1 Capítulo 1

 Kristofer arrumou seus cabelos negros para traz e mordeu o lábio inferior, revirando os olhos azuis acinzentados claramente aborrecido. A conversa com mais uma pretendente que sua família havia escolhido, não o estava agradando. Tinha apenas 25 anos, mas sua família insistia que arrumasse logo uma pretendente. A elegante garota a sua frente, nada mais falava do que o quão importante seria para ambos essa união já que eram de famílias nobres e isso era o certo a se fazer. Acendeu um cigarro e fumou enquanto olhava a cidade abaixo da janela do restaurante enquanto ignorava a jovem.

- ...sr. Anderson?

Kristofer virou o olhar em direção à mulher que falava.

- Sei que você não deve estar muito agradado de estar aqui comigo...e acredite, até para mim foi uma surpresa esse encontro. Mas poderia pelo menos tentar conversar um pouco comigo para que o tempo passe mais rápido?

O jovem fechou os olhos e sorriu levemente, apagando o cigarro no cinzeiro a seu lado. Voltou novamente seu corpo em direção à moça e tomou um gole de vinho tinto em sua taça limpando em seguida com um dedo o lábio e o lambendo em seguida.

- Então cara Katherine o que tem a me dizer sobre você? Algo mais....pessoal.

Fitou o olhar sedutoramente em direção à moça enquanto tocou em sua mão a fazendo enrubescer.

- E-Eu...bem...

A jovem Katherine não sabia mais o que falar naquele momento. Já a muito desejava ter uma oportunidade com Kristofer e havia insistido muito a seu pai por isso. Ele era um dos homens mais desejados e cá estava ele.

- Bem Kathe querida, eu adoraria que terminássemos a nossa conversa em outro local...o que acha?

A jovem enrubesceu mais ainda com a insinuação do outro e não conseguia mais olhar nos olhos dele ou se quer de continuar a falar.

Kristofer a observava com uma mão sob o queixo e um sorriso sarcástico.

Hyou estava sentado no bar do restaurante, enquanto mexia em seu smartphone, plugado com outro aparelho que possuía um miniteclado, digitando rápido no aparelho, enquanto com a outra mão, mexia na tela. Depois do grupo de hackers se separar, estava vivendo viajando pelo mundo, tentando ser o mais sorrateiro possível. Dessa vez, decidiu por viajar para a Suécia, já estando alguns meses no país, se mantendo com pequenos furtos a grandes fortunas. A fortuna da vez era de um empresário Alemão que parecia ter um enorme patrimônio, então, alguns 0s a menos, não seriam notados.

Estava quase terminando a ultima transação, quando a tela do celular chiou, como se o aparelho estivesse com interferência, até o gif de uma raposinha aparecer na tela.

-Hmmm... Bem que estranhei que alguém estava passando pelo meu firewall...-A voz de Fernando soou pelo fone de ouvido, fazendo o moreno arregalar os olhos, e logo indo colocar a máscara cirurgica preta.

-Ginza?-Tentou, incerto. -Nem toda porta fechada...

-Está trancada. Bakeneko?-Agora era a voz do outro lado que parecia estar surpresa. -Nossa, cara... Que.. Okey, não estou tão surpreso, mas vou fingir. Nossa, invadindo conta de uma empresa?

-Me poupe das piadas sem graça. -Nunca conseguiu acompanhar o humor do mais novo. -Espera... Você impediu meu processo. Você tá trabalhando pra esse cara?

-Hmmmm, a vida dá voltas. Na verdade, meio que to casado com o Hurrycane.

-.... Hurrycane não era uma garota?

-Hm, meu pinto também achou. -O gif de uma raposa chorando apareceu. -Enfim, não vou reportar você, mas não tente fazer isso de novo. Pelo menos, não aqui. Além de que, você sabe que Hurrycane pode acabar fazendo a coisa feder pro seu lado.

-...-O mais velho ficou em silêncio, até desligar o aparelho de vez, cortando a ligação sem falar mais anda. -Droga... Vou ter que achar outro lugar pra pegar dinheiro. -Resmungou, mordendo o indicador, enquanto olhava de lado para uma mesa mais ao fundo.

Kristofer Anderson. O seu alvo secundário aquela noite. O rapaz era mais novo, mas tinha um patrimônio bem gordo, e pelo que descobriu, estavam tentando fazê-lo casar a qualquer custo. Bem, ele não era bom invadir, então, tentaria por um método mais medieval. Colocou os aparelhos dentro do bolso da calça, tomando o resto da própria bebida, caminhando na direção da mesa dos dois. Fingiu que estava apenas passando pelo lado, quando tropeçou propositalmente, derrubando a taça da mesa no chão.

-Oh, perdão... Acho que bebi um pouco demais. -Os orbes castanhos claros como amêndoas encarou os azuis gélidos do outro, verificando se havia sujado a roupa do mais alto, pedindo desculpas mais uma vez, até se afastar, desfazendo a expressão sorridente para uma séria, saindo com a carteira do milionário.- Easy peasy. -Comentou mais para si mesmo, indo até o banheiro, entrando em um reservado sem fechar a porta, ficando de costas para a mesma, indo verificar os cartões de crédito.

Aquela encenação que fazia para a jovem era algo normal que costumava fazer quando desejava apenas encerrar de vez os jantares. Normalmente as mulheres costumavam se envergonhar e irem embora ou ele transava com elas é depois dizia que não serviam para si.

Agradeceu mentalmente que aquele rapaz que esbarrara em sua mesa havia encerrado aquele momento o dando uma desculpa melhor.

Observou o outro indo em direção ao banheiro. Tirou um lenço do bolso e limpou o pouco de vinho que havia caído em seus dedos enquanto observava um atendente limpando o chão e notou que seu sapato estava também molhado pelo vinho no mesmo momento. Tocou levemente o bolso da carteira quando notou que está não estava mais lá. Fechou o semblante se lembrando do instante anterior onde coincidentemente o outro rapaz havia esbarrado em si.

-Me perdoe Katherine, podemos encerrar a nossa noite por aqui? Falarei com você novamente em breve.

O rapaz deu um meio sorriso para a moça e se despediram. Em seguida,ele se dirigiu com certa pressa até o banheiro arrumando o terno e o cabelo no caminho e mantendo a feição seria.

Entrou no banheiro e trancou a porta em seguida. Se dirigiu até as portas dos sanitários até notar o rapaz de costas para si. Puxou imediatamente ele para fora pela camisa o lançando até fora quase o chocando contra a grande pia no local. O segurou pela gola da camisa em seguida e dessa vez o empurrando contra a pia.

- Acho que isso aqui pertence a mim, não é mesmo?

Disse arrancando a carteira da mão do outro e mostrando a ele. Se aproximou até ficar colado com o outro e o rosto próximo o suficiente.

- Acho que você não faz ideia de quem eu....

Parou imediatamente de falar após sofrer o choque do odor suave que o outro emanava de si. Aquele cheiro doce que já havia sentido em outros igual a ele...cheiro de ômega. Mas o daquele rapaz o agradou mais que o normal. Controlou a excitação o máximo que podia. Soltou o outro,colocou a carteira no bolso e é indireitou pigarreando.

- Mas, isso não significa que eu não possa te perdoar... em troca de algo é claro...

O jovem de olhos azuis colocou os braços em cima da pia com o outro homem no meio ainda entre eles e o olhou nos olhos.

 Já estava verificando os cartões quando se assustou com o puxão, ficando um pouco tonto, mas logo reconhecendo a voz da outra pessoa, sentindo uma certa apreensão. Tentou desenhar seu melhor sorriso falso, deixando que o outro pegasse seu pertence de volta, pigarreando um pouco.

-Hmm... Eu... Já ia devolver pra você, acho que caiu quando esbarrei. -Tentou disfarçar, entendendo que a subta proposta seria porque o outro havia comprado sua desculpa.

Ficou em silêncio por alguns segundos, na verdade, mais estupefato que um alfa estava querendo transar com um beta, mas ponderando que aquela seria uma ótima oportunidade para ter um teto para dormir. Iria pedir todo serviço de quarto mais caro que tinha e sumir de vez no outro dia.

-Achei que estivesse acompanhado...-Se referiu a garota. -Não que eu esteja dispensando a oferta, acho que devo me sentir lisonjeado, não?-Indagou, diminuindo mais a distância entre os dois, os lábios quase se tocando. -Mas se for para aceitar... Prefiro que seja num quarto de hotel. Dignidade, hm?

O jovem observou o outro e sorriu levemente. Encostou o rosto no pescoço alheio e começou a cheira-lo enquanto o agarrava pela cintura contra si.

- Vamos ter uma prévia aqui do que você pode me oferecer... e aí então iremos para um hotel.

Começou a beijar o pescoço alheio enquanto se embriagava cada vez mais com o cheiro que sentia. Se controlou para não morder o rapaz que acabará de conhecer. Removeu seu terno o colocando sobre a pia e desabotoando a parte de cima da camisa.

Levou a mão do outro a tocar em seu membro já ereto por dentro da calça enquanto levantava a camisa e continuava a beijar o corpo alheio e agora tocava em um de seus seios.

Okey, o plano tinha saído pela culatra. Ele esperava que o outro pudesse comprar a ideia de saírem dali, e pelo menos, drogá-lo o suficiente para não ser necessário perder sua virgindade anal. Respirou fundo algumas vezes, enquanto sentia as carícias, as bochechas corando. Bem, agora que já estava assim, não poderia mais negar ou ficaria muito suspeito.

Tentou relaxar ao máximo, deixando o outro ter acesso ao seu corpo, até ele mesmo afastar um pouco o outro, indo se ajoelhar de frente para a virilha do  empresário, indo roçar o rosto contra o tecido da calça, já sentindo o pênis duro contra seu rosto, levando as mãos para desabotoar a calça de Kristofer. Bem, se fosse direto, talvez as coisas terminassem logo.

Assim que viu o membro do outro liberto dos tecidos, projetou devagar a língua para fora, tímido, indo analisar o terreno, tocando de leve a glande, testando, para logo depois começar a lamber toda a extensão, só então o tomando com a boca.

O mais novo se apoiou com uma mão na pia e com a outra segurava o outro na cabeça pelos cabelos longos.

Estava bem excitado com aquilo. Nunca havia feito sexo com um ômega antes, ainda mais um do mesmo sexo. Não gostava dos cheiros até então. Eram uma mistura de excitação e repulsa que costumava sentir, pois desde que chegou a maior idade era forçado a tentar encontrar uma parceira adequada. Coisa que odiava fazer.

Mas o cheiro daquele rapaz ômega não o fazia se sentir mal e ele não sabia o porquê.

Gemeu de prazer com os movimentos da língua do outro no seu membro dentro da boca. Empurrando algumas vezes a cabeça do outro o segurando pelos cabelos ele sentiu que estava para chegar.

- E-Eu vou gozar...

Valeu enquanto gemia e aguardando a reação do outro de como queria que fosse feito.

O mais baixo ergueu os olhos claros para encarar o empresário, engolindo em seco, afinal, toda aquela situação estava sendo improvisada, achando melhor continuar, até sentir o jato de gozo dentro da própria boca, ficando estático até o outro terminar, mas logo levantando-se e indo cuspir o liquido branco na pia, lavando a própria boca.

Não podia negar que estava um pouco chocado que realmente havia feito aquilo, mas talvez o que lhe chocasse não era o fato de ter feito sexo oral em um homem, mas que seu membro estava demonstrando estar vivo depois do que achou que seria uma sessão de tortura. Engoliu em seco, tentando esconder a própria ereção, pensando que talvez fosse efeito do cheiro dos feromônios de alfa do mais novo... Mas ele era um Beta.

-Hmmm...Acho que passei no teste, ahn?-Tentou recobrar a atitude de controle

Kris recobrou a consciência depois de alguns segundos, esfregou o rosto e levantou o olhar para o mais velho lhe dando um sorriso safado e mordendo o lábio inferior. Se aproximou do outro e já o beijando no corpo de novo mas dessa vez tocando em seu membro pela calça.

- Você tem certeza que não gostaria de continuar agora...

Falou o sueco enquanto dava leves mordidas no outro.

Enquanto Hyou tentava responder, se ouviu uma batida na porta do banheiro.

O mais novo se afastou e começou a se arrumar rapidamente enquanto o outro também fazia o mesmo.

-Vamos terminar essa "conversa" em outro lugar.

O mais novo abriu a porta do banheiro dando espaço para um homem mais velho entrar e correr para uma das cabines a fechando. Ele aguardou na porta acompanhando o hacker sair e o acompanhou até a frente do restaurante onde pagou a conta de ambos, pegou seu sobretudo ,as chaves do carro e saíram.

- Vou te levar onde você queria ir antes para terminar o que começamos.

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