1 CHORAR ATE QUANDO?

Fabricio Maciel se encontra no topo de um morro, os ventos frios cortando o ar ao redor dele. Seu olhar está perdido no horizonte, as lágrimas rolando por suas bochechas, uma fotografia em suas mãos tremendamente estreitas. Ele segura com cuidado uma imagem desbotada de Raul Vidal, seu melhor amigo, sorrindo ao lado dele em um momento de alegria há muito tempo passado.

O sol poente pinta o céu com toneladas de laranja e rosa, mas para Fabricio, tudo está mergulhado em toneladas de melancolia. Ele se agarra à fotografia como se fosse a única conexão restante com um passado cheio de risos e memórias preciosas. Suas soluções se misturam com o vento que assobia suavemente através dos arbustos próximos, quase como se a natureza compartilhasse de sua dor.

Cada rugas em seu rosto conta uma história, uma história de anos de amizade e aventuras compartilhadas. Ele fecha os olhos por um momento, tentando conter as lágrimas, mas as lembranças inundam sua mente, forçando-o a encarar a realidade dolorosa da perda de seu amigo.

Enquanto o sol desce lentamente no horizonte, Fabricio continua ali, no topo daquele morro, segurando firmemente uma fotografia, como se a presença de Raul pudesse ser sentida através da imagem desgastada. Seu coração partido anseia pela companhia do amigo, mas tudo o que resta são lembranças e uma dor que parece infinita.

As primeiras luzes do amanhecer começavam a pintar o céu, tingindo o horizonte com tons de laranja e dourado. Raul Vidal, um homem de olhos determinados e sorriso confiante, encontrava-se no pico mais alto das montanhas que cercavam sua pequena cidade. Era um lugar onde o mundo parecia se encolher diante da imensidão do panorama.

Vestido em seu macacão azul e vermelho, Raul preparava seu equipamento com a destreza de quem dominava os ventos. Seu parapente, meticulosamente dobrado e ajustado, aguardava ansioso pelo momento de liberdade. Ele respirou fundo, deixando-se envolver pela brisa matinal que dançava entre os penhascos.

Os primeiros raios de sol iluminaram sua face, destacando a determinação nos seus olhos. Com um impulso firme, Raul correu para a beira do abismo. Seus pés se desprendiam do chão, e o vazio se estendia sob ele enquanto o parapente se enchia e se erguia majestosamente no ar.

A sensação de liberdade era indescritível. Raul estava livre como um pássaro, pairando acima das montanhas, cercado apenas pelo som do vento e pelo perfume fresco da manhã. Ele se inclinou suavemente, manobrando seu parapente com maestria, mergulhando e subindo como se estivesse dançando com os elementos.

O sol já se erguia completamente, iluminando os vales e revelando a beleza selvagem da paisagem. Raul sentia-se em sintonia com aquele ambiente, como se cada movimento fosse uma extensão natural do seu próprio ser. A adrenalina misturava-se com a serenidade enquanto ele deslizava pelo ar.

Lá embaixo, os telhados da cidade começavam a ganhar vida, as pessoas despertavam para mais um dia. Porém, para Raul, aquele momento no alto, livre dos limites terrestres, era o verdadeiro despertar. Ele sorria para si, sentindo a energia revigorante da aventura e a tranquilidade de flutuar no ar.

Com graciosidade e confiança, Raul Vidal desapareceu no horizonte, deixando para trás apenas o eco suave do vento e a memória de um homem que sabia verdadeiramente o significado da liberdade nos céus.

O sol estava prestes a se pôr, pintando o céu com uma paleta de cores vibrantes. Tais Peres, uma jovem destemida e apaixonada pela liberdade, estava pronta para mais uma aventura nos céus de Andradas, sua terra natal. Com um sorriso radiante, ela ajustava os últimos detalhes do seu parapente, uma mistura de tons vibrantes de verde e amarelo que contrastavam com o céu alaranjado.

Tais era conhecida na cidade não só por sua destreza no voo livre, mas também por sua amizade com Raul Vidal, outro praticante apaixonado por desafiar os limites dos céus. Compartilhavam não apenas a paixão pelo voo, mas também a conexão com a beleza selvagem das montanhas que cercavam Andradas.

Ao decolar, Tais sentiu o vento acariciar seu rosto e erguer seu parapente suavemente. Ela se lançou no ar com uma confiança que só os verdadeiros amantes do voo conheciam. A cidade se desdobrava lá embaixo, pequena e tranquila, enquanto ela ascendia cada vez mais alto.

A paisagem era de tirar o fôlego. Montanhas ondulantes se estendiam até onde os olhos podiam ver, cobertas por uma mistura de verde exuberante e rochas imponentes. Os raios do sol dançavam sobre os vales, pintando sombras e reflexos que tornavam o cenário ainda mais espetacular.

Tais voava com maestria, deslizando entre as correntes de ar, como se estivesse dançando em harmonia com a própria natureza. Ela inclinava seu parapente habilidosamente, mergulhando e subindo, brincando com as correntes ascendentes para ganhar altitude e depois deslizar suavemente em direção ao horizonte.

Ao longe, avistava-se o pico mais alto, onde Raul muitas vezes se aventurava. Tais sorriu ao lembrar-se de seu amigo e de suas próprias experiências compartilhadas no céu. Era como se, voando naquele momento, estivesse conectada não só com o ambiente ao seu redor, mas também com a presença de Raul.

Enquanto voava, Tais sentia-se em casa nos céus de Andradas. A paz e a liberdade que encontrava ali eram incomparáveis. Ela deixou-se levar pelas correntes de ar, desfrutando da sensação de total liberdade e da beleza sem igual daquele momento mágico entre o céu e a terra.

Fabricio Maciel estava sozinho em um lugar isolado, cercado pelo silêncio da noite. Seu coração pesava com uma mistura de solidão e anseio, enquanto lágrimas teimavam em rolar por suas bochechas. Ele sentia um vazio profundo, uma sensação de desespero que o consumia por dentro.

Com a voz embargada pelo choro, Fabricio gritava para o céu estrelado, como se pudesse alcançar o amor que tanto ansiava. Seus soluços ecoavam na escuridão, um apelo desesperado misturado com a dor da incerteza.

"Por que não vem voando para mim, meu amor? Onde você está, meu amor?", ele clamava, cada palavra carregada de emoção e anseio. Seus olhos procuravam desesperadamente nos céus, como se esperasse ver nos astros a resposta para suas preces.

A solidão parecia sufocante naquela noite, e Fabricio sentia como se o próprio coração estivesse partido. Ele ansiava por um amor que parecia estar além do seu alcance, perdido em algum lugar no vasto universo.

Seus gritos se misturavam ao silêncio da noite, ecoando pelas montanhas distantes. Ele se sentia pequeno diante da imensidão do mundo, implorando por um amor que parecia inalcançável naquele momento de desespero.

Enquanto as lágrimas continuavam a escorrer por seu rosto, Fabricio ansiava por encontrar aquele que preencheria o vazio em seu coração. Seu grito angustiado se dissipava no ar, mas o eco de sua busca incessante por amor permanecia pairando na escuridão da noite.

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