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1.7

A carruagem estacionou no jardim em frente à mansão. O cocheiro rapidamente desceu da parte da frente e abriu a porta, permitindo que a visão exterior fosse vista pelas pessoas dentro do veículo. Brandon foi o primeiro a sair e logo depois foi James, que pulou da parte em que estava para o chão sem tropeçar, preocupando sua mãe. A condessa foi a última e ela repousou sua mão elegantemente na mão de Brandon para descer.

Os três cavaleiros ficaram em fileira e se inclinaram com a descida da senhora da casa. Um costume do império Yulard que significava o cumprimento do trabalho, o respeito ao nobre e a espera de novas ordens. Não se sabia quem começou o costume, que praticamente é um código de conduta, mas é amplamente executado pelas ordens dos nobres. Ela olhou para o trio antes de falar.

"Obrigado pelos seus serviços. Vocês estão liberados."

"Sim, senhora." Eles balançaram a cabeça e se retiraram.

Brandon deu uma olhada para os cavaleiros indo e se virou para acompanhar a condessa Miller e James em direção à casa. Ele via alguns empregados vindo em sua direção e passando para ir à carruagem e pegar as sacolas de compras que fizeram. Havia algumas sacolas, mas felizmente não eram tão pesadas e eles não compraram tantas coisas.

A condessa Miller caminhava com uma de suas mãos passando pelo dedo médio, com um anel simples, uma bijuteria, conseguida por James em uma das barracas. Ele havia conseguido provar que daria algo a ela também. E mesmo que ela tenha dito que estava tudo bem não ter ganho nada, o anel que lhe foi dado a fazia se sentir bem, pois era algo que seu filho lhe deu.

Brandon via como a senhora estava contente e como o rosto de James estava reluzente, como se tivesse ganhado algo valioso. O ruivo acreditava que ele estava feliz por ele ter saído, mesmo depois de ter voltado. Os cantos de seus lábios ergueram em um sorriso leve. Foi uma saída agradável para ele também.

"Senhora, você voltou. Chegou uma carta endereçada a você."

Assim que a condessa abriu a porta e entrou, um homem de cabelos loiros com fios brancos apareceu vestindo um uniforme preto. Ele era o mordomo da casa de longa data, e um amigo dos donos. O homem a cumprimentou, baixando a cabeça assim que se aproximou dela.

"É algo urgente, Kevin?"

"Acredito que não. O entregador não relatou nada."

"Então deixe em cima da minha mesa, lerei isso depois de descansar."

Kevin assentiu e se curvou para James também e depois saiu para seguir seus outros afazeres. Mas antes que pudessem se mover adequadamente pela casa, uma voz foi ouvida nas escadas.

"Mãe!"

Phillip descia as escadas com tapetes e seus olhos pretos estavam focados nela, antes de caírem em Brandon com uma raposa nos braços e seus passos pararem um pouco antes dele se aproximar. Ele havia ouvido de um empregado que ela tinha voltado, e viu pela janela a carruagem se aproximando, então queria perguntá-la sobre algo.

"Mãe, eu soube que foi para as ruas hoje."

"Sim."

Ela respondeu, surpresa pelo fato dele ter vindo até ela assim que ela chegou em casa. Não era do feitio de seu filho agir assim, por isso havia curiosidade nos olhos castanhos da mulher.

"A senhora não pensou em levar minha noiva junto também? Ela ainda não conhece nada por aqui." Ele indagou, com os olhos focados nela.

A condessa custou para não franzir o cenho com o tom de seu filho e para sua fala rude. Brandon o encarava e James expressava a insatisfação por seu irmão com o rosto.

"Não, não pensei." Disse claramente. "E era uma saída entre mim, James e Brandon."

Os dois se surpreenderam com seus nomes sendo ditos. Phillip olhou para ambos e perguntou a sua mãe.

"Vocês três?"

"Sim, foi algo combinado anteriormente." Ela respondeu.

"E, também, sua noiva não teria que descansar por alguns dias? Ela chegou ontem e já quer passear pela cidade? Que eu saiba, a viagem do reino Torzik até aqui não é algo fácil e rápido, acredito que descansar seria o certo para vocês."

"Só pensei que teria sido melhor para ela ter ido à rua com alguém que ela conhecesse."

"Então vão durante o dia, amanhã talvez. As ruas permanecem as mesmas mesmo depois de três anos, acredito que você vai saber se localizar, ainda mais com os cavaleiros o acompanhando."

"Tudo bem." Ele balançou a cabeça e olhou para Brandon. "Amanhã irei com ela à rua comercial e você, Brandon, irá me acompanhar."

Brandon ficou tenso, seu corpo rígido, mas não demonstrou e encarou os olhos negros do outro. Porém, percebendo o que ouviu, rapidamente se forçou a relaxar.

"Desculpe, jovem mestre. Mas não posso lhe acompanhar."

Os três escutaram aquilo com reações iguais, todos estavam surpresos pelo que Brandon disse. Mais precisamente, pelo título que ele usou para falar com Phillip.

Jovem mestre.

Ele não se referia a nenhum dos três filhos do conde e da condessa dessa maneira, desde que tinha por volta dos doze anos, quando passou a se sentir mais à vontade com eles. O fato dele ter dito aquilo, embora em tom educado, significava que algo estava errado.

A condessa e James estavam pasmos com isso, ela principalmente.

O ar frio que ela via em Brandon, embora seu rosto demonstrasse educação, era algo que ela não imaginava que veria nele. E James nunca vira o ruivo falar daquela maneira, sempre o chamando pelo nome. Embora os criados o chamassem de "jovem mestre", o único que não o fazia era Brandon, mesmo sendo empregado. Isso os tornava mais íntimos e o fazia se sentir mais próximo a ele.

Mas ninguém estava mais surpreso que Phillip.

"O-o quê?" Os olhos arregalados e a surpresa foi tanta que até gaguejou. Contudo, Brandon ignorou e abriu um sorriso profissional.

"Eu disse que não posso." Repetiu. "Estou sob ordens diretas do conde e da condessa, e não tenho como abandonar meu trabalho. Não é, senhora?"

A condessa balançou a cabeça, acordando de seu estupor. As palavras de Brandon eram corretas, os únicos que podiam comandá-lo eram eles, já que ele é o ajudante do conde e um acompanhante dela quando ela pedia.

"Isso é verdade."

Phillip ouvindo isso não conseguia dizer nada. Brandon tinha um sorriso no rosto e olhou para Phillip.

"Espero que tenha entendido, jovem mestre. Minha senhora, posso ir?" Ele indagou para a condessa e ela concordou.

"Com sua licença."

Ele se curvou e se retirou. O trio olhando para ele e depois se encarando. James os olhou uma última vez e correu para seguir Brandon, ele queria continuar conversando e não queria ver sua mãe e seu irmão discutindo, pois isso só azedaria seu bom humor.

A condessa encarou seu filho. O homem que estava na frente dela não era mais um adolescente e era maior que a imagem de três anos atrás. Porém, ao invés de progredir, sua educação parece que foi regredida.

"Como Brandon lhe falou, só eu e seu pai podemos comandá-lo, então não tente fazer isso novamente. Acredito que quem tem que acompanhar você e sua noiva durante a saída seja a empregada pessoal dela." A voz dela foi firme, o que atraiu a atenção de Phillip que ainda olhava para onde Brandon havia ido.

"E reveja esse seu tom para falar comigo. Parece que você esqueceu como falar com sua mãe durante o tempo que ficou fora de casa."

Ela terminou de dizer e saiu dali para seu quarto, deixando Phillip para trás.

*

Brandon caminhava e atrás de si vinha passos rápidos que ressoavam no chão pelo corredor. Em seus braços estava a raposa de pelúcia que James havia lhe dado e um olhar frio, com uma raiva silenciosa, estava em seu rosto.

'Como ele pode dizer aquilo para mim?'

Ele não acreditava que Phillip havia feito aquilo com ele. Ordenar para que ele os acompanhe durante uma saída para apresentar a cidade, o que resultaria em um encontro, certamente, e ter que aguentar vê-los sendo românticos um com o outro. Onde ele, um ex-amante que só soube que era um ontem, iria querer ver a pessoa que ele gosta em um relacionamento amoroso com outra e agindo todo apaixonado? Não seria um inferno para si? Uma tortura? Com certeza ele, Brandon, não gostaria.

Phillip tinha alguma vergonha na cara? Está cada vez mais parecendo que não.

'Estou sofrendo pela situação e ele diz aquilo sem nem hesitar. Sinto que somente eu estou passando pelo que nem deveria. Ele nem teve consideração em avisar e tive que descobrir daquele jeito. Sequer tive tempo para me acostumar com isso…''

Sua frustração que foi aliviada um pouco ontem pela noite estava voltando, assim como a raiva e a sensação de tristeza. O fervor corria por suas veias e uma vermelhidão estava começando a aparecer em seu rosto. Se ele pudesse, gostaria de tirar muitas explicações, além de jogar maldições nele por fazê-lo passar por isso.

James, atrás de Brandon, olhava para o mais velho curioso pela parte visível da cabeça estar vermelha. O ruivo entrou em seu quarto e James ficou na porta, observando Brandon colocar a pelúcia na mesa e se sentar com o rosto fechado. Um pouco cauteloso, ele entrou e se aproximou.

"Irmão, você está com raiva de Phillip?"

Brandon não sabia que James estava atrás de si, mais precisamente havia esquecido tal fato. Então, ele se surpreendeu com a voz que o chamou em sua frente. Os olhos castanhos estavam nele com curiosidade, ele queria saber porque seu irmão estava daquele jeito, a ponto de ficar vermelho. E isso era óbvio para Brandon, tanto que ele abriu um sorriso suave.

"Não é nada."

O ruivo abanou a mão, indicando que não era importante. James não acreditou nem um pouco, mas não perguntou. Não havia nada a ganhar se a pessoa não quisesse contar e Brandon era decisivo quando não queria.

"Então, qual será o nome?" James perguntou, mudando de assunto. Ele pegou a raposa laranja em suas mãos e se virou para Brandon. Suas mãos afundavam na pelugem macia.

"Hm, ainda não sei. Quer nomear?"

"Eu posso?"

"Sim, foi você que conseguiu." Os olhos castanhos voltaram-se para o objeto em mãos.

Os pelos tingidos de laranjas pelo corpo inteiro e as pontes brancas nas orelhas que desciam até o nariz. Era uma linda raposa de pelúcia, mas era perceptível que era de segunda mão. James a encarou por um tempo e deu sua sugestão ao se virar para o ruivo.

"Que tal Sol?"

"É um bom nome."

Brandon assentiu, vendo que ele deu esse nome por causa da cor, embora não seja amarelo. Também era melhor que seu senso de nomenclatura pobre, então era bom o suficiente. James sorriu com a fala de Brandon e voltou-se para o Sol. Ele estava feliz que seu nome foi aceito.

"Você acha que nós podemos sair novamente assim de novo?" O garoto indagou.

Os momentos que James teve hoje foram bons, embora a parte de experimentar uma boa quantia de roupas tenha sido um pouco desconfortável para si. Mas ao lembrar dos elogios que recebeu, foi uma coisa boa, então ainda era um ganho para ele, mesmo que tenha que passar por aquilo de novo.

Sua expectativa de que sua mãe permitiria ele sair novamente e não ficar naquela mansão a todo momento era algo que começava a crescer. Agora que a guerra acabou, não há muitos motivos para ele ficar dentro da casa direto. As aulas de magia eram legais, porém não havia muita coisa a fazer em casa.

O máximo que era seu entretenimento era a magia que ele realizava e as conversas com Brandon, que nem sempre estava disponível, só que isso em algum momento entendia como uma rotina. Brandon sabia disso. Foram muitas as vezes que James pediu para sair, mas poucas que ele realmente saiu, e sempre para algum evento ou data importante. Então, não tiveram um dia como esse, em que saíram só para se divertir. Portanto, o dia de hoje foi como uma brisa fresca para o garoto que só via as paredes da casa.

"Sim, eu acho. A senhora gostou do passeio tanto quanto você." Brandon sorriu sendo sincero. Claire realmente apreciou a saída e se divertiu com seu filho e ele.

"Então não se preocupe, em breve você pode sair. Tenho certeza."

E era verdade, a temporada social dos nobres, agora que a guerra acabou, irá ocorrer sem a tensão que sempre havia sobre o perigo iminente. E como James já tem a idade certa para participar de tais eventos, ele também irá.

Nos anos anteriores, o conde ia sozinho, pois ele não queria que sua esposa fosse. Se algo como um ataque inimigo ocorresse de surpresa, mesmo que eles não estejam perto das fronteiras, ela deveria estar lá para cuidar de James e do território, porque ele sabe que ela é capaz. James somente o olhou, balançando a cabeça para as palavras. Ele colocou a raposa na mesa novamente e se aproximou de Brandon, surpreendendo-o ao abraçá-lo.

"Por que está me abraçando?"

"Só… Senti que deveria fazer isso."

Brandon se sentiu estranho com isso. Ele não estava mais acostumado a receber abraços, pois a única que o abraçava era sua mãe, então a sensação de ter alguém fazendo isso era um tanto nostálgica. A sensação dos braços curtos o abraçando e o ato de alguém ter feito isso para ele eram reconfortantes. Brandon estava fingindo estar bem para James, mantendo a fachada melhor do que no dia anterior, mas a ocorrência de mais cedo não o ajudou.

Ele estava triste, talvez não como no dia anterior, mas estava. Ver como Phillip se preocupou com uma pequena coisa de sua noiva era algo pesado para si. Seu coração doía e o sorriso que mantinha em seu rosto estava um pouco torcido com isso, mas ele estava fazendo o melhor.

'Se fingir que não dói, deixará de doer?'

Ele não sabia a resposta. Achava que era cedo para uma ainda, também. Contudo, ter alguém lhe abraçando o fazia se sentir um pouco melhor e mais leve. O fazia lembrar dos tempos em que a mulher que mais amava no mundo ainda estava viva.

"Obrigado, James."

"Não precisa agradecer."

James se afastou, sorrindo para os olhos verdes que o olhavam de maneira suave. O garoto sentiu um alívio interiormente, pois a expressão de seu irmão estava melhor do que antes. Antes de abraçá-lo, seu rosto estava para baixo, mesmo que um sorriso estivesse sendo exibido. Os olhos estavam tristes e era sentido uma melancolia. A aparência indiferente que Brandon colocou não estava lá. Na verdade, estava tentando ser reconstruída, mas não conseguia.

Mesmo assim, ele ainda estava tentando o seu melhor para ele. Então, tudo o que queria era dar um abraço. E ele deu. Brandon merecia coisas boas e as melhores que poderiam existir. Vê-lo triste, mesmo que um pouco, era algo que o entristecia. Por isso, quando viu que um simples ato poderia melhorar a aparência dele, tirar um pouco daquela melancolia que existia, foi algo gratificante. A face do ruivo estava alegre, embora tivesse elementos sombrios.

Pouco antes de sair, ainda estava do mesmo jeito. James o olhou para garantir que estava da mesma maneira. Porém, quando ele saiu, o sorriso suave que existia se tornou em algo reto. Os lábios tremeram e os olhos se encheram. Gotas de água caíram pelas bochechas e a mão tentava limpá-las. Não houve ruído, além do choro silencioso que ele realizava.

Os sentimentos sentidos, logo após a raiva daquele momento, foram trazidos à tona. Se James não tivesse dito nada, talvez ele teria chorado em sua frente sem que percebesse. Brandon teve certeza, assim que o viu parado ali. Ele não estava preparado para vê-lo. Naquele momento, não pensou de início, mas seu coração acelerou e a respiração foi quase cortada. Estava fazendo o seu melhor para se manter firme naquele momento, pois James e a condessa Miller estavam ali, mas, de alguma forma, conseguiu se controlar e não demonstrar o que estava por baixo de seu sorriso profissional e frio.

E agora, que estava sozinho, pôde chorar um pouco e parar de ser forte, ao menos por um tempo.

L, mas não de Death Note: oi leitores

Phillip uma escória, sim ou não?

James meu favorito e quem discordar que lute

Um abraço pra Brandon, somente um abraço para Brandon

Não esqueça de votar, comentar e curtir >.<

Até logo. Abraços virtuais (っ^_^)っ

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