

A garota estranhou por um breve instante, mas logo se abaixou, buscando de trás do balcão uma folha.

"Precisarei do seu nome e idade. Pode também preencher isso aqui com outras informações."

Ele coletou o formulário, preenchendo-o com suas informações pessoais. Seu nome, nome dos pais, endereço e... nome do clã. Ter que deixar esse último campo em branco lhe irritava mais do que devia. Ele entregou a folha preenchida depois de alguns minutos.

"Meu nome é Hideo. Hideo Miyazaki, tenho 19 anos e irei dedicar minha vida para salv-"

"Certo, o alistamento ocorre em duas etapas." – ele começou a se apresentar com um sorriso travesso no rosto, mas foi interrompido pela bela atendente, que pegou a folha da sua mão e guardou-a debaixo do balcão.

"Primeiro, você deve mostrar coragem e suas habilidades de sobrevivência coletando cinco ervas Suzaku na floresta da Montanha Mogami. Aqui tem as informações que te passei e um desenho da erva Suzaku" – ela puxava um pergaminho e o entregava.

"Assim que retornar, passará por uma entrevista com a Capitã para avaliar seu comprometimento com o exército. Se for aceito, se tornará um Recruta, membro oficial do exército Mogami."

"Trabalhe o suficiente e poderá visitar a Torre Hyuuga para fazer o teste Genin. Alguma pergunta? Não? Ótimo. Tenha um bom dia, senhor." – ela terminava de falar e já virava o rosto, sem lhe dar tempo para perguntar nada.

Hideo abriu a boca para falar, mas percebeu que era melhor abster de um comentário engraçadinho.

'Santo Jizo, as mulheres são difíceis. Só há duas certezas nessa vida: a primeira é a morte. A segunda é que o homem nunca vai entender a mulher.'

Ele cenou com a cabeça e se retirou do local. Precisava coletar as ervas o quanto antes. Ela então veria como ele era incrível!

"Gyehehehe~"

Uma risada travessa escapou da sua boca.

'Nem consegui perguntar o nome dela. Mas tudo bem, volto antes do Sol se pôr!'

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"Ervas... ervas... parece fácil. Imaginei que teria que enfrentar um Uchiha, um Asuka ou algo do tipo. Se eu puder evitar os membros dos clãs poderosos e ficar apenas com trabalhos simples, talvez não seja tão ruim. Ao menos ficarei vivo, eu acho..." – apoiei as mãos atrás da cabeça em uma posição relaxada, enquanto caminhava pela trilha dos arredores de Mogami, onde fica a floresta, até me distanciar um pouco do vilarejo. Tecnicamente é uma missão fácil, então por que eu tô com essa sensação ruim?

"Hmmm, se eu estivesse morando em Utakata eu não estaria tão preocupado. Merda, pai! Por que a gente teve que se mudar para a vila fodida bem antes da guerra estourar? Utakata tem as armas, os clãs mais fortes, as maiores plantações, o maior exército. E você ainda me enfiou no meio dessa bagunça. Ah, foda-se" – retirei as mãos da nuca, lançando elas pro alto como um gesto de quem não se importava mais. Saí da trilha, me enfiando na mata de vegetação intermediária, não chegava a ser rasteira, mas também não era tão densa. Se eu tinha uma qualidade, era meu senso de direção. "Duvido que alguém que não seja um Hyuuga ou de um clã de ninjas sensoriais consiga consiga andar livremente por essa mata sem se perder"

Continuei passeando pela floresta, andando em direção quase que retilínia, mas checando cada ponto que eu acreditava que poderia encontrar as ervas desejadas pela missão. As vegetações de Utakata e Mogami não diferem tanto, afinal, são vilarejos próximos, há pouco tempo governados pelo mesmo senhor feudal, Asuka Kyosuke. E eu já passei muito tempo explorando as florestas de Utakata, e é por isso, eu acredito, que não tardou para que encontrasse o primeiro par de ervas. Deixei escapar uma risada. "Quem diria que ia ser tão fácil, gyehehehe~"

No entanto, não foi tão fácil assim. O primeiro par de ervas que encontrei foi pura sorte. Não eram ervas raras, aliás, eram bastante comuns no outono. O problema é que estamos no início do verão, e essas ervas começariam a crescer mais intensamente apenas em algumas semanas. A tarefa parece fácil apenas devido ao pequeno número de ervas requeridas.

Na verdade, levou um tempo considerável até eu encontrar mais ervas, a ponto de eu já estar de saco cheio de procurar essa merda.

"Ah! Olha" – avistei duas ervas verdes próximas a alguns arbustos em uma região de poucas árvores, onde havia incidência solar. Caminhei até as duas, agachando alcançá-las. Retirei uma pequena faca da bolsa e cortei seus caules, guardando-as, junto à faca. Quando levantei o corpo para continuar a andar, foi de imediato: meu olho bateu de frente com uma linda visão. Mais uma erva, sozinha, a menos de dez metros de distância.

Mas havia algo de errado, ela estava logo abaixo de uma grande árvore, com uma sombra que a cobria por completo, quase que sem deixar cair um único feixe luminoso ao seu entorno, que era engolido pela sombra formada pela densa folhagem. A árvore era muito bonita, com uma coloração escura e um tronco forte. Deveria ser uma árvore antiga, ela se destacava meio à floresta. Era estranho inclusive eu não tê-la notado ainda.

Era ainda mais estranho, pois ainda que fosse comum vegetação rasteira à sombra de árvores, isso não costumava acontecer com esse tipo específico de erva verde. A erva tinha propósitos medicinais, e precisava de uma boa incidência luminosa para que crescesse adequadamente.

Mas é como dizem, cavalo dado não se olha os dentes. Me aproximei, alerta aos arredores, até ficar de frente com a erva isolada. Olhei novamente aos arredores com uma feição estranha. Fiquei pelo menos cinco minutos checando, dando voltas na árvore, analisando cada centímetro quadrado ao redor da erva, mas não pude notar nada. "Alguém por aí?" – abri a boca, ousando questionar em voz alta.

...Não havia mecanismo de armadilha alguma. Não havia ninguém por aqui. Era só eu... e a última erva. Parece que é meu dia de sorte. Eu tomei os cuidados necessários para evitar quaisquer animais durante o trajeto, e as chances de encontrar algum bandido ou uma criatura mágica poderosa eram pequenas por aqui. Mas de alguma forma eu não conseguia acreditar... realmente tinha sido bem fácil!

Agachei com um sorriso no rosto, puxando a faca da bolsa, como tinha feito nas outras vezes para cortar o caule da erva. Após repetir o mesmo processo e guardar os itens, eu comecei a me levantar.

Enquanto me levantava, senti um forte tremor vindo do chão, me fazendo cair para trás. No mesmo instante, o chão à frente desmoronou em uma explosão de terra, com um vulto bem grande surgindo debaixo de onde inicialmente havia a erva que arranquei.

Por enquanto é isso!

Eu sei que o Hideo é cringe do garai, mas ele é apenas um moleque. Não terá romance na história, o foco será em slice of life, aventura e world building. Hideo é apenas um dos dois protagonistas da obra, o outro protagonista é muito menos pateta e vocês o conhecerão em alguns capítulos.

O que tá rolando na província, e a lore sobre a guerra e a região é algo que ainda será revelado mais a frente.

Valeu aí!

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