Prólogo

"São as diferenças que marcam as pessoas, que fazem com que cada um tenha as suas próprias qualidades e defeitos, no entanto, por vezes, ser diferente pode-nos levar a graves problemas, entre eles, a morte.

Nunca pensei que me pudesse acontecer isto, ser traída pelas pessoas que mais amei na vida, agora pergunto? Porque me entreguei? Porque deixei este sentimento evoluir? Porque não o evitei, simplesmente? Eles nunca saberão a dor que me fizeram passar, a dor de perder tudo, incluindo a vida.

Lembro-me perfeitamente do dia em que tudo aconteceu, da desilusão, da insegurança, do medo, da tristeza, de tudo o que senti, todas as sensações misturadas, mas naquela altura ninguém pensou nisso, ninguém pensou no que me poderia acontecer, no sofrimento que eu iria passar, ninguém pensou em mim. Lembro me que estava no quarto deitada na cama, sozinha, em pleno silencio, a ler o livro sobre lendas que o meu pai me tivera dado. Esse contava a história da cidade dos feiticeiros, de como foi construída e de como foi destruída, todo o acontecimento. Falava de todas as espécies do submundo existentes, os vampiros, lobisomens, pixies, gnomos, fadas, entre outros. Sempre gostei muito daquele livro, se não fosse ele não saberia metade do que sei sobre mim.

Foi então que ouvi um estrondo que me fez sobressaltar da cama. O que será que estava acontecer? Rapidamente, levantei-me e corri em direção a porta, meti a cabeça discretamente para fora, verificando que ninguém se encontrava no corredor dos quartos, assim que análise foi completa, andei por o longo corredor ate que cheguei a beira da parede que dava para a sala. Dei uma olhada para ver o que se estava a passar, foi então que os vi, os Guardas do Poder. Não podia ser, de novo, não.

Vi os meus pais a falar com eles, esses tentavam impedir a entrada dos guardas, porem não tiverão sucesso, os guardas eram demasiado fortes. Eu tinha que sair dali o mais rápidamente possível, tinha que ir para um local mais seguro.

Corri em direção ao meu quarto ouvido de seguida um grito ao qual pude, automaticamente identificar, que era da minha mãe. Essa gritará para mim, na tentativa de me proteger, dizendo umas simples palavras que a levarão a morte, " FOGE FILHA". Mal essa frase foi dita, um som ecoou pela casa toda fazendo-me ficar quieta, por uns segundos, um disparo de uma arma, e para piorar, de seguida ouvi um grito, não um qualquer, mas o dela, eu tinha a certeza que era da minha mãe. Não podia acreditar, tudo para me conseguir salvar, tudo por amor.

O meu mundo parou ali… Queria voltar atrás e verificar o que tinha acontecido, queria ver com os meus próprios olhos, queria ter a certeza que não estava a imaginar, mas não podia, não podia simplesmente deixar-me ser apanhada. Não depois deixar com que todo o sacrifício que eles fizeram para me proteger, fosse por água abaixo. "