2 C 01 - Triunfo de Orias

31 de Fevereiro de 047 - Pós Hecatombe

Local: Palácio dos 17.

Ao olhar a lua não sentia medo, apenas Ódio. Porque ela estando sobe o domínio demoníaco, a moral das pessoas comuns caía em níveis inrrecuperaveis. Era uma sátira com a humanidade, um dia tivemos colônias lá, foi nossa primeira conquista fora da terra e hoje ela foi tomada e sua superfície se transformou em uma piada, como um vigia de uma prisão.

"Engraçado como percebemos os significados das coisas após perde-las... Um dia irei mata-lo e você sabe disso... Orias o demônio da lua."

Da varanda eu prometi pela a milésima vez em minha vida. Décadas atrás dez de nós voamos até lá para tentar lutar, inclusive eu, ao chegar lá lutamos e esmagamos hordas de feras infernais, porém um ser que se declarava "Grande Marquês do Inferno" nos fez recuar. Durante esse confronto, nos deparamos com uma mansão que dobrava o espaço. Com nossa força conjunta não conseguíamos derrubar, lá entramos e tivemos que lidar com uma ilusão entre dimensões.

Escapamos apenas porque Fernando tem uma visão que ultrapassa os sentidos físicos, se não fosse por isso a humanidade teria perdido toda sua força principal.

Minha expressão estava amarga enquanto eu observava aquela aberração encarando a Terra, aquele dia foi a maior derrota da humanidade após o

início do Hecatombe, alí descobrimos que tínhamos que ser mais espertos para enfrentar os grandes demônios.

"Porra, isso está ficando estressante já..."

Eu olhei a a cidade a dezenas de metros abaixo de meus pés, assistia as ruas estreitas por causa da super lotação, os prédios robustos para aguentar os impactos das grandes batalhas, e suas paletas de cores brancas em uma falha tentativa de trazer conforto a humanidade, a arquitetura se assemelhava ao Brutalismo com alguns locais com formatos realmente incríveis.

Eu estava em um lugar chamado "Palácio Dos 17", cada cidade tinha um desses Bastiões onde ficamos fisicamente. No total eram 4,e eu não sou reitor de nenhuma cidade então fico aqui nos dias mais tranquilos, aqui nessa cidade ficavam outros 2.

Um deles era Fernando, ele era como um Presidente por assim dizer nessa cidade. Após isso tínhamos Paloma, uma cubana que era médica cirurgião antes de tudo e se aprimorou a níveis absurdos após receber os dons, ela passa seus dias estudando e dissecando feras Infernais.

Cada cidade tinha esse mesmo sistema de "Cidade Estado" com leis própias, e essa era a maior e próspera por causa de sua administração e inovação tecnologica.

"Farol de Alexandria" Eu pensei comigo mesmo o nome daquele lugar. Tínhamos certo grau de tecnologia, apesar da aparência vivíamos em uma sociedade super desenvolvida antes de tudo isso e isso perdurou um pouco depois da guerra por nossa sobrevivência começar.

As luzes era todas desenhadas para iluminar as ruas da forma mais natural possível passando pelos os adornos dos prédios dando uma sensação de alívio.

Os esgotos, ruas e prédios e tudo foram projetados por Vanessa, uma dos 17, que era uma grande arquiteta em qualquer área. Suprimentos de água e energia são sempre providos por nós com excursões para conseguir recursos e também proteger aqueles responsáveis por suas manutenções.

Repousei sobre o parapeito com uma expressão solene e apática, enfim suspirei e sai para os corredores do local.

Lá eu via homens e mulheres que trabalhavam na prefeitura e administração assim como manutenção do local, todos saíram do meu caminho e ser curvaram a mim, após isso continuavam seus afazeres. Após uns minutos eu cheguei a uma sala grandiosa e ornamentada que pertencia ao maldito chefe daquele local.

"TEM ALGUÉM AÍ?"

Falei isso empurrando a porta de um vez, e olhando no escritório. Lá eu vi em sua mesa o Fernando me olhando com um olhar firme e direto.

"As vezes penso que você não é Japonês Iakami, você realmente não tem modos."

"Estava aberta quando cheguei, e isso são hábitos dos meus tempos nas ruas."

Disse isso em pé em sua frente, com as mãos no bolso o encarando por alguns instantes e ficando em silêncio em seguida.

"Então?" Disse Fernando impaciente.

"Então o que?"

"O que Diabos você quer?"

Enfim relaxei e soltei um sorriso, virei a cadeira ao contrário e me sentei apoiando meus braços em seu encosto.

"Quero um transferência para o Jardim Suspenso."

Uma das sombrancelhas de Fernando arqueou e ele soltou um suspiro enquanto jogava as costas para trás e me encarava.

"Por que razão?"

"Sinceramente não agrego nada aqui e não me encaixo na dinâmica da cidade."

"Você não veio para justamente porque não disso o mesmo das outras cidades?"

Fiz uma expressão como se tivesse pensando e toquei os dedos no encosto algumas vezes e respondi.

"Não me lembro disso"

"É para encontrar a canadense?"

"Primeiro que se referir as pessoas por sua antiga nacionalidade é um pouco xenofóbico, e é claro que não somos heróis estamos sempre ocupados então não seria por causa de um caso bobo."

Uma veia estava soltando na testa dele, e então o mesmo disso suspirando fundo e se acalmando.

"Aguarde mais um dia e você pode ir embora, irei criar os canais de comunicação e reportar a transição, você não pode voar o continente inteiro sozinho, então em breve os dois transitórios chegarão e você irá com eles."

"Quem vira?"

"Wang Guo, Zaya e Marcos." Disse Fernando relaxando com um sorriso, então finalmente dessa vez minha testa enrrugou. Wang era um chinês que me odiava e não perdia a oportunidade de me encher a paciência. Esfreguei minhas temporas com minhas mãos e depois encarei Fernando novamente, por ter percebido algo.

"O que foi agora?"

"Zaya é um atleta e tecnicamente ela serve apenas para defesa no momento, já Wang é um mecânico com o dom de dar dons as suas criações, Marcos tem o dom da agricultura."

"Sim e?"

"Você já planejava me substituir por Zaya?"

"...."

Me levantei abruptamente com uma expressão indignada como se tivesse sido traído.

"Maldito, desde quando? E se eu não quisesse sair?"

Fernando ignorou e continuou a mexer em sua mesa digital enquanto lia os relatórios e respondeu casualmente.

"Você não daria real importância de qualquer modo."

Me virei e saí bufando, sinceramente ele tinha razão e isso que me deixava irritado. Nunca fui com a cara dele.

Antes de sair escutei ele chamar minha atenção.

"O que foi?"

"Dê um olá a Vanessa por mim."

Fernando, um homem com olhar sombrio e cabelos compridos e lisos deu um sorriso agridoce ao dizer isso pra mim. Obviamente todos sabiam que eu namorava ela e eu talvez noivassemos no futuro. E aquele cara não era de sorrir e sequer tinha intimidade comigo.

Eu olhei pra ele com nojo e finalmente saí daquele local visivelmente estressado por minha interessação com esse homem.

Então fui ao terraço da Torre e fiquei lá o resto da Tarde. Ficava observando as pessoas e suas rotinas, até que meu relógio de pulso começou a vibrar e era justamente Vanessa.

"Alou?'

"Iakami você não me liga mais, vou começar a achar que me trocou por Fernando." Escutei sua voz doce e ela ria no final de seu deboche a mim.

"Tsk, aquele cara me tira do sério eu não o suporto."

"Então você finalmente fez o pedido? Pelo o seu humor."

"Sim eu fiz porém terei que lidar com Wang"

"Wang é um cara legal, não sei porque vocês não se dão bem."

"Não é que nos odiamos, porém não conseguimos conviver juntos! É diferente! Nossos costumes não batem."

"Estupidez é isso que enxergo"

Simplesmente ignorei e perguntei a ela "Como vão as coisas no Jardim suspenso?"

"Em breve finalmente iremos expandir nossas produções de mineração sabia? Irá nos permitir criar mais Destroyers Dourados" Ela disse isso casualmente porém isso me deixou impressionado, o Jardim suspenso era uma cidade móvel que absorvia energia de fusão nuclear, conseguir mais minerais e os dar dons nos dava mais poder contra feras demoníacas de médio porte, e nós permitia dar poder de combate as pessoas normais.

Os Destroyers Dourados eram equivalentes modernos de super caças, suas capacidades de manobra e evasão era surpreendentes, porém era difícil produzir eles.

"Incrível, bem minha novidade é que aprendi a falar Italiano e apenas. Me desculpe eu não presto muita atenção nos negócios de Farol de Alexandria para falar algo tão importante quanto isso."

Escutei ela rir um pouco do meu tom de voz idiota, e então após alguns instantes ficar séria.

"Tem uma neblina se formando, a precisão é que ela chegará em três dias." Fiquei sério e meu tom pareceu mais profissional naquele momento, como um instinto.

"De que tipo?"

"Estimamos do tipo Hordas Infernais"

"Ficará tudo bem" Em breve três de nós irão para aí, teremos mais do que o suficiente de poder para lidar com isso.

"O problema é que... Já faz um mês que ela está se formando, e ela não se propaga, ele está condensando em um único ponto segundo as leituras de Infravermelho."

Isso na minha memória podia significar apenas algo, então perguntei em um tom preocupado.

"Vanessa, seria um Duque do Inferno?"

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