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O Rei de Suralda

Rei Alarium II

— Vossa majestade precisamos de uma intervenção militar ou ao menos alguns cavaleiros.

— Se acalme Barão Sterf, essa é uma maneira inadequada de se apresentar diante seu rei, primeiro se ajoelhe ou o reverencie.

Essas foram as palavras do conselheiro real, ele estava próximo do rei enquanto o mesmo estava sentado no trono, o Barão não parece querer se acalmar, é possível o ver fechando os punhos com tanta força que chega a sangrar, ainda é acompanhado por um ranger de dente que ecoa em todo salão.

O rei não demonstra uma expressão de irritação ou minimamente descontente, ele está com um sorriso genuíno e um olhar otimista, o barão continua avançando em sua direção e rapidamente todos cavaleiros reais começam a desembainhar a espada, é possível ouvir murmúrios dos membros da corte presentes.

Como resposta o rei levanta a mão direita sinalizando para todos cavaleiros não atacarem, mantendo um olhar fixo e um sorriso para o indivíduo que avança em sua direção ele começa falar:

— Poderia me informar qual é o problema de fato e o motivo de necessitar de uma intervenção direta da principal cavalaria do reino Suralda?

— Aquela Tribo, malditos selvagens! Invadiram minhas terras em grande números, saquearam e torturaram as pessoas com uma forma de entretenimento diversão, você sabe o que fizeram com minha filha?! — exclamou o barão Sterf enquanto estava visivelmente em fúria e com lágrimas nos olhos.

— Isso realmente é uma fatalidade, eu sinto muito em ouvir isso.

Barão Sterf ficou visivelmente perplexo e confuso, não conseguia demonstrar nenhum tipo expressão por alguns instantes, até que sua fúria volta e o mesmo volta a falar:

— Você vai falar só isso..? Não quero sua compaixão ou piedade, eu quero que você execute todos aqueles bastardos da maneira mais dolorosa possível!

— Esses selvagens são problemas recorrentes em todo o continente, não vejo uma forma de os exterminar da noite pro dia, eu não faço milagres.

— Eles exterminaram um vilarejo de seu reino a sangue frio, tudo foi reduzido a escombros!

— Você estava lá?

— Sim!

— Se exterminaram todos e você ainda está vivo, eu tenho duas teorias, a primeira é que você está trabalhando com eles e quer levar meus cavaleiros para uma emboscada, a segunda é que enquanto sua filha estava sendo obrigada a passar por tais atos de brutalidade, você estava se escondendo ao mesmo tempo que ela implorava por sua ajuda.

— Eles eram centenas, e estavam armados com armas de aço, não com lanças de madeira ou machados de pedras como normalmente é, o que eu poderia fazer? — retrucou, enquanto colocava a mão na boca para evitar de vomitar, aparentemente lembrou dos gritos das pessoas próximas.

— Se o próprio pai não está disposto a sangrar por seus filhos, quem mais estaria? — eu o pergunto.

Ele fica me encarando enquanto começa apontar o dedo indicador para mim, aparentemente o infeliz ainda tem mais argumentos, estou começando a ficar irritado, vou tentar ser generoso com o mesmo, levando em consideração suas contribuições pelo reino e suas perdas.

— Vossa majestade, como eu havia dito eles estavam armados com armas de aços! Eles não forjam metais e sequer estão em posse de tal conhecimento! — exclamou o barão Sterf, ainda visivelmente irritado.

— Pense muito bem em suas próximas palavras.

— Sabe quem tem muito conhecimento em metais e distribui e comercializa em larga escala? O Reino de Lestira! Tenho certeza que foram eles que forneceram armamentos para os selvagens, para exterminar os vilarejos na fronteira e expandir seu próprio território futuramente.

Merda, não acho que o Reino Lestira tenha feito algo assim, não temos boas relações e temos bastante atrito em relação a comércio, porém isso iria simbolizar uma guerra, me desculpe barão, porém ao fazer essas acusações no meio da corte com tantas testemunhas você cavou sua própria cova. Irei tentar oferecer apoio sem parecer que compactuo com tais acusações.

— Espero que esteja ciente que fazer tais acusações a respeito de nossos vizinhos é inaceitável, e a punição mais adequada é a morte ou exílio, entretanto vou ser benevolente, pois julgo que não está pensando adequadamente por causa de tantas perdas pessoais.

— ... — ele não me respondeu, porém suas feições suavizaram um pouco.

— Eu lhe darei trinta mil moedas de ouro, ainda é superior ao valor bruto do seu terreno, e ainda irei te fornecer um terreno vago que fica mais próximo a capital, e recomendo você ir atrás de sua filha.

— Para enterrar ela? — ele me interrompeu, porém agora com uma expressão fria distante, com um olhar vazio.

— Não, para ajudá-la. Aqueles bandidos geralmente não mata as garotas que os "divertem", ainda tem esperança.

O barão Sterf mais uma vez não me respondeu, porém acenou com a cabeça confirmando e se retirou, eu realmente acho que não sou um bom rei, sou muito generoso.

Ele se retira do palácio, começo a encarar meu conselheiro real.

— Tem mais alguma coisa importante para hoje, conselheiro Lork?

— Não majestade, todos assuntos que pode causar influência ou instabilidade no reino e na coroa já foram resolvidos.

— Muito bem, vou para os meus aposentos.

— A única coisa recorrente nesse exato momento é que sua concubina está em trabalho de parto.

— O QUE?!

— Ela está no palácio secundário, nesse momento o bebê já deve ter nascido.

— Por que não me informou? O nascimento de uma criança minha certamente é algo importante — o pergunto, já visivelmente desesperado enquanto dou ordens para os cavaleiros prepararem um cavalo e uma escolta para mim até o palácio secundário o mais rápido possível.

— A filha ou filho de uma concubina naturalmente não tem nenhum poder ou influência no reino, já mais assumirá o trono, então um assunto que não pode beneficiar ou prejudicar o reino não necessita ser discutido em dia de audiência real.

Depois irei punir esse infeliz, preciso ir ver ela e minha criança imediatamente.