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Capítulo 21: As Cinzas da Katana Demoníaca e a Ressurreição de Akamochi

Na penumbra do corredor, a figura austera da freira Samantha se destacava, movendo-se com propósito em direção ao quarto de Raphtalia. Ao alcançar a porta, ela a abriu com determinação, revelando um interior banhado pela luz tênue que filtrava pelas cortinas entreabertas. Seus olhos perscrutaram o ambiente até encontrarem a katana de Misheru, um artefato que, à primeira vista, deveria ser familiar.

No entanto, a expressão de Samantha rapidamente mudou, refletindo surpresa e perplexidade diante da descoberta. Uma dúvida se insinuou em sua mente enquanto suas mãos se estendiam para tocar a lâmina, a sensação fria da katana envolvendo seus dedos. "Esta não é a katana de Misheru", sussurrou para si mesma, um murmúrio carregado de inquietação.

A freira ergueu a katana, mas, antes que pudesse contemplá-la por mais tempo, a deixou escapar de suas mãos trêmulas. O impacto ressoou pelo quarto, ecoando como um presságio sutil do que estava por vir. Samantha fitou as próprias mãos, agora cerradas, como se tivesse tocado em algo mais do que físico.

"O que é isso?," ela murmurou, sentindo uma energia desconhecida e sinistra impregnar a arma. Uma sensação de mal-estar se apossou dela, fazendo-a questionar a natureza obscura da katana. Seu rosto exibia um misto de surpresa e receio.

Contudo, a freira Samantha não permitiu que a perturbação se aprofundasse. Com um esforço visível, ela desviou o olhar da katana caída e endireitou-se, decidida. "Não posso me deter agora. Raphtalia e Asia precisam de ajuda", proclamou com firmeza, cerrando os punhos em um gesto de resolução.

Ao retomar a katana do chão com um aperto firme, Samantha deixou o quarto, atravessando o corredor silencioso. No entanto, ruídos inexplicáveis ecoavam de onde os fiéis costumavam se reunir, a nave. "O que será isso?," questionou-se internamente, a intriga marcando sua expressão. Os sons, entretanto, cessaram abruptamente, deixando-a momentaneamente desconcertada. Apesar da incerteza, a freira optou por ignorar a interrupção, concentrando-se em seu objetivo urgente. Determinada, seguiu seu caminho pelos corredores, com a promessa de uma jornada imprevisível à sua frente.

Samantha adentrou a sala onde suas amigas foram levadas, deparando-se com uma estante repleta de livros que silenciosamente testemunhavam os acontecimentos. Antes que pudesse iniciar qualquer ação, porém, uma sensação arrepiante deslizou por sua espinha, alertando-a para a presença de energias malignas às suas costas. Com destreza, ela empunhou a katana, girando-se rapidamente para encarar as figuras misteriosas diante dela.

A frieza em seu olhar denotava uma determinação inabalável. "Quem são vocês? Falem agora, ou corto os pescoços de cada um", desafiou Samantha, seu tom carregado de autoridade. Um garoto de cabelos castanhos, visivelmente nervoso, tentou acalmar a tensão. "C-calma, não viemos fazer mal algum", gaguejou.

Desconfiada, Samantha não baixou a guarda. "Tá bom, então me expliquem por que suas energias são tão malignas", inquiriu, mantendo a katana apontada na direção deles. Uma garota de cabelos pretos, ostentando um sorriso enigmático, respondeu: "Somos demônios, querida. O que mais poderíamos ser?"

A resposta, ao invés de tranquilizá-la, apenas aumentou a desconfiança da freira. "Que bom que me disseram isso. Então, vou acabar com vocês antes que se tornem um problema", afirmou com firmeza.

Uma terceira figura, uma garota de cabelos ruivos, deu um passo à frente, enfrentando Samantha. "Escute, estamos aqui para impedir que os anjos caídos concluam seu plano", revelou com seriedade. Samantha, inicialmente incrédula, esboçou um leve sorriso cético. "Anjos caídos? Aqui na igreja? Só pode ser brincadeira."

A garota de cabelos ruivos manteve-se firme. "Não estamos brincando. Acredite ou não, nós viemos impedir isso.". O embate entre a freira e os demônios se desenhava, as linhas entre o bem e o mal se tornando cada vez mais turvas naquele momento tenso dentro da igreja.

Samantha, com uma expressão cética, suspirou e cuidadosamente recolocou a katana em sua bainha. "Vocês acham mesmo que vou acreditar em vocês? Mas se estão aqui, é porque deve haver anjos caídos nesta igreja", proferiu, lançando um olhar desconfiado aos demônios diante dela.

O garoto de cabelos castanhos começou a se apresentar, mas Samantha o interrompeu com um gesto impaciente. "Não me importo com o seu nome. Tenho coisas mais importantes para lidar", declarou, virando-se em direção a uma estante de livros. Seus dedos habilmente exploraram, buscando por um botão camuflado na parede. Após encontrá-lo, a estante se abriu, revelando uma passagem oculta.

"Se isso for uma mentira, vocês estão encrencados", advertiu Samantha, descendo pela escada que se revelara. O garoto de cabelos castanhos, chamado Issei, murmurou para si mesmo: "Cara, eu não acho que uma freira deveria agir assim."

A garota de cabelos pretos com rabo de cavalo, agora identificada como Akeno, interveio: "Não, acho que deve ser aquela katana que está alterando a sua personalidade."

A terceira demônio, Rias, concordou: "Sim, é provável. Não sei ao certo, mas já vi essa katana em algum lugar." Os três demônios seguiram Samantha, descendo as escadas em direção ao desconhecido, enquanto a atmosfera na igreja tornava-se mais densa com segredos ocultos e destinos entrelaçados.

Ao descerem para o subsolo da igreja, os três demônios, juntamente com a freira Samantha, encararam uma garota de cabelos loiros. Issei ativou sua Boosted Gear e gritou: "Asia, estou indo!". No entanto, uma lança de luz acertou o chão, impedindo o movimento de Issei. Ao olhar para frente, ele avistou sua ex-namorada, Yuuma, acompanhada por um jovem desconhecido. Este último deu um passo à frente e saudou: "Bem-vindos, Clã Gremory. Eu estava esperando por vocês."

Rias questionou: "E quem é você, afinal?" O jovem respondeu com tranquilidade: "Eu sou um dos membros das famílias Uzumaki e Kajiya. Meu nome é Akamochi Uzumaki." Rias, intrigada, retrucou: "Não conheço nenhum clã chamado Uzumaki ou Kajiya." Akamochi explicou: "Sim, é claro que não conhecem. Mas há um nome que vocês certamente lembram: Clã Cobra."

As expressões de Rias, Akeno e Yuuma (Raynare) revelaram surpresa diante dessa revelação. Issei e a freira Samantha, por sua vez, observavam confusos, sem entender completamente o que estava acontecendo.

Issei, voltando-se para Rias, indagou: "Presidente, o que é mesmo esse Clã Cobra?" No entanto, ao perceber Akamochi se aproximando, Issei recuou alguns passos, claramente desconfortável. Akamochi, com um leve sorriso, respondeu à pergunta do jovem: "Respondendo à sua pergunta, garoto. O Clã Cobra consistia em lutadores, assassinos, guerreiros, entre outros. Cada família tinha seu próprio estilo de luta; por exemplo, o Uzumaki tinha seu estilo guerreiro."

Continuando sua explicação, Akamochi compartilhou uma história de tragédia e conflito: "Antigamente, havia várias famílias dentro do nosso clã. Contudo, guerras entre anjos, demônios e anjos caídos eclodiram. Um dos três líderes do nosso clã decidiu entrar nessa guerra para proteger nossa linhagem. Conseguimos vencer todos vocês até que descobriram nossos pontos fracos, e tudo desabou. Todas as famílias foram dizimadas naquela guerra, e agora restam apenas três famílias de pé: Kajiya, Uzumaki e Son.".

Akamochi fitou Issei com intensidade, um sorriso sinistro dançando em seus lábios, antes de soltar as palavras com um tom desdenhoso: "E aí, gostou da versão resumida da história do meu clã?" Sem dar tempo para resposta, ele ágil como uma sombra, agarrou os cabelos de Issei, desferindo um soco devastador em seu rosto. O impacto reverberou no ambiente enquanto Akamochi, impiedoso, aplicava uma joelhada certeira na barriga indefesa de Issei.

Akeno, testemunhando o violento ataque, reagiu instintivamente, canalizando um raio de energia em direção a Akamochi. O relâmpago atingiu seu alvo, projetando-o para longe, fazendo-o colidir com as escadas imponentes do local elevado.

Raynare, descendo as escadas com preocupação, dirigiu-se a Akamochi: "Akamochi, você está bem?" Sua voz carregava uma mistura de inquietação e carinho. Contudo, o líder ferido respondeu com confiança: "Estou bem, minha anjo caído. Não se preocupe comigo. Lidar com eles será moleza."

Com uma elegância peculiar, Akamochi se ergueu, instigando Raynare a segui-lo. Em sua marcha determinada, ele sussurrou para ela: "É imperativo extrair o poder daquela garota. Caso contrário, todo o meu plano estará fadado ao fracasso." Raynare, compreendendo a seriedade da situação, acenou afirmativamente enquanto subiam as escadas.

Ao alcançarem uma cruz sombria onde Asia, a jovem de cabelos loiros, estava acorrentada, Raynare iniciou o processo de extração de seus poderes.

Akamochi avançava em direção ao trio de demônios, proclamando: "Vocês, demônios, chegaram tarde. Estamos no fim da extração dos poderes daquela garota". No entanto, um pressentimento fez com que Akamochi se virasse, capturando uma presença ao seu lado. No canto de seu olho, avistou a freira Samantha, prestes a desferir um golpe de sua katana.

Rapidamente, Akamochi esquivou-se do golpe, saltando alguns metros de distância da freira. Seus olhos se encontraram com os da freira Samantha, e, ao observar a katana, um pequeno sorriso se desenhou em seus lábios. Ele comentou: "Que bom que encontrou meu presente, garota". Surpreendentemente, a freira Samantha corrigiu-o: "Seu presente? Isso não é seu presente. Esta katana pertence ao irmão da Raphtalia".

Akamochi deu um passo à frente, revelando: "Hehe, não, essa katana veio de minha Kurai no Kaname". Rias, ao perceber que aquela katana não era comum, indagou: "Espera um pouco, você não está querendo dizer que essa katana...". Contudo, Akamochi a interrompeu, afirmando: "Sim, você está certa, Gremory. Esta katana é conhecida como a Katana Demoníaca". A freira, perplexa, questionou: "O que você quer dizer com isso?". Akamochi fixou seu olhar na freira e explicou: "Significa que você aceitou esta katana como sua e, aos poucos, está se transformando em um demônio. Sua personalidade é apenas o primeiro estágio. Mas, saiba, ninguém chegou ao último estágio, sabia disso?". A freira perguntou: "Mas por quê?". Akamochi respondeu com firmeza: "Porque foram mortos antes de alcançar esse estágio... mas chega de conversa. Estou aqui para lutar".

Em meio à tensão, uma voz surgiu, afirmando: "Eu diria o mesmo". Akamochi olhou para baixo e avistou Issei. Um gancho de esquerda de Issei fez com que Akamochi recuasse alguns passos. Nesse momento, Rias estendeu os braços, criando um selo Gremory diante dela. No centro do selo, uma quantidade avassaladora de trovões negros foi liberada, enquanto Rias gritava para Issei sair do caminho. Issei prontamente atendeu ao pedido, e os raios negros colidiram contra Akamochi.

A onda de choque energética lançada por Rias não era apenas destrutiva, mas também carregava uma carga radioativa capaz de evaporar não apenas corpos físicos, mas até mesmo extinguir almas, tal era a magnitude do impacto. Após a explosão, uma nuvem de poeira se ergueu, e Rias proclamou com confiança: "Xeque-mate". Issei, satisfeito, sorriu levemente e comentou: "Agora que o derrubamos, é a vez da Yumma".

Enquanto Raynare interrompia o processo de extração da Asia, testemunhando a aparente morte de Akamochi, ela lamentou: "Droga, Akamochi. Você não pode morrer agora". Em outra sala, Okimasu repreendeu Akemi por tê-lo seguido, mas uma explosão do lado de fora interrompeu a reprimenda. Confuso, Okimasu indagou: "Mas o que foi isso?". Akemi, visivelmente perturbada, respondeu: "Eu... eu não deveria ter vindo aqui". Enquanto Raphtalia permanecia presa em uma cadeira, sugeriu: "Que tal vocês dois darem uma olhada lá fora?". Okimasu, cauteloso, olhou para Raphtalia, que assegurou: "O que foi? Eu não vou fazer nada. Não se preocupe com isso". Suspirando, Okimasu advertiu: "Tudo bem, mas se você se soltar, eu mesmo vou acabar com você, Raphtalia". Segurando a mão de Akemi, eles deixaram a sala.

Ao saírem, Okimasu e Akemi se depararam com quatro indivíduos perto da nuvem de poeira. Ao erguer o olhar, Okimasu viu Raynare ajoelhada, observando a nuvem de poeira. Ele logo compreendeu que Akamochi fora derrotado por essas quatro figuras, e a incredulidade tomou conta de Okimasu. Ele murmurou: "Não, isso não pode ser possível".

De dentro da nuvem de poeira, um riso estrondoso emergiu, surpreendendo Rias, que deu um passo para trás, incrédula com o que estava testemunhando. Issei e Akeno sentiram o frio percorrer suas espinhas, pois o ataque devastador de Rias não surtira efeito aparente sobre a figura monstruosa que agora se revelava por trás da cortina de poeira. Akamochi emergiu da névoa, ostentando um sorriso largo e um olhar penetrante que parecia sondar a essência de cada um dos três presentes. Issei, perplexo, balbuciou: "O... o que está acontecendo? Ele não deveria estar morto."