1 Capítulo 1: Uma mulher que compensa demais

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Kate estava a caminho de casa para surpreender seu marido. Sua viagem de negócios a Londres havia terminado um dia antes do previsto. Ela sentia falta dele e mal podia esperar para se jogar em seus braços quentes e acolhedores.

Ela deveria estar livre do trabalho por pelo menos três dias, mas sabia que não podia contar com isso quando ocupava uma posição importante.

Claro que o toque do seu telefone de trabalho logo interrompeu sua tranquila corrida de táxi.

"Sim, Sra. Cadwaller, eu estarei no escritório amanhã. Vou preparar todos os relatórios para o nosso novo CEO. Sim, vou imprimi-los."

Ela manteve-se profissional durante toda a ligação, mas não pôde deixar de revirar os olhos várias vezes. Esse novo CEO parecia tão mimado. Mas era de se esperar, considerando que ele foi enviado pela empresa-mãe. Ele deve ser um daqueles jovens ricos tentando provar seu valor depois de implorar ao papai por um emprego.

'Que inútil', pensou Kate em seu coração.

"…"

"Sim, tudo está sob controle. Sim, vou facilitar a avaliação do novo CEO sobre a empresa."

"…"

"Boa noite para você também, Sra. Cadwaller."

Beep.

Kate suspirou antes de jogar seu telefone na bolsa. Ela fechou o laptop e se recostou no assento. O Centro de Los Angeles à noite era um lugar belo e animado, mas Kate só podia olhar cansada pela janela, sem realmente prestar atenção.

Ela havia morado nesta cidade agitada pelos últimos cinco anos, e era muito diferente da pequena cidade rural de onde vinha.

Kate não gostava da correria e barulho da cidade grande, mas ficou porque Matt, seu marido, disse que queria perseguir seu sonho aqui. Esse sonho nunca decolou. Agora, ela era a única provedora de sua pequena família, e tinha sido durante a maior parte dos últimos cinco anos.

O motorista do táxi olhou para ela pelo retrovisor antes de perguntar: "O que você faz da vida, senhorita? Já é quase meia-noite e sua chefe ainda está te ligando."

Kate demorou um pouco para responder, conforme a rua iluminada se transformava em um borrão gradual de luz e cor.

Ela não era o tipo de pessoa que falava muito sobre sua vida pessoal, mas talvez o peso em seus ombros estivesse mais presente hoje. "Editora. Eu trabalho em uma editora. Sou a editora-chefe."

"Parece um trabalho sofisticado. Deve estar pagando bem", comentou o motorista do táxi. "Mas devo dizer, você parece tão cansada. Esse trabalho é sempre assim?"

Kate suspirou, "Não posso, preciso apoiar o sonho do meu marido."

"Seu marido não está trabalhando?"

"Pode-se dizer isso. Ele mal está ganhando dinheiro agora, então eu preciso desse emprego. LA não é barata."

"É verdade, tudo está tão caro atualmente", concordou o motorista do táxi. Houve mais um momento de silêncio antes de o motorista não conseguir conter sua curiosidade. "Qual é o sonho do seu marido?"

"…Ator. Ele está tentando há cinco anos." Kate franziu a testa ao pensar em quantos anos haviam passado sem que nada acontecesse.

"Essa é difícil", o motorista do táxi fez um som simpático. Todos sabiam como era difícil entrar no mundo do showbiz. "Ele já fez algum papel em filmes?"

"Algumas vezes, mas apenas como personagens secundários. Às vezes, ele só pode ser um figurante no set." Kate franziu a testa ainda mais e fez uma careta.

"Parece um trabalho difícil de fazer e com baixa remuneração. Vale a pena?" O motorista do táxi finalmente perguntou, fazendo Kate franzir ainda mais a testa e desviar o olhar, evitando o olhar cuidadoso do homem.

"Não vale, mas ele está tão focado nisso que não consegue procurar outro emprego", disse Kate.

"Então ele está basicamente desempregado?"

Houve uma breve pausa de Kate, e então ela suspirou, "Ele está apenas perseguindo nuvens neste momento."

"Então, se a carreira de ator dele não está decolando e ele se recusa a encontrar outro emprego, por que você quer ficar com ele? Ele parece um fardo", comentou o motorista de táxi, esperando a resposta da mulher.

Mas houve apenas silêncio, e o motorista do táxi percebeu o humor da passageira diminuindo e praguejou sua boca grande. Ele havia deixado sua passageira infeliz com suas perguntas! Envergonhado, ele ficou quieto e focado em dirigir pela cidade até o apartamento da mulher.

Desconhecido para o motorista do táxi, o humor de Kate realmente havia caído após conversar com ele, porque quanto mais ela falava com ele, mais ela era lembrada do quão inútil seu marido era.

Deus sabe quanto tempo ela desperdiçou tentando persuadir, encorajar e até implorar para que ele arranjasse um emprego enquanto fazia audições para vários papéis ao mesmo tempo, mas a resposta que ela recebia era sempre a mesma.

-

"Bem, desculpe se a indústria é tão implacável. Não é minha culpa por não ser bem-sucedido! Eu tenho tudo! Eu tenho a aparência, talento e disciplina! A única coisa que me falta são as conexões!"

"Se você é minha esposa, deveria me apoiar nesta difícil etapa da vida! Não estou nem te pedindo para me ajudar a conseguir conexões, só seu apoio financeiro. Você acha que eu não quero te oferecer uma vida boa também? Acredite em mim e tudo valerá a pena no final!"

-

'Bem, até agora tudo que consegui foi um marido fracassado que se recusou a encontrar um emprego de verdade nos últimos cinco anos', pensou ela amargamente, zombando. 'Pelo menos ele não trai. Se você pode chamar isso de qualidade positiva.'

Ela sabia que uma mulher bem-sucedida como ela nunca deveria ter se casado com um homem fracassado como Matt. Ela deveria ter se divorciado dessa amarra inútil para poder aproveitar os frutos de seu trabalho.

Mas havia uma razão para tudo, e a razão para ela ficar era… seu útero.

Ela era estéril, infértil, ou nas palavras duras da mãe de Matt, "não uma mulher completa".

Cinco anos de casamento e ela ainda não conseguia gerar uma criança, apesar de ter feito sexo desprotegido com Matt religiosamente.

Ela queria desesperadamente um filho, mas começou a perder a esperança, e a pressão da família de Matt não ajudava em nada.

Isso a fez se sentir inferior e inútil. Então, tudo que ela fazia para apoiá-lo agora era um esforço para compensar sua incapacidade de conceber.

Isso, e…

'Acho que só tenho medo de ficar sozinha…', pensou Kate tristemente. 'Não sei se encontrarei um homem bom quando souberem que não posso dar-lhes um bebê.'

**

Kate deu uma gorjeta extra ao motorista do táxi por ouvir sua história e voltou apressadamente para o apartamento, querendo descansar e, ao mesmo tempo, surpreender seu marido.

Kate não tinha contado a Matt que havia voltado para casa um dia antes da viagem de negócios a Londres. Não que isso importasse, já que Matt ainda estaria deitado no sofá, jogando um jogo no celular ou apenas navegando pelo Tik Tok.

Ela abriu a porta do apartamento sem expectativas.

Mas no momento em que a porta se abriu, os olhos de Kate se arregalaram e ela largou a bolsa em choque.

Seu marido estava no sofá, mas ele não estava sozinho.

Matt estava sentado no sofá apenas de cueca, uma mulher estava sentada nele, esfregando-se contra ele com seu sutiã jogado de lado no calor do momento. A mulher gemia de prazer enquanto pressionava o seio na boca de Matt. Ambos estavam tão absortos que nem perceberam que Kate já havia entrado e testemunhado tudo.

A mulher finalmente olhou para cima ao sentir que eles não estavam mais sozinhos. Encarou Kate e sorriu para sua irmã mais velha, "Oi, irmã. Não sabia que você já tinha voltado para casa."

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