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O Casamento do Século (2/3).

Tudo finalmente estava pronto e prestes a acontecer.

Finalmente, após horas trabalhando, tudo ficou aceitável ao olhar da Rainha, que mesmo não querendo ver sua filha se casando com um homem mortal, aceitou essa ideia e resolveu tomar as rédeas para que tudo fica-se aceitável para uma princesa.

Foi realmente engraçado quando Steve, um soldado endurecido depois de várias batalhas contra seres muito acima dele, ficou intimidado como um garotinho sobre o olhar da Rainha, mas no final, ele se manteve firme, mesmo depois de algumas ameaças sobre seu destino caso algum dano seja causado a sua filha, ameaças bem descritivas, feitas no meio da sala para todos ouvirem e ficarem assustados com os detalhes, estamos falando aqui de castigos níveis mitológicos gregos.

E aqui estou eu, a poucos minutos do show começar olhando para o espelho no banheiro da casa meu novo smoking. Por conta da data apertada e a falta de tempo, tive que comprar um terno feito por uma das Arachne, mulheres meio-aranhas, que são incrivelmente habilidosas em artesanato e costura, e como todo smoking bem feito a mão não importando se a mão é mortal ou mística, ele custou bem caro, mas valeu a pena, o tecido vai durar praticamente para sempre.

Sobre o smoking em si, também gostei muito do seu estilo, o tecido é cinza-claro, com o lenço branco saindo do bolso acima do meu peito, dois botões brancos e uma borboleta preta, também estou usando abotoadoras feitas de rubi, algo que peguei do Submundo.

É um terno simples, mas também muito elegante.

Sem pensar muito mais na minha aparência, penteio meu cabelo liso para trás, o deixando dessa forma, e depois volto a colocar a mesma ilusão mudando um pouco a cor da minha pele e cabelos brancos neve, é então que percebo.

Nunca fui o tipo de homem que fica olhando para o espelho com grande atenção procurando mudanças, mas não querendo ser narcisista, sou bonito, incrivelmente bonito, só que ainda estou numa idade que as coisas estão indo para seus devidos lugares, e parece, que isso finalmente está começando acelerar.

São sutis, mas as mudanças estão lá, um queixo mais grosso, um rosto mais magro sem aquela gordura natural e os contornos do rosto mais definidos, estou finalmente começando a sair da adolescência, mas é como eu falei, essas mudanças são bem sutis, qualquer pessoa sem uma super visão não vai conseguir as perceber, ainda vai demorar mais alguns anos para tudo ir para seu lugar definitivo.

"Dio, estamos quase prontos, é você?" Perguntou Vanessa, do outro lado da porta em voz baixa.

"Já estou indo, tudo pronto com você e sua mãe?" Perguntei, dando um último aperto na gravata.

"Claro, finalmente consegui arrancar ela de cima da mãe da Diana." Suspirou ela do outro lado da porta.

Como dito, a mãe da Vanessa, voou o mais rápido que podia assim que soube que a Rainha das Amazonas, estava presente no casamento querendo falar com ela, como uma viciada em trabalho, ela não perderia a chance de conversa com uma pessoa que realmente estava presente no período histórico estudado pro ela, Diana, pode ter um grande conhecimento, mas está viva naquele tempo, tornou sua mãe ainda mais valiosa para a pesquisa da Julia.

"Tá tudo bem?" Pergunto me referindo ao comportamento da sua mãe, que nem mesmo se deu o trabalho de perguntar como estava sua filha desde que chegou.

"Claro, já estou acostumada." Respondeu ela em voz baixa.

Dou meia volta e abro a porta do banheiro lentamente, só para encontrar o sorriso triste no rosto da minha irmã.

"Você está linda!" Digo, forçando uma mudança de assunto.

"Obrigado." Agradeceu ela, com um sorriso verdadeiro dessa vez.

Um dos costumes da cerimônia de casamento é vestir as madrinhas com um vestido horrível, só para deixar a noiva mais bonita, Diana não precisa de tal coisa, por isso o vestido escolhido pela noiva foi de ótimo gosto, longo, sem decote com uma abertura na lateral permitindo um pouco da coxa ser exposta ao andar, a cor escolhida foi o azul do céu, a mesma cor dos olhos da noiva, para completar, ela também recebeu um colar prateado e brincos de diamante, presentes da noiva para suas madrinhas, sendo quatro no total.

"Aí estão vocês!" Chamou outra madrinha, no final do corredor.

Etta Candy, a melhor amiga da noiva, estava usando o mesmo vestido e joias, veio até nos com um sorriso no rosto.

"O que aconteceu agora?" Perguntei, sabendo que aquele não era um sorriso de felicidade.

"Acabei de encontrar seu namorado, bom rapaz, mas ele está tentando ser sociável com a pessoa errada." Falou ela olhando para Vanessa, que entendeu imediatamente quem era essa pessoa errada.

"Eu tenho que ir salvar meu namorado antes que a mãe da Diana, o mate!" Gritou ela levantando seu vestido e correndo pelo corredor.

"Só isso deu errado?" Perguntei achando um pouco de graça.

"Oh não, estou no momento no meu décimo primeiro problema resolvido, e você tem que ir chamar o noivo, estamos quase na hora, e a Rainha, não gosta de atrasos." Lembrou ela arrumando a posição da minha gravada num gesto afetuoso.

"Estou indo agora." Agradece dando um sorriso para ela.

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O quarto do noivo não estava muito distante, a casa era grande, mas não tão grande com tantas pessoas nela no momento.

"Toc!" "Toc!" "Toc!"

Bato três vezes na porta.

"Quem é?" Perguntou Steve, do outro lado.

"Sou eu."

"Entre." Falou ele.

Abri a porta só para encontrar Steve Trevor, sentando na cama com um olhar de bobo no rosto com a parte de cima do seu smoking preto do seu lado. O traje que ele escolheu inicialmente para o casamento era simples, por isso mesmo o mudei ele, também comprando uma roupa igual à minha, só com a cor diferente, um simples smoking black tie, Steve, não gosta muito de exageros, mas consegui forçar ela a usar abotoaduras de diamante que comprei na cidade, ele não sabe que elas são verdadeiras, é claro.

"Pensando em fugir?" Perguntei brincando sentando do lado dele na cama.

"Você sabe muito bem que não vou muito longe se eu fugir." Falou ele, ainda olhando para a cômoda a sua frente como se ela fosse um portal para o infinito.

"Claro que não, você não vai conseguir nem mesmo andar um quilometro antes da Rainha ou até mesmo a Diana, caçar você com uma lança ou flecha, esse é o lado ruim de pedir em casamento uma semideusa super poderosa."

"HaHaHa, isso é engraçado, mas também verdade." Seu rosto ficou bem mais alegre agora.

"Então, que grandes questões estão remoendo sua mente agora?" Perguntei oferecendo a ele um copo de vinho, que acabei de conjurar do nada.

"O fato da minha noiva ser uma semideusa e ter mais de mil anos, que não vai envelhecer nenhum dia da minha breve vida mortal." Comentou ele antes de tomar o copo da minha mão e o beber num só gole.

"Ah, a mortalidade então." Brinquei, enchendo o copo de novo.

"Ela vai ter que me ver envelhecer Dio, ficando um velho caindo aos pedaços, ela vai ter que cuidar de mim pelo amor Deus!" Gritou ele esvaziando mais um copo.

"Só o fato de você estar pensando nos problemas que ela vai ter ao cuidar de você, já prova que você é um bom homem, pelo menos para mim."

Steve, levantou mais uma vez seu copo vazio olhando para mim, um pedido claro.

"Não duvido que você seja o primeiro noivo que ganhou um pouco de coragem liquida antes da cerimônia, mas não quero você fazendo seus votos embriagado na frente da mãe da noiva que está procurando qualquer deixa para cortar sua cabeça, e tem super sentidos." Conjurei então um pequeno tubo prateado e dei para ele.

"O que é isso?" Perguntou Steve, abrindo o tubo e o cheirando.

"Uma poção simples para apagar o álcool do seu corpo, ela, na verdade é uma poção bastante popular."

"Eu não quero ver ela sofrer assim." Falou ele após beber a poção.

"Steve, você acha que ela não pensou nisso antes? Ela viveu sua vida inteira com mulheres que também são imortais, então imagine o choque dela ao entrar em contado com a mortalidade humana quando chegou no mundo dos homens, ela sabe disso tudo Steve, e ela escolheu levar esse peso."

"Mas…."

"Mas nada Steve, pare de tentar viver no futuro e viva o presente, porque ele pode durar pouco, por exemplo, um homem smurf, pode simplesmente acabar com toda essa realidade só para satisfazer um pouco da sua curiosidade ao algo assim."

"Você está exagerando aí." Ele riu.

Não, não estou.

"Vai saber, apenas case com a mulher, o resto se resolve depois."

"Quando você ficou tão sábio? Você nem tem vinte anos!"

"Só estou fazendo meu trabalho como padrinho do noivo." Falei enquanto levantava da cama puxando Steve comigo.

Ele se abaixou mais uma vez para pegar última parte do seu smoking e o vestiu na minha frente, ajudei ele a fechar os botões e arrumar a gravata borboleta, depois me afastei, procurando qualquer detalhe errado na sua roupa, estava bom.

"Agora, penteie esse maldito cabelo e vamos acabar com isso."

Ele apenas acenou para mim, finalmente tirando as grandes questões que são completamente inúteis a se fazer da sua mente.

"Tenho que ir agora, vou cumprimentar as novas convidadas que acabaram de chegar." Falei para ele saindo pela porta, dando um sorriso final para o animar.

"Olhem só para isso, vejam como o menino cresceu." Falou Zatanna, no final do corredor.

Sai assim que senti a mana dela no local, um portal talvez, e pelos batimentos cardíacos, sei que ela veio com companhia.

No fim do corredor, estavam as duas mulheres mais lindas que já conheci nessa vida.

"E por que você não veio antes para ajudar, Zatanna?" Perguntei para ela cruzando meus braços, uma madrinha deveria estar presente para os preparativos do casamento.

"Você sabe, me atrasei fechando uma fenda entre essa realidade e uma demoníaca aonde o capitalismo virou uma religião extremista." Riu Zatanna.

Zatanna, não teve tempo para conseguir o mesmo vestido que as outras madrinhas, por isso ela está vestindo um longo vestido preto com rendas nos braços, um belo decote "V", o cabelo preso num rabo de cavalo, seu pescoço e orelhas estão bem ocupados com joias, ela está deslumbrante.

"Já eu, me atrasei por que meu companheiro de heroísmo esqueceu de arrumar nosso transporte depois de um pequeno encontro com o Capitão Bumerangue." Se desculpou a minha psiquiatra favorita, A Canario Negro, Dinah Lance.

Diferente da Zatanna, que está vestindo algo super sexy, ela está com algo mais coberto, seu vestido cinza subia até seu pescoço o envolvendo, com os longos cabelos dourados soltos e apenas uma abertura na lateral da sua perna que ia até sua coxa. Simples, mas também era apertado, deixando suas curvas bem expostas.

É como dizem, a imaginação faz quase que todo o trabalho.

"Bem, fico feliz em saber que vocês chegaram, até agora vocês são as únicas da parte heroica da vida dela aqui, pelo menos que eu saiba, todos convidados que chegaram estão usando roupas casuais."

"Tenho certeza que a pelo menos um membro da Liga da Justiça da América entre eles, a maioria já está aposentada, tirando o Destino, a maioria deles não perderia isso se pode-se." Falou Dinah.

"Eu adoraria conhecer eles, mas agora temos que ir, já está quase na hora, e vocês não querem se atrasar para a cerimônia também, Zatanna, você tem que mudar o vestido para combinar com as outras madrinhas, coisa fácil para você."

Depois de mais algumas palavras magicas, os vestidos foram mudados, assim como as joias.

As duas então andaram pelo corredor, e seguraram cada uma, um braço meu.

"Vamos nos desculpar pelo atraso permitindo que você nos leve para nossos lugares, fique grato aluno, são poucos os homens que tiveram tal honra." Brincou Zatanna.

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Tudo estava perfeito, e as mudanças feitas pela Rainha realmente deixaram o local mais bonito, mesmo que fossem apenas galhos colocados nas laterais dos bancos que ficam a esquerda e direita do caminho da entrada da noiva e o altar, agora enfeitado com um arco de rosas bem atrás da Rainha.

Falando nela, a mãe da Diana, está agora bem no centro, no final do tapete vermelho, usando a mesma roupa segurando seu longo bastão de ouro, ela se permitiu usar um pequeno sorriso no rosto, quase que imperceptível.

As madrinhas já estavam do lado esquerdo, sendo Vanessa, Etta, Zatanna, Dinah e Julia Kapatelis, convidada no momento que chegou pela Diana, diferente das outras madrinhas, ela está usando um vestido longo verde, sem detalhes e enfeites, com o cabelo preso acima da sua cabeça e brincos de perolas, ela está um pouco mais velha do que me lembro, faz anos que não a vejo pessoalmente.

A Doutora Victoria October, não pode comparecer ao casamento, parece que algo aconteceu, uma missão de última hora. É uma pena, eu queria falar com ela sobre a biologia de um titã morto, mas precisamente uma cabeça.

Do lado do noivo, os padrinhos são o Dr. Johnny Peril, especialista sobrenatural da A.R.G.U.S, Charlie e eu.

Nunca tinha conhecido o Charlie antes, só sei que ele é o vice líder do grupo Oddfellows, a equipe de elite da A.R.G.U.S, sobre comando direto do Steve. Até hoje não sei o que esse grupo fez ou está fazendo, esse grupo também é a única coisa que a nova líder da A.R.G.U.S, não tem controle, todos são bons amigos e leais a seu líder

Charlie, era um soldado, sua postura ereta, cabelos cortados estilo militar entregavam isso, fora isso, ele é um britânico de cinquenta anos, com cabelos brancos e olhos azuis, conversei com ele por alguns minutos antes da cerimônia começar, ele é um cara legal.

Os convidados não eram muitos, contei vinte e três fora as crianças e acompanhantes, a maioria deles trabalham na A.R.G.U.S do lado do noivo, sendo apenas um seu familiar, um senhor já idoso chamando Everett Aanonson, tio do Steve, e único parente vivo, o resto eram amigos da Diana, sendo apenas a Zatanna, como madrinha e a Dinah Lance, heróis presentes, mas a alguns com idade mais avançada também presentes, talvez membros da Sociedade da Justiça da América escondidos.

"Ela chegou!" Falou Etta em voz baixa, mas todos ficaram calados e olharam para a entrada.

A música, cortesia dos três violinos e um piano colocados na lateral esquerda da praia, começou a soar a marcha, e Diana, sozinha, deu o primeiro passo pelo tapete vermelho no centro do local.

Diana sempre foi linda, mas hoje ela conseguiu se superar e muito.

Ela está usando algo simples também, um vestido branco estilo grego que descia até o chão, com os ombros amostra e um belo decote, o cabelo dela está preso num cocar com seu véu de noiva também branco preso a ele, na frente do seu cabelo, presilhas pequenas de ouro na forma de estrelas, combinando com o colar preso ao seu pescoço, dourado com uma estrela vermelha na frente, o seu símbolo pessoal, também havia uma joia envolvendo seu braço, como uma cobra dando voltas nele, uma tornozeleira prateada simples que chama atenção para seus pés descalços, e por fim, seus braceletes prateados e tiara, o que não podiam faltar.

Mão menos importante, nas suas mãos na frente do seu corpo ela carregava um buque cheio de rosas azuis, vermelhas e brancas, esse é um costume que nasceu na Grécia antiga, ainda bem que a mãe dela não a forçou a ir muito para a tradição nesse quesito, se fosse assim, ela entraria segurando ramos de alho e outras ervas que de acordo os gregos, afastavam o mau-olhado.

Lentamente, ela deslizou pelo tapete vermelho com os pés sujos de areia, o que por algum motivo, dava um charme especial a tudo, e finalmente, ficou do lado do seu noivo, que congelou com um sorriso no rosto parecendo sentir uma felicidade inimaginável.

Acho que todas as dúvidas que ele tinha sobre esse casamento sumiram da sua mente no momento que ela a viu entrando, não posso o julgar por isso, eu seria o mesmo, se algum dia der a sorte de me casar com uma mulher tão incrível como ela.

"Trun!"

Hipólita, gentilmente bateu com seu longo bastão de ouro no chão, parando a música, e chamando atenção de todos para ela.

E assim, a cerimônia começou.

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Tudo bem.

Não vou mentir.

Foi bonito.

Acho que até mesmo deixei cair uma lagrima ou duas, mas nada de mais.

Minha masculinidade não foi ferida ao fazer isso na frente de vinte pessoas, eventos como esse tem esse efeito, ainda mais se você conhece e ama os envolvidos, e muitos da prateia também tiveram o mesmo problema, ainda mas na parte dos votos, minha irmã mesmo teve que tampar sua própria boca com um lenço para não fazer barulho.

Arrumar tudo deu um trabalho infernal, mas tudo acabou em apenas vinte minutos, mesmo assim, posso dizer sem exitar que valeu a pena estar envolvido nisso tudo.

Então, depois da cerimônia, chegou a parte mais aguarda por muitos aqui, a festa.

Todos se moveram de forma organizada até a parte de trás da casa bem do lado aonde a cerimônia foi realizada, ocupando várias mesas que já estavam sendo servidas pelos garções do bufê.

Sendo o padrinho, sentei junto dos outros na mesma mesa dos recém casados, do meu lado estava minha irmã e seu namorado Mal, do outro, Charlie, o tio do Steve, ele próprio, sua esposa e a mãe dela.

"Você não é um pouco jovem demais para beber?" Perguntou Charlie, olhando para minha mão se aproximando da taça de campainhe, que foi colocada na minha frente na mesa.

"Achei que fosse refrigerante." Falei em voz alta recuando.

Como estou usando minha ilusão, pareço nada mais que um adolescente, e mesmo sem ela, acho que esse comportamento chamaria atenção do mesmo jeito.

Segundos depois, ganhei taça de refrigerante sobre o olhar de deboche da minha irmã.

Ri para ela, batendo levemente na taça, chamando atenção dela, transformando o refrigerante em vinho de sangue, para o seu desprazer.

Minha alegria durou pouco, assim que coloquei o copo na boca, percebi que ele voltou a ser refrigerante, sabendo muito bem que só havia uma feiticeira na mesa, olhei para Zatanna, que está sorrindo para mim.

"Você é muito jovem para beber." Falou ela em voz baixa, só para minha irmã escutar e dar uma gargalhada alta, que foi sufocada pela musica.

Posso tentar transformar isso em vinho quantas vezes eu quiser, mas o resultado vai ser o mesmo com ela aqui, então me contentei com meu refrigerante.

Maldita idade.

A festa estava ótima, boa comida e companhia, foi realmente divertido.

Pensando bem, acho que essa foi o primeiro evento social familiar que comparece desde que nasci nessa realidade, nunca gostei muito deles na minha outra vida, pareciam mais obrigações que comemorações, só que é como dizem, só se senti falta de algo quando se perde, e agora percebo que senti falta de ter reuniões assim, aonde a família toda está presente.

Depois do jantar, estava quase na hora da primeira dança, por isso sairmos da nossa mesa e abrimos espaço para os noivos no centro do terraço, Steve, educadamente levou Diana, pela mão até o centro, e uma música clássica calma começou a tocar, com habilidade, ele agarrou ela e começou a dançar.

O engraçado, é que era a Diana, que está conduzindo, o soldado não é muito bom na arte da dança, não posso dizer que também sou.

Depois de alguns minutos, os outros começaram a se juntar a dança também, assim como minha irmã e seu namorado musculoso usando um terno bastante apertado para ele, acho que se ele se abaixar, tudo vai ser rasgado.

Como vim sozinho, fiquei sentando na cadeira de frente para a dança, finalmente com um copo de vinho em mãos, já que Zatanna, está dançando com outra pessoa que teve coragem de chamar a feiticeira para dançar.

"Vamos, dance comigo!" Dinah, me pegou de surpresa saindo do meu lado agarrando minha mão e me puxando para pista.

Bem na lateral dela, ela colocou gentilmente meu braço ao redor da sua cintura e segurou a outra, puxando meu corpo colando no dela, deixando nossos rostos a centímetros um do outro.

Agora, se eu fosse um virgem ou até mesmo um adolescente comum, eu ficaria tão vermelho como o por do sol, mas por sorte, consegui manter minha postura, mas pelos deuses, não foi fácil.

"Eu não sei dançar." Comentei em voz baixa.

"É fácil, só ir dois para lá, e dois para cá, assim." Respondeu ela sorrindo, guiando a dança.

Nunca fui de dançar, mas depois de alguns minutos, entende por que as pessoas fazem isso, a sensação de ter outra mulher nos seus braços e a guiar com nosso corpos colados, sentindo seu cheiro, escutando seu coração batendo, é uma sensação realmente incrível.

No decorre da dança, Dinah, colocou sua cabeça descansando no meu ombro, e falou gentilmente bem perto meu ouvido.

"Faz algum tempo que você não aparece nas nossas, conversas, como você está?"

"Muito bem, na verdade, e não se preocupe, continuo fazendo da forma que você me ensinou, não vai demorar muito agora." Responde no mesmo tom.

Estou falando do meu hábito de ler as memórias das almas presas dentro da minha lâmina que foram mortas para mim, e só depois disso as libertar. Isso pode não ser uma boa ideia para muitos indevidos, mas para mim, realmente deu certo, então pelo menos uma vez a cada duas semanas, olho para as memórias de uma alma por algumas horas.

"Ótimo, mas se lembre, é meu dever e honra ajudar jovens heróis da forma que alguém também me ajudou na sua idade, por isso, não pense duas vezes se precisar vir até mim procurando ajudar."

Maldito seja o Arqueiro Verde, como em nome de Lúcifer, um homem como esse conseguiu roubar o coração de uma mulher como essa? Se eu não fosse um seguidor fiel do código dos homens, eu daria em cima dela aqui e agora.

A dança continuou lentamente sobre o som dos músicos tocando para nós. Minha irma e a organizadora queria uma DJ, mas a noiva, não era muito fan de música modernar, no final, música clássica foi a mais aceitável para ela.

Sendo uma pessoa bem atual, minha irmã achou tudo isso muito careta, mas aqui está ela, dançando com um sorriso no rosto agarrada ao Mal, que recebeu mais um olhar meu, só para lembrar ele para deixar as mãos no lugar certo.

"clic!" "clic!" "clic!" "clic!" "clic!" "clic!" "clic!" "clic!"

Fogos de artifício.

Pensei imediatamente após escutar o som deles vindo do mar aberto.

Soltar fogos é um dos eventos mais amados pelos turistas na praia, ainda mais a noite, a visão deles iluminando a praia totalmente escura deve ser muito bela.

Espera, cade a explosão?

Três segundos, é tempo para eles explodirem no ar.

"Algo está errado!" Avisei minha companheira de dança, parando e a afastando.

"O que houve?" Perguntou ela preocupada em voz baixa do meu lado.

Como estamos bem no final da pista de dança, não chamamos atenção ao simplesmente parar, mas isso não importa agora, estou com minha visão tentando encontrar o provável problema.

Já era noite, as luzes estavam ligadas na casa, mas a praia está completamente escura, isso seria um problema para qualquer outro, mas não para minha visão.

De início não vejo nada a alguns quilômetros de distância de onde estou, então foco mais um pouco.

Cinco, dez, onze, vinte quilômetros.

Foi quando o vi o problema.

"Mísseis, oito deles!" Falei em voz alta para ela.

"Vá, agora!" Ordenou ela urgentemente.

Sem pensar, voei chamando atenção de todos na festa.

"Diana!" A chamei, antes de aumentar a velocidade e voar na direção dos mísseis.

Ela estava tão concentrada e feliz, que não percebeu nada, mas talvez escutando a urgência na minha voz, ela me seguiu, ficando bem do meu lado no ar.

"O que aconteceu!?"

"A frente!" Contei para ela, apontando o local.

Ela olhou, e entendeu o problema.

Os mísseis medem cerca de três metros de comprimento e mais uma de largura, voando lado a lado deixando um rastro de fumaça por onde passam. Não sou um especialista em armas, mas só pelo tamanho e numero, tenho certeza que isso é poder de fogo mais que o suficiente para não só destruir completamente a casa, como também uma grande parte da praia.

Os mísseis se inclinaram levemente no ar, já entrando na posição de descida, por sorte, já estamos aqui.

Pousei no que estava no meio, Diana, pegou o que estava do meu lado direito. Corri até a parte de trás, aonde sua traseira está cuspindo fogo e fumaça, com um movimento rápido, conjurei minha espada e cortei sua traseira, ciente que os explosivos sempre ficam no bico.

Foi exatamente isso que aconteceu, o míssil sem seu propulsor, começou a cair ameaçando gira no ar, saltei dele o segurando sua lateral, afundando meus dedos no metal, para depois girar meu corpo no ar o jogando para a esquerda.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Os dois se choraram, se destruindo.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Olhei para meu outro lado, e a Diana, de alguma forma, tirou do seu vestido seu laço dourado, e o usou para jogar um míssil contra o outro, os explodindo da mesma forma que fiz.

Eles começaram a descer mais rápido, e já posso ver todos os convidados olhando para esse show abaixo.

Voei atravessando a fumaça causada pelas explosões no ar e fiquei de lado de dois deles, afastando minhas mãos para esquerda e direita, disparei duas rajadas Eldritch negras delas.

"BLOMMMMMMMM!"

"BLOMMMMMMMM!"

Estava muito próximo dos dois, e acabei sendo pego na explosão e fui jogado para trás, no oceano.

"BLOMMMMMMM!" Escutei outra explosão, com certeza destruído pela Diana.

"BLAM!"

A poucos metros de cair na água, consegui juntar força e dar uma pequena explosão de velocidade para cima, ainda falta um míssil.

Fui jogado para longe, e assim como a Diana, estou a segundos do impacto.

Mesmo na minha velocidade máxima, não acho que vou conseguir, por isso aumentei ela usando meu movimento das sombras, aproveitando a escuridão da noite. Fiquei bem atrás do propulsor, engolindo um pouco de fumaça, mas não consegui chegar mais perto que isso, nem mesmo posso apontar minha mão para ele, já que não posso perder velocidade.

"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}

Após falar isso, respiro fundo e assopro uma névoa negra que acertou o morto do míssil, o congelando.

Aconteceu de novo, ele perdeu o controle e girou, ficando com seu meio apontado para mim, dei um abraço de urso na maldita coisa e girei meu corpo o jogando para cima, Diana, apareceu logo em seguida, enlaçando a parte de baixo para depois o jogar no mar.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMM!"

Oito de oito.

E fiz tudo isso de terno, que surpreendentemente, valeu cada centavo gasto nele, ele não sofreu nenhuma queimadura ou rasgo, apenas está sujo.

"Diana, você tem que ir!" Gritei com ela.

Isso era claramente uma distração, o alvo é a festa, que vai ser atacada logo.

"Eu sei, e você?" Perguntou ela, já voando na direção da casa.

"Vou cuidar para que ninguém mais dispare essas malditas coisas de novo!" Responde, voando na direção que os mísseis foram disparados.

Nem mesmo precisei usar minha visão para os encontrar, tudo que teve que fazer foi seguir o maldito rastro de fumaça deixada no ar, ele está se dissipando rápido para os olhos mortais, mas para mim, estão tão claros como uma tinta florescente na estrada brilhando no escuro.

Não estou com um bom humor.

Alguém acabou com a festa de casamento e tudo mais depois dela como se fosse um vilão de HQs, mas sei que isso não foi um ataque apenas por que o casamento deu um motivo, não, isso foi preparado por alguém que tem muitos recursos.

Seja quem for, me deixou furioso, e mesmo não podendo descontar no responsável agora, vou primeiro usar seus pequenos barquinhos como aquecimento.

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