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Dia 25 de Agosto

Era uma sexta-feira, estava nublado pela manhã, com uma forte ventania gelada soprando pelas ruas da cidade de Tokyo. Bokuto se encontrava com um sorriso radiante enquanto andava rapidamente em direção à casa de Kuroo, uma empolgação palpável em cada passo que dava. Havia uma animação única no ar, uma energia que só se fazia presente quando Bokuto estava prestes a embarcar em mais uma de suas aventuras com seu melhor amigo.

Os pais de Kuroo haviam saído da cidade para visitar parentes distantes no feriado, deixando a casa inteira à disposição deles. Kuroo não gostava de ficar muito tempo sozinho então quem mais para colorir o seu final de semana cinzento solitário?

Bokuto não poderia estar mais empolgado. Ele tinha uma mochila nas costas, repleta de coisas que achava que poderiam ser úteis para um final de semana divertido: Videogame, lanches e até uma bola Mikasa, a preferida de Kuroo. (Vai que dá pra jogar um pouco ?)

Bokuto tocou a campainha e esperou, balançando o pé impacientemente enquanto imaginava como seria esse dia. Quando a porta finalmente se abriu, Kuroo apareceu, vestindo seu típico sorriso confiante.

"E aí mano… !", Kuroo saudou, mal tendo tempo para completar seu cumprimento quando Bokuto o surpreendeu ao envolvê-lo em um abraço forte e caloroso.

"Eu estava morrendo de saudade!", Bokuto murmurou suavemente, sua voz repleta de carinho.

Kuroo retribuiu o abraço com a mesma intensidade, fechando os olhos por um momento para saborear aquele momento de proximidade. "Eu também senti sua falta Bo"

"Você sabe que pode me chamar pelo primeiro nome!", Bokuto relembra ele com um entusiasmo contagiante. "Eu trouxe o nosso Xbox, os jogos, e lanches que precisamos para um final de semana incrível!" (Sim eles compartilham um Xbox)

Kuroo riu e balançou a cabeça. "Você é sempre tão empolgado, mal posso esperar, entre."

Os dois amigos entraram na casa, com Kuroo mostrando a Bokuto onde ele poderia deixar sua mochila em seu quarto.

"Cara ta congelando, me ajude a levar as coisas para a sala, vamos fazer um ninho aconchegante" Kuroo fala e ele assentiu animado e pega vários travesseiros no guarda-roupa e o seguindo para a sala.

São dois sofás normais e um grande sofá cama no meio da sala, que eles rapidamente abriram e colocaram os cobertores e travesseiros.

"Primeiro eu quero testar aquele novo DMC 5" Bokuto fala e monta o Xbox One na TV de Kuroo enquanto este terminava de ajeitar as coisas e pega na cozinha uma vasilha grande para colocar os salgadinhos e dois copos grandes com suco de laranja.

"Esse jogo é muito foda, Mas não é multiplayer, que tal um Kof 2002, ou o XI? Eu tentei comprar o XIII mas tá o olho da cara, eles agora tem uns gráficos muito bons." Kuroo se senta e pega um dos controles.

"Sim, mas eu queria testar a nova DLC que eu comprei, estava na promoção e veio o Vergil para jogar cara, você não tá entendendo." Bokuto fala quase chorando e se senta ao lado dele para olhar com os olhos de coruja brilhantes.

"Ta bem, ta bem bebê, mas quem morrer duas vezes passa o controle, enquanto isso eu como os salgadinhos". Ele fala rindo e vê a reação do seu amigo ao apelido.

"Eu não sou um bebê" Bokuto infla as bochechas com um beicinho enquanto coloca já iniciava Devil May Cry 5.

Kuroo riu, sacudindo a cabeça. "Sempre tão obcecado com essas DLCs."

"Ah, você sabe como é! Vergil é incrível!", Bokuto respondeu, defendendo sua escolha com entusiasmo.

Enquanto eles enfrentavam inimigos virtuais e desvendaram as mecânicas do jogo, uma rivalidade amigável começou a surgir. O espaço para brincadeiras estava aberto.

"Olha só, Bo, você já morreu três vezes nessa fase", Kuroo provocou, um sorriso malicioso nos lábios.

Bokuto revirou os olhos. "Ah, é só porque estou deixando você jogar, Tetsu."

"Claro, claro, vou fingir que acredito", Kuroo zombou, seus dedos ágeis se movendo no controle e ele morre para o mestre que parece um alienígena gigante .

"Minha vez de jogar agora! "Bokuto insistiu, tentando pegar o controle das mãos de Kuroo.

Kuroo riu e se afastou, segurando o controle acima de sua cabeça. "Nem pensar! Você já conseguiu passar 3 fases com um S e nem passou o controle. Agora eu sou café com leite." Kuroo se defendeu rindo, brincando com Bokuto enquanto segurava o controle.

Bokuto cruzou os braços, fazendo um bico adorável. "Ah, não seja assim, Tetsu! Me dá o controle, vai."

Kuroo riu, mas finalmente entregou o controle para Bokuto. "Tudo bem, você merece uma chance."

Bokuto pegou o controle com um sorriso vitorioso e se concentrou no jogo, seus olhos fixos na tela enquanto ele se esforçava para superar a fase.

"Vai lá, Kou! Mostra quem manda!", Kuroo encorajou, enfiando os salgadinhos na boca.

Depois de morrer uma vez, Bokuto finalmente conseguiu passar pela fase, e um "S" brilhante apareceu na tela, acompanhado de efeitos sonoros triunfantes.

"Isso aí ! Eu sabia que você conseguiria!", Kuroo exclamou, batendo nas costas de Bokuto com entusiasmo.

Bokuto riu, visivelmente satisfeito com sua conquista. "É isso que acontece quando o mestre Vergil está no controle!"

Kuroo revirou os olhos de brincadeira. "Oh, claro, agora é o mestre Vergil, né?"

Enquanto o clima de animação continuava, Bokuto se levantou do sofá e esticou os braços. "Acho que preciso de uma pausa depois dessa. Vamos jogar o seu KOF ?"

Kuroo sorriu, levantando-se também. "Até que enfim! Vou colocar agora."

Kuroo foi até a estante de jogos e pegou a caixa de "The King of Fighters XI", abrindo-a com um sorriso satisfeito. Ele retirou o disco e colocou-o no console, seus olhos brilhando com a antecipação da partida.

"Preparado para ser derrotado, Kou?" Kuroo provocou, pegando um dos controles e dando uma piscadela.

Bokuto riu, aceitando o desafio com entusiasmo. "Pode ter certeza de que vou te dar uma surra, Tetsu!"

Os dois se sentaram novamente no sofá, cada um com um controle nas mãos. O jogo se iniciou, e a tela ganhou vida com personagens empolgantes e cores vibrantes. Bokuto e Kuroo estavam prontos para uma nova rodada de diversão competitiva.

A partida começou com movimentos rápidos e combos bem executados. Bokuto escolheu um time de personagens que refletia seu estilo de jogo, enquanto Kuroo se dedicava a uma equipe estratégica.

"Cara, minha equipe está imbatível", Kuroo disse, dando um soco no ar enquanto executava uma série de golpes especiais.

Bokuto riu, seus dedos voando sobre os botões do controle. "Não subestime o poder da minha, Tetsu!"

Enquanto os personagens na tela lutavam, os jogadores também estavam completamente imersos na batalha. Os olhos deles se concentram na tela, os dedos se movendo com agilidade enquanto eles se esforçam para vencer.

"Venha, mostre o que você sabe fazer!" Kuroo encorajou, sua voz cheia de empolgação.

Bokuto estava determinado a vencer, concentrando-se intensamente nos movimentos e nos combos. Ele conseguiu executar um ataque especial impressionante que deixou Kuroo momentaneamente sem reação.

"Caraca, mano! Como que você fez isso?" Kuroo olha para ele espantado. "Você vai ter que me ensinar esse"

"Um bom jogador tem seus macetes." Bokuto faz olhar enigmático.

A partida continuou com reviravoltas emocionantes, cada jogador tentando superar o outro. Risadas e exclamações de surpresa enchiam o ambiente, criando uma atmosfera de competição amigável.

"Esse é o meu momento de virada!"Kuroo declarou, determinado.

Bokuto riu, seus olhos brilhando com entusiasmo. "Você vai ter que fazer algo incrível para me vencer agora!"

A partida chegou ao clímax, os personagens na tela lutando pela vitória.

E então, com um último golpe decisivo, Kuroo conquistou a vitória, seus personagens triunfantes na tela.

"Eu sabia que conseguiria!", Kuroo exclamou, levantando os braços em celebração.

Bokuto riu. "Muito bem! Você é um adversário formidável, tá aprendendo comigo !"

Eles compartilharam um olhar de satisfação, suas respirações um pouco aceleradas pela intensidade da partida. Enquanto o jogo exibia os resultados finais, eles se acomodaram no sofá, rindo e trocando brincadeiras sobre a partida épica que tinham acabado de disputar.

Com um sorriso satisfeito, Bokuto se inclinou para trás no sofá e esticou os braços. "Essa foi uma partida e tanto, hein? Mas agora acho que preciso descansar meus dedos."

Kuroo riu, balançando a cabeça. "Concordo. Depois de tanto esforço, acho que é hora de dar um descanso para eles."

Bokuto assentiu, concordando. "Então, o que acha de assistirmos um filme para relaxar?"

Kuroo sorriu, gostando da ideia. "Ótimo plano, qual filme a gente vai ver?

Eles pegaram seus smartphones. Abriram o aplicativo de filmes e começaram a explorar as opções disponíveis. Depois de alguns minutos de busca, Bokuto encontrou algo que chamou sua atenção.

"Ei, olha só, Tetsu! 'Homem-Formiga e a Vespa'. O que você acha?"

Kuroo olhou para a tela do telefone e assentiu animadamente. "A gente viu só o primeiro né? Vamos ver esse"

Bokuto confirmou a seleção, e logo o filme começou a ser reproduzido na tela da TV. A sala se encheu com a história cheia de ação e humor, enquanto eles se acomodaram no sofá, aproveitando o início do filme.

À medida que a trama se desenrolava, Bokuto e Kuroo se envolviam cada vez mais na história. Eles riam das cenas engraçadas, vibravam com as sequências de ação e comentavam sobre os detalhes do universo da Marvel.

Uma cena em que o Homem-Formiga encolhe para um tamanho de uma criança fez ambos rirem alto.

Outra cena que provocou risadas foi quando o personagem Luís com um soro da verdade começou a contar uma história com um estilo de narração único, cheio de pausas dramáticas e gestos exagerados. Bokuto e Kuroo não conseguiram conter o riso diante da performance hilária do personagem.

"Esse cara é demais! Ele está contando uma história ou encenando uma peça de teatro?", Bokuto perguntou, rindo.

Kuroo balançou a cabeça, rindo enquanto respondia. "Acho que ele está fazendo os dois ao mesmo tempo. Isso é que é contar uma história com estilo!"

Quando chegou a hora do almoço, eles ainda estavam imersos na história, mas pausaram o filme com relutância.

"Eu não quero sair daqui, mas parece que é hora do almoço", Kuroo comentou, dando um suspiro teatral.

Bokuto riu, concordando. "É verdade, preciso de comida para recarregar as energias para assistir ao resto do filme!"

Depois de pausar o filme, eles decidiram preparar um almoço improvisado juntos. Rindo enquanto tentavam seguir a receita, eles logo descobriram que eram um time dinâmico na cozinha, mesmo que o resultado não fosse perfeito.

"Eu não acredito que queimamos o arroz, Kou!" Kuroo riu, apontando para a panela fumegante.

"Hey, acontece com os melhores!", Bokuto brincou, dando um tapinha no ombro de Kuroo.

Eles se serviram do strogonoff delicioso e refrigerante e rapidamente correram para o sofá com seus pratos para continuar o filme.

"Cara, cuidado para não entornar se não minha mãe nos mata, esse sofá cama é novinho" Kuroo diz rindo

" Relaxa cara que eu sou muito disciplinado para essas coisas." Bokuto bate no peito orgulhoso e ri de Kuroo que o olhava duvidosamente com uma colher de comida na boca. "Eu sei, eu sei".

" Você avisou seus pais que ia ficar três dias aqui?" Ele pergunta.

"Na verdade, desde o momento em que você me disse que os seus pais iam sair eu os avisei, porque eles estavam planejando fazer um passeio, e eu não podia deixar o meu mano sozinho" Bokuto fala com solidariedade.

"Cara, não fale essas coisas embaraçosas, eu não mereço tanto" Kuroo tampa o rosto envergonhado.

"Claro que merece Tetsu" se eu não perguntasse o que você ia fazer esse fim de semana você ia dizer que ia ficar sozinho porque não queria sair? Bokuto retira a mão que estava em seu rosto com preocupação.

"Isso não é saudável para você, até Kenma me disse, por isso estou aqui." Ele sorri para o rosto envergonhado de Kuroo.

"Obrigado Kou, você não existe" Ele agradece com um sorriso meio torto. "Kenma é esperto, ele também está viajando e mesmo assim pensa em mim"

"Ele é um bom amigo" Bokuto concorda.

Após a conversa e o almoço eles se deitam debaixo das cobertas no sofá juntinhos para se aquecer. Com Kuroo no peito de Bokuto enquanto este o envolve em um abraço quente e coloca o filme de volta.

O sol poente em meio ao frio lançava uma luz dourada sobre a sala de Kuroo, pintando as paredes com tons quentes.

À medida que o filme "Homem-Formiga 2" chegava ao fim, Bokuto e Kuroo trocaram olhares satisfeitos, impressionados com as cenas de ação e a narrativa emocionante. Mas quando os créditos rolaram, algo inesperado aconteceu. Uma cena pós-créditos começou a se desenrolar, e eles se entreolharam, instantaneamente alertas.

Os olhos de Kuroo se arregalaram de surpresa. "Espere, será que vai ter alguma dica para o próximo filme?"

Bokuto parecia igualmente intrigado. "Não sei, mas acho que vale a pena ficarmos para ver!"

Eles assistiram com antecipação enquanto a cena se desenrolava. Mas o que viram os deixou verdadeiramente pasmos. Diante de seus olhos, os personagens desapareceram, como se estivessem se desvanecendo no ar, deixando um Scott Lang preso no reino quântico. Kuroo e Bokuto trocaram olhares atônitos, sem acreditar no que estavam testemunhando.

"Mano! O que que tá acontecendo!?", Bokuto murmurou, sua voz cheia de espanto.

Kuroo assentiu, seus olhos fixos na tela. "Meu Deus, agora?"

O momento na tela se encerrou, e os créditos finais aparecem.

Ambos ficaram chocados com o que aconteceu e se encaram por alguns segundos, antes de explodirem de gargalhadas e excitação.

"Cara, isso muda tudo!", Bokuto disse o sacudindo, sua voz cheia de empolgação.

Kuroo assentiu surpreso, seu entusiasmo era igualmente evidente.

"Mano, abre o google aí! Vamos descobrir qual filme continua!", Kuroo disse com urgência, seus olhos procurando o telefone de Bokuto.

Bokuto olhou para Kuroo, surpreso com a intensidade de sua reação. "Certo!"

Kuroo se ajeita mais no peito dele para ver que rapidamente digitou no Google, procurando informações sobre o filme da Marvel que continuava a história. Seus olhos varreram os resultados da pesquisa até que finalmente encontrou o que estava procurando. Seu olhar se alargou, e ele olhou para Kuroo..

"A continuação é 'Vingadores: Guerra Infinita'! "Bokuto exclamou, mal conseguindo acreditar no que estava lendo. "Ainda tem outros que a gente nem viu".

"Vamos lá então, só preciso ir ao banheiro" Kuroo sorri olhando para ele enquanto ia se desvencilhar de seus braços.

"Nãooo, tá quentinho aqui, cara ta congelando "Bokuto o puxa de volta pela cintura, colando os dois corpos.

Kuroo cora bastante, seus rostos estão muito próximos,"Mas eu preciso ir eu to apertado, e preciso colocar meu telefone pra carregar, você pega o carregador no quarto pra mim? Enquanto eu vou lá."

Ele o olha com um beicinho pedindo.

"Ta bem, ta bem, mas só porque eu não resisto a um pedido fofo de um amigo." Bokuto sorri e belisca levemente sua bochecha rosada antes de largar seu aperto para se levantar.

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Kuroo é tão fofo, as vezes eu não entendo porque a gente se dá tão bem, é como se fôssemos inseparáveis, e compartilhamos quase os mesmos neurônios. Eu me sinto tão bem e livre quando estou com ele.

Após ele se levantar fui em direção ao seu quarto procurar o carregador, indo em direção à escrivaninha mas eu não achei. Enquanto olhei ao redor e fui procurar nas gavetas do criado mudo, encontrei na primeira delas e fechei, quando um caderno aberto em cima dele.

Nunca bisbilhotei as coisas das pessoas, mas tudo sobre Kuroo me interessa de uma forma que nem eu mesmo entendo.

Minha curiosidade se acendeu, mas tentei resistir à tentação de ler. No entanto, algumas palavras captaram minha atenção, peguei o caderno e não pude evitar ler algumas linhas.

Quinta-feira ** dia 24 de Agosto**-

"Às vezes, a ansiedade e o ataque de pânico toma conta de mim de maneira avassaladora. Sinto meu coração acelerar, minhas mãos tremerem e tudo parece esmagador. Sinto como se estivesse sufocando... Mas Bokuto virá amanhã cedo, e ficará tudo bem, sempre melhoro quando estou com ele, me sinto seguro e a solidão vai embora, mas posso esperar para aqueles abraços que são tão libertadores, sempre fico aliviado com eles"...

Bokuto sentiu um misto de preocupação e surpresa. Ele não tinha ideia de que Kuroo lutava contra esse tipo de ansiedade. Enquanto estava imerso nas palavras, ouviu passos se aproximando e rapidamente fechou o diário, devolvendo-o ao seu lugar.

Kuroo retornou ao quarto, sem suspeitar de nada. "Encontrou o carregador?"

"Sim, achei", respondeu Bokuto, forçando um sorriso enquanto entregava a Kuroo.

Eles voltaram para o sofá e Bokuto fez questão de puxar o corpo de Kuroo contra o seu e aquecê-lo em volta de si nas cobertas quando eles colocam o seu 2° filme.

Kuroo pareceu surpreso por um momento, mas logo relaxou contra Bokuto. "Você realmente sabe como ser um cavalheiro Kou."

Bokuto apenas sorriu, contente por ver Kuroo se sentir à vontade. Enquanto continuavam assistindo ao filme, ele manteve seu abraço caloroso, esperando que Kuroo se sentisse apoiado e seguro.

À medida que chegava a noite, Bokuto não conseguia tirar as palavras do diário da cabeça.

Ele queria ser um apoio para Kuroo, mas também estava se esforçando para entender seus próprios sentimentos. Sentiu uma imensa vontade de protegê-lo e ficar ao lado dele.

"Esses filmes foram demais, mas agora estou com fome!", exclamou Kuroo, rindo.

Bokuto concordou com um aceno. "Eu também. Que tal irmos para a cozinha preparar o jantar? Acho que já está na hora."

Bokuto se levantou e foram até a cozinha. Enquanto trabalhavam juntos para reunir os ingredientes e utensílios necessários, a atmosfera era descontraída e amigável. A ansiedade que Kuroo havia mencionado no diário nem parecia existir, substituída pela companhia calorosa de Bokuto.

"O que você acha de fazermos um macarrão? Simples e delicioso", sugeriu Bokuto.

Kuroo sorriu. "Perfeito. E eu posso fazer um molho especial para acompanhar."

Eles trabalharam em harmonia, dividindo as tarefas e compartilhando conversas alegres enquanto cozinhavam. Bokuto percebeu que o foco em uma atividade cotidiana mantém Kuroo relaxado.

Enquanto trabalhavam juntos na cozinha, Bokuto e Kuroo começaram a falar sobre as nacionais que estavam se aproximando, onde seus times competiriam.

"Estou ansioso pelas nacionais daqui a um mês", disse Kuroo, olhando para Bokuto. "Será uma oportunidade de ver o quão longe nossos times chegaram desde a última vez. Nekoma tem trabalhado incansavelmente para aprimorar nossas jogadas e estratégias. Mal posso esperar para ver como nos sairemos, estou ansioso para a batalha do lixão."

Bokuto sorriu e brincou. "Mas, ei, Kuroo, tenho certeza de que a Fukurodani vai dar o seu melhor para ganhar!"

Kuroo riu. "Sem dúvida. Vocês são um time forte e talentoso. Será uma competição acirrada, com certeza."

Enquanto eles conversavam, o jantar começou a ficar pronto. Eles se sentaram à mesa, saboreando a comida enquanto continuavam a discutir sobre as expectativas e os desafios que as nacionais trariam.

"Vai ser uma jornada emocionante", disse Bokuto, olhando para Kuroo com um brilho nos olhos. "Eu gosto de pensar que, no final das contas, não importa quem vença ou perca. O importante é que todos nós demos o nosso melhor."

Kuroo assentiu, admirando a atitude positiva de Bokuto. "Você está certo. E independente do resultado, é bom saber que estamos todos juntos nessa jornada."

Bokuto assentiu, mexendo a massa de macarrão. "Com certeza. É a chance de mostrar a todos que treinamos duro e que estamos prontos para enfrentar qualquer desafio, quero jogar contra Itachiyama novamente, Sakusa que me espere."

Kuroo ficou paralisado ao ouvir o nome e ficou quieto de repente .

"Hey, Kuroo, como foi o seu dia ontem?", perguntou Bokuto de maneira casual.

Kuroo pareceu um pouco surpreso com a pergunta, mas logo começou a falar sobre o dia. No entanto, suas palavras ficaram trêmulas e suas mãos começaram a tremer levemente. Ele engoliu em seco, tentando manter a calma.

"Olha, foi um dia difícil", disse Kuroo, desviando o olhar.

Bokuto percebeu que Kuroo estava lutando para compartilhar algo mais profundo. Ele viu a inquietação nos olhos de Kuroo e estendeu sua mão, segurando-a com firmeza. "Kuroo, estamos entre amigos. Se algo está te incomodando, você pode me contar."

Kuroo olhou para Bokuto, encontrando um olhar compassivo e solidário. Ele sentiu o apoio de Bokuto e respirou fundo, pronto para compartilhar a situação que o estava incomodando.

"Eu... tive uma crise durante o jogo de ontém", Kuroo admitiu, sua voz um pouco instável. "Eu estava jogando contra o time de Sakusa, e eu simplesmente não conseguia bloqueá-los. A pressão, a intensidade... tudo ficou avassalador."

Bokuto apertou suavemente a mão de Kuroo, oferecendo conforto. "Entendo. Jogos intensos podem desencadear muitos sentimentos. Mas você não precisa enfrentar isso sozinho, Kuroo."

Kuroo assentiu, sentindo-se grato pela compreensão de Bokuto. "Eu sei que deveria lidar melhor com a pressão, mas às vezes... parece que tudo está desmoronando."

Bokuto olhou para Kuroo, seus próprios sentimentos começando a se misturar aos pensamentos preocupados de Kuroo. Ele apertou a mão de Kuroo com um sorriso gentil. "Kuroo, você é incrível no que faz.

Eu sempre admirei sua força e habilidade no bloqueio. Mas todos nós temos momentos de dúvida e fraqueza. E isso é completamente normal."

Kuroo olhou nos olhos de Bokuto, capturando a sinceridade e o apoio em seu olhar. Ele se sentiu tocado pelas palavras de Bokuto e pela conexão que compartilhavam.

"Kou...", Kuroo murmurou, a gratidão evidente em sua voz.

Bokuto sorriu com ternura. "Tetsu, você não está sozinho. Eu estou aqui e acredito em você."

Kuroo sentiu seu coração se aquecer com as palavras de Bokuto. E enquanto eles continuavam a conversa, Bokuto começou a perceber que talvez os sentimentos entre eles fossem mais profundos do que ele jamais imaginara.

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Após o jantar, Bokuto e Kuroo decidiram tomar seus banhos antes de se prepararem para dormir. A atmosfera estava serena, como se a conversa anterior tivesse trazido uma sensação de proximidade ainda maior entre eles.

Bokuto foi o primeiro a entrar no banheiro. Ele ligou a água morna do chuveiro, deixando que a sensação reconfortante da água relatasse seus músculos tensos após um dia cheio. Enquanto a água escorria, ele não conseguia deixar de pensar nas palavras que trocou com Kuroo. Sentia um calor reconfortante em seu peito, uma sensação de que estava no lugar certo.

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Depois que Koutaro saiu, entrei no banheiro logo depois. Permite que a água caísse sobre meu corpo. Cada gota parecia lavar não apenas minha fadiga física, mas também as preocupações que ocupavam minha mente. A conversa com Kou ainda ecoava em minha mente, sou tão grato por ter alguém em quem confiar.

Eu ainda sinto a exaustão da partida contra o time de Sakusa pesar sobre meus ombros. A derrota tinha deixado um gosto amargo em minha boca, mas o que me afetava ainda mais eram as emoções confusas que haviam surgido durante o dia, especialmente em relação a Kou.

Eu não conseguia tirar da mente os momentos com ele durante o dia. O entusiasmo contagiante ao falar sobre o filme que queria assistir, as brincadeiras e risadas compartilhadas, tudo isso mexia comigo de uma maneira que eu não conseguia entender completamente.

Há 1 ano fui diagnosticado com a síndrome do pânico pelo psiquiatra. Ele disse que é um dos tipos de ansiedade mais comum. É caracterizado por ataques de pânico e medo espontâneos, repentinos e inesperados. Esses episódios estão relacionados a crises de ansiedade intensas associados a sintomas físicos, como: aceleração do batimento cardíaco, falta de ar e tremores, meu corpo se sente mais cansado também com fortes emoções negativas.

Entre os sintomas que eu tenho no comportamento, pode haver a sensação de medo de morrer ou perda de controle. Um ataque de pânico normalmente dura de 15 a 30 minutos, mas tem dias que duram 1 hora.

Enquanto ensaboava meu corpo, eu tentava entender porque quando eu estou com Koutaro esses sintomas diminuem, ou quase somem.

Já faz um ano que eu tento reprimir meus sentimentos por ele. Eu me sinto tão atraído por ele desde que nos conhecemos. Nós somos melhores amigos, é verdade, mas havia algo mais profundo que está surgindo, algo que eu não posso ignorar.

As expressões de preocupação e apoio nos olhos de Bokuto após a minha quase crise, fez meu coração acelerar de uma maneira estranha.

As vezes me sinto confuso e perdido, sem ter certeza do que exatamente estava acontecendo entre eu e Koutaro. Eu nunca imaginaria que poderia sentir algo assim por meu amigo, e eu não quero estragar o que temos juntos, quem sou eu para pensar que uma pessoa tão incrível e radiante como Kou iria ver em mim, me sinto tão patético.

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Enquanto Kuroo estava no banho, Bokuto se desculpou com ele em pensamento e não resistiu ao momento de privacidade para reler novamente seu diário .

Ele se sentou em um canto tranquilo, folheando as páginas escritas à mão por Kuroo. À medida que lia, sentia uma mistura de emoções.

Bokuto não pôde deixar de sorrir ao ver o quanto Kuroo havia escrito sobre ele. Ele encontrou descrições detalhadas sobre sua energia contagiante, suas risadas estrondosas que preenchiam o ambiente e sua determinação feroz dentro e fora da quadra. As palavras de Kuroo revelaram admiração pelas suas habilidades únicas e pela maneira como ele unia sua equipe.

O coração de Bokuto acelerou quando leu sobre o acampamento de verão das escolas. As páginas retratavam a intensidade dos jogos, as rivalidades amigáveis e a camaradagem compartilhada entre Nekoma e Fukurodani. Ele podia sentir a emoção e a paixão de Kuroo transbordando das palavras escritas, e isso o deixou intrigado.

Enquanto continuava a ler, Bokuto encontrou reflexões sinceras de Kuroo sobre sua amizade. Kuroo havia escrito sobre as conversas que tiveram, os momentos de descontração e a forma como compartilhavam seus sonhos e ambições. Era como se Bokuto estivesse mergulhando nos pensamentos íntimos de Kuroo, descobrindo uma conexão que ele nunca havia percebido completamente.

A surpresa e alegria que Bokuto sentia eram inegáveis, mas também havia uma pitada de confusão. Ele se perguntava por que Kuroo nunca havia compartilhado esses sentimentos e pensamentos diretamente com ele. A revelação por meio do diário lançou uma nova luz sobre sua relação, fazendo-o perceber que talvez houvesse mais entre eles do que ele imaginava.

Enquanto continuava a ler, Bokuto encontrou palavras que tocaram seu coração de uma maneira profunda e significativa. Ele sentiu uma mistura de gratidão e desejo de compreender melhor o que Kuroo estava sentindo. As páginas do diário abriram uma janela para a alma de Kuroo, e Bokuto estava determinado a explorar essa descoberta com respeito e curiosidade.

Mas como esperado ele encontrou coisas que o preocupavam ainda mais.

**Diário de Kuroo - 15 de julho**

Hoje, mais um dia com a galera. Eles todos brilhando em suas posições, enquanto eu só tento acompanhar o ritmo. Às vezes me pergunto se estou à altura.

**16 de julho**

Conversando com Bokuto hoje, ele é tão incrível, sempre animado e cheio de paixão. É difícil não se sentir um pouco opaco perto dele.

**16 de Julho**

Treino intenso na quadra. Levantei algumas jogadas legais, mas a dúvida insiste. Será que sou bom o suficiente para liderar a equipe?

**17 de Julho**

Acampamento de verão com as escolas rivais. Fukurodani e Nekoma juntos, eu sinto muita pressão. Bokuto está brilhando como sempre, enquanto tenta manter o ritmo. Às vezes sinto que sou apenas uma sombra ao seu lado.

**18 de Julho**

Hoje eu tive uma profunda com Bokuto à noite. Ele me elogiou pela minha estratégia de jogo, disse que eu sou essencial para a Nekoma. É difícil acreditar quando minha mente está sempre cheia de incertezas.

**19 de Julho**

Mais um dia de treino árduo. Bokuto sempre brilhando na quadra, todos admiram sua energia contagiante. Enquanto isso, tento não deixar transparecer o peso das minhas inseguranças.

Será que estou à altura das expectativas dos outros? Bokuto é um sol radiante, enquanto eu sou apenas alguém na penumbra.

**20 de Julho**

Às vezes, acho que não mereço alguém como o Bokuto na minha vida. Ele é uma luz brilhante, e eu sou apenas alguém que está ali, tentando acompanhá-lo.

**21 de Julho**

Último jogo do mês, vitória suada. Bokuto e eu trocamos um sorriso de comemoração. No fundo, ainda luto para acreditar que mereço estar ao lado de alguém tão incrível como ele.

**2 de Agosto**

Sofremos uma derrota contra Fukurodani nas finais, mas vencemos Nohebi e nos classificamos para a Nacional em terceiro lugar representando Tokyo.

Olhando as estrelas à noite. Sinto como se estivesse na sombra da luz de Bokuto. Será que um dia encontrarei a mesma confiança que ele tem em si mesmo?

Ao ler essas frases no diário de Kuroo, Bokuto sente uma mistura de emoções. Ele fica surpreso ao perceber o quanto Kuroo pensa pouco de si mesmo e o quanto ele se coloca na sombra de outras pessoas, incluindo Bokuto. A admiração de Kuroo por Bokuto é evidente, mas também há uma tristeza subjacente ao ver seu amigo e capitão se subestimar constantemente. Bokuto pode se sentir motivado a mostrar a Kuroo o quão incrível ele realmente é, enquanto também pode se preocupar com a saúde mental e emocional de seu amigo diante de suas próprias inseguranças.

Ele decide voltar um pouco mais no diário e seu rosto começa a esquentar com o que lê:

— **3 de Junho:** Hoje, durante o treino, notei como os músculos do Bokuto se destacavam quando ele se esforçava. Ele é uma verdadeira força da natureza, e eu fico hipnotizado ao vê-lo em ação.

— **8 de Junho:** Durante o acampamento de verão, Bokuto estava usando uma camisa sem mangas e, sem querer, me peguei admirando seus braços. Ele tem uma presença tão magnética, é difícil não notar esses detalhes.

— **12 de Junho:** Nós compartilhamos um momento engraçado hoje. Bokuto fez uma piada e acabamos rindo juntos. O som da risada dele é contagiante e, por um momento, tudo ao nosso redor pareceu desaparecer.

Às vezes, me pego imaginando como seria segurar a mão do Bokuto, sentir seus dedos entrelaçados aos meus. A ideia me faz corar, mas também traz um calor reconfortante ao meu coração.

— **17 de Junho:** Conversamos sobre nossos sonhos e ambições. A paixão nos olhos de Bokuto é incrivelmente atraente. A forma como ele se expressa é tão envolvente que ficou pendurado em cada palavra que ele diz.

— **21 de Junho:** Hoje, quando Bokuto estava se alongando, sua flexibilidade era impressionante. Tentei disfarçar meu olhar, mas ele percebeu e deu aquele sorriso travesso que sempre me deixa sem fôlego.

— **25 de Junho:** Durante o treino, Bokuto me ajudou a corrigir minha postura. Seu toque firme, mas gentil, enviou arrepios pela minha espinha, deixando-me mais consciente de cada movimento.

— **28 de Junho:** Às vezes, sinto meu coração acelerar quando estou perto de Bokuto. Ele tem essa aura calorosa e cativante que me deixa um pouco sem fôlego. Espero que ele nunca perceba o quanto ele afeta meu equilíbrio.

Ele pula para ler o resto do dia anterior depois da partida contra Sakusa.

**24 de Agosto: ** Hoje, depois de enfrentar Sakusa em um jogo intenso, tive um ataque de ansiedade no banheiro.

Sinto uma saudade imensa de Koutarou. Às vezes, quando as luzes estão apagadas e tudo está em silêncio tenho pesadelos, desejo mais do que nunca um de seus abraços, aqueles que fazem todos os meus medos desaparecem.

Enquanto lia o diário de Kuroo mais uma vez, uma mistura de emoções o invadiu. Cada palavra escrita por ele parecia carregada de significado, Bokuto não conseguia evitar que seu rosto ficasse quente com os elogios e observações sobre si. Era como se Kuroo tivesse capturado cada pequeno detalhe, cada traço da personalidade dele.

"Ele acha que sou incrível... sério?" Bokuto exclamou para si, uma alegria tímida e lisonjeira borbulhando dentro dele. As descrições elogiosas e até mesmo aquelas mais sugestivas o deixaram um tanto envergonhado, mas estranhamente, uma parte de dele gostou disso.

Enquanto continuava a ler, as datas nas entradas o lembravam de momentos que passamos juntos. O acampamento de verão, as risadas, as brincadeiras. E então, as palavras sobre a saudade...

"Ele sente saudade de mim?" A ideia pegou ele de surpresa. Kuroo, o sempre confiante Kuroo, também sentia sua falta? Isso era quase difícil de acreditar.

Uma mistura de gratidão e confusão borbulhava dentro dele. Queria entender o que tudo aquilo significava. As palavras não eram explícitas, mas havia uma profundidade nelas, um carinho que nunca havia percebido antes.

Será que Kuroo sentia o mesmo que ele? Será que suas emoções iam além da amizade?

Enquanto continuava a ler, o coração de Bokuto pulsava mais rápido. Ele se pegava imaginando, sonhando, talvez esperando secretamente que as entrelinhas do diário pudessem revelar algo mais.

A incerteza era tanto emocionante quanto assustadora, e eu se viu questionando o que fazer a seguir.

Com o diário em mãos e o calor em seu rosto, percebeu que havia um mundo de sentimentos entre eles, palavras não ditas e emoções não exploradas.

E agora, Bokuto estava diante da escolha de permanecer no campo seguro da amizade ou de arriscar a possibilidade de algo mais profundo, algo que poderia mudar tudo entre ele e Kuroo

Após desligar o chuveiro e sair do box, Kuroo se enxugou e se vestiu, ainda mergulhado em seus pensamentos tumultuados. Ele saiu do banheiro e olhou para seu quarto, onde tinha preparado um futon e cobertores extras para Bokuto passar a noite.

Este já estava deitado mexendo em seu telefone, Bokuto tão perto durante a noite o deixou nervoso e ansioso de uma forma que ele não conseguia compreender.

Ele não tinha certeza do que esperar dessa situação, mas queria que Bokuto se sentisse confortável e bem-cuidado.

"Koutarou eu já vou dormir, o futon que você está usando, espero que esteja confortável."

Bokuto lançou um olhar silencioso para ele tímido e para o futon e assentiu levemente."Obrigado, Tetsu! Ele é super confortável!"

Kuroo deu um passo em direção a sua cama. Ele se deitou, tentando encontrar uma posição confortável, mas sua mente estava ocupada demais para relaxar.

Kuroo olhou para Bokuto, sentindo o peso das palavras não ditas entre eles. Havia algo no ar e era quase palpável, mas ele não queria estragar o momento com seus próprios sentimentos confusos. Com um sorriso suave, ele quebrou o silêncio:

"Boa noite, Kou. Tenha um bom descanso."

Bokuto olhou de volta para Kuroo, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções. Ele abriu um sorriso contagiante, e Kuroo sentiu o coração apertar com a sinceridade daquele gesto.

"Boa noite, Tetsu! O dia foi ótimo, né? Vamos arrasar ainda mais amanhã!"

Kuroo assentiu, tentando esconder o turbilhão de pensamentos que o consumia. Ele se aconchegou na cama, desejando que as palavras de Bokuto fossem um presságio para o que estava por vir.

"Hey, Tetsu, você poderia apagar a luz? Eu gosto de dormir no escuro."

Kuroo sentiu um pequeno aperto no peito, mas assentiu, tentando esconder sua relutância. Ele se aproximou do interruptor de luz e desligou, mergulhando o quarto na escuridão.

Enquanto a escuridão envolvia o quarto, ele fechou os olhos, esperando que o sono o levasse para longe da confusão que habitava sua mente.

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No meio da noite, a escuridão do quarto era quebrada apenas pelo brilho suave da lua. Kuroo estava mergulhado em um sono agitado, e seu rosto expressava uma angústia silenciosa. No silêncio da noite, seus pesadelos tomaram forma, levando-o a um estado de agonia.

De repente, ele se viu imobilizado, preso em uma sensação de terror paralisante.

Ele sonhava com Bokuto o deixando, uma sensação de abandono e solidão o envolvendo. Seus gritos ecoavam no quarto silencioso, e seu corpo estava coberto de suor frio. Aos poucos, o pesadelo se transformou em uma terrível crise de pânico, deixando-o acordado e em lágrimas.

"Koutarou... não... por favor..." Kuroo murmurou em meio ao desespero, lágrimas escorrendo por seu rosto.

Do outro lado do quarto, Bokuto acordou sobressaltado com os gritos angustiados de Kuroo. Preocupação instantânea o invadiu e, sem hesitar, ele se aproximou rapidamente da cama onde Kuroo estava deitado. Com gentileza, ele o abraçou com força, puxando-o para perto de si.

"Tetsu, estou aqui. Não vou a lugar algum. Foi apenas um pesadelo," Bokuto sussurrou com voz suave, beijando a testa de Kuroo e acariciando suas costas.

Kuroo agarrou-se a Bokuto como se sua vida dependesse disso, ainda tremendo e chorando. Ele não conseguia controlar a sensação avassaladora de medo e ansiedade que tomava conta de seu corpo.

Bokuto continuou a sussurrar palavras reconfortantes, sua voz calma e carinhosa preenchendo o quarto. Ele pressionou beijos gentis no rosto de Kuroo, como se quisesse afastar os pesadelos com seu amor.

"Eu estou aqui, Tetsu. Você não está sozinho. Eu não vou a lugar algum. Respire comigo, está tudo bem," Bokuto sussurrou, guiando Kuroo em respirações profundas e regulares.

A presença de Bokuto, seu toque amoroso e suas palavras gentis, gradualmente começaram a acalmar Kuroo. Sua respiração começou a se estabilizar, e o aperto em seu peito diminuiu.

Com o tempo, Kuroo conseguiu recuperar o controle de sua respiração e seu corpo parou de tremer. Ele afastou o rosto do peito de Bokuto para olhar nos olhos dele, vendo a preocupação genuína e o carinho nos olhos dourados de Bokuto.

"Desculpa por isso... Eu tive um pesadelo terrível... Eu estava tão assustado..." Kuroo murmurou, sua voz trêmula.

Bokuto sorriu suavemente e acariciou o rosto de Kuroo com o polegar limpando as lágrimas. "Não precisa se desculpar, Tetsu. Estou aqui para você, sempre. Vou ficar com você o tempo que precisar."

Kuroo sentiu uma onda de gratidão e emoção ao ouvir as palavras de Bokuto. Ele não estava sozinho. Bokuto estava ali com ele, apoiando-o, amando-o. Com o abraço reconfortante de Bokuto e o amor que transbordava de seus gestos, Kuroo finalmente começou a se acalmar, sentindo-se seguro nos braços do homem que significava tanto para ele.

Dia 26 de Agosto (Manhã seguinte).

Os raios suaves do sol começaram a se infiltrar pelo quarto, iluminando o espaço onde Kuroo e Bokuto ainda estavam abraçados, relutantes em deixar o aconchego da cama. O calor de seus corpos entrelaçados proporciona uma sensação de conforto e segurança que nenhum dos dois queria abrir mão.

O silêncio reinava entre eles, mas no ar havia uma eletricidade sutil, uma tensão que não podia ser ignorada. A desconfiança pairava, como se ambos sentissem que uma linha tênue foi transpassada.

Bokuto esperou pacientemente que Kuroo acordasse, acariciando seus cabelos com dedos suaves enquanto mantinha o abraço. Quando finalmente os olhos de Kuroo se abriram, Bokuto sorriu gentilmente para ele.

"Como você está, Tetsu?" Bokuto perguntou, sua voz suave e preocupada.

Kuroo suspirou, sentindo-se mais vulnerável do que nunca naquele momento. Ele olhou nos olhos de Bokuto e viu um genuíno desejo de entender e cuidar. Uma mistura de emoções passou por seu olhar antes que ele respondesse com um pequeno sorriso.

"Estou bem, Kou. Apenas um sonho ruim."

Bokuto assentiu compreensivo e continuou acariciando os cabelos de Kuroo, o toque reconfortante trazendo uma sensação de calma. Eles permaneceram assim por mais algum tempo, desfrutando da proximidade e da quietude matinal.

Enquanto o sol subia no céu, os pensamentos de ambos os jovens começaram a se voltar para o que havia acontecido na noite anterior. As palavras não ditas pairavam no ar, mas nenhum deles parecia pronto para abordar o assunto diretamente. Era como se estivessem na beira de um precipício, prontos para dar o próximo passo, mas ao mesmo tempo temerosos do que poderiam descobrir.

Depois de um longo momento de silêncio, Kuroo finalmente encontrou a coragem para falar sobre algo que estava guardando em seu coração. Ele suspirou profundamente e desviou o olhar por um momento, como se estivesse buscando as palavras certas.

"Kou, eu preciso te contar algo...", Kuroo começou, sua voz um pouco trêmula, mas determinada. "Há cerca de um ano, fui diagnosticado com síndrome do pânico."

Os olhos de Bokuto se abriram em surpresa, mas ele não interrompeu Kuroo. Ele apenas ouviu atentamente, demonstrando seu apoio silencioso.

Kuroo continuou, sua voz ganhando um pouco mais de firmeza à medida que compartilhava sua experiência. "Às vezes, acontecem momentos em que me sinto completamente sobrecarregado por medo e ansiedade. É como se meu corpo entrasse em pânico sem motivo aparente. E essa noite... E-eu tive um pesadelo terrível que desencadeou uma crise de pânico."

Ele fez uma pausa, seus olhos encontrando os de Bokuto. "Eu sei que pode parecer estranho ou assustador, mas eu queria que você soubesse. Não é algo que eu costumo falar abertamente, mas... estar perto de você, ter você aqui para me acalmar quando acordei gritando, isso realmente significou muito para mim."

Bokuto o encarou com uma expressão de compreensão e empatia. Ele não disse nada por um momento, mas então estendeu a mão e segurou a de Kuroo.

"Tetsu, eu estou aqui para você, sempre. Não importa o que aconteça, não importa o que você esteja passando, eu vou estar ao seu lado", Bokuto disse sinceramente, seu olhar cheio de carinho.

As palavras de Bokuto tocaram profundamente o coração de Kuroo. Ele sentiu um nó se desfazendo dentro de si, uma sensação de alívio por finalmente compartilhar esse aspecto de sua vida com alguém que se importava tanto.

Os olhos de Kuroo encontraram os de Bokuto, cheios de emoção e calor. Ele sentiu a vergonha subindo pelo seu rosto e estava prestes a se afastar do abraço, mas antes que pudesse se mover muito, Bokuto o puxou de volta com um sorriso gentil. Aproximando-se lentamente, Bokuto pressionou seus lábios contra os de Kuroo, um beijo suave que rapidamente se aprofundou em algo mais apaixonado.

Kuroo sentiu seu coração bater descompassado, o calor daquele beijo derretendo suas inibições. O mundo ao redor deles desapareceu, e a única coisa que importava era a sensação dos lábios de Bokuto contra os seus. O beijo carregado de emoções não ditas, de sentimentos que haviam permanecido ocultos por tanto tempo.

Quando finalmente se separaram, a respiração pesada e os olhos ainda conectados, Bokuto falou com voz suave e sincera.

"Tetsu, eu li o seu diário e descobri como você se sente. Eu também não sei bem como expressar isso, mas eu... eu estou apaixonado por você."

Kuroo ficou sem palavras por um momento, absorvendo as palavras de Bokuto. Uma mistura de surpresa, felicidade e um pouco de ansiedade rodopiava dentro dele. Antes que ele pudesse formular uma resposta, Bokuto continuou.

"Eu sei que foi errado ler o seu diário, e peço desculpas por isso. Mas eu não podia ignorar o que estava escrito lá. Eu queria entender os seus sentimentos, e agora que sei, eu quero que você saiba os meus."

Kuroo sentiu um nó se formando em sua garganta, suas palavras ameaçando fugir dele. Ele olhou para Bokuto, vendo a sinceridade nos olhos dele, e finalmente encontrou a voz para responder.

"Koutaro, eu não sei o que dizer. Eu nunca imaginei que você... que nós... Eu também tenho sentimentos por você, mas estava com tanto medo de estragar nossa amizade."

Bokuto sorriu gentilmente, acariciando o rosto de Kuroo com o polegar.

"Nossa amizade é importante para mim, Tetsu. E eu acredito que, se realmente nos importamos um com o outro, podemos enfrentar qualquer desafio juntos."

Enquanto continuavam abraçados na cama, Kuroo e Bokuto trocaram carinhos e sorrisos, desfrutando do momento de intimidade e proximidade que compartilhavam. Bokuto acariciava os cabelos de Kuroo de maneira reconfortante, e Kuroo entrelaçou seus dedos nos cabelos de Bokuto, sentindo-se verdadeiramente conectado.

Depois de um tempo de silêncio confortável, Bokuto quebrou o silêncio suavemente. Ele olhou nos olhos de Kuroo com um sorriso terno.

"Sabe, Tetsu, quero te perguntar algo importante..."

Kuroo inclinou a cabeça, curioso e com um sorriso brincando nos lábios.

"O que você quer perguntar, Koutaro?"

Bokuto segurou o rosto de Kuroo com as mãos, seus polegares acariciando suas bochechas. Seus olhos transbordavam de emoção quando ele finalmente diz:

"Tetsu, você quer namorar comigo?"

O coração de Kuroo saltou no peito, sua respiração quase presa em sua garganta. Ele olhou para Bokuto, sentindo a sinceridade e o amor na expressão dele. Um sorriso amplo se espalhou pelo rosto de Kuroo, e ele segurou as mãos de Bokuto.

"Sim, Koutaro, eu quero. Eu quero namorar com você."

Bokuto soltou um riso cheio de alegria, puxando Kuroo para um abraço apertado. Eles se perderam nas emoções do momento, celebrando o novo capítulo de suas vidas que estavam prestes a começar. Os dois se olharam com olhos cheios de amor, finalmente permitindo que os sentimentos que haviam sido mantidos em segredo por tanto tempo fossem revelados e celebrados. Juntos, eles sabiam que enfrentariam qualquer desafio, fortalecidos pelo amor e pela amizade que compartilhavam.

Fim