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OPERAÇÃO SOL NEGRO

FrangoWick · Horror
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OPERAÇÃO SOL NEGRO

Fomos convocados para atuar numa missão, as diretrizes eram entrar em um complexo militar do governo e coletar dados dos terminais de servidores, prontamente reuni a equipe, nos dirigimos ao ponto de saída com nosso equipamento onde um helicóptero nos esperava, tinha cor preto, sem insígnias, números ou nomes, assim como nós ele não deveria existir nos registros, sendo convocado apenas em eventos secretos e de total descrição. Durante o voo o controle da missão entrou em contato, transmitindo as últimas informações necessárias, um mapa das instalações, os nomes de todos que trabalhavam no local, códigos de acesso e o prazo de quarenta e oito horas para finalizar a missão e extração do conteúdo.

Ao pousarmos no locar o helicóptero imediatamente partiu e prosseguimos entrando na instalação, uma base militar subterrânea, secreta localizada embaixo de uma montanha, no centro-oeste do pais. A entrada dava para o primeiro nível da base, dedicado para a segurança e comunicação, como líder da equipe deixei um dos três soldados para operar controles com a finalidade de nos guiar e dar apoio tático. Por algum motivo todos os andares estavam desenergizados, sendo possível apenas nos ver por nossas câmeras pessoas nos capacetes no deslocamento e descida dos 6 níveis seguintes, cada um mais profundo que o anterior, organizado cada andar em formato circular com 11 elevadores presentes no ponto central.

Seguindo as diretrizes da missão fomos para o elevador e descemos em direção ao nosso objetivo inicial, acessar o terminal da ala de engenharia genética. Durante os poucos segundos que passamos descendo em um dos elevadores, em silencio me perguntei sobre os trabalhadores do complexo, tínhamos uma lista detalhada de todos que estavam registrados como funcionários, porém não vimos nenhum sinal de pessoas ou qualquer movimentação no primeiro nível, algo estranho, pois ficaria evidente caso tivessem sido evacuados, porém não havia sequer registros ou alerta nos computadores.

O elevador chegou rapidamente ao destino e parou no andar que escolhemos, de uma forma suave que não era condizente como a velocidade que se deslocava, assim como não fazia nenhum barulho, era claro como aquele local não se parecia com uma base comum. Ao abrir das portas não havia a iluminação nos corredores, apenas luzes de segurança, com uma iluminação bem fraca e fomos informados pelo soldado nos controles de que não poderia fazer nada a respeito.

Poucos instantes ao descer do elevador e fazer o reconhecimento do local ficou claro porque tinham nos chamado para a missão, encontramos alguns dos funcionários e soldados da base, todos perto do elevador e saída de emergência, alguns estavam simplesmente caídos no chão, apenas mortos, sem nenhum tipo de trauma, como se estivessem apenas desmaiado e caído no chão enquanto tentando sair, porem nem todos estavam assim, haviam corpos desmembrado ou despedaçados espalhados.

Minha primeira ordem foi para selar a entrada da base, colocando toda a instalação em quarentena, ninguém deveria entrar ou sair até o término do período de extração. Por nossas câmeras o soldado no nível 1 via o que nós víamos, então perguntei

- Há algo nos sensores do andar indicando o motivo das mortes, algo com que devamos nos preocupar? Existia algum animal na genética grande o suficiente para despedaçar as pessoas?

- Não há nade de anormal no ar senhor, nenhum gás, substância ou patógeno, se havia algo ao qual essas pessoas foram expostas, não estava mais presente e o maior animal registrado eram os cachorros no laboratório.

Prosseguimos, fomos em direção ao painel de energia daquele andar, que assim como os outros, tinha circuitos separados com quadros de energias distintos, ligados a um painel central e uma fonte de energia fora da rede convencional, assim poderíamos tentar religar esse andar. Os corredores eram escuros com uma iluminação fraca quase inexistente, dependíamos das lanternas para poder enxergar, os corpos estavam espalhados porem em menos concentração do que próximo aos elevadores, e o único barulho era dos animais na ala de cobaias, que ficaram para trás quando as pessoas morreram quando aparentemente tentavam fugir, agora faziam barulho claramente pedindo por ajuda. Em posse dos códigos de acesso entramos na ala da engenharia, apenas para constatar que não havia forma de religar a energia, todo o sistema estava danificado demais.

Já tinha se passado uma hora do nosso tempo, então continuamos naquele ambiente de quase total escuridão. No caminho de volta, quando chegamos perto da ala das cobaias notamos que algo tinha acontecido, os animais, não os escutávamos mais e alguns dos corpos no chão tinham desaparecido. Ao entrar na ala de cobaias ficou estava evidente de que não estávamos sozinhos, o quer que fosse, atacou os animais que agora eram apenas restos, sangue e ossos, desmembrados e dilacerados em partes, espalhado pela sala, e as gaiolas tiveram suas barras abertas a força, os que restaram estavam tão assustados que apenas se encolhiam de medo. Parecia algum tipo de predador, dado que os comeu, provido de inteligência já que não ficou para que o encontrássemos no meio de sua refeição, eu sabia que ele estava nos observando, mas eu continuei na missão, seguindo as diretrizes, meus subordinados eram leias a mim, mas de forma sutil era evidente que já estavam desconfortáveis.

Voltamos e fomos em direção ao terminal, precisávamos recuperar o tempo perdido e começar o processo de recolher os dados, acessamos o computador e dei a ordem para que um dos soldados fazendo o trabalho, tranquei a porta, e junto ao soldado restante decidi caçar o ser que matou e devorou os animais enjaulados.

Fomos vasculhar cada sala, trancando todas as que estivessem livres, passamos muito tempo nesse processo, no final do corredor, quando já estávamos próximos de voltar ao terminal onde recolhíamos as informações, percebemos movimentações estranhas, meu subordinado mirou o rifle para uma sombra que se movimentava, aparentemente pela silhueta parecia uma pessoa, gritei e dei a ordem – pare, identifique-se! Ela continuou avançando, aproximou-se mais, o suficiente para identificar que se assemelhava com uma das pessoas que trabalhava no local, apesar de meus avisos, não seguiu as ordens, então decidi por atirar para matar, o alvo estava a cinquenta metros de distância, apontamos as armas, porem antes que eu efetuasse o disparo, outra coisa começou a se movimentar e escutamos barulhos de algo se deslocando, que a pegou primeiro enquanto passava pela intercessão dos corredores, era realmente um animal grande, provavelmente um predador ou algo similar, fomos até o local e vimos apenas sangue, provavelmente da trabalhadora que serviu de preza e um buraco nas placas do teto, por onde a criatura provavelmente fugiu.

-Vamos voltar para a sala do terminal, a criatura está se movimentando por cima de nós, não temos como caça-la enquanto estiver se deslocando pelos dutos.

Ao entrar na sala o soldado que estava dentro me atualiza do processo de recuperação dos arquivos:

- Senhor, tem de ver isso, consegui baixar os dados, são muitos vídeos e arquivos diversos. Abri alguns deles, parece que estavam tentando fazer algum tipo de super-humano aqui ou alguma arma biológica, não entendi ao certo, tudo isso baseados na constituição genética de alienígenas, o governo deu liberdade a alguns cientistas ex-nazistas...

- Você abriu os arquivos? Não somos pagos para ler nada soldado, entramos, saímos e matamos o que for preciso, nada mais.

- Mas precisamos saber com o que estamos lutando, não podemos continuar em desvantagem...

- Cale-se soldado, ou serei forçado a mata-lo por insubordinação.

Houve por alguns segundos uma tensão, minha arma já estava levantada, precisava apenas de um estímulo, porem depois de relembra-lo das consequências de não seguir o protocolo ele se calou e meu primeiro pensamento depois disso foi - Porque sempre os Nazistas? Não poderia ser simplesmente uma empresa farmacêutica ciando uma arma biológica? Já tinham se passado sete horas desde que começamos o trabalho, decidimos por descer para o próximo andar e recolher as informações.

Existia uma distância considerável entre o ponto onde estávamos e os elevadores para acessar o andar inferior. Fomos caminhando com cuidado, prestando atenção em cada possível som ou movimentação que pudesse caracterizar perigo, já que agora sabíamos que existia um predador a solta e que ele provavelmente estava à espreita nas sobras, nos vigiando apenas esperando para devorar nossa carne. Quando nos aproximamos do elevador notamos um barulho no duto de ventilação, que aumentava cada vez mais de nossa direção, talvez o animal que vimos anteriormente, porem se fosse ele tinha crescido desde o momento que o vimos, nossa reação foi atira, porem a criatura se deslocava muito rapidamente e não era possível ter certeza de em que sessão do duto ela estava, para nossa surpresa ela não desceu no local que estávamos embora fosse uma passagem, avançou, passou de nossa posição e caiu metros a nossa frente, próxima aos elevadores, impedindo nossa passagem.

Nesse momento que deu para vê-la melhor, não era nenhum animas que conheço, provavelmente deve ser fruto de algo que fizeram nos laboratórios, parecia maior que antes, em pé tinha uma estatura maior que um ser humano médio, tinha braços grandes e deformados, com outros pequenas membros saindo de suas juntas, com pernas relativamente pequenas, porem o fator de destaque, o que a diferenciava de qualquer tipo de ser vivo era a pele, ou melhor a clara falta dela, era possível ver os músculos aparentes, de um tom muito forte de preto, disformes como se estivessem enrugados além de apresentar um aspecto úmido. A criatura ficou poucos segundos parada, não apresentou nenhum tipo de furtividade, provavelmente porque já sabia que se encontrava entre nós e nosso objetivo.

- Atirem à vontade. Dei minha ordem.

Porem antes do primeiro tiro ser disparado a criatura se lançou em nossa direção e a última coisa que percebi foi como era veloz e ágil, não seguiu uma linha reta, veio em nossa direção fazendo movimentos, trocando de rota a todo instante, usando suas garras longas para se deslocar pelas paredes e o teto enquanto se aproximava de nós. Creio que tenhamos acertado algum tiro dentre os vários que disparamos, mas ela fez valer a vantagem do ambiente de penumbra, então finalmente ela chegou perto o suficiente para pular em um de nós, ela escolheu o que estava mais à frente, junto comigo, me atingindo no processo, o impacto foi tão grande que ela foi cair a metros de distância, o soldado que sobrou me ajudou a levantar, e quando olhei não pude acreditar, a criatura ainda no mesmo corredor, ela estava devorando nosso companheiro ali mesmo, próximo a nós e totalmente despreocupada, ela parecia faminta e sem medo, sequer apresentou qualquer menção de leva-lo para comer em outro lugar, como se tivesse constatado que não éramos uma ameaça em potencial.

Não poderia deixar isso acontecer, tinha de aproveitar essa chance, coloquei um pente novo de balas em meu rifle, e disse ao soldado que me acompanhava:

- Vamos aproveitar que ela está distraída, está de costas e nos subestimou, queime-a elas com o lança chamas.

Quando falei isso a criatura se virou e pude então ver o rosto, parecia furiosa, com presas grandes, um rosto deformado, com características similares ao corpo, porem de uma natureza que sou incapaz de descrever. Notei que não tínhamos acertado nada, nenhum tiro sequer, foi nesse momento que o soldado atirou com o lança chamas incinerando-a. Quando ele finalizou, a criatura se encontrava ainda viva, porem claramente ferida pelo fogo, e como último ato ela usou suas últimas forças emitiu um som, uma espécie de grito agudo e contínuo, morrendo logo em seguida, por minhas balas, quando abri fogo em suas entranhas expostas pelo fogo.

Não sabíamos, mas esse grito não era algo sem motivo, ou apenas uma ameaça de um animal ferido, era um chamado, que outras criaturas atenderam e se mostravam vindo de todas as direções.

- Vamos para os elevadores, temos de descer.

Não tínhamos condições de enfrentar as criaturas, estávamos em total desvantagem, tínhamos perdido um homem, e nos encontrávamos no território delas. Corremos para o elevador quando olhei para trás pude ver algo em torno de uma dezena delas, conseguímos entrar no elevador, nos posicionamos dentro e atiramos para tentar retarda-las, por fim, quando a porta estava para fechar eu fiz o movimento para lançar uma granada, então as criaturas incrivelmente pararam, aparentemente por ordem de uma delas que no meio da confusão emitiu um grito e parou as demais.

A cada momento que passava eu aprendia mais sobre as criaturas e como elas são inteligentes e de alguma forma social, apresentando uma hierarquia. Foi só quando a porta do elevador fechou que percebemos que havia um corpo dentro, de uma pessoa que aparentava ainda estar viva, o soldado no primeiro andar confirmou a identidade dela, era da geneticista chefe. A carregamos conosco levamos enquanto saíamos em total silencia, e entramos na primeira sala aberta, amarramos ela com força em uma cadeira enquanto fazíamos o inventário de nossa munição.