56 A Casa do Mistério.

"TUM!"

"Você voltou!"

Fui derrubado no chão por um abraço poderoso assim que atravessei e cheguei do outro lado do portal, foi tão rápido, que nem mesmo minha capa/golem teve tempo de agir e me defender, para sorte dela.

"Sim Kori, eu voltei." Abraço ela gentilmente também no chão.

Minha companheira de equipe e amiga mais próxima de outro mundo, estava realmente feliz por eu estar de volta ao ponto de não conter sua forma no seu abraço.

Depois de alguns minutos assim, ela se levantou deixando sua face perigosamente próxima da minha, assopro o seu rosto para tirar os longos cabelos vermelhos dela da frente do meu, eles fizeram cocegas.

"Onde você andou? Procuramos você pelo mundo inteiro!" Perguntou ela.

"Andei fora da Terra, por isso nenhum de vocês me encontraram." Contei-lhe.

"Você foi para outro planeta!?" Perguntou ela mais animada em saber agora o que aconteceu na minha aventura.

"Starfire, sai de cima dele primeiro." Falou uma segunda voz feminina muito conhecida por mim.

"Tudo bem." Kori flutuou saindo de cima de mim, me permitindo levantar.

Na minha frente, no chão de grama na parte de trás da Torre próximo da entrada estava Raven, usando seu traje roxo.

"Bem-vindo." Falou ela para mim, sem demostrar nenhuma emoção.

"Agora que você está em pé, me conte tudo." Interrompeu Kori.

"Eu vou, mas primeiro, quanto tempo passou desde que sumi?" Pergunto um pouco temeroso com a resposta.

Estava noite quando aconteceu, mas já estamos próximos do meio-dia, mas isso não quer dizer nada se eu tiver desaparecido por dias.

"Vai fazer oito horas agora." Respondeu Raven.

Oito horas, uma noite bem dormida de sono, que coincidência num mundo aonde não a coincidências.

"Roy, chamou todos nós de volta após examinar o local da explosão e não encontrar nada de você ou daquele britânico doido."

Kori olhou para trás dela quando falou da explosão, olhei também e pude ver o local aonde abri o portal e ele foi alterado pelo Constantine, realmente tenha uma marca negra em forma de círculo no local.

"Enquanto eles realizaram busca por toda a cidade, eu tentei pegar algum sinal mistico, mas não consegui nada, a explosão de alguma forma queimou qualquer aura magica no local e a cidade estava tranquila sem sinal de nenhum de vocês." Continuou Ravena.

"Depois disso, pedimos ajuda da Liga, A Mulher-Maravilha chamou Steve Trevor, e as buscas começaram." Kori, contou o resto.

"Correção, as buscas ainda continuam, ainda não avisamos ninguém." Lembra Ravena, tirando um telefone da sua capa roxa.

Realmente, estou me sentindo mais do que feliz em saber que tanta gente estão procurando feito doidos o mundo inteiro por mim, é uma sensação incrivelmente boa.

As pessoas próximas a mim, estão acostumadas a eu sumir por dias ou semanas, já que vou bastante para o Submundo ou fico trancado no meu laboratório tentando aprender alquimia, mas todas essas vezes, eu os aviso ou fico pronto para os ajudar se precisarem.

O problema dessa vez foi que aconteceu uma pequena explosão.

"Constantine, não avisou vocês que estava tudo bem? Ele saiu primeiro." Não sei como a conversão de tempo funciona, mas pela lógica, ele deveria sair antes ou igual a mim, mas não depois.

"Não vimos ele aqui, se tivesse, eu teria dado um soco no rosto dele, não se manipula um aliado da forma que ele fez com você." Kori, até mesmo levantou seu pulso fechado quando disse isso.

"Como vocês sabem disso?" Não contei nada sobre isso e Roy, não estava conosco no momento.

"As câmeras de vigilância, pronto, avisei toda a equipe, eles estão voltando." Comentou Ravena, guardando o celular.

"Tenho que avisar minha irmã, ela deve estar literalmente subindo as paredes." Lembro disso um pouco preocupado.

Eu posso ser o cuidadoso da nossa família, mas ela também é super preocupada comigo, só não gosta de dizer isso em voz alta.

"Não contamos que você sumiu para ela ou para a mãe dela, achamos melhor esperar pelo menos um dia."

"Obrigado, Ravena." Suspiro aliviado.

Duvido que a Júlia ligue para meu sumiço, o importante é a Vanessa.

"Agora, vamos entrar e preparar algo para comer enquanto Dio, nos conta sua incrível nova aventura!" Gritou Kori, sempre animada com comida e aventuras.

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Não contei imediatamente o que aconteceu a elas, queria contar tudo apenas uma vez, quando todos estiverem juntos. Então durante essa espera, tomei um belo e longo banho e me juntei às duas na mesa da cozinha aonde pedi para os Aurae, prepararem para nós uma refeição digna de um rei.

Eu não estava com fome, mas não há nada melhor que comer algo após tomar um longo balho relaxando depois de uma longa viagem.

Recebemos durante a refeição um aviso do sistema da Torre. Quando desapareci, o pessoal e a Liga, tomaram controle das câmeras do mundo todo e as colocaram para fazer um reconhecimento facial meu e do Constantine, ele acabou de ser achado na Inglaterra, próximo de um pub bar.

Morfeu foi gentil conosco, nos colocando próximos de nossas casas.

Foi durante nossa pequena refeição que Diana chegou, muito preocupada comigo.

Depois de alguma conversa e várias garantias consegui acalmar ela e a convencer a se sentar conosco.

Finalmente, um por um, todos os membros da equipe chegaram de várias formas diferentes na Torre, e por conta do número de pessoas, fomos para sala, aonde todos se sentaram no sofá ou ficaram em pé próximos como Diana, foi quando comecei a contar tudo que aconteceu comigo.

"Não se se fico preocupada ou feliz por você ter conhecido seu primeiro deus, isso é meio que um rito de passagem para todo semideus." Comentou Diana com um sorriso no rosto.

Eu não tinha contado para ela sobre minha irmã no Submundo, então ela não sabia disso.

Da minha aventura, contei tudo para todos, menos a parte do contrato feito entre mim e o Sonho, isso vai ficar entre nós dois.

Ravena, sentada junto de Kori, deve ter sentido algo em mim, e me deu um daqueles olhares dela, mas não falou nada, ela vai esperar para quando estivermos sós.

"Outras realidades ficam um pouco acima do nosso escopo de buscar." Suspirou Robin.

"Lamento por isso Robin, mas fiquei muito feliz em saber que vocês estavam fazendo tanto para me encontrar." Digo dando a eles um sorriso de pura felicidade.

"Claro que fazemos meu amigo, você é um de nós." Disse Kaldur'ahm.

"Com certeza você é, mas você trouxe algum presentinho para nós?" Perguntou Kid Flash.

"Eu estava num mundo de sonhos Wally, o que eu deveria trazer para você?

"Isso não é desculpa cara."

"Ele deu sorte, muita sorte." Comentou Ravena, acabando com o clima feliz, mas ela está certa.

"Sim, eu dei, poderia ter literalmente caído em qualquer lugar ou realidade por causa da pequena confusão que o Constantine criou." Sei que não pode ter sido apenas sorte ter caído no Sonhar, e sim o destino agindo.

"Deu tudo certo no final, e nosso amigo voltou com mais histórias incríveis dos seus feitos." Sorriu Kori para mim, recriando o clima feliz mais uma vez.

"De fato, achei muito interessante seu encontro com um corvo falante." Comentou Kaldur.

"Não esqueça do lobisomem, eu nem sabia que eles existiam de verdade!" Disse Wally.

"Lutamos contra vampiros uma vez, por que você está tão surpreso." Falou pela primeira vez Roy, mais interessado na flecha que ele estava na mão do que olhar para mim.

"O importante, é que ele está de volta e bem." Diana, colocou fim a conversa.

"Dei muito problema para a Liga?" Pergunto para ela.

"Não, só os que estavam livres participaram da busca, então não houve problemas, não se preocupe com isso."

"Agradeça por mim todos que ajudaram, por favor." Peço para ela.

"Claro, Dio."

Depois disso, eles começaram a me bombardear perguntas, pedindo detalhes sobre minha aventura, os respondi o melhor que eu podia, até que alguns dos membros da Torre tiveram que sair para fazer sua patrulha, era minha vez de fazer o mesmo, mas Kid Flash foi gentil e trocou de lugar comigo, assumindo meu lugar e me dando um pouco de tempo para descansar.

Depois levei Diana para o terraço pessoalmente.

"Dio, você com certeza sabe me deixar preocupada." Contou ela.

"Não foi minha intenção, se quer descontar em alguém, Constantine está na Inglaterra agora, muito provavelmente bebendo." Digo rindo.

"Estou indo para lá agora." Contou ela seria.

Droga, estou com um pouco de pena dele agora.

Despedimo-nos com uma abraço bem apertado, aonde Diana contou estar feliz por eu estar bem, e depois, ela voou para longe.

Dei meia volta e fui até o elevador no telhado, e assim que entrei nele, a imagem do Dick, apareceu na tela acima dos botoes dos andares, ele tirou sua máscara e estava usando óculos escuros.

"O que aconteceu?" Perguntei.

"Você sabe por que uma casa acabou de simplesmente aparecer na entrada da Torre?" Perguntou ele confuso.

Casa?

Ah, ela veio só?

"Oh bem, você se lembra da casa que Caim me deu?"

"O que ela está fazendo aqui!?"

"Ele meio que me seguiu, esqueci de falar que ela pode fazer isso." Contei.

"Magia, um dia ela vai me deixar louco!" Gritou ele desligando a tela.

Imediatamente, mudei o andar do elevador para a primeiro, aonde fica a entrada da Torre.

Caim, falou que a casa sairia do Sonhar assim que eu a chama-se, o que eu acho que não fiz. Talvez, foi como ele falou, a casa estava tão entediada que não pode esperar mais e resolveu vir sozinha ao meu encontro, essa ideia louca até que faz sentido.

Assim que a porta do elevador se abriu, voei um pouco acima do chão até a entrada de vidro, que se abriu sozinha.

Do lado de fora, estavam Kori, Kaldur e Ravena, mantendo distância da casa que apareceu alguns metros a frente.

Que dizer, Ravena estava mantendo distância junto de Kaldur, enquanto forçavam Kori a manter distância, já que ela estava animada como sempre para explorar o desconhecido.

"Só vocês?" Perguntei para eles.

Uma casa aparecendo do nada na frente da Torre, deveria chamar atenção de toda a equipe, pelo menos é que eu acho.

"Os outros, meio que cansaram da magia por hoje." Explicou Kaldur.

Sim, isso faz sentido.

"O que vocês acham dela?" Perguntei parando do lado deles.

"É linda!" Falou Kori.

"Nunca antes vi um objetivo vivo desse tipo." Diz Ravena.

"Posso sentir um forte força mistica nela, algo antigo e misterioso." Falou Kaldur.

Concordo com todos eles, e também estava um pouco surpreso com a mudança a casa.

A casa que apareceu de frente para a Torre tinha a mesma estrutura que quando a vi no Sonhar, com dois andares, feita de madeira com uma pequena torre medindo dez metros de altura. A diferença, é que agora a casa parecia nova.

Todos os buracos foram tampados, a madeira recebeu uma nova pintura branca, as telhas azuis brilhavam como o céu e ao redor das janelas foram pintados de preto. Até mesmo a aura que a casa antes emitiu mudou para algo mais acolhedor.

"Posso entrar?" Perguntou Kori, dando para mim seu olhar de cachorrinho.

"Agora não Kori, deixa eu entrar primeiro e ver como estão as coisas."

Tenho certeza que eu sou a única pessoa que a casa não pode ferir já que tenho sua chave, então é melhor eu olhar dentro dela antes de receber qualquer visita.

"Então vai logo, eu realmente quero conhecer uma casa viva."

"Vamos ficar de olho aqui fora meu amigo, se você demorar demais, vamos a sua procura." Falou Kaldur em voz baixa.

Ravena também acenou para mim.

"Vinte minutos então." Contei a eles.

Comecei então a andar até a casa, no caminho, troquei minha roupa casul para minha armadura com a capa/golem, agora pronto, pisei na sua sacada de madeira e caminhei na direção da porta vermelha de entrada.

"Tik!"

Um clique, e a porta se abre sozinha para fora, me deixando ver seu interior pela primeira vez.

O interior da casa era bem, antigo.

Carpete vermelho, vários móveis de madeira, uma lareira no fundo já acessa, varias pinturas óleo de paisagens espalhadas nas paredes e até mesmo algumas cabeças empalhadas de animais aqui e ali, no fundo, uma escada levando para o primeiro andar.

"Um pouco antiguado para mim, mas tudo bem." Falei em voz alta.

"BLAMM!"

A porta se fecho com violência me pegando de surpresa.

Assim fiquei, olhando para ela sem entender o que aconteceu.

"Você ofendeu ela!" Explicou Ravena, atrás de mim.

Acho que o poder dela de sentir emoções funciona até mesmo na casa.

Agora, estou numa situação ridícula aonde minha casa fica ofendida com o que posso dizer dela, e o que se faz quando isso acontece?

"Sinto muito?!" Assim, pedi perdão, para uma porta.

"Tick!"

Ela abriu de novo, e tudo seu interior mudou, mudou para melhor.

Primeiramente, o chão deixou de ser madeira e se tornou um tipo de pedra branca polida, todos os moveis antigos foram removidos, deixando um grande espaço aberto com um buraco no chão na forma de um círculo no centro da sala, aonde a uma fogueira de pedra acessa, e ao redor dela, um banco também feito da mesma pedra branca do chão circulando a fogueira no centro.

Havia agora estatuas gregas de mulheres e homens bem conhecidos em vez de pinturas e animais nas paredes, do lado das estátuas, jaros com plantas que não reconheci enfeitando.

Era aberto, bonito e bem acolhedor.

"Eu amei."

A porta dessa vez não se fechou.

Olho para trás e digo para meus amigos.

"Eu vou entrar pessoal."

Hora de conhecer minha nova casa.

Assim que entrei na casa, descobri mais alguns detalhes na decoração dela, por exemplo, na parede esquerda, a um estandarte romano vermelho com o bidente, simbolo de Hades, dourado no centro. Haviam também vasos e urnas vazios espalhados próximos as paredes, cada um deles com uma pintura diferente, reconheci algumas delas sendo parte da história e mitologia grega, como a batalha entre Aquiles e Heitor de Troia, ou alguns trabalhos de Herácles.

A mãe da minha irmã, Júlia, mataria para ter uma casa como essa ou para simplesmente a ver de perto.

Não sei dizer se essa coisas são artefatos reais ou apenas construídas por magia, mas na minha opinião de leigo, eles são reais.

Dei algumas voltas pela sala, que era todo o térreo, olhando para cada peça de arte e vendo cada detalhe, meus amigos, podiam me ver já que a porta ficou aberta, e não ficaram preocupados com a demora.

Quando vi tudo que tinha que ver, fiz um sinal para eles, e subi as escadas também de mármore branco até o primeiro andar.

Deixei as escadas e fiquei de frente para um pequeno apartamento. Houve uma mudança na casa, o primeiro andar voltou a ser de madeira, assim como o piso, a iluminação vem de dois lustres de cristal um pouco afastados no teto.

Não me importei com a mudança, a entrada é o melhor para receber gente e passar o tempo próximo da fogueira, o que eu realmente gosto de fazer, um gosto que adquire depois de ficar tantas noites na frente de uma no Submundo, mas isso não quer dizer que quero larga todo o conforto desse seculo, e acho que a Casa sabe disso.

Quanto a aparência do pequeno apartamento no primeiro andar, ele lembrou bastante a sala comum da Torre, com dois sofás grandes na esquerda de frente para aonde vai ficar a TV, na direita ficava uma pequena cozinha já equipada com um fogão antigo e um armário que deve também estar vazio, na parede no fim do apartamento, próximo das três janelas está uma grande mesa com lugar para várias pessoas.

A casa fez e usou o que tinha, mas falta muita coisa ainda que pode ser facilmente comprada com o dinheiro que tenho agora.

Fui até as janelas passando a mesa e acenei para meus amigos no chão avisando que eu estava bem, depois andei pela esquerda até uma pequena porta que havia sido escondido atrás da parede da cozinha, dentro dela, estava uma pequena lavanderia só com um tanque, e na outra porta na lavanderia ficava o banheiro, também nada de mais.

Era um pequeno apartamento perfeito para se viver, dessa forma, o andar de cima deve ter o quarto e um segundo banheiro.

Subi as escadas e cheguei no andar que acabou sendo um pequeno espaço vazio com uma porta dupla de madeira fechada de três metros de altura, as portas foram esculpidas com um símbolo do bidente bem no meio delas, o desenho foi entalhado nas duas portas, então elas juntas tinha cada uma metade dele.

Vou até uma delas e empurro a porta esquerda, lentamente no início, mas assim que a visão do quarto bem iluminado a frente surgir, abro ela de vez tomado por uma alegria extrema.

Era uma biblioteca.

Esse andar inteiro é uma biblioteca construída no formato oval, com as estantes de quatro metros de altura e dois de largura encostadas nas paredes, elas são curvadas, então acompanhavam a parede. No centro, uma mesa de leitura grande para acomodar quatro pessoas, a esquerda ficava uma bela poltrona, um lugar mais relaxado para ler bem de baixo de um janela.

Corre para a parede esquerda, aonde começava a primeira estante desse lado, e passei minha vista pelos livros, rezando para eles serem relevantes para mim, já que uma biblioteca cheia de livros didáticos ou de receitas seriam inúteis.

Os livros tinham o mesmo encapamento preto duro, a única coisa diferente era os títulos, escritos na vertical com letras douradas.

(Teoria Básica da Magia, por *******!) Dizia um deles.

Já li esse livro, era uma daquelas leituras obrigatórias que a Zatanna me fez ler assim que comecei aprender com ela. O básico do básico.

Essa primeira estante de livros estava cheia dos básicos, mas eram básicos nada básicos, por exemplo, tinha um livro básico sobre necromancia, algo que nunca vi até hoje, até mesmo na biblioteca da casa da Zatanna.

Era incrível.

Não sei aonde a Casa tirou esses livros básicos, mas muito deles eu nunca ouvi falar, e essa é apenas a primeira estante.

Acho que passei uns dez minutos olhando para os livros lentamente, até lembrar que tenho meus amigos esperando do lado de fora, e não tenho muito tempo para ficar aqui e ainda preciso olhar outras coisas na casa. Vou ter muito tempo para ler esses livros mais tarde, mesmo sabendo disso, muito relutantemente, sai pelas portas duplas fechando elas.

Foi aí que percebi algo, havia mais um lance de escadas para cima.

A casa só tinha dois andares e uma torre, e a torre não era grande o bastante para acomodar uma escada, pensei antes que a torre deveria ser usada como porão, estou enganado?

Subi mais uma vez as escadas, para e não me deparei com um sótão, em vez disso, com mais um andar.

O Terceiro Andar.

Como o segundo, esse também estava fechado por portas duplas, só que não de madeira como a primeira, e sim feita de pedra branca, a mesma pedra que o térreo é feito.

Gravado na porta, estava um homem com longas asas, e o mais estranho, no lugar da sua orelha, havia outra pequena asa, esse é Hypnos, Deus do Sono grego.

A Torre virou outro andar?

A Torre se expandiu?

Era inútil pensar como essa casa funcionava ainda, deixei isso para depois e entrei pelas portas brancas.

Era tão grande quanto o andar de baixo, com uma cama maior que qualquer cama de casal que já vi na minha vida forrada com lençóis pretos com vários travesseiros posicionada acima de uma pequena plataforma na minha frente abaixo das janelas, não encostei na cama, ele parecia tão convidativa, e eu não descansei nada desde que voltei para casa, então é melhor continuar.

O quarto é bem grande, mas também não havia muita coisa no nele, me dando bastante espaço para colocar o que eu quero aqui.

Do lado esquerdo tinha um guarda-roupa, e do direito, outra porta de pedra branca, e dentro dela, é que estava a surpresa.

Era um Thermae, um antigo lugar romano usado para banhos públicos, um espaço aberto com uma nada mais que uma piscina feita de pedra no chão com várias fontes em forma de estátuas cuspindo água quente para baixo fazendo o teto do banho nebuloso por conta da fumaça, a colunas gregas que iam do chão ao teto e um espaço na parede esquerda para se sentar, na frente deses bancos, um pequeno buraco no chão, talvez para por fogo e usar como uma sauna ou algo assim.

"Tudo bem, isso é incrível."

Lutei muito contra vontade de simplesmente pular na piscina na minha frente e voltei para a porta dupla branca da entrada do quarto, e como pensei, não havia mais escadas para subir.

"Então, meu quarto realmente fica na Torre?" Pergunto para ninguém em voz alta.

A Casa respondeu, uma porta de madeira simples surgiu na parede do meu lado esquerdo.

Fui até ela e entrei pela porta com menos cuidado agora, curioso para saber por que do segredo.

Assim que abri a porta, entendi.

A Casa é imensamente inteligente, ela sabia que como um feiticeiro, preciso ter um lugar seguro para realizar meus trabalhos e experiencias, então ela isolou a torre, a porta se materializa com meu pedido, uma única entrada sobre meu total controle.

O interior da torre tem um espaço amplo e vazio, com prateleiras de madeira vazias nas paredes, no centro da sala, a uma mesa longa de trabalho como a que tenho no meu laboratório secreto abaixo do sono, escrivaninha fica mais atrás com uma pequena pia do seu lado, o lugar era bem iluminado, tanto das janelas ou dos lustres acima, e também havia uma boa ventilação.

Tudo que um feiticeiro e aprendiz em alquimia precisa para trabalhar em paz, fora é claro os materiais e equipamentos, um pequeno problema que vai ser resolvido quando eu fizer a mudança do meu laboratório secreto até este.

Bem, isso conclui todos andares da casa por agora, então está na hora de voltar, já deve estar quase no limite de tempo que dei para meus amigos do lado de fora.

Saio pela porta que se fecha e desaparece. Depois, vou até às escadas, no caminho, não posso deixar de pensar que esse lugar é realmente incrível, perfeito para mim que estava procurando há muito tempo uma base própria, e que lugar melhor que uma casa que literalmente vai para todo lugar, bem defendida e que muda como quiser seu proprietário.

Tudo que tenho que fazer agora, é saber como fazer todas essas coisas por mim mesmo, mas não deve ser muito difícil, senti a conexão entre nos dois ficando mais forte quando andei por ela agora, e isso vai se fortalecer mais com o passar do tempo e um pouco mais de estudo sobre ela.

"Tudo bem?" Perguntou Kaldur, para mim quando sai pela entrada da casa.

"Perfeito, a casa é perfeita, pelo menos para mim." Conto a ele sorrindo.

"Posso entrar agora?" Perguntou Kori, flutuando no ar com olhos brilhando.

"Claro…"

Não terminei a frase, Kori voou como um foguete e entrou pela porta de entrada dando uma volta pela minha sala em alta velocidade varias e várias vezes olhando para tudo.

"Vocês também podem entrar." Convido os outros dois, que são mais educados e contidos que minha melhor amiga.

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Mostrei a casa inteira para meus amigos menos a biblioteca, queria dar um supressa só para a Ravena mais tarde, mesmo eles tendem estilos muito diferentes, todos entenderam porque eu gostei bastante da casa, depois disso, voltamos para a Torre, aonde comecei o processo para realizar minha mudança arrumando as coisas que tenho no meu quarto.

Não havia muito, a maioria dos meus livros e estudos ficaram no laboratório subterrâneo, então o que havia no quarto só eram roupas, alguns produtos e objetos do dia a dia.

Enquanto fazia isso, liguei para Vanessa, que não me atendeu imediatamente, mas voltou a ligar para mim dez minutos depois.

Coloquei o celular no viva a voz, e voltei a arrumar minhas coisas enquanto conversa para com ela.

{Dio, está tudo bem?} Perguntou ela assim que toquei na tecla do viva voz.

"Por que não estaria?" Só sumi por oito horas, então não deveria ser um problema.

{Você sempre me liga numa certa hora, nunca antes, exceto se você vai sair para uma missão ou algo assim.}

"Verdade, esqueci disso, eu recentemente viajei para um lugar com fuso horário diferente, então quando voltei perde a noção de tempo."

Deixei bem claro a parte que falei do fuso horário, esse é um dos nossos códigos. Já expliquei-lhe como a passagem do tempo é diferente no Submundo, então quando falamos de fuso horário, quero dizer que passou uma passagem de tempo diferente para mim do que para ela.

{Ah, intendo, está tudo bem mesmo?}

"Tudo perfeito, você não precisa se preocupar, até mesmo ganhei uma casa nova, depois de eu te levo para dar uma olhada."

{Isso é legal, é na cidade?}

"Sim." Respondo simplesmente, já que a casa pode ir para qualquer lugar, ela está tecnicamente na cidade também.

{Outra coisa, você se lembra que falamos da viagem que eu estava pensando em fazer algum tempo atrás?}

"Na lanchonete?"

{Sim, vai acontecer, daqui a dois dias!} Gritou ela animada.

"Isso aconteceu mais rápido que o esperado, você já preparou tudo?"

{Sim, tudo pronto, e não se preocupe, vou levar sua garantia comigo.} Ela está falando do pequeno cranio.

"Quando tempo você vai ficar fora?"

{Um mês, por isso quero te ver mais uma vez antes de ir, para escutar logo sua conversa cuidadosa sobre os inúmeros perigos que vou ter que tomar cuidado e evitar durante a viagem.}

Ela pode estar brincando, mas é exatamente isso que vou fazer assim que encontrar ela.

"Amanha então, no restaurante, que tal?"

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A conversa continuou normalmente depois disso, com ela me contando cada pequena coisa interessante que estava acontecendo na sua faculdade e com suas amigas, ela me colhesse bem demais, e não tocou nos assuntos evolvendo seu namorado ou mãe, que não deu nenhuma notícias faz meses agora.

A viagem dela me lembrou a minha também, já está na hora de voltar para o Submundo, deixei algumas coisas que precisam de atenção lá, e também tenho que voltar com minha exploração, agora com mais cuidado e preparado do que antes.

Serio, maldito seja meu destino, a segunda vez que entrei no submundo e atravessei os portões dei de cara logo com um bando de monstros loucos e um deus que me levou para uma bela experiência de quase morte.

Por esse motivo, desde essa segunda vez, criei um pequeno canto para mim no Submundo, nada muito grande, mas seguro, e desse ponto, explorei todos os arredores procurando recursos novos e aumentando minha experiência e confiança.

Mas essa viagem depende do meu portal, se ele ainda estiver funcionando ou não, se ele não estiver, vou tentar usar a casa, e se não conseguir, provavelmente vou tentar procurar materiais para refazer o portal.

Enquanto pensava nisso, continuei a preparar minha mudança, agora no meu laboratório secreto, e isso realmente demorou algumas horas, já que havia alguns produtos que devem ser manuseados com cuidado para não causar uma explosão.

Para fazer tudo isso num só dia, pedi ajuda da Ravena e da Kori, que aceitaram me ajudar, e juntos movemos tudo em duas horas.

Gastei mais duas horas para deixar a torre da Casa da forma que gosto, e mais uma para arrumar minhas coisas, e depois de uma ida rápida na cidade para comprar suprimentos, comida e outras coisas, minha casa ficou quase que completamente operacional para se viver, já que os eletrodomésticos, como TV e máquina de lavar, vão demorar alguns dias para serem entregues.

No final da noite, apresentei Ravena para a biblioteca como uma agradecimento pela ajuda e para Kori, dei a ela uma promessa de a levar na minha próxima grande aventura pelas dimensões, algo que não estou querendo fazer tão cedo, mas já foi o bastante ela saber que isso vai acontecer de novo algum dia e ela está convidada.

No final, só eu fiquei na Casa, tive que literalmente arrancar Ravena da biblioteca quando deu três da manhã, dando ela a permissão para entrar quando quiser a hora que quiser, mas não de madrugada.

Naquela noite, mesmo não me sentindo casando, como sempre, me deitei na minha nova cama depois de uma belo e longo banho no meu quarto, e me deitei na cama.

Como magica, eu dormir.

No dia seguinte, me lembrei claramente do meu sonho, um sonho besta, mas mesmo assim, um sonho. E após me levantar e passar alguns segundo para acordar completamente, nunca me senti tão bem descansado, como se um pequeno problema tivesse sido removido de mim, me um grande aliviou.

O Sonho, cumpriu sua palavra.

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