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Prólogo I — Traidor.

Olímpia. A Cidade-Estado conhecida por ser a mais próxima da morada dos deuses, o Monte Olimpo.

Fora construída aqui, há muito tempo, quando ainda se acreditava que por estar perto do grande monte sagrado, estariam protegidos pela presença dos deuses.

Hoje, já não se crê mais nisso, e a cidade antes considerada um ponto de adoração em especial, agora é apenas mais uma das tantas outras pólis.

Ela não possui muito de diferente em relação às outras grandes Cidades-Estados. Uma enorme cidade circundada de uma muralha de pedra. Do lado de fora das muralhas, algumas poucas fazendas espalhadas por entre os campos sem florestas.

Essa noite parece tranquila, e o céu está lindo, realçando a brilhosidade das constelações com escuridão do céu. Poucas nuvens, pouco barulho.

Os guardas da cidade caminham por entre os casarões da parte alta e nobre da cidade, enquanto alguns outros se concentram nos entornos das muralhas.

Em cima de um dos postos sobre os grandes muros, dois guardas parecem observar o céu de maneira relaxada. Um recruta de aparentemente dezessete anos, e um guarda mais velho que aparenta estar nos seus quarenta e poucos.

— É, parece que não vamos ter nada para fazer hoje de novo. — O jovem afirma encarando o céu enquanto se equilibra numa cadeira de madeira.

— Com fé nos deuses, assim continuará, garoto. — Respondeu rispidamente o guarda mais velho enquanto esculpia algo num pedaço de madeira.

— Você acredita nos deuses, senhor? — O mais jovem se vira para ele surpreso.

— É apenas maneira de falar. — Respondeu o velho sem tirar sua atenção do trabalho em suas mãos.

— As pessoas têm perdido a fé nos deuses ultimamente. — Observou o jovem em um tom desamparado. — Mas eu sei que eles existem! — Ele afirma olhando as estrelas com expectativa.

— Se realmente existem, devem estar dormindo ou fodendo algumas ninfas por aí. — O senhor disse de maneira ignorante enquanto forçava mais ainda sua faca na pequena tabua em sua mão.

Um suspiro foi dado por parte do garoto, que simplesmente voltou tristemente a sua posição inicial.

O garoto pareceu incomodado com o jeito que o velho falava. Porém, havia dois motivos para que ele simplesmente voltasse a sua ação anterior.

Primeiro, o velho em sua frente é seu superior, ele não ganhará nada se o aborrecer.

Segundo, a reação do senhor é a mais comum dada pela população grega atualmente.

Com o fim da grande era dos Heróis, todas as histórias sobre os grandes feitos dos deuses, e dos filhos destes, passaram a serem apenas lendas contadas para crianças.

Triste, o jovem relembra as bravas histórias contadas por seus avós, sobre monstros e perigos inomináveis, e como sempre surgiam heróis para combater essas forças maléficas. Infelizmente, não existiam evidências reais para comprovar quaisquer desses contos.

Em meio a seus devaneios inconclusos, o rapaz percebe algo estranho surgir no céu noturno. Uma espécie de feixe de luz, cruzando os céus numa velocidade surpreendente, em direção ao Monte Olimpo.

Ele estreita os olhos, tentando entender o que era aquilo, até que uma luz acende em sua mente. O rapaz pula da cadeira com surpresa.

— SEN-SENHOR! VEJA, É HERMES! — Ele aponta para o grande rastro de luz no céu com um rosto animado.

— Pare de baboseiras e volte ao trabalho, recruta. — O velho não o dá atenção, continuando com suas manobras com a faca contra a pequena tábua de madeira.

— Não-Você-O senhor precisa ver isso, eu- — Ele corre na direção do velho, desesperado por provar seu ponto. — Veja! Veja!

Ele segura os ombros do guarda mais velho, o balançando e chamando a atenção. O jovem rapaz apenas não esperava, que com sua atitude desesperada, fosse tirar a concentração do senhor, fazendo-o se cortar com a própria faca que usava para esculpir a madeira.

— Argh! Seu moleque filho de uma... — O senhor se levanta com uma careta de dor, proferindo xingamentos para o garoto que se afastou assustado.

Antes que pudesse se explicar recebeu um enorme soco no rosto que o fez voar contra a parede grossa de pedras da muralha.

— Não quero saber de deuses mortos! Se tem tanto tempo para ficar conversando sobre besteiras, então vá buscar um esfregão e limpar o chão dessa maldita muralha! — O velho urrava para o rapaz com uma expressão ameaçadora, e gesticulando com a faca, fazendo com que ele nem ousasse se levantar do chão no qual caiu com o soco.

— Si-sinto muito Senhor! — O rapaz se levanta de maneira brusca, correndo para as escadarias assustado, esperando assim escapar da fúria de seu superior.

— E NÃO VOLTE ANTES DE LIMPAR TUDO! — O velho urrou como última ordem com um rosto bravo e apontando na direção que o garoto havia corrido.

De repente, o senhor sente uma corrente de vento passar por ele, o que o dá um arrepio na espinha. Ele se vira assustado na direção que o garoto apontava anteriormente. E não encontra nada além do quieto e escuro céu noturno, e o barulho produzido pelo gado das fazendas.

— Rum, Hermes. Tch! — Ele resmunga em um tom de zombaria enquanto volta para se sentar na cadeira que estava antes, buscando algum pano para usar de curativo na mão cortada.

...

Longe daquela muralha, o grande feixe de luz segue se movimentando rapidamente. Ao se aproximar do objeto luminoso, torna-se possível se observar uma pessoa. Na verdade, um Deus.

É Hermes, o deus dos mensageiros. Sua aparência elegante e galante combina perfeitamente com a aura dourada e divina deixada por ele pelo caminho em que corre no ar.

Está usando suas roupas características. Um Quíton branco com detalhes dourados nas bordas que deixa parte de seu peitoral esculpido exposto, uma capa vermelha, um capacete dourado com pequenas asas brancas e uma sandália de couro com tiras que cobrem a sua canela, e possui asas iguais às do chapéu, sendo a única diferença que as asas da sandália se agitam ferozmente na velocidade em que Hermes se desloca.

Em sua mão está o objeto que serve como o símbolo do deus, o Caduceu.

— Humpf! Não posso nem parar pra fazer um lanche que já tem um mortal me vendo! — Hermes reclama com a boca suja de algo amarelo e grudento.

— Esse foi o melhor mel que eu já comi, hehe! — Ele comemora com uma expressão alegre. — Pena que acabou rápido... —Uma decepção aparente toma conta de seu rosto.

Sem ter muito que fazer, Hermes resolve acelerar o passo para chegar logo no Olimpo.

Ele havia recebido um grande número de pedidos de seu pai hoje. Zeus havia o dito para que notificasse todos os deuses, e então os mandasse se reunirem no Olimpo. Segundo ele, o assunto era urgente.

Apesar disso, o deus da velocidade não parecia muito preocupado com toda a situação. Era de conhecimento geral como Hermes não dava a mínima para esse tipo de reuniões sérias e como ele sempre dizia, "sem graça". No entanto, sendo o arauto dos deuses e o mensageiro oficial deles, era sempre o responsável por entregar as notificações e convites aos demais deuses e ele fazia isso com maestria.

Mas, havia algo estranho sobre esta convocação. Aparentemente, ninguém fazia ideia do por que de serem chamados ao Olimpo. Nem mesmo Poseidon, rei dos mares e irmão de Zeus, tinha a menor ideia do assunto que seria abordado pelo Rei dos deuses.

De certo modo, isso relaxava e irritava Hermes. O fato de ninguém no Olimpo ter ideia alguma tornava o assunto muito mais perigoso. Seria algum novo perigo iminente que Zeus havia descoberto?

Hermes se lembra muito bem da briga contra Tifão e como Zeus havia sofrido junto aos outros deuses para derrota-lo e aprisiona-lo no Tártaro. Ele ainda tinha pesadelos com o enorme monstro cuja cabeça tocava as estrelas e o corpo consistia num amontoado de outras bestas assustadoras e poderosas.

Porém, o Deus não teve muito tempo para pensar, quando retomou as rédeas, havia aumentado demais a sua velocidade e acabou passando do Monte Olimpo. Como se nada pudesse fazer sobre isso, ele volta correndo e para exatamente no topo do enorme monte.

Em pé sobre uma parte plana do topo do monte, ele se encontra no centro do que parece ser um enorme altar, com pilares de mármore e pedras negras com letras do alfabeto grego entalhadas nelas.

Depois de alguns minutos esperando, ele começa a encarar o céu de maneira impaciente.

Esse é um dos traços principais de Hermes, todos que o conhecem sabem que ele odeia ficar parado num mesmo lugar.

Ele então pendura o caduceu na cintura e junta as palmas das mãos, como se fosse iniciar uma prece, e fecha os olhos.

— Vamo lá, pai... — Ele diz com um rosto impaciente enquanto esfrega uma mão na outra.

De repente, mesmo com o céu limpo e nenhum sinal de tempestade, um raio desce rasgando os céus em direção ao topo do Monte Olimpo. Quando atinge finalmente a superfície da montanha e com isso o corpo do deus, uma fumaça incrivelmente alta e avassaladora toma conta do local.

Quando o pó se esvai, nada pode ser encontrado sobre o altar em que Hermes estava, nem um sinal do deus que ali se encontrava.

...

Acima do Monte Olimpo, numa espécie de Ilha flutuante, está o Olimpo. A morada dos deuses.

A ilha, que de alguma forma flutua, possui construções muito bem feitas que são de uso dos deuses, tanto para fins de lazer quanto para outros.

Coliseus, grandes prédios, casas e até mesmo jardins enormes. Todos os elementos reunidos dão a esse lugar um aspecto puro e divino.

...

No que parece ser a entrada da grande ilha, está Hermes, Limpando o pó da roupa. Logo, percebe uma figura familiar um pouco à sua frente, sentado no fragmento de uma pilastra de costas e tocando uma lira.

Um rapaz de cabelos loiros e porte magro e esbelto. Suas roupas muito parecidas com as de Hermes, exceto pela ausência de capacete e asas nas sandálias.

Sem esconder seu sorriso, Hermes se aproxima de maneira furtiva, e quando vê não foi notado, dá um enorme tapa na nuca do rapaz em sua frente, que simplesmente capota de cara no chão.

— Apolo! — Ele chama pelo irmão sorrindo.

— Hermes, seu desgraçado! — Apolo se levanta com a mão na nuca rangendo os dentes para hermes.

— Pra que tanto ódio irmãozinho? — Hermes pergunta levantando as mãos de maneira inocente e com um rosto fingido de medo.

— É por conta dessas idiotices que ninguém gosta de você! — Apolo fala enquanto se agacha para pegar sua lira que havia caído no chão.

Sem querer desperdiçar essa oportunidade, Hermes usa de sua velocidade e pula nas costas de Apolo, se prendendo nele.

— Qualé irmão eu sei que tu me ama! — Ele zomba pulando nas costas de Apolo.

— Me solte maldito! — Apolo ordenou enquanto rangia os dentes e dançava sobre as pedras de mármore tentando manter o equilíbrio.

— Só se tu falar que me ama! — Hermes faz beicinho para Apolo enquanto força o aperto entre eles e se balança ainda mais.

Apolo tenta se equilibrar, porém, com receio de cair de cara no chão e acabar quebrando a lira em sua mão ele acaba acatando as exigências do irmão.

— Tá bom, eu te amo! — Ele grita com o rosto corado enquanto continua tentando se equilibrar. — Agora me solta seu desgraçado!

Hermes sorri com a declaração do irmão, claramente sem interesse de soltá-lo ainda.

De repente, uma terceira figura surge por trás dos dois.

— Vocês poderiam deixar esse amor de irmão pra depois?

Logo, Hermes salta das costas de Apolo, claramente reconhecendo a voz atrás deles.

— He-Hera, ungh! — Apolo fala com uma expressão assustada e seus olhos amarelos esbugalhados.

É Hera, a deusa do casamento e da fertilidade. Uma mulher de aparência madura e experiente e longos cabelos castanhos. Seus olhos roxos e afiados se estreitam e formam com o resto de seu belo rosto uma expressão séria e exigente.

— Que bom vê-la, Hera. — Hermes diz com um sorriso alegre, acenando para a senhora.

Hera para em frente a eles, parecendo analisar os dois por um tempo. Até que ela estala a língua e fala com um pouco de desgosto em sua voz.

— Apressem-se, seu pai está esperando.

Hermes e Apolo observam Hera se distanciando. Hermes com um sorriso, e Apolo com um rosto preocupado.

— Viu o que você fez? — Apolo pergunta irritado para Hermes.

— O que? — Hermes pergunta ainda olhando para Hera. Quando esta some por entre uma das entradas do coliseu, ele se vira para Apolo com um sorriso. — Te fiz falar que me ama?

— Não, seu idiota! — Apolo o repreendeu, com o rosto envergonhado. — Você a irritou!

— Do que cê tá falando? — Hermes pergunta ao inclinar sua cabeça para o lado com uma face confusa.

— Por que você chegou atrasado?

— Atrasado?

— Sim! Você é tão rápido que pode aparecer em qualquer lugar num piscar de olhos, mas de algum jeito consegue se atrasar em todas as reuniões! — Apolo reclama com um rosto cada vez mais irritado, percebendo que Hermes não tira o sorriso do rosto.

— Ué, eu gosto de vir apreciando a paisagem? — Hermes responde com outra pergunta e uma expressão confusa, como se não entendesse a dúvida do irmão.

Apolo simplesmente desiste de argumentar com Hermes, e então o pega pelo braço, puxando-o para o coliseu.

...

Chegando a arena, sede das reuniões, Hermes pôde perceber como todos os outros deuses já haviam chegado.

Atena, a deusa da inteligência, uma jovem de aparência forte e destemida. Seus cabelos castanhos e sua face forte, além de seu escudo na mão esquerda e sua lança na direita dão a ela um ar forte e corajoso. Seus olhos castanhos se estreitam como se estivessem constantemente analisando algo.

Ao seu lado, Dionísio, o deus das festas. Um homem barrigudo e com aparência rude, seus cabelos ruivos estão presos por uma coroa de uvas, e seu rosto está corado. Como sempre, aparenta estar bêbado. Seus olhos tem um tom roxo parecido com o das uvas. Em sua mão direita há um copo cheio de vinho.

Em seguida está Ares, o deus da guerra. Um homem forte e alto, com longos cabelos ruivos e um rosto liso e até bonito para um bruto como tal, seu peitoral descoberto revelam inúmeras cicatrizes da guerra, além de um corpo escultural. Seus olhos vermelhos queimam em busca do fogo de uma batalha. Em suas costas há uma espada e um escudo com os símbolos de Esparta.

Logo depois, Ártemis, a deusa da caça. Uma jovem de aparência rústica, olhos verdes e brilhantes, cabelo negro e curto com uma única franja branca, um rosto forte, uma tatuagem de urso no ombro e roupas selvagens, muito diferentes do resto dos deuses presentes que prezam pela elegância. Em suas costas há um arco e em seu joelho uma aljava com apenas três flechas.

Após ela, está Afrodite, a deusa da beleza. Uma mulher de feições frágeis, cabelos ruivos, longos e elegantes, rosto fino, curvas acentuadas e roupas elegantes e provocativas, com muito mais joias que os outros deuses. Apenas um de seus lindos olhos azuis é visível por conta da franja.

No centro de todo o coliseu, estão três figuras, estando duas sentadas em dois dos três tronos de mármore.

A mulher vista mais cedo, Hera, a deusa da Fertilidade, se encosta ao lado do trono central, amaciando o ombro do homem ali sentado. Uma mulher elegante e madura, de feições belas e corpo igualmente belo, seus cabelos são negros e longos. Seus olhos roxos olham para Apolo e Hermes com desgosto.

Na cadeira central está o Rei dos Deuses, Zeus, o deus dos raios. Um homem de rosto e corpo forte, cabelos e barba branca, ambos longos, seus olhos não têm pupila e ele veste apenas uma espécie de saia de cor branca.

Ao seu lado, um homem muito parecido com o anterior, Poseidon, o deus dos mares. Rosto e corpo fortes, e uma enorme cicatriz que cruza do seu peitoral até a lateral do abdômen, suas roupas são um manto azul e uma coroa de ouro. Seus olhos são azuis, seus cabelos são negros grisalhos e curtos. Do lado de seu trono está o seu grande tridente.

O terceiro trono está vazio.

"Parece que o tio Hades não pôde aparecer de novo..." Hermes reflete. "E o careca também não veio... Ai, ai, Hefestos..." Ele suspira.

Recebendo olhares repreensivos de todos, Hermes adentra o salão principal com Apolo. O deus da velocidade retirou o sorriso do rosto, não quer irritar seu pai. E Apolo entra com um rosto calmo, como se quisesse demonstrar classe.

Depois de algum tempo, Zeus se levanta de seu trono.

— A humanidade tem perdido cada vez mais a fé nos deuses. E como todos sabem isso nos faz perder cada vez mais influência no mundo inferior. — Ele disse com um rosto sério enquanto encarava a todos no salão.

"Então era sobre isso?" Hermes se pergunta em sua mente.

— Nos chamou até aqui apenas para afirmar o óbvio, irmão? — Poseidon reclamou em um tom impaciente.

Todos no salão permaneceram em silêncio, mas pareciam pensar a mesma coisa que o deus dos mares.

Depois de olhar por uns segundos ao nada, pensando sobre algo, Zeus suspira.

— Não... Estive investigando e acabei descobrindo que Pandora ainda vive. — Ele afirma com o que parece ser pesar em sua voz.

— Ma-mas isso...

— Sim, aquela que abriga todo o mal presente no mundo. Aquela que deveria estar trancafiada no Tártaro. — A cada palavra que falava, seu pesar diminuia dando espaço à raiva. — Um dos males libertados pela caixa, e aprisionados dentro do corpo daquela mulher, é a dúvida, a falta de fé. E é por ela que nós estamos sendo esquecidos pelos homens!

— Mas essa mulher já não se encontra morta? Essa história tem séculos desde que fora solucionada! — Hera pergunta com uma expressão irritada.

— Sim, ela deve estar morta. Mas, sua alma não foi entregue para o submundo, como ela continua vagando por aí, todos os males continuam com ela. — Respondeu Atena de maneira certeira, era conhecida por dar respostas a perguntas que não eram feitas a ela. — Certo pai? — Completou pedindo a confirmação para Zeus.

Logo, Zeus acenou em confirmação.

— Então existem duas possibilidades, ou ela fugiu, ou alguém a tirou de lá. — Ares afirmou de maneira seca.

­— Ou ela nem sequer foi entregue- HUAHUAHUAHUAHAHA — Dionísio disse em um tom de brincadeira, com seu rosto vermelho e rindo sem parar, aparentemente sem motivo. Ele com certeza está muito bêbado.

Murmuros e mais múrmuros começam a tomar conta do salão. Os deuses não conseguiam acreditar em tal risco.

— Quem poderia pensar em agir contra nós, pai? — Apolo pergunta com um rosto assustado.

Hermes estava quieto, seu rosto estava sério, e ele ouvia atentamente a cada murmuro feito por seus meios-irmãos.

Zeus olhou levantou sua cabeça, e olhou diretamente para Hermes.

— Hermes é o traidor. — Zeus afirma encarando o rapaz nos olhos, com uma fúria inominável.

Todos se viraram para o deus mensageiro, como se não acreditassem no que haviam acabado de ouvir, principalmente Apolo, o mais próximo de Hermes.

Hermes sorriu para seu pai de maneira despreocupada.