Fuga

Em um quarto decrépito e vazio, Davi suava enquanto se esforçava para remover as finas cordas que amarravam suas mãos. O quarto todo onde a deixaram estava em silêncio sepulcral, mas bem iluminado. A janela estava aberta e uma brisa quente fazia a cortina branca dançar.

Davi continuava a desatar-se o mais rápido que podia antes que alguém entrasse no quarto.

Pouco tempo atrás, ela estava simplesmente pegando um táxi de volta para a Mansão Gray, quando de repente, o motorista disse que teriam que fazer um desvio. Davi imediatamente ficou desconfiada e estava se preparando para enviar um chamado de emergência quando, de repente e por uma razão desconhecida, perdeu a consciência. Quando acordou, já estava amarrada e deixada sentada naquele quarto vazio.

Felizmente, os homens que a amarraram não usaram qualquer técnica profissional e a corda que usaram também não parecia nada especial. Bem, talvez vendo uma jovem frágil e com aparência de porcelana a fizeram pensar que ela era uma princesa em estilo de boneca, que só poderia sentar-se obedientemente e não poderia fazer nada perigoso.

O tempo passou e finalmente a corda foi solta. Enquanto o suor escorria de seu rosto, ela se levantou imediatamente e conferiu o quarto, mas a única porta estava trancada.

Percebendo que era impossível sair pela porta, seu olhar rapidamente voltou-se para a ampla janela aberta. Um sorriso desenhou-se em seu rosto enquanto ela se aproximava, com os olhos brilhando de excitação. No entanto, no momento em que olhou pela janela, o sorriso em seu rosto desvaneceu-se.

Ela estava atualmente no terceiro andar. Enquanto olhava pela janela, ficou surpresa ao ver para onde os bandidos a tinham levado. Contêineres sem fim estendiam-se diante de seus olhos, cobrindo todo o porto, com grandes navios de carga flutuando na água.

Onde diabos é isso? Espera, MKZK?

O sinal e logo gravados em cada contêiner a surpreenderam. Ao vê-los, teve certeza de que aquele lugar pertencia ao muito famoso, maior conglomerado do continente e segunda maior companhia de navegação do mundo, o Grupo Mikazuki.

Mas por que estou aqui? Por que essas pessoas me trouxeram para cá?

Confusa e perplexa, Davi balançou a cabeça para esquecer essas perguntas e focar apenas em como escapar. Ela respirou fundo e procurou por uma rota de fuga menos arriscada. Com prazer, viu que havia um cano de metal na parede, perto da janela.

Ao vê-lo, não perdeu tempo e preparou-se. Ela pegou a corda que usaram para amarrá-la e com ela atou seu longo cabelo. Depois, começou a descer pelo cano. Ela só podia agradecer aos deuses por estar usando jeans e camiseta. Contudo, estava de salto alto, então os tirou e os jogou primeiro no chão.

Ela estava agradecida por ser ágil e saber escalar desse jeito. Ficou contente por ter ingressado em um clube de taekwondo na escola secundária. A verdade era que, Davi deveria ser a representante da escola para competir em vários torneios dentro e fora do país, se não fossem seus empregos de meio período e suas frequentes faltas nos treinos. Bem, ela não estava realmente interessada em competir. Entrou no clube apenas para aprender a se defender, mas acabou sendo surpreendentemente boa nisso, a ponto dos treinadores começarem a persuadi-la a competir. Ela era fisicamente ágil e flexível, como seus treinadores lhe disseram, mas sua força ainda era considerada fraca, então precisava praticar mais. Infelizmente, ela simplesmente não tinha tempo para isso e teve que desistir de vez. Para ela, já era suficiente ter aprendido bastante.

Descendo pela metade do cano, Davi se assustou ao ouvir uma voz vindo do quarto de onde ela tinha vindo. Ela levantou a cabeça e um homem de preto estava gritando pela janela, ansiosamente olhando para ela.

"Merda! A moça está lá embaixo!"

Instantaneamente, Davi entrou em pânico. Felizmente, já estava apenas a um andar do chão, então saltou sem hesitar.

Assim que alcançou o solo, saiu correndo, descalça, sem olhar para trás, deixando para trás seus saltos vermelhos no chão enquanto dois homens de preto começavam a persegui-la