55 A Desventura de Diomedes e Constantine (4/4).

Nosso grupo composto por dois feiticeiros, um vampiro louco e um corvo falante, continuou a viagem juntos sobre o som das conversas que não acabavam de Caim. Pelo menos, a nova adição ao grupo, o corvo Matthew, era bem comum comparado aos meus outros companheiros, tonando nossa comunicação mais fácil.

"Eu era um humano sabe, até fazer um monte de **** em vida, e acabar morrendo, após voltar a vida e fazer outro monte de ******, acabei morrendo de novo e cheguei aqui, aonde o Sonho me transformou num corvo, uma posição importante pelo que me falaram." Contou Matthew, sua história para nós.

Estávamos andando num longo deserto de areias amarelas com um sol alto no céu, Constantine, o único sendo afetado pelo calor, retirou finalmente sua capa de chuva e está agora a levando no seu braço, ele também abriu sua camisa social e tirou sua gravata.

"Sua função é qual então?" Pergunto para Matthew, que está voando próximo a nós.

"Bem, eu gosto de pensar me mim como um conselheiro, mas estou mais para animal de apoio, ele gosta de companhia, por isso ocasionalmente consegui um corvo falante para ele, por que corvos? Vai saber o que se passa na mente de uma entidade imortal!" Respondeu ele.

"Não fale dessa forma Matthew, ou nosso amigo vai pensar que você está sendo forçado a sua função." Repreendeu Caim, andando sobre o sol com a dignidade de um lorde.

"Eu não estou sendo forçado, na verdade, estou começando a gostar de ser um corvo, é menos trabalho sabe, e também a alguns benefícios únicos, como poder entrar em qualquer sonho e explorar qualquer realidade, semana passada eu fui dar uma olhada na cidade Nova Gênesis, lugar incrível é aquele."

"Eu não quero interrompe a conversa agradável de vocês, mas, já estamos chegando?" Perguntou Constantine ofegante.

"Mais meia hora no máximo nesse sonho, e depois mais dois." Respondeu Matthew.

"****!" Xingou Constantine, pegando seu cantil prateado e tomando mais um gole.

Oferece a água que guardo comigo para ele, mas ele recusou, deu uma desculpa dizendo que devia ficar comigo, mesmo eu falando que posso passar muito mais tempo que um humano comum sem água, essa temperatura não é nada para mim.

Assim, a conversa continuou.

Matthew, contou a nos que com a volta do Sonho, ele mudou algumas coisas nesse lugar, deixando o local do Castelo Fantasma um pouco mais distante, mas por sorte, Caim foi inteligente o bastante para achar ele e não tentar ir sozinho, já que o corvo tem um bússola natural que aponta para qualquer lugar no sonhar que ele queira ir.

Até agora, esse sonho foi o mais difícil para Constantine, as dunas eram muito altas, isso jundo da alta temperatura cortesia do sol acima de nos num céu sem nuvens, esse lugar é perfeito para matar humanos comuns.

"Isso não está dando certo Matthew, só temos que ir em linha reta aqui?" Perguntei para o corvo.

Constantine está pior, suando muito, e seus passos começaram a ficar mais lentos, as subidas também não estão ajudando muito a situação.

"Sim, porquê?" Perguntou Matthew, voando em círculos ao nosso redor.

"Vou na frente com o Constantine, ele não é de ajuda nenhuma se tiver insolação" Explico, andando até ele e colocando meu braço ao redor do seu corpo.

"TRUM!"

Pulo segurando-o e nos dois passamos voando por cima das dunas até cairmos.

"BLAM!"

Assim quem meus pés tocam o chão, pulo de novo segurando o idiota.

Continuo assim, sem parar.

Sempre quis me mover assim, mas é improdutivo fazer isso na cidade, já que posso voar facilmente até meu destino. Eu poderia voar, mas minha opinião sobre o céu estava correta, Caim e Matthew, confirmaram que é mais fácil se perde lá em cima do que aqui em baixo, voar próximo o solo também não dá certo por conta das dunas, então, pular foi a resposta.

"HAAAAAAAAAAA!"

Mas a cada pulo, tive que lidar com os gritos do Constantine, que claramente estava fingindo e fazendo isso para me irritar.

Cinco minutos depois, entramos em mais um sonho, um com um lago próximo, aonde eu joguei Constantine, para que ele pode-se beber um pouco.

O sonho que estávamos era um pântano, ficamos parados no lugar aonde aparecemos esperando Caim e Matthew.

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Depois de uma pequena batalha com outro Bruto, e quando julguei que já estávamos familiarizados o bastante perguntei a Caim, como ele conseguiu criar coisas aqui do nada, ainda pensando em dar continuidade na minha ideia de usar o Sonhar como zona de testes no futuro.

Caim, foi muito legal e prestativo, ele explicou como fazia isso sem esconder nada, já que não havia por que fazer isso.

De acordo ele, todos os seres vivos que domem entram nesse reino, e isso faz com que todos eles tenham uma cerca conexão natural com o local, aqueles que entram aqui conscientes, podem usar essa conexão para criar coisas, claro que havia alguns limites, só se podia criar o que você já viu, comeu, escutou ou tocou alguma vez.

Mas isso podia ser remediado, Caim por exemplo, entrava nos sonhos dos outros e copiava os itens que queria assim os recriando.

Depois ele contou em detalhes como fazer isso, e para minha surpresa, era bem-parecido com feitiçaria comum com algumas pequenas diferenças.

Mesmo que a teoria seja fácil, eu realmente não consegui a pôr em prática, pelo menos não no momento, talvez com mais prática no futuro, foi o que pensei, até ver Constantine, criando uma caneta do nada.

Sim, ele pode ser um idiota, mas é um idiota talentoso.

No decorrer da viagem, enquanto eu ainda estava tentando fazer algo, ele já estava criando coisas maiores, como seus drinques favoritos ou algum tipo de cigarro raro que ele não conseguiu mais encontrar na Terra.

Confesso que fiquei um pouco irritado com isso, o fato de eu estar realmente perdendo para Constantine, é um pouco irritante e desanimador, mas esse sentimento não era forte, por que eu sabia que ele é um dos maiores talentos da área no universo DC.

E assim que essa viagem estava realmente ficando interessante e divertida para mim, chegamos ao nosso destino.

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"O que vocês acham, bem incrível, não é?"

Perguntou o corvo olhando para minha cara de espanto.

Minha cara agora com certeza é justificada, afinal, estou de frente para a maior construção que já vi nas minhas duas vidas, talvez, só as pirâmides do Egito se equiparem a essa visão, elas apenas se comparam, já que perdem em muito em tamanho.

O Castelo Fantasma, se encontra no centro de uma floreta negra, aonde todas as árvores estão mortas e secas. O único local livre delas, e o monte de terra aonde o castelo foi construído. O monte de terra, não é nada mais que uma construção natural para que o castelo, fique em mais evidência, bem acima da floresta mal assombrada.

Havia apenas um caminho de pedra passando pela floresta, subindo a pequena colina até o castelo, que estava fora da minha visão por enquanto.

Os muros em volta de toda construção eram sólidos, feitos usando pedras negras, como tudo no castelo. Haviam incontáveis janelas, cada uma com uma luz acessa, iluminando a noite.

Mas não importa tudo isso, o que era realmente importante, foi sentimento que ele me dava, era como ser pressionado por algo. Esse algo, é mil vezes mais forte que a sensação que a Casa do Mistério me deu.

Tudo aqui foi construído para esse fim, desde a floresta a luz da lua cheia bem atrás do castelo, e por fim, haviam os morcegos, voando descontroladamente para todos os lados, mas nunca se aproximando do castelo.

"Eu também fiquei com a mesma cara quando vi o castelo pela primeira vez?" Perguntou Caim, para Matthew, que agora estava descansando em cima de um galho.

"A idade finalmente está chegando para você em velho, como diabos você ficaria com uma cara dessas se você estava aqui quando o Chefe começou a construir o castelo?"

"Ah, é verdade, lembrei agora, fiquei quase toda a construção pensando em como matar meu irmão usando as ferramentas e pedras próximas, realmente, foi um bom dia." Murmurou ele.

"Eu sou meio que novo nisso Constantine, e agora, só batemos na porta?" Perguntei.

"Não vejo por que não, já que é certeza que ele já sabe que estamos no seu reino." Respondeu ele.

"É verdade, no Sonhar, o Chefe é onisciente." Concordou Matthew.

"Então porque ele não simplesmente, abriu um portal para nós?" Perguntei para ele, já sabendo a resposta.

"Ele sabe o que se passa no Sonhar, mas isso não quer dizer que ele seja completamente onisciente para saber quem são vocês, ou que querem, pelo menos eu acho."

"Vamos andando senhores, só falta apenas uma pequena caminhada até o destino final." As palavras de Caim, foram uma péssima escolha.

Começamos a andar lentamente pelo caminho que passa pela floresta. No decorrer da nossa passagem por ela, vimos olhos vermelhos nos observando nas sombras das árvores, predadores escondidos, mas nenhum deles saio das sombras, talvez eles foram criados ou treinados para não atacar aqueles usando a estrada.

Passamos a floresta e começamos a subir a colina, e cada passo que damos em direção a entrada do castelo, maior e mais imponente ele ficava.

Então, após subir lentamente pelas escadarias da colina, chegamos ao topo, a entrada do Castelo Fantasma.

Como todo o castelo, a sua entrada é bastante impressionante. Uma pequena escadaria leva diretamente para uma porta de dez metros de altura de pura madeira com uma grade de ferro para defesa, dos lados na escadaria, estão duas estatuas de dragões deitados olhando para baixo.

"Chegamos, quem vai bater?" Perguntou Caim.

"Rrrrrr!"

Foi baixo, mas pude escutar um rosnado vindo da esquerda, do lado da estátua no nosso ponto cego.

Já estava pressentindo algo, levo gentilmente minha mão para minha espada, não alarmando ninguém para também não fazer o mesmo com o nosso amigo.

"Eu vou." Se voluntariou Constantine.

Ele deu dois passos para frente, no terceiro, a coisa escondida na escuridão pulou na direção dele por cima da estátua do dragão mostrando grande agilidade.

Constantine, realmente não viu a coisa, e para evitar que ele mata-se sem querer alguém importante, apareço na frente dele e bato com meu escudo no rosto da caisa que cai rolando no chão na direção das escadas.

Não foi uma pancada forte, e a coisa se levantou rapidamente, nos permitindo ver ele.

Usando uma camisa social antiga e calças azuis rasgadas em vários pontos, corpo peludo preto como um cachorro, assim como orelhas longas apontadas para cima, maxilar esticados com caninos em evidência e por fim, um rabo.

"Rrrrrrrrrrrrrrrrr!" Rosnou ele mais alto agora olhando para mim com seus olhos amarelos.

"Ótimo, um lobisomem, adora matar lobisomens!" Falou Constantine, saindo do meu lado já com uma adaga prateada em mãos.

"Não o machuquem!" Avisou Matthew, voando acima de nós.

{INTRUSOS!} Gritou uma nova voz.

Atrás do lobisomem, as estatuas dos dragões abriram os olhos que estavam brilhavam em vermelho e se levantaram.

As estátuas de pedra têm quatro metros de altura com corpo reptiliano, quatro patas, longo pescoço e duas asas, um bom exemplo de dragão ocidental tirado dos livros infantis.

{Eles atacaram o Rover, apenas queimem eles!} Falou de novo.

Suas vozes eram estranhas e iguais ao ponto de eu não poder diferenciar qual das estátuas falou.

O agora chamado Rover, nos atacou de novo.

Sabendo muito bem que ele era possivelmente um morador da casa, levantei meu escudo e fiquei na frente do Constantine.

"PARE!" Gritou Matthew, dessa vez ficando entre mim e o lobisomem, que realmente parou no meio do seu ataque.

{O Matthew foi sequestrado, temos que salvar ele!} Gritou de novo o dragão, claramente não intendendo nada.

"Eles são convidados meus, idiotas!" Voltou a gritar Matthew.

{Os convidados atacaram, Rover!}

"Não idiotas loucos, foi Rover quem atacou primeiro, vocês não sabem como ele é territorial, chamem logo Lucien, ele vai lidar com essa bagunça!"

"Rrrrrrrrrrrrrrrrr!" Rosnou Rover, mas não atacou.

{Chame logo Lucien, irmão, ele vai imediatamente nos dar a ordem para atacar!}

Não sei o que aconteceu, mas os olhos de uma das estátuas se apagaram.

"Que bagunça." Falou em voz baixa Caim, olhando para nós sem dizer nada enquanto tomava algo numa xícara que ele deve ter feito do nada.

Enquanto esperávamos nesse impasse mexicano, dei uma boa olhada nas estatuas de dragão. Elas são diferentes do meu golem, um ser vivo artificial, posso classificar eles como um homúnculo, mas como eles devem ter ganhado vida pelo senhor do castelo, eles não entram nessa classificação, de qualquer forma, sempre é interessante ver seres como esse.

Vou começar também a tentar criar golens como esse, de rocha, eles são robustos e tem uma boa defesa, posso usar também as joias do submundo, isso vai aumentar em muito sua defesa, então vou os usar como seguranças, talvez espalhar alguns pela ilha na Torre.

"Eu já vou!" Gritou uma voz vindo do outro lado das portas.

Achei que eles iriam ser abertas, mas uma pequena porta surgiu na frente das escadarias, aonde outra pessoa saiu.

Ele olhou interessado para nossa situação, até ver um rosto conhecido.

"Matthew, que bagunça é essa?" Perguntou ele.

"Lucien, esses são convidados, mas Rover os atacou, e você conhece os dragões." Matthew respondeu rapidamente voando até mim e pousando no meu ombro, um gesto que supus ser de confiança.

Lucien, é um homem bem alto, passando dos dois metros de altura, ele está vestindo um macacão cinza por cima de uma camisa branca, tenha com ele um livro grosso antigo em baixo do braço. Ele usa óculos redondos e tinha cabelos apenas no centro da sua cabeça e dos lados, com nariz grande longo e orelhas proporcionais.

"Rover meu amigo, já avisei para você não atacar aqueles que vem pela estrada!" Falou rispidamente com o lobisomem.

"Rrrrrrrrr!" Rosnou o lobo para ele.

"Não me venha com desculpas, você sabe muito bem que se eles tivessem intenções maléficas para esse lugar as criaturas na floresta não permitiriam a passagem deles tão facilmente."

"Rrrrrrrrr!"

"Não seja criança, vá brinca!" Lucien, pegou uma bola vermelha do bolso do seu macacão e a jogou com força para sua esquerda, Rover o seguiu a bola com rapidez, desaparecendo.

Com isso feito, ele desceu as escadas lentamente com um sorriso no rosto e finalmente falou conosco.

"Lamento muito o comportamento dos meus amigos, eles são boas pessoas, só que não muito inteligentes."

"Está tudo bem." Aceito a desculpas deles.

"É uma pena, eu queria usar esse punhal novo." Constantine comentou guardando o seu punhal prateado.

"Bom, já que tudo isso foi resolvido, os senhores poderiam me dizer porque vieram aqui?"

"Queremos pedir uma audiência com o senhor do castelo e desse reino, estamos presos nele, e queremos pedir sua ajuda." Peço o mais educadamente possível para o homem na minha frente.

"Os senhores são bem-vindos, me permitam então me apresentar, sou Lucien, o guardião da biblioteca e servo legal do Lorde Sonho." Fez ele uma reverência educada.

"Eu sou Kírix, e esse é Constantine, obrigado pela sua ajuda."

"Vocês podem entrar, mas ele não." Apontou ele para Caim.

"Eu não quero entrar." Respondeu nosso novo amigo nada ofendido.

"Da última vez que permitimos ele no castelo, perde vários dos meus livros por que ele queria testar uma forma de matar seu irmão os usando, foi ultrajante!" Explicou Lucien.

"São apenas livros, a biblioteca fica se enchendo deles a cada segundo, por que tanto drama?"

"Não são apenas livros, são livros únicos, uma coleção de histórias que nunca antes foram ou serão escritas!"

"Chato!"

"Que seja, vou esperar os dois lá dentro!" Gritou Lucien, e depois deu meia volta subindo as escadas de forma nada calma entrando no castelo.

"Caim, sempre encontra uma forma de tirar Lucien do sério, é bem impressionante." Comentou o corvo ainda no meu ombro.

"Acho que vamos nos separar aqui meus amigos." Falou Caim, com lagrimas nos olhos.

"Foi legal de conhecer Caim, vamos nos encontrar de novo e sair para uma noitada só nos dois, convocar algumas súcubos, um monte de bebida, com certeza vamos nos divertir." Diz Constantine.

"Obrigado Caim, se não fosse por você, ainda estaríamos andando por aí perdidos." Agradeço também, ignorando meu companheiro.

"Não foi nenhum problema, na verdade, eu sempre curto uma mudança na rotina."

Caim, jogou a xícara no chão e correu até nós com os braços abertos nos dando um abraço de urso.

Ele realmente era forte, podia sentir isso agora, e Constantine, estava ficando sem ar.

"Você vai matar o mortal, Caim!" Avisou o Matthew, ele foi esperto e voou para longe quando Caim, veio em nossa direção.

"Oh, desculpe com isso, esqueço com os mortais tem corpos frágeis." Falou ele após nos soltar.

"Cof! Cof!" Constantine, se inclinou e tossiu algumas vezes recuperando o folego.

"Não se preocupe com ele, nenhuma costela foi quebrada, ele está bem." Tranquilizo Caim, que parecia bem preocupado.

Depois disso, Caim não resistiu e deu mais um abraço, quebrando com certeza agora uma costela de Constantine, e depois correu para longe dando pulos de alegria falando que iria passar algum tempo com seu irmão, e que estava com saudades dele.

"Completamente insano aquele ali." Comentou Matthew, recebendo um aceno de todos os presentes.

"Agora que tudo está resolvido, por favor, vamos entrar" Lucien nos chamou mais uma vez, olhando para nós de dentro da pequena porta.

Assim, entramos no Castelo Fantasma.

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Já vi muitos lugares luxuosos na minha vida, tanto pessoalmente quanto em fotos e filmes, de qualquer forma, nenhum deles se compara ao interior do castelo.

Cada pequeno ponto dele, desde as colunas no estilo grego nas laterais do salão ainda estamos, os móveis espalhados aqui e ali, pareciam ter sido esculpidos a mão por um grande artista, tão bem trabalhados, que até mesmo alguém que não tem nenhum conhecimento em arte sabe o quão fino eles são.

Até mesmo o tapete vermelho cobrindo todo o chão era tão confortável de pisar que quase me joguei nele para tirar um cochilo.

Mas era o teto que é o ápice da beleza.

Parecido com o teto de Hogwarts do Harry Potter, esse também mostrava o céu noturno, mas em vez de estrelas, havia areia quase que dourada flutuando em grande quantidade formando uma enorme galáxia acima de nós, com direito a planetas, estrelas e meteoros, recriados nos seus maiores detalhes.

"Por aqui senhores, o mestre os aguarda." Lucien nos chamou, acordando nos dois.

Ele estava parado próximo de outra porta a nossa esquerda, do outro lado do salão que era bem grande.

Andamos até ele, e ficamos de frente para a porta.

"Vão à frente."

A porta, se abriu sozinha, e como se eu estivesse sendo conduzido por uma força invisível, entrei sem pensar duas vezes.

"Boa sorte, e até mais tarde pessoal!" Escuto a voz de Matthew atrás de mim, pouco antes da porta se fechar.

Acabamos de entrar num pequeno quarto, com uma lareira já acessa com duas poltronas do lado, uma mesa com cadeira próximo e um sofá na esquerda.

Era uma sala pequena, com vários quadros presos na parede, cada um com o mesmo homem de negro, usando roupas diferentes no decorrer dos séculos.

Não prestei muita atenção nela, já que não podia tirar meus olhos do ser parado em pé do lado da lareira.

Com dois metros de altura, magro ao ponto da desnutrição, usando um manto negro deixando seu ombro esquerdo amostra. Sua pele é mais branca que a minha, e seus cabelos negros finos estavam para cima soltos e livres, seu rosto é magro, e sua esclera do olho é preta como a noite, sua íris por outro lado, brilhava com a mesma cor da areia.

Magro, mas mesmo assim, posso sentir o poder imenso contido nesse pequeno corpo.

Sonho, um dos seres mais poderoso do multiverso.

{Chegaram mais cedo do que pensei.} Falou ele com uma voz forte.

"Tivemos ajuda no decorrer do caminho, bom pessoal você tem aqui, a maioria dos caras que cruzo em outras dimensões são um bando de idiotas maiores do que eu." Falou Constantine, nada intimidado com o ser na frente dele.

{Duvido muito John Constantine, são muito poucos os seres que superam sua idiotice.}

"Nos conhecemos?"

{Não, mas sou o senhor desse reino, e nenhum sonho escapa da minha visão, a não ser os dele!} Apontou ele para mim.

Fiquei gelado de medo sendo o apontado por aquele dedo.

"Bem, isso é uma surpresa, parece que dessa vez, eu não vou ser centro do problema."

Ótimo.

"Senhor Sonho, o que você quer dizer com isso?" Perguntei educadamente.

{Pode me chama de Morpheus, vai facilitar para você, e o que quero dizer com isso é exatamente o que eu disse, nunca colocastes os pés no meu reino, semideus.} Respondeu ele educadamente e calmo abaixando sua mão.

"Por conta da minha herança divina ou algo assim?"

{Não, até mesmo os deuses sonham.}

Ótimo, realmente ótimo.

{Podemos falar disso melhor assim que estivemos sós.} Falou ele fazendo um movimento do seu braço esquerdo.

A sua esquerda, um portal roxo de energia apareceu.

{Essa é a saída do meu reino John Constantine, parta logo, tenho assuntos a tratar com o semideus.}

"Não vai rolar amigo, posso ter feito um bando de coisas ruins, mas nunca abandonei ninguém na toca dos lobos."

{Isso não foi uma proposta, John Constantine.}

E assim, Constantine foi atingido por uma força invisível o jogando para frente, seu corpo passou pelo portal que logo se fechou tão rápido que nenhum de nós teve chance de fazer nada.

E agora, estou de frente para Morpheus, um dos mais poderosos seres do multiverso, sozinho.

Não posso evitar ao levar minha mão até o cabo da minha espada nas minhas costas, mas consigo a manter assim, já que até agora Morpheus, não mostrou nenhuma má vontade para mim.

{Não se preocupe semideus, estais mais seguro que nunca na minha casa, já que sigo as leis antigas da hospitalidade.}

Isso me tranquiliza de uma forma inimaginável, e tiro imediatamente a mão do cabo da minha espada.

"Desculpe-me, mas suas ações foram um pouco, inesperadas."

As leis antigas da hospitalidade são bem rígidas, qualquer mal feito a um hóspede aceito em sua casa tem consequências terríveis, apenas se o hóspede atacar fisicamente ou se portar de forma maliciosa que o anfitrião pode fazer algo contra ele.

{Vamos nos sentar.} Apontou ele para duas poltronas uma frente da outra do lado do fogo.

Morpheus andou lentamente até a sua poltrona, eu fiz o mesmo, mas esperei ele sentar primeiro.

Ele ficou então me olhando com seus olhos brilhantes por alguns segundos, até voltar a falar.

{Todos os seres vivos de multiverso são bem-vindos ao meu reino, que aceita todos não importando quem sejam, mas você é diferente, e como se nunca tivesse nascido naturalmente nesse multiverso, por isso você não tem conexão direta que os outros têm.} Explicou ele.

"É por isso que nunca lembro dos meus sonhos." Digo em voz alta, e ele acena para mim.

Desde que nasci nessa realidade, minhas noites de sono são tranquilas e vazias, apenas um fechar e abrir de olhos no outro dia me sentindo descansando, sempre pensei que não podia lembrar dos meus sonhos, isso não é algo estranho, muitos não se lembram deles, mas não se lembrar de sonhar e não sonhar são duas coisas muito diferentes, todos sonham, isso faz parte do dormir.

Não sei os detalhes biológicos, mas não sonhar pode causar problemas para mim no futuro, já deveriam na verdade, mas como não sou inteiramente humano, posso talvez durar mais tempo sem mostrar problemas que um humano comum.

Eu realmente parei de pensar muito nas minhas noites após me acostumar a não dormir todos os dias, um erro meu.

{Presumo que você já tinha percebido isso, e também entendido o por que não podes entrar no meu reino.}

Sim claro, é porque eu sou um reencarnado.

"Sim, o senhor também sabe?" Pergunto um pouco temeroso.

Reencarnar nesse corpo é um segredo quero levar até meu túmulo por vários motivos, o maior deles, é o conhecimento que tenho, se esse conhecimento cair na mão de alguém mal-intencionado, os danos vão ser desastrosos.

Outro motivo, é que eu não quero que as pessoas saibam de nenhum conhecimento que pode acontecer com eles. Veja bem, se por acaso eu revelar alguma informação que aconteceu ou pode acontecer e isso de alguma forma mudar o comportamento de um herói, isso vai se tornar a receita para o desastre.

É verdade que tenho conhecimento dos eventos que podem acontecer, só que a palavra pode, é muito poderosa nesse sentido.

A milhares de realidades na DC, então as chances de um evento acontecer igual aos HQs ou livros nessa aqui, que já tem suas diferenças, é mínima.

{Algo poderoso o colocou aqui, com qual objetivo não sei dizer.}

"E o que o senhor acha sobre isso?" Pergunto temeroso.

{Nada acho, não é da minha autoridade julgar tal ação, mas se você não fosse quem fosse agora, um herói, não estaríamos tendo essa conversa.}

Resumindo, se eu não fosse um herói, eu provavelmente estaria com problemas.

"E agora?"

{Agora, a duas escolhas, você me permiti forçar sua entrada no meu reino, ou sai daqui em paz, sabendo muito bem que vai acontecer algo de errado no futuro.}

"Pelas duas escolhas, sei que a primeira tem alguma pegadinha."

{Sem pegadinhas, apenas um preço a pagar.}

"Claro que tem."

Considero, sem ter muito o que considerar, sem escolha, assim como tive que abrir o portal para Constantine.

"Qual é o preço?"

{Um favor futuro.}

E tudo fica mais confuso.

"Um favor? Isso não faz sentido, o que eu poderia fazer que alguém do seu nível não possa sozinho?"

Um favor, seria a mesma coisa que um trato magico, mas sendo feito com ele, as consequências pôr o quebrar são mil vezes maiores.

{Não sei, foi meu irmão Destino, que sugeriu isso, dizendo que vai ser mais do que benéfico para nós dois num futuro próximo.}

Agora não é apenas um dos Endless que tenho que me preocupar, o próprio Destino também sabe de algo.

{Então, o que me diz?} Perguntou ele, sem perguntar, enquanto levanta sua mão branca a colocando na minha frente.

Vim para esse reino após tentar cumprir um contrato simples, e vou sair com um mil vezes mais complicado e totalmente fora do meu controle.

Mesmo assim, aperto a mão dele.

Uma mão fria e magra, achei ridículo um pensamento que passou na minha cabeça, não aperta com muita força para não o machucar.

{Está feito, criei uma estrada para meu reino apenas para você usar, já que as outras estavam todas fechadas.}

Não sinto nada de diferente ou qualquer outra mudança, mas também ainda estou acordado.

"Obrigado." Agradeço, sem muita vontade de o fazer.

{Vá agora em paz, Diomedes Inwudu.}

Como da primeira vez, outro portal aparece do lado da minha poltrona.

Não penso duas vezes e quase pulo para fora da minha me levantando.

Dou mais uma olhada em Morpheus, que ainda olha para mim com seus olhos brilhantes, aceno para ele e entro no portal, para talvez, finalmente colocar um ponto final nessa desventura, pelo menos por enquanto.

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