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Capitulo 5 - Lugar estranho

 Manhã, Forest VIllage

Uma cena peculiar esta acontecendo nessa pequena vila, um estranho idoso, com seus cabelos grisalhos bagunçados dando a impressão que acabou de acordar, vestindo um longo manto preto, com o capuz abaixado, segue pelas ruas entre as casas rusticas uma jovem magra de longos cabelos pretos que esta focada em tentar desviar das inúmeras poças de água e lama, parecendo um grande campo minado.

 Os sapos que antes coaxavam alegremente, ficaram em silencio observando atentamente a estranha dupla , torcendo silenciosamente que errem um passo.

Os pássaros antes focados nas pequenas presas desatentas, viraram simultaneamente os olhares para o estranho idoso.

Um pequeno rato curioso em uma das rachaduras de uma casa próxima observou com o que aparenta grande interesse o idoso com seus pequenos olhos pretos, tornando a cena ainda mais estranha.

Tudo mostra que existe algo que atrai esses pequenos seres.

Pov - Aughust

Sofia a minha frente parece estar totalmente focada em não escorregar no barro.

Existe algo de estranho nesse local, sinto que a mana aqui é mais densa do que enquanto eu estava na floresta, algo que não percebi antes por estar distraído com a conversa com a menina Sofia e o homem chamado Tom.

 Ainda continua sendo fraca a mana na atmosfera, nada comparada ao que estou acostumado, mas essa diferença pode afetar o ambiente de maneiras peculiares e tudo isso parece de alguma forma não natural para min, preciso investigar o que esta causando tudo isso, meu pesquisador interior esta gritando de excitação.

 ...

Ao adentrar ainda mais na aldeia as coisas começaram ficar estranhas

Me sinto observado, reparo que existe vários animais nos arredores e olhando com atenção vejo coisas estranhas, os sapos tem dois pares de olhos em cada lado e três pares de perna ao invés de dois, outro detalhe seria que eles são maiores que o normal .

Olho para as casas e vejo aves também, alguma espécie de corvo, eles parecem mais normais que os sapos, mais da mesma maneira maiores que os normais e parecem marrons?.

Todos esses detalhes parecem estranhos, animais estranhos são normais em dimensões com mana , mais nada tão estranho em lugares com mana baixa, o que normalmente se vê é uma mudança de coloração, talvez o uso de um pouco de mana para aqueles mais afetados, mais ainda sim sapos continuam sendo sapos, o crescimento de membros adicionais só é visto em lugares de mana rica.

 A diferença de mana nessa vila não é tão alta para causar tais alterações , deve haver algo mais.

Pensando nisso me concentrando no meu sentido de mana nesses animais, sinto que há uma guerra interna nesses animais, uma energia peculiar diferente daquela que senti em Tom esta entrando em guerra com a mana que eles absorvem passivamente, como eles não explodiram ainda?

Voltando minha atenção para a jovem que estou seguindo, me pergunto porque ela age tão normalmente a essas estranhas situações, há algo de errado com essa aldeia e há uma clara diferença entre aqui e a floresta de onde vim o que deveria permitir que mesmos os moradores sentissem a estranheza. 

 -Aconteceu algo, senhor Aughust? - Pergunta Sofia

Só então percebo que parei de andar.

 -Nada criança, só achei peculiar esses sapos, nunca um vi tão diferente em minhas viagens , já vi maiores, mais não tão...peculiares- Respondo ela

Pov- Sofia

Em um momento percebi que o senhor Aughust parou de me seguir, então fiquei preocupada que algo tivesse ocorrido.

Virando para olhar para ele vejo parado observando os...sapos? agora entendo, eles são estranhos mesmo, as vezes sinto que eles são mais espertos que os normais também.

 -Eles são estranhos não? todos que vem a vila ficam curiosos também, eles não existiam até alguns meses atrás, no inicio apenas um ou outro surgia com um olho a mais uma perna, com o tempo se tornaram o que são hoje- Digo, pensando como tudo ficou estranho nos últimos meses.

 - Alguns mercadores que vem raramente a vila tentaram levar espécimes a cidade para vender aos alquimistas, mas fiquei sabendo que todos os sapos explodiram quando ficaram muito longe, e como eles são inofensivos, deixamos eles em paz - Termino de falar

 Olho para Aughust e vejo ele com um olhar pensativo em seu envelhecido rosto

 -Muito curioso, nunca vi algo assim antes, mas nenhum dos alquimistas tentou vir até aqui estudar esse fenômeno estranho ? - Perguntou Aughust

 - Alguns aprendizes de alquimia vieram aqui mais não descobriram nada relevante, e os verdadeiros alquimistas são ocupados e desdenham de vir a um lugar tão remoto por simples sapos estranhos - Digo irritada

Só de lembrar daqueles rostos arrogantes, como se o mundo girasse ao redor deles me irrita.

 -Vamos continuar então criança? estou curioso sobre seu chefe da aldeia - disse Aughust 

 -Tudo bem senhor Aughust, mais não me chame de criança, já sou uma adulta - Digo levantando a cabeça e olhando para o lado, uma pose orgulhosa como um cisne

 -Ahaha, quando seu tio nasceu eu já era velho, então você é uma criança para min- Diz Aughust dando risada.

Então ele se aproxima e coloca a mão em minha cabeça como um adulto confortando uma criança.

... Minutos depois...

Pov- Aughust

 Me sinto estranhamente próximo dessa jovem chamada Sofia, ela me lembra muito minha discípula favorita, ela é a que mais me preocupa entre eles, sendo a mais apegada a min, as vezes que sumi em outras dimensões ela ficou extremamente preocupada e me reprendeu muito, as vezes não sei quem é o aprendiz e quem é o mestre haha...

Faz alguns minutos que estamos andando pela vila, e vejo que não ouve planejamento em sua construção, se o tal chefe que Sofia me contou venho do mesmo local como eu, deveria haver mais planejamento na construção dessa vila.

Parece haver cerca de dez casas na aldeia, além do que parece ser fundações de casas que foram destruídas ou derrubadas nas na parte mais interna da vila, não percebi antes por conta de estarem escondidas entre as outras casas

Vejo que não há tanto desgastes nas estruturas das casas que estão em pé, se essa aldeia fosse mais antiga deveria haver rastros de idade nas casas ou de conserto, mas o que vejo são simples casas de madeira feita de maneira improvisadas, como se não tivessem acesso a ferramentas ou conhecimento para algo mais complexo, mas Sofia claramente disse que tem mercadores que vem a essa aldeia as vezes, estranho...

Também não lembro de ver rastros de campos de agricultura nos arredores da vila, eles não plantam? como conseguem alimento? seria difícil conseguir sobreviver só de caça...

Chegamos a um espaço mais aberto , com uma casa maior que as outras presente ali. Além da rua que usamos para chegar aqui, existe uma para cada ponto cardeal, cortando a aldeia em quatro partes, mais considerando a falta de planejamento, seriam como linhas tortas, parecendo ser desenhado por crianças e essa grande casa no centro de tudo.

 - Chegamos a casa do chefe - Disse Sofia agora parada olhando para a casa

 A casa é uma feita estranhamente de pedra, essa sim mostrando sinais de desgaste que se espera de uma casa antiga, e com estranhos desenhos em seus tijolos, que para olhos normais são apenas isso, desenhos.

Quando reparo nesses desenhos meus olhos se arregalam, runas? Eu estava errado em minhas conclusões? existem mais magos nesse local?

Me concentro e percebo que as poucas pedras que possuem essas runas são mais escuras que o normal, possuindo leves rachaduras, e as próprias runas não tem mana, sendo assim não passam de desenhos inúteis. Não sei ainda qual proposito dessas runas ou o porque não possuem mana mesmo sendo claramente runas, eu precisaria estuda-las calmamente antes de descobrir.

Agora estou ainda mais curioso sobre esse chefe e tenho muitas perguntas não respondidas.

Sofia segue em frente, em direção a porta e eu vou junto mas antes de chegarmos a porta, ela se abre.

Continua...