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Primeira

Uma vida que eu escolhi pra mim, não a achei ruim.

Sempre vivi bem até os 15 anos de idade, uma boa condição de vida e tinha o que eu queria, um console e um PC gamer, bastava ignorar a briga constante dos meus pais, mas não era realmente muito sério, meu pai ficando até tarde nas ruas bebendo e minha mãe brigando com ele por causa disso.

Eventualmente, eles se separaram durante minhas férias de recesso escolar quando eu tinha 15 anos, e então não ficou muito boa a nossa condição financeira nessa fase. Fui morar com minha mãe e minha avó, a ultima recebendo um auxílio que ajudava a pagar as contas embora não fosse aposentada.

Nós nos ajeitamos e o tempo resolveu as coisas, minha avó conquistou a aposentadoria, eu comecei a trabalhar e minha mãe conseguiu um emprego que pagava um pouco melhor, as coisas estavam boas.

Até que com 17 anos, na terceira série do ensino médio, eu pela primeira vez me envolvi com uma garota de forma romântica, um pouco tarde, talvez, mas eu não ligava para essas coisas nessa época, acho que nunca liguei.

Nós nos falávamos meio que secretamente. Eu não me desagradava com ela em nada, era uma garota bonita, charmosa e inteligente, muito inteligente aliás.

Ela morava perto de mim e sua casa era realmente linda, grande, chique e nem se comparava a minha, em que o ponto de destaque era a cerca prestes a cair, nós nos encontrávamos as escondidas uma vez na semana, embora não fosse algo fixo, era nosso momento de diversão real como namorados e realmente foi divertido, até aquele dia.

Era para ser mais um encontro normal, morávamos perto da pista na entrada da cidade, e era uma cidade pequena, então não tinham muitos carros passando por ali, especialmente a noite.

Lembro bem, eu estava com uma blusa de frio, luvas e touca dupla, a normal e a da blusa, era meio de ano e recentemente tinha esfriado bastante, eu e ela estávamos caminhando ao lado da pista, em direção à terra, mato e canas-de-açúcar que ficavam à frente, com uma trilha que passava pela usina de cana.

Nós sempre fazíamos essa rota, rodeando a usina e dando perto do fim da cidade. Ela dava uma desculpa para seus pais enquanto eu simplesmente dizia que ia sair, e por eu ser nessa época um garoto forte e ligeiramente intimidador minha avó e mãe realmente não se preocupavam muito com essas saídas noturnas, embora mandassem eu me cuidar e sempre ter o celular e canivete nos bolsos.

Esse dia era para ser mais um encontro comum, era o planejado. Nós estávamos nos beijando na metade do caminho da trilha, era um lugar ligeiramente afastado da cidade e não tinha nenhuma alma viva ao redor.

Ela se desgrudou lentamente do beijo, sorriu para mim, aquele lindo sorriso, e trocamos palavras calorosas antes dela se virar de forma elegante e fofa, as costas voltadas para mim, de forma que não nos olhávamos nos olhos durante o momento levemente constrangedor e amoroso. Ficamos em silêncio por um momento e eu vi sua orelha vermelha, ardendo por causa da vergonha, sem ruindade.

Sem lógica ou sentido, ninguém poderia explicar o porquê dos acontecimentos seguintes.

Ela continuou a andar, ainda de costas para mim, quando eu repentinamente coloquei a mão em volta de sua boca, inicialmente de forma suave, que rapidamente aumentou para algo mais forte e a puxei para perto de mim, seu corpo encostado no meu peito, ela não pareceu entender muito bem e nem tentou lutar muito, achando ser alguma brincadeira, eu a olhei nos olhos, vi diversão mas desconforto também, não demonstrei no meu rosto, provavelmente, mas achei um pouco patética e sem graça aquela reação.

Puxei meu canivete que carregava comigo no bolso, e sem motivo ou causa, eu enfiei na lateral da sua garganta, seus olhos se esbugalharam de surpresa e ela tentou gritar, mas saiu abafado e engasgado, suas mãos tentando desesperadamente desprender as minhas e seus pés batiam no chão tentando gerar força para escapar do meu aperto.

Tirei o canivete enfiado no pescoço e comecei a furar por toda a região do tórax e abdômen, perfurando e puxando, ainda tampando a sua boca de forma que a impedia de extravasar sua dor, e logo eu senti, quando seu corpo relaxou, que ela estava morta.

Admito que senti um pouco de medo, não sabia o que fazer depois disso, então fiz a única coisa que consegui pensar no momento. Cortei o corpo dela em partes, braços, pernas, cabeça e tronco, e joguei dentro de um buraco feito por uma escavadeira que provavelmente seria tampado no dia seguinte, eu não sei se foi um milagre divino ou demoníaco, mas encontrei uma pá junto a alguns equipamentos, não necessariamente largados, mas sim como se tivessem tido preguiça de levarem embora e acabaram por deixar apoiado perto de uma torre de energia ali perto, e uma serra que usei para decepar o corpo.

Cavei e escondi o máximo possível as partes junto com a serra em cada canto do grande buraco e enterrei deixando parecer conexo com o resto que foi feito de forma desleixada.

Eu só podia esperar que não desse errado, então fui embora para minha casa, como se nada tivesse acontecido. Eu não podia fazer mais nada a respeito disso, não sei exatamente porque fiz aquilo, mas também não me sinto culpado ou arrependido.

Consegui não me sujar muito de sangue, só algumas espirradas no rosto e pescoço, o mais preocupante era a luva que ficou meio encharcada e suja, mas eu a escondera no quintal e eventualmente a queimaria. Tomei um banho enquanto minha avó e mãe dormiam, limpei qualquer coisa com vestígios de sangue, até o mais minúsculo, incluindo o canivete que eu tinha trazido comigo, uma prova de meu crime, eu sei, mas eu o queria, então o lavei o melhor que pude até não restar mais nada incriminador, estava como antes, perfeitamente limpo e nada que indicasse que foi usado.

Trouxe também o anel que ela usava e escondi debaixo do colchão da cama. Havia também cortado seus lábios e língua fora antes de a enterrar, então fritei junto com carne que tinha na geladeira e comi.

Garantindo que não havia mais nada a se fazer, eu fui dormir, exausto.

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