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Dragão de Prata

Era apenas mais um trabalho. Outro livro fracassado entre a pilha que precisava analisar. Ato corriqueiro. Então, por que acabou assim? Jiang Lu foi enviado para outro 'mundo' e jogado no corpo de uma criança sem memórias, agora, precisa encontrar sua força e sobreviver nesse ambiente de Cultivo e Imperadores. Porém, até quando?

nebulower · Fantasy
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Para dentro da barreira

Após a comoção, Jiang Lu vestiu as roupas que Bing Dao lhe emprestou bufando de raiva. A tez pálida adquiriu um fraco tom rosado, mas o corpo anêmico não tinha sangue o suficiente para dar uma vermelhidão saudável a qualquer parte do corpo. As roupas do outro ficaram extremamente folgadas no corpo atual de Jiang Lu, semelhante a uma criança pequena que veste de brincadeira as roupas de seus pais. Isso o deixou ainda mais irritado.

— Estou vestido — anunciou Jiang Lu para as pessoas do lado de fora, que entraram silenciosas como se entrassem num quarto fúnebre. A refeição foi colocada na mesa no canto do quarto, perto da janela. Um a um os serventes deixaram o aposento, ficando somente o Grande Irmão Dao e Jiang Lu, o primeiro mantinha o olhar vagando por toda a parte, sem nunca dar sequer uma espiadela para o menor. A refeição foi feita silenciosamente, cada um dos homens presos em seus próprios pensamentos.

Jiang Lu começou a ponderar a como seguiria dali em diante. Segundo a informação do sistema, o corpo em que ele estava tinha o mínimo de talento inato para cultivar, então seguir esse caminho era o mais agradável aos seus olhos, porém, quando ele levantou essa hipótese, tanto Mei Ting quanto Bing Dao recusaram com um aceno.

— Xiao Lu ainda é novo demais para uma carreira tão brutal — pontuou Mei Ting. — Atualmente, nós irmãos mais velhos temos uma boa posição dentro da seita Tian Yi. Mesmo após a morte de shifu, fomos acolhidos pelo Mestre do pico ao qual pertencemos, e ainda somos discípulos diretos de um élder, o que nos dá uma boa condição de vida! Deixe que esses irmãos mais velhos cuidem de você.

Vendo a bela Mei Ting fazendo um discurso tão apaixonado sobre suas conquistas e talento, Jiang Lu não pôde ir contra suas palavras no momento. Contudo, pensando sozinho agora, era uma vergonha total se submeter a tal tratamento vindo de totais estranhos. Certo que ele havia guardado um enorme respeito por esses jovens, e até gostaria de estar ao redor deles, mas tudo tinha seu limite. Simplesmente ser cuidado por um par de cultivadores apenas o tornava um bom-pra-nada filho adotado. Uma vez que ele estava dentro do enredo de Dragão de Prata, ele não estava disposto a se tornar um gorgulho de arroz*.

[N.A: Gorgulho é o nome vulgar dado para besourinhos de até 4mm que parasitam arroz e outros grãos. Ao contrário do que muitos acreditam, o gorgulho não é um inseto que existe no Brasil.]

— ... Lu?

Jiang Lu ergueu o olhar ao perceber que estava sendo chamado. Pelo susto de ser tirado repentinamente de seus pensamentos, ele acabou cuspindo um pouco de seu arroz de volta na tigela.

— Desculpe, desculpe! — exclamou, envergonhado. Bing Dao apenas inclinou a cabeça para o lado, achando a cena engraçada, mas ainda sem jeito para reagir adequadamente.

— Tudo bem, Pequeno Irmão Lu — sua voz era calma e suave, firme como o fluxo de água corrente. Esse tipo de tom parecia o tipo que alguém usaria para apaziguar uma discussão. — De todo modo, eu acabei minha refeição e irei me retirar para descansar. Então, dou-lhe meu boa noite.

Jiang Lu o encarou se levantar e seguir em direção a porta.

— Daqui a pouco virão buscar nossas tigelas — Bing Dao acrescentou apenas uma linha antes de partir, deixando Jiang Lu completamente confuso.

Se o Irmão mais velho vai dormir em outro quarto, por que alugar um quarto com duas camas?

Jiang Lu afastou a tigela com o arroz babado para longe e encarou o exterior da janela. Ao encarar o belo brilho prateado da lua, entendimento desdobrou dentro de sua cabeça.

— Será que Irmão Dao e Irmã Ting estão em um relacionamento?

Jiang Lu ficou eufórico com a própria descoberta, mas assim que a realidade lhe foi mostrada, sua determinação ficou ainda mais forte.

Uma vez que esse par de irmãos mais velhos estão juntos, como eu poderia me recostar em um canto e ser uma bela vela? Isso sim seria total humilhação!

Jiang Lu se pôs de pé num pulo e encarando a lua minguante pendurada no céu escuro, jurou para si mesmo com a mão em punho sobre o peito:

— Eu, Jiang Lu, prometo dar meu melhor para que esse par de irmãos sejam felizes! Irei me esforçar para deixá-los sozinhos o quanto antes!

Depois de bater no peito três vezes e firmar sua promessa, os serventes da pousada vieram buscar o que sobrou da refeição e saíram sorrateiramente. Jiang Lu deitou-se para dormir logo depois, pois precisava dar a esse corpo, que ele já podia chamar de seu, o descanso devido. Sua mente também precisava estar relaxada para os dias que viriam.

Naquela noite, Bing Dao passeou por alguns bares na cidade, aproveitando sua madrugada insone na tentativa de se distrair até o dia seguinte.

****

Ao amanhecer, pouco depois das seis da manhã, Mei Ting e chamou à porta do quarto onde Jiang Lu estava. Após receber uma autorização do garoto, ela abriu a porta e desatou a rir antes mesmo de atravessar o batente.

Jiang Lu estava ainda grogue pelo sono, então ficou totalmente apático à crise de risos dessa Irmã, perguntando-se como alguém podia ter tanta energia de manhã cedo.

— Pequeno Lu, essas são as roupas do Irmão Dao, estou certa? — Mei Ting conseguiu cuspir entre risos. Só assim Jiang Lu acordou completamente para examinar a si mesmo, tendo um olhar para as roupas que transpassavam seus membros e o abraçavam com o excesso de tecido. Por algum motivo, tal visão o deixou envergonhado, mas não houve mudança no seu rosto.

— Venha cá, criança tola. Deixe que essa irmã ajude você — Mei Ting sentou-se ao lado da cama e começou a mexer na sua bolsa de armazenamento, tirando de lá um kit básico de costura. Jiang Lu não se surpreendeu, afinal, mulheres sempre pareciam ter coisas que serviriam para todas as ocasiões nas bolsas.

No fim das contas, Jiang Lu e Mei Ting saíram do quarto uma hora depois, mas agora, tendo encurtado as mangas, barra e apertado as laterais, o garoto estava vestido com calças e túnica do seu tamanho. Mei Ting cedeu uma de suas botas para ele, já que ele não tinha sequer uma sandália nos pés quando foi resgatado da fazenda. Jiang Lu se sentiu tocado por sua atitude e cada vez mais estava convencido de que precisava retribuir evitando que esses dois carreguem seu fardo por ele.

Os dois encontraram com Bing Dao para comer o desjejum, logo pagaram o que deviam para a dona da pousada e partiram. Segundo o plano dos dois irmãos mais velhos, eles levariam Jiang Lu para ficar na antiga cabana de seu shifu escondida na floresta, que ficava a alguns quilômetros entre a cidade e a montanha da seita Tian Yi. Não querendo gerar grandes discussões sobre o assunto e sem querer trazer suspeitas para si mesmo, Jiang Lu apenas concordava com um aceno a tudo que lhe diziam, seguindo os dois pela cidade movimentada.

Yi era uma das cidades mais importantes dessa região, então sempre havia um grande fluxo de pessoas indo e vindo todos os dias, do nascer do sol ao cair da noite. Era possível encontrar pessoas de todas as classes sociais, de artesãos a nobres, caminhando pelas praças. O ponto alto da cidade ainda era a zona comercial, abarrotada de pessoas visitando bancas ao ar livre ou as lojas de produtos diversos. Várias ruas lotadas com lojas que continham todo tipo de artigos, assim como algumas bancas ao ar livre ao longo da calçada. Quando entraram ali, Jiang Lu foi obrigado a se agarrar ao manto de Bing Dao para não se perder ou correr o risco de ser raptado. Haviam gritos vindos de todos os lados, alguns deles carregavam sotaques desconhecidos e, às vezes, dialetos totalmente incompreensíveis.

— Vamos comprar algumas coisas antes de voltar — gritou Mei Ting, sob os berros e conversas da multidão.

Jiang Lu estava ficando tonto no meio de tantas pessoas. Em sua vida anterior, sua rotina de otaku antissocial não lhe deu experiência alguma para lidar com grandes grupos de pessoas. Mesmo vivendo em Pequim, sempre ia de carro para todo lugar, nunca se embrenhava nas ruas lotadas do centro da cidade. Ele odiava esbarrar nos outros, o som de tantas vozes de uma só vez se confundindo com seus próprios pensamentos lhe causavam ânsias de vômito. Respirou fundo e se acalmou, lutando contra seu desejo de correr para longe desse lugar caótico.

Primeiro, o par de discípulos levou Jiang Lu para comprar as roupas e sapatos, bem como artigos de limpeza e uso pessoal que ele tentou recusar, mas não conseguiu. Para aplacar a dor em seu coração, Jiang Lu acompanhou de perto o pagamento dos itens, anotando mentalmente quanto ele teria que pagar de volta no futuro. Mas, se assustou ao ver que a moeda local eram orbes dourados que ele nunca tinha visto na vida e, ao perguntar o que era, descobriu que eram gemas espirituais.

Gemas espirituais eram moedas com energia espiritual dentro, o valor era definido pela quantidade de energia existente que, por sua vez, afetava a cor da orbe. Segundo os dois irmãos mais velhos, o valor mais alto correspondia a orbes translúcidas e o mais baixo orbes marrons. As mais comuns eram orbes pratas e douradas em cidades maiores, mas em províncias rurais a moeda sempre eram orbes marrons; as orbes translúcidas eram usadas somente na capital e entre os homens do imperador. O valor de uma orbe marrom só podia comprar produtos de qualidade baixa como comida e roupas de campo; as moedas prateadas valiam o triplo das marrons, podendo ser usada até compra de produtos importados; a moeda dourada equivalia a dez moedas prateadas e uma moeda translúcida equivalia a cem moedas douradas. Não era uma distribuição muito justa, mas Bing Dao explicou que em contrapartida, o custo dos produtos na capital era o dobro ou triplo de cidades grandes como Yi.

Onde diabos eu vou conseguir isso?

Depois de comprar as coisas para Jiang Lu usar, eles pularam para outra rua com a desculpa de que eles precisavam comprar itens para a casa, já que ela estava abandonada há um tempo. Jiang Lu, como sempre, tentou dizer que não era necessário, que não queria causar problemas, mas foi completamente ignorado.

Quando o sol estava alto no céu, o trio fez uma pausa para o almoço e partiram logo depois. Eles caminharam até os limites da cidade, pois era proibido usar espadas voadoras em seu interior, e só então montaram nas espadas e voaram para a cabana na floresta. Eles foram devagar para que Jiang Lu aprendesse o caminho, e chegaram lá perto das três horas da tarde.

Bing Dao não ficou, despediu-se sem nem mesmo descer da espada e voou direto para a seita.

— Estivemos longe por muitos tempo, é normal que estejam perguntando por nós agora — Mei Ting explicou, caminhando junto a Jiang Ting pela trilha que levava a cabana. — Há uma barreira espiritual em torno dessa área, então é impossível entrar sob as espadas. Há um local específico por onde se deve entrar, é bom você aprender.

Caminharam cerca de dez minutos até encontrarem a entrada de uma caverna. Jiang Lu franziu o cenho, confuso. Ele estava certo de que tinha ouvido "cabana" e não "gruta". Mei Ting pareceu ter lido seus pensamentos, pois explicou rapidamente.

— Essa é uma ilusão, não se preocupe — ela sacou um passe de jade de sua bolsa de armazenamento e o colocou na palma da mão de Jiang Lu. — Este passe vai te permitir entrar sempre que quiser, venha aqui, preciso de um pouco de seu sangue.

Mei Ting usou uma de suas agulhas de costura para fazer um furo no dedo de Jiang Lu, pressionou o local afim de pingar sobre o passe até formar uma pequena poça de sangue. O líquido se arrastou devagar sobre a superfície do passe em vários filetes, até se tornar o desenho de uma flor. O desenho pareceu brilhar um instante antes de simplesmente desaparecer.

— Por algum motivo — Mei Ting diminui o tom de voz, parecia magoada com algo — ... shifu teve grande apreço por você e deixou esse local para o irmãozinho. Nem Bing Dao e nem eu pudemos entrar aqui, então, espero que Xiao Lu possa cuidar desse lugar adequadamente.

O coração de Jiang Lu foi movido, engolindo um pouco de saliva na garganta seca. Sem voz, ele acenou positivamente para Mei Ting e segurou o passe de jade com força. Mei Ting sorriu, pela primeira vez seu sorriso era fraco e trêmulo.

— Certo! Bem, aqui estão as coisas que compramos pra você. Eu preciso voltar para a seita, então não posso ficar para te ajudar. — Mei Ting depositou algumas bolsas de armazenamento nas mãos de Jiang Lu e fez um selo de mão chamando sua espada para fora. — Nosso shifu disse que você tem raiz espiritual, então deve ser capaz de tirar os itens das bolsas. Desejo saúde para o irmãozinho, nos vemos no futuro. Cuide-se bem.

— Agradeço a irmã mais velha e irmão mais velho Bing Dao e peço desculpas pelo incômodo. Vocês me ajudaram muito.

Mei Ting acariciou seus cabelos por um momento, tirou uma presilha de jade vermelho da manga e prendeu uma parte dos fios escuros.

— Lindo — suspirou ela. Jiang Lu coraria se pudesse, ele não estava acostumado a receber elogios. Mei Ting finalmente subiu em sua espada e foi embora, voltando pela trilha.

Sozinho, Jiang Lu ouviu atentamente os sons da floresta. Os pássaros cantando, água correndo em algum lugar, o vento batendo nas folhas das árvores... Por algum motivo, ele sentiu vontade de chorar, mas segurou as lágrimas como se sua vida dependesse disso. Ele tinha que manter alguma honra para si mesmo. No entanto, cada mínimo ruído provindo da floresta arrepiava todos os pelos de seu corpo e o fazia desejar desesperadamente correr para longe. Ele lembrava de ter ido várias vezes visitar o Vale de Jiuzhaigou com sua família quando era mais jovem, em sua vida anterior. Porém, sozinho em uma floresta de outro mundo, sentia-se como um besouro diante do para-brisa de um carro em movimento.

Não existia muita diferença entre as árvores desse mundo de sua antiga vida, apenas notou a existência de algumas plantas baixas e arbustos desconhecidos para ele. Quer dizer, sendo um homem da cidade ele não tinha certeza sobre o que era comum em florestas e o que não era.

Uma dor latejante assomou contra suas têmporas, obrigando-o a parar de pensar e comparar o antes da transmigração e o agora. Minutos depois, quando a dor passou, decidiu que seria melhor entrar na barreira de uma vez.

— Certo, vamos lá!

Jiang Lu respirou fundo, apertou o passe de jade ainda mais forte e atravessou a ilusão. Como Mei Ting havia dito, não havia caverna alguma. Atrás daquela ilusão, estava uma trilha que levava até uma cabana de bambus. Jiang Lu foi até lá, observando que o espaço dentro da barreira tinha um ar totalmente diferente, parecia ser mais claro e fresco. Na frente da cabana havia um jardim cheio de ervas daninha e ninhos de formiga entre as flores persistentes. A direita da cabana, a mais ou menos oito metros de distância, estava uma nascente, que criava um lado que se estendia até a floresta de bambus mais adiante. A grama por toda parte estava alta, mostrando que ninguém passeava por ali há muito tempo. Jiang Lu alcançou a porta da cabana e a empurrou, esta abriu com um gemido.

Do lado de dentro, haviam alguns móveis empoeirados na sala e um conjunto de chá. Jiang Lu abriu todas as janelas para aliviar o cheiro de mofo e foi iniciar o processo de limpeza. Era uma felicidade que ele havia ganhado um lugar para ficar, se ele pudesse encontrar o velho shifu, com certeza o agradeceria até a morte.

Jiang Lu começou catando todos os panos que haviam pela casa, fosse panos de mesa, roupas de cama, cortinas e etc, ele juntou todos em uma bacia do lado de fora. Ainda que não houvesse muito na cama, tinham muito do essencial, como bacias, baldes, regadores, pás, vassouras e afins. Jiang Lu primeiro foi até o lago com alguns dos itens que os dois irmãos mais velhos haviam comprado e lavou todas as roupas sujas, mas terminou quase às seis da tarde por causa da quantidade e cansaço que o assolou hora e outra. Ele improvisou um varal e as estendeu para escorrerem com a ajuda do vento. Depois varreu e espanou toda a casa, carregou alguns baldes de água e lavou o chão. Quando escureceu, colocou velas acesas na sala e na cozinha e continuou a limpeza. Na sala, limpou a mesa e as cadeiras, e colocou o conjunto de chá para ser lavado junto com as outras louças empoeiradas no dia seguinte. Havia um quadro vazio em uma das paredes, o que o deixou curioso sobre que foto estava ali antes, mas não pensou muito sobre isso.

Na cozinha, Jiang Lu separou materiais de limpeza na pequena despensa e foi organizar as coisas que haviam comprado para ele. Primeiro as louças, que eram apenas uma panela, duas tigelas e alguns kuaizi*. O mais importante era o armazenamento da comida, algumas podiam ser guardadas em um baú de madeira normal, pois estavam em conserva e durariam bastante. As outras precisavam ser guardadas em um baú de jade que Mei Ting comprou com desconto, que funcionava mais ou menos como uma geladeira dos tempos modernos, mas sem a necessidade de refrigerar a comida.

[N.A: Hashi em chinês.]

— Mesmo com tanta tecnologia, os homens de nossa época não conseguiram criar algo tão prático — Jiang Lu suspirou assim que terminou. Suas pernas e principalmente os braços estavam doloridos, ele mal conseguia ficar de pé e sua visão estava desfocada. Ele passou horas movido pela euforia da casa própria e ignorou cada um dos sinais que seu corpo esteve mandando, alertando sobre a saúde ruim e falta de nutrientes. Os joelhos de Jiang Lu cederam e ele caiu, com um sorriso perplexo no rosto. Seu corpo desabou no chão da cozinha, convulsionando. Ele estava sozinho, dentro de uma barreira onde ninguém mais poderia entrar. Ele iria morrer?

— Que ridículo.

A cabeça de Jiang Lu parecia rodar em 360 graus.

Quem disse isso?