1 Capítulo 1: Multiverso??

2024 não foi um ano exatamente brilhante, pelo menos para Matheus que mais uma vez passou sozinho a virada de ano estudando amostras de vírus em seu laboratório frio e sem "vida", com o microscópio e outros equipamentos brancos em uma sala branca, com certeza enlouqueceria qualquer um.

A janela estava a uns 3 metros dele, olhando para o mundo de fora tudo parecia com mais cor e tinha mais ... vida, o mundo parecia zombar dele com sua felicidade excessiva, tudo parecia querer humilhar sua condição lamentável e medíocre, com um suspiro pesado ele voltou ao trabalho exaustivo ... quando era perto da meia noite, seu trabalho tinha acabado e suas merecidas férias iam enfim ocorrer, quase na mesma hora .....

pow pow pow pow

fogos de artificio soavam sucessivamente como enxurradas de tiros, mas eram só fogos de artificio mesmo, animado Matheus começou a tirar sua roupa de trabalho e foi se trocar .... até que seu telefone tocou, atendendo uma voz preguiçosa soou:

-" Matheus .... ainda ta ai? sabe .... no laboratório?" esse era um colega folgado de Matheus.

-" O que você quer Iago? seja breve quero vazar daqui." Matheus respondeu sem paciência.

-" Opa ... calma amigo, bem eu .... só quero o pen drive perto da minha mesa, esqueci do trabalho do Santos, ele vai me matar se eu esquecer disso ... você sabe né? bom me traga que eu ja vou indo tchau." com isso a chamado foi encerrada.

-" Maldito inútil ..... não consegue levantar a bunda da cadeira? bem vou terminar com isso-"

Antes de terminar a frase, Matheus apenas viu algo luminoso atravessar seu peito em alta velocidade, ele percebeu que isso tinha vindo da janela, o impacto agiu logo após em seu corpo, ele voou para trás como se ele fosse feito de  papel .... mas ele não foi parar em alguma das estantes do laboratório e sim passou por um portal roxo atrás dele, a sua visão ao redor ficou estranha, ele parecia estar um ambiente elétrico amarelo que seguia para todos os lados, e nesse lugar estranho tinham grandes bolhas por quase todas as direções, antes de ver melhor a região, o mesmo desmaiou pela dor e pensou que era seu fim ...

Até acordar após um tempo desconhecido, ele flutuava pelo lugar e parecia não existir gravidade nesse ambiente e muito menos outras formas de vida, no início ele se desesperou, seus gritos percorriam por todo o lugar, ele não foi atendido mesmo gritando por horas, em algum momento ele se cansou e começou a estranhar o próprio corpo, ele tinha um sentimento que tinha mais força que antes e pelo desespero ele não tinha notado, aos poucos ele notou que algo invisível, mas meio gelatinoso estava envolta dele, parecia algo mais viscoso que agua, mas testando por algum tempo determinado, percebeu que parecia um sentimento da própria cabeça.

Ele então tentou testar se conseguia controlar essa espécie de membrana, estranhamente ele conseguiu reduzir seu alcance para um centímetro de sua pele, ele quase comemorou e gritou de felicidade, ele até se comparou um pouco ao flash por ter ganhado "poderes" devido a um raio, flash que era um Super-herói dos quadrinhos da Dc, passado algum tempo com seu domínio aumentando e sendo cada vez mais fácil, ele tentou algo ousado e meio maluco, ele tentou "engrossar" essa camada dele para ele tentar se mover, ele não tinha nada a perder de qualquer forma, não é mesmo?

Esse pensamento surgiu da ideia do campo bio do Superman, uma camada que envolve ele próprio assim criando uma camada que isola o poder total do herói e impede que ele destrua o planeta por se empolgar um pouco, testando essa teoria nada científica ele ..... teve uma grande dificuldade de transformar essa camada dele em algo mais sólido, então ele praticou por muito tempo ..... o tempo exato foi 3 anos e meio, ele não precisava comer e muito menos dormir, ele ja não era mais humano mesmo, agora ele conseguiu engrossar bem a camada que envolvia seu corpo.

Com isso sua teoria foi testada e aprovada, agora ele não vagava mais sem rumo e mesmo não controlando a direção por completo, pelo menos não era dado a mão do acaso sua direção, mesmo dominando esse campo dele ainda era difícil se

Mover, ele forçou tanto e tanto, mesmo assim ele não conseguia mover como desejava, ele se sentia um bebê com mente de adulto, sem sequer poder andar mesmo sabendo, todavia com esse esforço inútil ele percebeu que parecia ter mais de um tipo de poder e era um poder de ... raio? Ou era velocidade?

Ele conseguia criar uma força de velocidade estranha, nesse momento ele pensou seriamente no velocista vermelho da Dc, mesmo não tendo a velocidade do flash, ele se sentiu rápido, só que a pratica ainda foi necessária para melhorar .... passou 1 ano e agora ele conseguia controlar melhor e finalmente criou um método de mover como queria, ativando essa velocidade com os pés em alguma direção, ele conseguia seguir reto por ela e assim agradeceu aos céus por tal velocidade que recebeu, mesmo sendo uma velocidade meio pífia considerando a amplitude desse ambiente, já era alguma coisa se comparada ao início.

Durante todo esse tempo ele passou por grandes bolhas, elas tinham muitas cores, branca, azul, verde, amarelo, preto e etc. Era uma infinidade de cores, também apareciam cenas do interior, quando Matheus passou perto de um ele ficou chocado, cenas do superman lutando contra o Batman, ou de outro onde os vingadores lutavam lado a lado para enfrentar o ultron e outras cenas de cair o queixo, ele estava em algum tipo de multiverso de fantasia científica? Porque os heróis pareciam existir nesse lugar? Ele ficou incrédulo e queria visitar esses lugares, mas ele ainda não sabia como se mover decentemente.

Agora ele entraria em algum desses "universos" e calmamente ele tentou escolher algum, após um tempo de analise ele optou por uma grande bolha de cor preta a distância, ela parecia um ponto preto e parecia minúscula, ele tentou pois a achou pequena e logo pensou que fosse segura .... segura não parecia agora e muito menos pequena, essa grande bolha preta tinha 10 vezes o tamanho das outras e a cena mostrada por ela não era nada demais, parecia um campo de grama semelhante a uma clareira já que tinha arvores rodeando esse lugar a uma distância, mesmo não sabendo se era seguro ele decidiu ir por esse local.

Ao tocar a bolha preta, ele sentiu uma força de sucção extremamente forte, seu corpo doeu como se todos os ossos do corpo tivesse quebrado e realmente quebraram, como ele não era mais humano ele não desmaiou, contudo ele queria ter desmaiado, esse processo durou 1 minuto inteiro, só que pra ele parecia séculos inteiros de pura dor, quando terminou ele foi jogado no campo de flores, seus braços e pernas quebrados, seu pescoço quebrado e sua espinha torcida, seu rosto em frente ao sol o aliviou um pouco, logo ele regenerou todos os ossos quebrados e ficou agradavelmente surpreso com sua taxa de regeneração, ele notou também que se sentiu cada vez melhor quando estava exposto a luz solar, como se o corpo implorasse por cada raio solar que atingia suas células.

Ao se levantar o corpo dele não parecia pesado, Matheus se sentiu muito leve parecia com uma pena, ele até pensou que podia voar e como um belo cientista o teste veio, porque não?

Ele então tentou voar e .... ele conseguiu, mesmo que fosse apenas 5 centímetros do chão e fosse semelhante a quase a metade de um dedo mindinho, seu sorriso floresceu, com uns 30 minutos agora ele podia ficar 1 metro e meio do chão, com mais meia hora foi para 10 metros e chegando perto do meio dia, ele facilmente ultrapassou os 500 metros, vendo tudo ao redor e sendo sensível em cada um de seus sentidos, ele ouviu animais predadores caçando suas presas, riachos fazendo barulhos ao bater em pedras e outros sons da natureza, com isso ele concluiu que tinha os poderes de um kryptoniano misturado com um velocista.

Mesmo não sendo comparado ao flash ele ainda era mais rápido que muitos humanos comuns, chegando aos 4 quilômetros por segundo no máximo, o que era longe do feito do flash, quando já era 15 horas seu poder de voou era inimaginável, ele sentia que chegar perto do espaço não era impossível, mesmo ainda sendo difícil para seu atual estado.

Deixando esse entorpecimento de poder, ele voou procurando alguma cidade para saber o ano e onde estava, ele também esperava estar em um mundo completamente diferente de tudo imaginado em livros, séries e filmes, já que criatividade é o que não falta para o universo, sua velocidade de voou era comparável a um Mark 2, então foi em alguns minutos que ele achou uma pequena vila e ficou meio decepcionada, tudo dava indícios de ser uma idade média alta, um período onde a idade média foi mais avançada e estando perto da revolução industrial, só que essa idade podia estar no início e era sempre um período conturbado para espécie humana.

-" Melhor não ir voando e sim andando." Com isso Matheus desceu ao chão e andou até a pequena aldeia.

Ele foi recebido com olhares estranhos e alguns admirados, suas roupas pareciam bem bonitas e sofisticadas quando comparado ao dessas pessoas, as ruas eram de terra e lama, as casas eram feias e feitas de madeira de aparência pobre e o rosto dessas pessoas era claramente estereotipadas com os plebeus imundos alegados pela nobreza, com o olhar afiado de Matheus, essas pessoas ficaram receosas de falar com ele e enfurecer um possível homem da nobreza, mesmo ele não tendo ninguém como servo ou algum cavalo ou até uma carruagem, ele tinham roupas semelhantes aos nobres de hierarquia de Duques, assim os camponeses avisaram os guardas que avisaram o chefe da vila, um homem velho com roupas um pouco melhores que o resto chegou correndo, com ele havia uns 5 guardas com expressões nervosas, com todos os sentidos melhorados não foi difícil para Matheus notar quase tudo em um raio de 40 metros.

O possível chefe da vila era um homem de cabelo grisalho, que vestia uma camisa vermelha com um colete de couro meio acabado, ele vestia uma calça surrada e tinha sapatos de palha meio feios, ele era meio alto comparado ao resto, apesar de baixo se comparado a Matheus que tinha 1,84 de altura, quando viu ele ficou nervoso e logo cumprimentou:

-" A que honra devo a vossa mercê?"

O dialeto era antigo e eles falavam a mesma lingua que ele, Matheus pensou em uma possibilidade e falou em resposta:

-" Chefe da vila .... é vos certo?"

-" Eh sim!" Ele responde rapidamente para não deixar esse possível nobre irritado.

-" Entendo ... onde estou? E que ano é este?"

Eles pareceram um pouco surpresos, mesmo assim logo esconderam essa expressão e o chefe da vila alegou:

-" Esta pergunta ..... estamos na colônia do Brasil, em 1780."

Matheus ficou um pouco descrente, ele não estava em outro universo completamente diferente de seu mundo original, mas sim ele tinha voltado no tempo, antes de sequer o Brasil ter sua independência, ele ficou meio emocionado pois se estivesse certo, ele viveria para ver mudanças inimagináveis no mundo, desde a revolta francesa a revolução industrial, primeira guerra mundial, a segunda, as bombas atômicas, o homem indo a lua, a virada do milênio, a apresentação de Steve Jobs com o primeiro smartphone do mundo, os avanços incontáveis da ciência e outras mudanças inimagináveis.

Então depois de uma conversa de 5 minutos, Matheus partiu e os camponeses foram dispensados, o chefe da vila se sentiu muito feliz por nada ter dado errado e logo todos seguiram seu rumo ... então alguns anos se passaram, na França o bastião acabava de cair e nas alturas Matheus observava tudo, ele viu os camponeses com forcas e outras armas agrícolas, eles perfuraram alguns cavaleiros dentro da prisão que antes fora o símbolo da monarquia, agora era um inferno para os soldados que foram dominados pelos camponeses enraivecidos e famintos, eles gritavam e choravam, imploraram para os céus e fumaça saiu do bastião, uma nova era viria que afetou até o Brasil, como o mundo inteiro ...

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