O Salvador

Rosina entrou na parte mais afastada do jardim novamente em busca de privacidade. Para clarear a mente, mas, acima de tudo, para evitar todos no evento.

A suave brisa da noite era fresca na sua pele. O frio a fez relaxar e acalmar.

Rosina olhou para a brilhante lua cheia e pensou sobre a Deusa da Lua, se ela estaria olhando para ela naquele momento.

'Ela deve estar muito decepcionada comigo,' um sorriso surgiu em sua boca com esse pensamento. Afinal, ela havia tirado várias vidas com suas mãos.

Já que não havia ninguém por perto, Rosina sentou-se na grama depois de ajeitar seu vestido para evitar sujá-lo.

"Isso é bom," Rosina murmurou e relaxou os ombros. De algum modo, ela queria ser despreocupada e ganhar liberdade sem precisar fazer nada.

Rosina ainda estava em transe quando ouviu passos suaves vindo de trás. Ela imediatamente virou-se e viu Amo, que trazia um sorriso arrepiante nos lábios.

Quando Amo viu que Rosina percebeu sua presença, ele não hesitou em correr e a derrubou no chão. Imobilizando ambas as mãos dela acima da cabeça e colocando-se entre as pernas dela para evitar que escapasse.

"Agora, você não pode fugir!" Amo riu maníacamente e lambeu as bochechas de Rosina para prová-la. "Você é tão doce. Eu quero mais!"

Rosina olhou para ele com olhos arregalados enquanto o deixava fazer o que queria sem reagir.

Uma memória de flashback assombrou a mente de Rosina, o que a deixou incapaz de reagir ao que estava acontecendo.

| "Você é tão saborosa, uma fruta jovem acabada de sair da árvore. Sinto-me honrado em dar a primeira mordida." |

Rosina fechou os olhos, e uma única lágrima escapou. "Nunca mais."

"Hmm, o que foi, minha senhora?" Amo sussurrou enquanto friccionava seu membro ereto nas coxas de Rosina e sentia prazer.

"Abusar de uma jovem é seu passatempo, hein?" Rosina sussurrou enquanto encarava o rosto prazeroso de Amo.

Amo sorriu e lambeu o queixo de Rosina com um sorriso. "Como posso ignorar uma bela senhora andando sozinha à noite? Seria desperdiçar uma oportunidade se eu deixasse você ir."

"Você será minha companheira escolhida," Amo continuou com uma risada divertida enquanto Rosina permanecia em silêncio. "Você é minha agora."

Rosina deu um leve sorriso enquanto seu olho esquerdo começava a brilhar. Ela o odiava tanto que queria esquartejá-lo em pedaços. Rosina estava prestes a atacar quando o corpo de Amo foi lançado para longe de cima dela.

"Seu desgraçado doente!!!" uma voz familiar gritou com ódio.

Rosina ficou deitada no chão, e seu corpo relaxou. Ela sabia quem era o homem que atualmente estava espancando Amo.

O som de socos, chutes e gemidos ecoou pelo jardim até que o som de dor agonizante desapareceu e foi substituído por ofegantes.

"Você está bem, Rosa?"

"Sim, estou, Senhor Dragão," Rosina sussurrou e lançou um olhar para Dragão, sentado ao lado dela com salpicos de sangue nas bochechas.

"Por que você está aqui sozinha!?" Dragão gritou e suspirou pesadamente devido à sua frustração. "Você poderia ter se machucado com ele!"

Rosina deu de ombros. "Eu consigo me cuidar muito bem." Ela virou a cabeça e olhou nos seus olhos azuis brilhantes. "Eu não preciso que você me salve."

Suas palavras causaram uma pontada de dor no peito de Dragão, mas ele não demonstrou no rosto. "Você diz isso, mas é o oposto do que eu vi."

Dragão levantou-se e estendeu uma mão para ajudar Rosia a se levantar, o qual ela aceitou.

Rosina olhou para o lado e viu o nariz sangrando e o rosto distorcido de Amo devido à surra de Dragão. "Você arruinou o rosto dele."

"Ele mereceu," Dragão revirou os olhos. "Amoton Gallo, filho mais novo do Sir Gallo, dono de uma joalheria. Ele era mimado e queria muitas esposas para se acasalar, e desejava que viessem de famílias ricas para impulsionar seu pequeno negócio."

"Vejo que você fez sua pesquisa," Rosina declarou com um sorriso. Ela estava bem que Dragão fosse aquele que sujou as mãos, mas o sentimento de não ter podido machucar Amo a consumia. Ela queria vingança pelo ato nojento que ele havia feito com ela.

"Você pode fazer o que quiser com ele," Dragão declarou ao notar a expressão sombria no rosto de Rosina. "Você pode até matá-lo sem preocupação. Eu poderia encobrir isso para você."

Rosina surpreendeu-se com as últimas palavras de Dragão. Ela nunca imaginou que ele seria aquele a oferecer assassinar Amo e até encobrir as evidências do caso.

"Quem é você?" Rosina sussurrou e encarou Dragão, que trazia um sorriso nos lábios.

Dragão não respondeu sua pergunta e deu de ombros. "É melhor que você ainda não saiba... ainda."

Nesse exato momento, Dragão conquistou a atenção de Rosina. Ela agora estava curiosa sobre sua identidade e passado.

'Esse homem não é um lobo comum,' Rosina pensou, fortalecendo a si mesma, e olhou de volta para o corpo inconsciente de Amo.

"Eu recuso sua oferta, Senhor. Eu não quero manchar minhas mãos com o sangue de um... plebeu," Rosina declarou e sorriu para Dragão. "Mas eu asseguro que vou manter silêncio sobre esse assunto. A vida dele estará em suas mãos."

"Minha... você quer que eu assuma a responsabilidade. Bem, não me importo, mas nada neste mundo é grátis," Dragão sorriu maliciosamente e aproximou-se de Rosina. "Você precisa pagar."

"Quanto vai custar?" Rosina falou confiante diante do rosto dele. Ela não tinha problemas financeiros, mesmo que sua família estivesse passando por dificuldades.

"Ha!" Dragão riu alto enquanto segurava a barriga. "Você realmente me diverte, Senhora Rosa."

Rosina apenas observou Dragão até ele terminar de rir e enxugar as lágrimas de alegria dos olhos. "Você terminou agora?"

Dragão ficou sério enquanto limpava a garganta duas vezes. "Você gostaria de se tornar minha companheira?"

"Absolutamente não!" Rosina respondeu rapidamente com um olhar de nojo.

Dragão assentiu compreensivo. "Eu entendo. Então, tenho uma oferta que beneficiará você e eu no que diz respeito a este evento de acasalamento que claramente estragou nosso humor. Gostaria de ouvir sobre ela, Senhora Rosa?"